Portugal é dos países da UE onde há mais imigrantes com contratos de trabalho temporários

Chipre, Países Baixos e Portugal são os três países onde imigrantes vindos de fora da União Europeia mais estão expostos a contratos de trabalho temporário, de acordo com dados do Eurostat.

Mais de quatro em cada dez trabalhadores que imigraram para Portugal vindo de países fora da União Europeia têm contratos de trabalho a prazo. De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat, Portugal não só supera a média comunitária, como é mesmo dos países com maior incidência de contratos não permanente entre imigrantes, sendo ultrapassado apenas pelo Chipre e pelos Países Baixos.

“Entre os empregados que vivem na União Europeia, 11,5% dos nacionais tinham contratos a prazo em 2023. Por outras palavras, eram trabalhadores temporários. Entre os cidadãos de outros Estados-membros, 14,2% estavam nessa situação, enquanto entre os cidadãos que vieram de países fora da União Europeia a fatia era de 23%, o dobro da registada para os nacionais”,sublinha o gabinete de estatísticas.

No que diz respeito especificamente aos trabalhadores que migraram a partir de países externos ao bloco comunitário, quatro Estados-membros registaram fatias superiores a 40% de contratos a prazo. A mais elevada foi verificada no Chipre (53,9%), seguindo-se os Países Baixos (46,4%) e, logo a seguir, Portugal (42,3%).

Contudo, tanto Portugal como os Países Baixos são também aqueles onde os próprios nacionais estão mais expostos a contratos a prazo. Por cá, mais de 17% dos trabalhadores nascidos no país têm contratos não permanentes.

Esta semana foi conhecido um estudo que revela que em Portugal o risco de pobreza é quase o triplo entre os trabalhadores que têm contratos temporários.

De resto, o Eurostat realça que em todos os Estados-membros para os quais há dados disponíveis, a fatia de empregados com contratos temporários foi maior para indivíduos vindos de fora da UE do que entre os nacionais. O maior fosso foi registado no Chipre (47,2 pontos percentuais), enquanto o menor foi verificado na Irlanda (1,9 pontos percentuais).

A estes dados, o gabinete de estatística soma ainda duas outras constatações: os trabalhadores vindos de países de fora do bloco comunitário trabalham menos por conta própria do que os nacionais, mas trabalham mais a tempo parcial.

Em concreto, enquanto 16,6% dos nacionais trabalham em regime de part-time em 2023, 22,4% dos cidadãos vindos de fora da União Europeia estava nessa situação. Em Portugal, o trabalho a tempo parcial tem das menores incidências do bloco comunitário, tanto entre nacionais como entre imigrantes.

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