“Que não haja ilusões, o PS não será suporte de um Governo da AD”, garante Pedro Nuno Santos
O líder socialista acusou Montenegro de "não ter capacidade de iniciativa", uma vez que foi o PS que apresentou uma solução para resolver o impasse da eleição do presidente do Parlamento.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, garantiu esta quarta-feira, no Parlamento, que o partido continuará a ser oposição ao Governo de coligação PSD/CDS, liderado por Luís Montenegro, apesar de ter acordado uma solução para resolver o impasse para a eleição do social-democrata José Pedro Aguiar-Branco para a presidência da Assembleia da República. “Que não haja ilusões, o PS não será suporte de um Governo da AD”, assegurou.
E acusou Montenegro de “falta de iniciativa”, por ter sido o PS a propor a resolução do impasse com uma presidência bipartida: os primeiros dois anos são do PSD e os restantes dois do PS. “O PSD entende que pode estar fixado com os pés no chão e os outros têm de se aproximar”, atirou.
“O PS será oposição à coligação que vai governar o país e que não haja nenhuma confusão sobre isso. Faremos o nosso trabalho de oposição, mas não era o que estava em causa nesta votação, não era uma diferença programática. O que estava em causa era a resolução de um impasse parlamentar que quisemos resolver”, afirmou. E lançou-se contra o Chega que se autointitulou líder da oposição: “O líder do Chega não é líder da oposição, é chefe da confusão”.
Pedro Nuno Santos indicou que “o PS apresentou uma proposta ao líder da AD para resolver um impasse institucional”. “Foi sob nossa proposta, já depois de um dia de indefinição, porque partimos do pressuposto de um entendimento à direita e a direita não conseguiu aprovar o presidente da Assembleia da República”, continuou.
O PS sugeriu uma presidência bipartida entre os dois partidos e Luís Montenegro aceitou o que permitiu finalmente e, à quarta vez, eleger Aguiar-Branco para a liderança do Parlamento. “Por iniciativa do PS foi apresentada a uma proposta, tivemos uma reunião com o líder da AD e o líder da AD não apresentou nenhuma solução“, criticou.
“A AD o que mostrou, o que o primeiro-ministro indigitado mostrou é que nao tem uma soluçao parlamentar estável nem uma solução de Governo estável e e que não tem capacidade de iniciativa e de liderança para resolver impasses como aquele que sofremos nas ultimas 24 horas”, reforçou.
Pedro Nuno Santos carregou novamente em Montenegro: “Espero que não seja esta a forma com que o líder da AD entenda que se tenha de relacionar com os partidos, nomeadamente com o PS”.
PSD nega acordo com Chega e contactou PS “15 minutos antes” de ser conhecido o nome
O ainda líder da bancada do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, revelou entretanto que “não houve acordo prévio, nem entendimento” com o Chega, ao contrário do que André Ventura tem defendido, para a eleição de Aguiar-Branco para a presidência do Parlamento e de Diogo Pacheco de Amorim para a vice-presidência.
“Na segunda-feira, telefonei aos três líderes parlamentares, [do PS, Chega e IL] e disse aos três a mesma coisa: o PSD é o partido mais votado, compete-nos apresentar um candidato à presidência da Assembleia da República; iremos votar favoravelmente os quatro vice-presidentes, um de cada partido, e esperamos reciprocidade. O Chega disse-nos que essa reciprocidade aconteceria, a IL também e o PS não manifestou estar contrariado”, explicou o social-democrata.
Acontece que o contacto que Miranda Sarmento refere aconteceu “15 minutos antes da votação”, revelou Pedro Nuno Santos.
Pedro Nuno esclareceu que foi contactado pelo PSD “quinze minutos antes” de ser conhecido o nome de Aguiar Branco: “Não é assim que funciona”. “Não foi tentativa de conciliação e de acordo”, defendeu.
Miranda Sarmento referiu ainda que o Governo do PSD/CDS quer “trabalhar no sentido de aprovar reformas que melhorem o país, os serviços públicos, salários e pensões”. “Vamos procurar criar entendimentos que permitam melhorar a qualidade de vida dos portugueses”, rematou.
(Notícia atualizada às 19h08)
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