Meloni votou contra nomeação de Costa para o Conselho Europeu
A primeira-ministra italiana terá votado contra a nomeação de António Costa para presidente do Conselho Europeu. Já Viktor Órban terá votado a favor do ex-primeiro-ministro.
Girogia Meloni, líder italiana, terá votado contra o nome de António Costa para novo presidente do Conselho Europeu, avança o Politico e o Corriere de La Serra citando duas fontes diplomáticas. Durante a reunião do Conselho Europeu, esta quinta-feira em Bruxelas, a primeira-ministra italiana também terá votado contra o nome de Kaja Kallas para Alta Representante da União Europeia para a Política Externa, enquanto se absteve na votação para uma renovação do mandato de Ursula von der Leyen à frente da Comissão Europeia.
Por seu turno, Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, terá votado a favor de António Costa para presidir o Conselho Europeu. Mas votou contra a nomeação de von der Leyen e absteve-se perante o nome de Kallas, sua homóloga na sala do Conselho, enquanto primeira-ministra da Estónia.
Meloni já tinha mostrado o desconforto com o acordo alcançado pelas três famílias europeias – sociais-democratas (PPE), socialistas (S&D) e liberais (Renovar Europa) – para os cargos de topo, à margem da extrema-direita, que apesar de ter crescido na Eurocâmara não conseguiu furar a a maioria dos eurodeputados de centro europeísta. Ainda assim, o grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), liderado pela primeira-minitra italiana, é, neste momento, a terceira força política no Parlamento Europeu.
O chumbo de Meloni não é um obstáculo à nomeação de Costa, que não tem de ser sufragado pelos 720 eurodeputados, mas pode travar a confirmação de Kallas, que tem ainda de se sujeitar ao voto em Estrasburgo.
Já o anúncio da abstenção, a confirmar-se, pode facilitar o caminho para um segundo mandado da alemã no Berlaymont, em Bruxelas. Tanto Kallas como Von der Leyen, apesar de já terem recebido a luz verde dos Estados-membros esta quinta-feira, têm ainda de enfrentar a votação no Parlamento Europeu, prevista para 16 de julho. As duas dirigentes precisam de ter, pelo menos, 361 votos no Parlamento Europeu.
PPE, socialistas e liberais reúnem, atualmente, 399 eurodeputados, mas não é certo que todos tenham o voto alinhado. Também não é certo que este número de mantenha uma vez que as negociações para a formação das bancadas parlamentares em Estrasburgo irão decorrer até ao dia 4 de julho.
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