Lucros da Altri sobem 10% até março para 21,6 milhões de euros
No primeiro trimestre, as receitas da papeleira baixaram quase 1%, para 222,7 milhões, com a subida das vendas em volume a ser insuficiente para compensar a “comparação ainda desfavorável nos preços".
Os lucros do grupo Altri ascenderam a 21,6 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024, o que representou um crescimento de 10% face ao mesmo período do ano passado. “Num contexto de recuperação dos preços, embora ainda inferiores aos registados no período homólogo, aumentámos a produção, mas também as vendas, o que, conjugado com um decréscimo de custos, se repercutiu positivamente nos resultados alcançados”, justifica o CEO, José Soares de Pina.
Entre janeiro e março, as receitas totais baixaram quase 1%, para 222,7 milhões de euros, com o aumento dos volumes vendidos a ser insuficiente para compensar a “comparação ainda desfavorável em termos de preços”. O EBITDA atingiu os 50 milhões de euros, quase em linha com o registo homólogo (50,2 milhões), com a produtora a reportar uma melhoria na margem EBITDA (+0,2 pontos percentuais), que alcançou os 22,5%.
Já os resultados financeiros, salienta a papeleira, foram menos negativos do que no período homólogo (-4,7 milhões de euros vs. -5,8 milhões no primeiro trimestre de 2023). “Apesar do aumento dos juros suportados devido à evolução das taxas de juro, este foi mais do que compensado pelo efeito do aumento dos juros obtidos e da evolução favorável das diferenças cambiais”, acrescenta a empresa, que no mês passado voltou a aumentar os preços da pasta de papel.
“A dinâmica positiva que verificamos no mercado, tanto em termos de procura, como de preços, permite-nos olhar com maior confiança para este segundo trimestre, antecipando um reforço da rentabilidade. É essa perspetiva positiva que nos permite, além de remunerar os nossos acionistas com dividendos com um payout superior aos resultados líquidos reportados em 2023, apresentar a solidez financeira para prosseguir com os investimentos necessários para continuar a crescer de forma sustentável”, frisa o CEO, citado no comunicado enviado à CMVM.
Num período em que a dívida líquida recuou para 339,9 milhões de euros, face a 356,7 milhões no final de 2023, explicada pela melhoria do nível de EBITDA e por uma “gestão rigorosa” do fundo de maneio, em termos líquidos, o grupo concretizou investimentos no valor de 11,8 milhões. Abaixo do que tinha feito no arranque do ano passado, que ficou marcado pela instalação de uma nova caldeira de biomassa para a unidade industrial da Caima, que teve uma paragem de produção em março. Seguem-se as manutenções na Celbi (setembro e outubro) e na Biotek (março de 2025).
Na mesma nota enviada ao regulador do mercado, o grupo controlado por Paulo Fernandes, João e Pedro Borges de Oliveira, Domingos Vieira de Matos e Ana Mendonça salienta que estão em curso vários “projetos de diversificação” nas várias unidades produtivas, destacando o projeto de recuperação e valorização de ácido acético e furfural de base renovável na Caima, com conclusão prevista para o final do próximo ano.
Projeto na Galiza aguarda “tramitação da licença ambiental”
Quanto ao megacomplexo industrial projetado para a Galiza, que prevê um investimento superior a 850 milhões de euros para a construção de raiz de uma unidade para a produção de pasta solúvel e fibras têxteis sustentáveis, o grupo Altri relata que se encontra atualmente “em tramitação da licença ambiental integrada, condição essencial para a tomada de decisão final de investimento”.
Este dossiê relativo ao designado projeto Gama está a ser alvo de fortes críticas por parte de várias forças políticas e organizações da sociedade civil nesta região espanhola, que falam mesmo de uma “bomba ambiental” e que continuam a pressionar o governo central para recusar a atribuição do financiamento público necessário para a viabilização desta fábrica, através do PRR espanhol, que deve rondar os 215 milhões de euros.
Confrontada com esta contestação, em declarações ao ECO há pouco mais de um mês, a Altri alegou que “são reações baseadas em desconhecimento do projeto ou mesmo em argumentos falsos”. “O Projeto Gama, promovido pela Greenfiber, uma empresa participada pela Altri e pela holding da empresa galega Greenalia, prevê a construção de raiz de uma unidade industrial de última geração, tanto em termos de inovação como, obviamente, em termos de sustentabilidade. Neste último aspeto, é possivelmente o projeto mais exigente a nível mundial”, respondeu a empresa portuguesa.
(Notícia em atualização)
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