Barómetro ACEGE: Empresários querem que BCE volte a cortar juros na próxima reunião

Barómetro da ACEGE mostra que empresários portugueses consideram que o BCE devia voltar a descer as taxas de juro de referência na próxima reunião marcada para 18 de julho.

A maioria dos empresários considera que o Banco Central Europeu (BCE) devia voltar a cortar as taxas de juro na próxima reunião do conselho de governadores, de acordo com os resultados do barómetro de junho da ACEGE/ECO/RR.

O BCE baixou as taxas de referência na reunião de 6 de junho, naquele que foi o primeiro corte após aumento cumulativo de 450 pontos base nos últimos dois anos com o objetivo de travar a escalada da inflação.

A próxima reunião do conselho de governadores está marcada para 18 de julho. Quase 60% dos 138 empresários inquiridos pela ACEGE mostra-se favorável a uma nova descida, enquanto outros 20% defendem que o BCE não deve voltar a aliviar a política monetária. Não sabe ou não responde foi a resposta de 21% dos inquiridos.

Com as pressões inflacionistas a darem tréguas, os analistas esperam que a autoridade monetária da Zona Euro promova mais duas descidas das taxas de referência ao longo deste ano. Mas estas só deverão ocorrer em setembro e dezembro, segundo a poll de economistas da Reuters.

Nesse cenário, a taxa de depósitos fecharia o ano nos 3,25%, uma expectativa que o governador do Banco da Finlândia, Olli Rehn, acha “razoável”.

Nota: O Barómetro é uma iniciativa mensal realizada em colaboração com o Jornal ECO, Rádio Renascença e Netsonda, e tem como objetivo saber a opinião dos Associados da ACEGE sobre temas da atualidade, não sendo por isso uma sondagem de opinião. Foi enviado por email a 1.094 associados da ACEGE, através de uma plataforma da Netsonda, e esteve aberto 48h, nos dias 25 e 26 de junho, tendo respondido 138 pessoas.

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Barómetro ACEGE: Empresários duvidam que Portugal cumpra PRR

Com 23% das metas e marcos cumpridos, a dois anos do prazo limite para cumprir os 358 que faltam, 68,12% dos empresários inquiridos considera que Portugal não vai conseguir cumprir os prazos.

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tem como prazo limite de conclusão o dia 30 de junho de 2026. A dois anos do final do prazo, a maioria dos empresários inquiridos pelo barómetro mensal da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE)/ECO/Renascença considera que Portugal não vai conseguir cumprir os prazos e, consequentemente, não receberá a totalidade dos 22,2 mil milhões de euros da bazuca europeia.

Com 23% das metas e marcos cumpridos a dois anos do prazo limite para cumprir os 358 que faltam, 68,12% dos empresários inquiridos no Barómetro considera que Portugal não vai conseguir cumprir os prazos.

Paulo Trigo Pereira, João Cortes e Steffen Hoernig, no estudo “Transição digital no Plano de Recuperação e Resiliência”, já defendiam que é praticamente impossível Portugal executar o PRR no horizonte temporal dado. Portugal não está isolado, já que outros Estados-membros enfrentam o mesmo desafio, por isso, os autores consideram que a Comissão Europeia ou mantém os prazos, “o que significa sacrificar a execução do PRR e pôr em risco o objetivo de retoma económica”, ou “reinterpreta as regras aprovadas de modo a estender o calendário de execução”.

A Comissão Europeia reitera incessantemente que não há flexibilidade nos prazos.O prazo limite de 2026 é absoluto, não é flexível”, frisou diretora-geral do SG Recover, no encontro anual do PRR, reconhecendo que se trata de “um desafio enorme”. Céline Gauer elogiou o desempenho de Portugal. “É muito, mas muito pouco dado o tempo que temos”, alertou. As regras determinam que o deadline é agosto de 2026. Por isso, defendeu a necessidade de “reduzir a burocracia” e criar um “impulso político para finalizar as reformas que garantam a implementação” do PRR, assim como a “capacidade administrativa”, que disse serem “a chave para o sucesso”.

Mas o Parlamento Europeu já se manifestou disponível para aprovar o prolongamento de execução da bazuca, uma decisão que não precisa de unanimidade.

