Confiança dos consumidores em máximos de fevereiro de 2022

A evolução do indicador, em março, resultou do contributo positivo de todas as componentes: perspetivas de evolução futura da situação económica do país e da situação financeira das famílias.

A confiança dos consumidores aumentou entre dezembro e março, atingindo o valor mais elevado desde fevereiro de 2022, avança o Instituto Nacional de Estatística esta quarta-feira.

“A evolução do indicador em março resultou do contributo positivo de todas as componentes: perspetivas de evolução futura da situação económica do país, da realização de compras importantes por parte das famílias e da situação financeira do agregado familiar, assim como das opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar”, explica o INE.

O saldo das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país aumentou nos últimos quatro meses, “de forma significativa em dezembro”, após ter diminuído entre julho e novembro. Já o saldo das perspetivas relativas à evolução futura da situação financeira do agregado familiar também aumentou nos últimos quatro meses, “atingindo o valor mais elevado desde fevereiro de 2022”, precisou o INE.

Apontando também para uma evolução mais positiva da economia, o indicador de clima económico — que sintetiza os saldos de respostas extremas das questões relativas aos inquéritos às empresas — aumentou em março, invertendo a redução observada no mês anterior, avança o INE. Os indicadores de confiança aumentaram nos serviços e no comércio, embora neste último só de forma ligeira. Mas diminuíram moderadamente na indústria transformadora e na construção e obras públicas, detalha o destaque publicado esta quarta-feira.

O indicador de confiança da indústria transformadora inverteu em março a trajetória de subida que teve em janeiro e fevereiro. “A evolução do indicador deveu-se ao contributo negativo de todas as componentes: opiniões sobre a evolução da procura global, apreciações relativas aos stocks de produtos acabados e perspetivas de produção”, explica o INE. “O indicador de confiança diminuiu nos agrupamentos de bens de consumo e bens intermédios e aumentou no agrupamento de bens de investimento”, detalha.

Os empresários da indústria transformadora estão menos confiantes quanto ao futuro já que o saldo das apreciações sobre a procura global diminuiu em março, após aumentos entre novembro e fevereiro. “As opiniões relativas à procura interna deterioraram-se em março, contrariando a recuperação observada em janeiro e fevereiro”, mas, em relação à procura externa, recuperaram nos últimos três meses, contrariando o agravamento verificado em dezembro.

Já o saldo das expectativas relativas aos preços de venda diminuiu em fevereiro e em março, sendo que este mês foi de forma significativa, após ter aumentado em dezembro e janeiro. Uma expectativa idêntica à dos consumidores que também antecipam que os preços vão continuar a descer “depois do aumento expressivo observado em janeiro”, ressalva o INE.

Também o indicador de confiança da construção e obras públicas diminuiu em março, após ter aumentado em janeiro e fevereiro, tendo em conta o contributo negativo das perspetivas de emprego, já que o saldo das apreciações sobre a carteira de encomendas aumentou.

Em terreno positivo estão os indicadores de confiança do comércio e dos serviços. O primeiro aumentou ligeiramente em fevereiro e março, após ter diminuído em janeiro. “A evolução do indicador em março resultou do contributo positivo das perspetivas de atividade da empresa, tendo as opiniões sobre o volume de vendas e as apreciações sobre o volume de stocks contribuído negativamente. Em março, o indicador de confiança aumentou no comércio a retalho e estabilizou no comércio por grosso”, detalha o INE.

o indicador de confiança dos serviços também aumentou em março, “prolongando o movimento ascendente iniciado em dezembro”. A evolução positiva resultou do contributo das opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas e das apreciações sobre a atividade da empresa, “mais expressivo no primeiro caso, tendo as perspetivas relativas à evolução da procura contribuído negativamente”, avança o INE.

(Notícia atualizada com mais informação)

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