PIB volta a abrandar e cresce apenas 1,5% no primeiro trimestre

Desde há dois anos que a economia nacional tem vindo a abrandar, alcançando no primeiro trimestre deste ano a taxa de crescimento trimestral do PIB mais baixa dos últimos três anos.

A economia voltou a dar sinais de abrandamento no primeiro trimestre, com o PIB a alcançar um crescimento homólogo de 1,5% entre janeiro e março, face a um crescimento de 2,1% registado no último trimestre do ano passado.

Esta variação é ligeiramente superior à estimativa anterior do Instituto Nacional de Estatística (INE), que era de 1,4%. No entanto, o crescimento homólogo de 1,5% do PIB registado no primeiro trimestre deste ano é o mais baixo crescimento trimestral desde o primeiro trimestre de 2021, quando a economia contraiu 4,7%.

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“O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB desacelerou, passando de 1,9 pontos percentuais, no quarto trimestre de 2023, para um ponto percentual, verificando-se um abrandamento do consumo privado e do investimento [que caiu de 3,6% para 1,5%]”, destaca esta sexta-feira o INE em comunicado.

Segundo dados do INE, o consumo privado cresceu apenas 0,7% em termos homólogos (face a 1,6% no trimestre anterior), e o investimento caiu de 3,6% para 1,5%.

Em contrapartida, o desempenho alcançado pela economia entre janeiro e março deste ano foi particularmente impulsionado pela procura externa líquida, que contribuiu com um aumento de 0,5 pontos percentuais para o PIB, “depois de ter passado a positivo no trimestre anterior (0,1 pontos percentuais), tendo as importações de bens e serviços em volume apresentado um abrandamento mais intenso que as exportações.”

Os números do INE revelam também níveis de desempenho díspares entre os diferentes setores da economia. O Valor Acrescentado Bruto (VAB) total a preços base aumentou 1,6% em termos homólogos, uma desaceleração em comparação com os 2,2% do trimestre anterior. Para este comportamento contribuiu, particularmente, as seguintes atividades:

  • O comércio, reparação de veículos, alojamento e restauração, que alcançou um crescimento homólogo de 3,5% (face aos 3,6% do trimestre anterior), “registando um contributo de 0,6 pontos percentuais para a variação homóloga do VAB total (incluindo impostos líquidos de subsídios).”
  • A indústria registou uma contração de 0,3%, ligeiramente melhor que os -0,5% do trimestre anterior, ” tendo o seu contributo para a variação do VAB total sido nulo, após ter sido negativo no quarto trimestre.”
  • O setor da construção aumentou 2,1%, espelhando uma desaceleração em relação ao nível de crescimento de 2,8% no trimestre anterior.

Os dados apresentados esta sexta-feira incorporam nova informação, que resultou numa revisão em alta de 0,1 pontos percentuais nas taxas de variação homóloga e em cadeia do PIB anteriormente publicadas. Os índices de volume de negócios no comércio a retalho, indústria, produção industrial e serviços contribuíram com particular impacto para estas revisões.

O INE revela ainda que a próxima divulgação das contas trimestrais da economia nacional por setores institucionais está prevista para 24 de junho de 2024.

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