Ainda assim, o novo Governo, desde que entrou em funções, já tomou diversas medidas para acelerar a execução dos fundos do PRR e tem sublinhado a necessidade de todos os beneficiários, intermediários e finais, se esforçarem por acelerar a execução dos projetos.

Os beneficiários finais só receberam 21% da dotação da bazuca até 19 de junho, ou seja, 4,57 mil milhões de euros.

Nota: O Barómetro é uma iniciativa mensal realizada em colaboração com o Jornal ECO, Rádio Renascença e Netsonda, e tem como objetivo saber a opinião dos Associados da ACEGE sobre temas da atualidade, não sendo por isso uma sondagem de opinião. Foi enviado por email a 1.094 associados da ACEGE, através de uma plataforma da Netsonda, e esteve aberto 48h, nos dias 25 e 26 de junho, tendo respondido 138 pessoas.

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Portugal é o único país a alcançar presidência da Comissão, Conselho e ONU

  • Lusa
  • 27 Junho 2024

Um feito que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, atribuiu esta semana a uma "capacidade extraordinária de Portugal".

Com a eleição do ex-primeiro-ministro António Costa pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia, Portugal torna-se o único país a ter alcançado a liderança do Conselho Europeu, da Comissão Europeia e das Nações Unidas. O ex-primeiro-ministro português, o socialista António Costa, foi esta quinta-feira nomeado pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia como presidente do Conselho Europeu para um mandato de dois anos e meio, foi anunciado em Bruxelas.

De acordo com fontes diplomáticas, a decisão foi adotada numa reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, na qual os líderes da União Europeia (UE) propuseram também o nome de Ursula von der Leyen para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia, que depende porém do aval final do Parlamento Europeu, e nomearam a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, sujeita à eleição pelos eurodeputados de todo o colégio de comissários.

Um feito que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, atribuiu esta semana a uma “capacidade extraordinária de Portugal”, que alcançou “apoio e reconhecimento suficientes para o desempenho de altas funções em organizações internacionais variadas e de reputada importância”. O antigo chefe do Governo socialista António Guterres desempenha atualmente o segundo mandato como secretário-geral das Nações Unidas, cargo que iniciou em janeiro de 2017.

José Manuel Durão Barroso, antigo primeiro-ministro social-democrata, liderou a Comissão Europeia durante dois mandatos, entre 2004 e 2014. “E houve outras alturas em que tivemos lugares importantes”, salientou Montenegro, dando os exemplos do antigo comissário europeu António Vitorino (PS) à frente da Organização Internacional das Migrações (2018-2023), da presidência do Eurogrupo exercida pelo antigo ministro das Finanças do PS Mário Centeno (2018-2020), ou, atualmente, do antigo ministro social-democrata Jorge Moreira da Silva, que dirige a UNOPS (agência da ONU para as infraestruturas e gestão de projetos).

É o reconhecimento da qualidade dos nossos cidadãos que se disponibilizam para o exercício de funções políticas, e obviamente de todos os serviços e acompanhamento de retaguarda, incluindo a nossa rede diplomática e todos os funcionários que temos em várias instituições”, referiu o primeiro-ministro esta quarta-feira, no parlamento, durante o debate preparatório do Conselho Europeu.

“O facto de termos um país com uma grande história, termos demonstrado ao longo dos séculos a nossa capacidade, termos uma das línguas mais faladas do mundo – tudo isso tem sido reconhecido”, comentou Luís Montenegro. Para o chefe do Governo, estas nomeações de portugueses para cargos de topo são uma “oportunidade de não sermos aquilo que às vezes somos, demasiado pessimistas sobre nós próprios”.

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Meloni votou contra nomeação de Costa para o Conselho Europeu

A primeira-ministra italiana terá votado contra a nomeação de António Costa para presidente do Conselho Europeu. Já Viktor Órban terá votado a favor do ex-primeiro-ministro.

Girogia Meloni, líder italiana, terá votado contra o nome de António Costa para novo presidente do Conselho Europeu, avança o Politico e o Corriere de La Serra citando duas fontes diplomáticas. Durante a reunião do Conselho Europeu, esta quinta-feira em Bruxelas, a primeira-ministra italiana também terá votado contra o nome de Kaja Kallas para Alta Representante da União Europeia para a Política Externa, enquanto se absteve na votação para uma renovação do mandato de Ursula von der Leyen à frente da Comissão Europeia.

