Preço da OPA sobre a Greenvolt mantém-se nos 8,3 euros

Como o preço mínimo definido pelo perito independente escolhido pela CMVM para analisar a oferta da KKR sobre a Greevolt ficou 12% abaixo do preço da OPA, a oferta mantém-se como antes, nos 8,3 euros.

As condições da oferta pública de aquisição (OPA) preliminar sobre a Greenvolt lançada a 21 de dezembro pela norte-americana da Kohlberg Kravis Roberts (KKR) mantêm-se inalteradas e, para já, não sofrem qualquer alteração.

Num comunicado publicado esta quinta-feira à noite no seu site, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM) revela que a consultora EY, no papel de perito independente indicado pela CMVM para avaliar a contrapartida mínima da OPA lançada pela KKR, “entregou o seu relatório de avaliação, do qual resulta a definição de uma contrapartida mínima de 7,3 euros a oferecer na oferta pública de aquisição preliminarmente anunciada sobre a Greenvolt – Energias Renováveis” por parte da empresa de private equity dos EUA.

Como o preço mínimo da avaliação da EY fica 12% abaixo dos 8,3 euros propostos pela KKR para comprar as ações da empresa liderada por João Manso Neto, “prevalece o valor mais elevado”, que foi “oferecido pelo oferente”, esclarece a CMVM.

A metodologia principal adotada pelos quatro peritos da EY que avaliaram o negócio da Greenvolt baseou-se no método do rendimento, que resultou num intervalo de valorização da empresa entre 7,3 a 9 euros por ação.

No entanto, o regulador sublinha que “o lançamento da oferta continua ainda dependente da verificação das restantes condições previstas no (ponto 17 do) anúncio preliminar” como, por exemplo, a aprovação da aquisição das ações pelas Autoridades da Concorrência dos vários países em que a Greenvolt opera, nomeadamente a portuguesa que, no final de fevereiro, anunciou que não se iria opor à operação.

O relatório de avaliação da EY, que define 7,3 euros por ação como a contrapartida mínima na OPA pela KKR, reflete não só as expectativas futuras de desempenho da Greenvolt, como também um alinhamento com as condições de mercado e transações semelhantes, garantindo assim uma proposta justa e fundamentada para os acionistas da Greenvolt.

A metodologia principal adotada pelos quatro peritos da EY que avaliaram o negócio da Greenvolt baseou-se no método do rendimento, que resultou num intervalo de valorização da empresa entre 7,3 a 9 euros por ação. Esta abordagem considerou os fluxos de caixa futuros esperados, descontados a uma taxa que reflete o custo de capital da Greenvolt, colocando assim o intervalo superior num prelo 8,4% acima dos 8,3 euros oferecidos pela KKR.

Além do método do rendimento, a EY utilizou abordagens comparativas, nomeadamente a análise de múltiplos de mercado e de transações semelhantes. “O valor por ação da Greenvolt foi estimado tendo por base um lote de empresas comparáveis e o respetivo múltiplo EV/EBITDA”, referem os peritos responsáveis pela avaliação, sublinhando ainda que, em virtude do perfil de empresa de crescimento da Greenvolt, os múltiplos utilizados tiveram como referência as estimativas de EBITDA para 2024 e anos seguintes, e para efeitos comparáveis foi tido em conta o “EV/EBITDA pagos em transações de empresas comparáveis ocorridas nos últimos três anos.”

A EY estima, por exemplo, que a Greenvolt feche 2024 com um volume de negócios consolidado de 1.058 milhões de euros, 174% acima dos 386 milhões registados em 2023, e atinja os 1.426 milhões em 2027; e que o EBITDA quadruplique em quatro anos, passando de 103 milhões em 2023 para 408 milhões em 2027, conferindo à empresa uma margem EBITDA de 29%, face aos 19% que deverá registar em 2024.

A consultora revela ainda que foram consideradas outros elementos na sua avaliação, como a cotação histórica da Greenvolt entre os últimos 90 e 360 dias antes da oferta da KKR, os preços-alvo de analistas também antes da oferta e o capital próprio contabilístico por ação entre dezembro de 2021 e dezembro de 2023, para corroborar a robustez da avaliação.

Recorde-se que a 19 de janeiro deste ano, o Conselho de Administração da Greenvolt considerou justo o preço oferecido pela KKR, sustentando que a entrada de novo capital na empresa permitirá “acelerar o plano de negócios”.

Na data de lançamento da oferta preliminar, o preço oferecido pelo fundo norte-americano apresentava um prémio de 11% face à cotação de fecho do dia anterior e um prémio de 32,1% em relação ao preço médio ponderado das ações nos últimos seis meses até ao dia do anúncio da oferta preliminar (20 de dezembro de 2023).

No entanto, os 8,3 euros por ação é um preço 17% inferior aos 10 euros com que a KKR avaliou a empresa liderada por João Manso Neto 11 meses antes do anúncio da OPA, quando investiu 200 milhões de euros na aquisição de obrigações convertíveis em ações da Greenvolt.

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