Altice Portugal lança inquérito para medir satisfação dos trabalhadores
Posta à venda pelo seu acionista, a Altice Portugal acaba de lançar um inquérito anónimo aos trabalhadores para ver como está o "clima" na empresa. O anterior foi em 2022, antes da Operação Picoas.
A Altice Portugal lançou na segunda-feira um inquérito interno para medir o pulso aos seus 6.300 trabalhadores, numa altura em que o acionista pondera a venda da empresa e que está em curso a investigação criminal da Operação Picoas. São cerca de 100 perguntas relacionadas com várias áreas, desde o grau de compromisso e satisfação com a empresa à sustentabilidade.
Este “Inquérito de Clima Organizacional” já tinha sido feito em 2022, tendo registado uma taxa de participação em torno dos 85%. O preenchimento é facultativo e a participação é anónima, tendo a Altice Portugal contratado para este trabalho a consultora Willis Towers Watson, como confirmou ao ECO fonte oficial desta última.
A Comissão de Trabalhadores (CT) está a incentivar a participação por entender que a edição anterior resultou em melhorias internas, incluindo na situação de muitos colaboradores, apurou o ECO. Mais trabalhadores passaram a receber prémios de desempenho.
“Nos corredores, ouve-se falar de um novo Inquérito de Clima. Uma chamada para a participação de todos, a que ninguém pode faltar”, lê-se na newsletter interna enviada pela CT a 23 de abril, antes de o inquérito ter chegado esta segunda-feira aos funcionários via email, à qual o ECO teve acesso. O prazo para responder termina no dia 10 de maio.
Fonte próxima da administração da Altice Portugal disse ao ECO que já em 2022 a intenção era repetir o inquérito anualmente. Porém, o surgimento da Operação Picoas no verão de 2023, com todas as mudanças que ocorreram na empresa, levou a que não se tenha realizado no ano passado.
“Procurando compreender a perceção dos colaboradores sobre as diversas áreas de relevância para a Altice Portugal e as suas expectativas para o futuro, em 2022 a Altice Portugal desenvolveu um Inquérito de Clima Organizacional, através do qual consultou os seus colaboradores de forma confidencial”, lê-se no Relatório de Sustentabilidade 2022 disponibilizado pela companhia. Os resultados desse estudo não foram publicados.
A Altice Portugal está a consultar os trabalhadores numa altura em que o dono do grupo, Patrick Drahi, se encontra a avaliar a venda de ativos para reduzir a avultada dívida da empresa, incluindo a operação no mercado português, composta principalmente pela Meo.
Além disso, no verão do ano passado, a sede da Altice Portugal foi alvo de buscas num processo que investiga como figuras da cúpula da empresa terão promovido negócios em benefício próprio, lesando o Estado e a própria Altice. O caso, que conduziu à detenção para interrogatório do cofundador Armando Pereira, abanou o grupo a nível internacional e ainda está em curso, com vários arguidos constituídos.
Contactada, a Altice Portugal não tinha respondido até à publicação desta notícia.
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