Por seu turno, Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, terá votado a favor de António Costa para presidir o Conselho Europeu. Mas votou contra a nomeação de von der Leyen e absteve-se perante o nome de Kallas, sua homóloga na sala do Conselho, enquanto primeira-ministra da Estónia.

Meloni já tinha mostrado o desconforto com o acordo alcançado pelas três famílias europeias – sociais-democratas (PPE), socialistas (S&D) e liberais (Renovar Europa) – para os cargos de topo, à margem da extrema-direita, que apesar de ter crescido na Eurocâmara não conseguiu furar a a maioria dos eurodeputados de centro europeísta. Ainda assim, o grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), liderado pela primeira-minitra italiana, é, neste momento, a terceira força política no Parlamento Europeu.

O chumbo de Meloni não é um obstáculo à nomeação de Costa, que não tem de ser sufragado pelos 720 eurodeputados, mas pode travar a confirmação de Kallas, que tem ainda de se sujeitar ao voto em Estrasburgo.

Já o anúncio da abstenção, a confirmar-se, pode facilitar o caminho para um segundo mandado da alemã no Berlaymont, em Bruxelas. Tanto Kallas como Von der Leyen, apesar de já terem recebido a luz verde dos Estados-membros esta quinta-feira, têm ainda de enfrentar a votação no Parlamento Europeu, prevista para 16 de julho. As duas dirigentes precisam de ter, pelo menos, 361 votos no Parlamento Europeu.

PPE, socialistas e liberais reúnem, atualmente, 399 eurodeputados, mas não é certo que todos tenham o voto alinhado. Também não é certo que este número de mantenha uma vez que as negociações para a formação das bancadas parlamentares em Estrasburgo irão decorrer até ao dia 4 de julho.

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Marcelo saúda “magnífica decisão” de nomear António Costa para o Conselho Europeu

O Presidente da República saudou a nomeação de António Costa para a presidência do Conselho Europeu, considerando a decisão como "magnífica" não só para Portugal mas também para a Europa.

O Presidente da República parabenizou a nomeação de António Costa para a presidência do Conselho Europeu, considerando a decisão como “magnífica” para Portugal e para a Europa. Em comunicado, publicado no site da presidência esta sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa afirma que “as decisões de hoje do Conselho Europeu (…) abrem caminho à continuidade do regular funcionamento das instituições europeias”.

“O compromisso pessoal e o trabalho já demonstrado de António Costa para com a construção europeia e no que representa de solidariedade e progresso é uma garantia de que o Conselho Europeu ficará em boas mãos“, lê-se na nota do Presidente que “lhe apresenta os votos de parabéns e de felicidades nas futuras funções, a bem de todos nós”.

Esta quinta-feira, no primeiro de dois dias do Conselho Europeu, os 27 líderes dos Estados-membros chegaram a acordo sobre o próximo ciclo institucional na União Europeia. António Costa foi nomeado por uma maioria qualificada para presidir o Conselho Europeu, nos próximos dois anos e meio (sendo provável uma reeleição, como costuma ser hábito). O ex-primeiro-ministro tomará posse a 1 de dezembro, sucedendo ao belga Charles Michel.

Já Ursula von der Leyen e Kaja Kallas conseguiram a aprovação do Conselho Europeu para presidir à Comissão Europeia e chefiar a diplomacia europeia, respetivamente. Estes últimos dois cargos ainda terão de ir a votos no Parlamento Europeu algo que só acontecerá a 16 de julho, quando os 720 eurodeputados tomarem posse e votarem, também, o presidente e vice-presidente do hemiciclo em Estrasburgo. Serão necessários 361 votos.

Montenegro felicita Costa

Na rede social X, Luís Montenegro, que esteve presente nesta reunião do Conselho Europeu em representação de Portugal, também felicitou a escolha de António Costa para o Conselho Europeu, tal como tem vindo a fazer desde o dia 9 de junho, dia das eleições europeias.

