Confiança dos consumidores em alta, mas clima empresarial esfria em Portugal

Os mais recentes dados do INE mostram que os consumidores portugueses estão mais otimistas relativamente à economia nacional, enquanto as empresas revelam estar mais cautelosas.

O verão chegou e trouxe consigo uma lufada de ar fresco no sentimento de confiança dos consumidores portugueses. Segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o indicador de confiança dos consumidores subiu em junho para o valor mais elevado desde fevereiro de 2022, após ter diminuído em maio.

Esta melhoria do “humor” dos consumidores deve-se, em grande medida, a uma visão mais rosada sobre o futuro da economia nacional. O INE revela que as expectativas dos portugueses quanto à evolução da situação económica do país nos próximos 12 meses deram um salto significativo, com o saldo a aumentar de -18,8 pontos em maio para -14,3 em junho.

“O saldo das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país aumentou em junho, após ter diminuído no mês anterior, retomando a trajetória positiva observada entre dezembro e abril”, lê-se no documento do INE.

Além disso, os dados do INE mostram também um maior otimismo dos portugueses em relação às suas às finanças pessoais. “O saldo das opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar registaram um contributo positivo.” No entanto, as famílias continuam a mostrar cautelosas quanto a grandes compras, com as “perspetivas sobre a evolução futura da realização de compras importantes por parte das famílias” a registarem “um contributo negativo”, destaca o INE.

No sentido oposto está o Indicador de Clima Económico, que registou uma diminuição em junho, contrariando o aumento observado no mês anterior. Este indicador, que sintetiza os saldos de respostas extremas das questões relativas aos inquéritos às empresas, reflete uma perceção mais pessimista por parte dos empresários.

“Os indicadores de confiança diminuíram no comércio e nos serviços, tendo aumentado moderadamente na indústria transformadora e na construção e obras públicas”, refere o INE.

Um dos fatores que poderá estar a pesar no sentimento empresarial é a evolução dos preços. O INE indica que “o saldo das expectativas dos empresários sobre a evolução futura dos preços de venda diminuiu em junho na Construção e Obras Públicas e nos Serviços, tendo aumentado na Indústria Transformadora e no Comércio, de forma significativa no primeiro caso.”

Junho trouxe assim um retrato económico misto: enquanto os consumidores revelam-se mais otimistas, as empresas mostram-se mais cautelosas. Resta saber se este contraste se manterá nos próximos meses ou haverá uma convergência de sentimentos. O verão económico promete ser quente e recheado de incertezas.

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