“Escolha natural”, diz Durão Barroso

Durão Barroso também felicitou a nomeação de António Costa para o cargo, considerando a escolha como a mais “natural” em cima da mesa para presidir o Conselho Europeu.

Numa entrevista para a CNN Portugal, o antigo primeiro-ministro português e antigo presidente da Comissão Europeia desejou o “maior sucesso profissional e pessoal” a António Costa, considerando que irá desempenhar o cargo com “competência”. “Espero que leve a perspetiva portuguesa de moderação, equilíbrio e consenso“, defendeu Barroso.

Segundo o antigo chefe do executivo comunitário, a escolha de um dirigente com as características de António Costa foi “importante” numa “altura em que este tipo de liderança pode fazer a diferença”. “Para Portugal, é uma excelente notícia”, disse ainda.

O antigo líder da Comissão Europeu explica ainda que “o Conselho Europeu é o órgão de condução estratégica da União Europeia. É formado pelo presidente do Conselho Europeu, pelo presidente da Comissão Europeia e todos os chefes de Estado dos governos dos 27 países. É essencial que haja esforço de consenso.”

Notícia atualizada às 23h03

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É oficial. António Costa nomeado para presidente do Conselho Europeu

O ex-primeiro-ministro irá liderar o órgão em Bruxelas que representa os 27 Estados-membros, sucedendo a Charles Michel. Costa foi o único nome proposto para o cargo e obteve apoio da maioria dos 27.

É oficial. António Costa vai mesmo ser o presidente do Conselho Europeu na próxima legislatura, em Bruxelas.

O nome do ex-primeiro-ministro foi o único proposto para a presidência do órgão que representa os 27 Estados-membros, tendo conseguido a maioria qualificada necessária para ser aprovado. António Costa será o primeiro português e socialista no cargo desde de que foi criado, no âmbito do Tratado de Lisboa, em 2009, e sucederá ao belga Charles Michel que liderou o órgão durante cinco anos (dois mandatos). António Costa tomará posse a 1 de dezembro para um mandado de dois anos e meio, renovável.

A decisão foi tomada depois do jantar dos chefes europeus, em Bruxelas, à semelhança do primeiro encontro no início do mês, depois de uma reunião no Conselho Europeu durante a tarde no qual foram abordados vários temas, entre eles, o alargamento à Ucrânia, a guerra no Médio Oriente e ainda temas ligados à segurança e defesa.

Na rede social X, António Costa agradece a nomeação para o cargo, garantindo que será com “um enorme sentido de missão” que assumirá “a responsabilidade de ser o próximo Presidente do Conselho Europeu”.

Além de António Costa, os 27 líderes europeus (Pedro Sanchéz esteve ausente mas delegou o voto a Olaf Scholz) também aprovaram a indicação de Kaja Kallas para o cargo de alta representante da União Europeia para a política externa e Ursula von der Leyen para um segundo mandato na presidência da Comissão Europeia.

Ao contrário de Costa, Kallas e von der Leyen terão ainda de passar pelo crivo do Parlamento Europeu (361 votos), algo que deverá acontecer a 16 de julho, na sessão constitutiva. Nessa altura, tomarão posse os 720 eurodeputados e serão eleitos os presidentes e vice-presidentes do Parlamento Europeu. Roberta Metsola deverá ser reconduzida para presidir o hemiciclo em Estrasburgo, e será escolhido nessa mesma sessão também o seu vice-presidente.

A primeira-ministra da Estónia, agora nomeada chefe da diplomacia europeia, recorreu à rede social X para partilhar que se sente se “honrada” por ter sido indicada para o cargo, considerando que a “confiança” depositada em si “é muito importante”.

Temos de continuar a trabalhar em conjunto para garantir que a Europa é um parceiro mundial eficaz para manter os nossos cidadãos livres, seguros e prósperos“, afirmou Kaja Kallas.

O primeiro de dois dias do encontro entre os líderes europeus serviu ainda para aprovar a agenda estratégica para os próximos cinco anos, um documento no qual ficaram definidas as prioridades e as orientações estratégicas da UE para a próxima legislatura, entre elas, a adesão da Ucrânia à UE, a segurança, defesa, imigração a competitividade.

A aprovação de Costa para o cargo já era expectável uma vez que, no início da semana, os líderes europeus já tinha chegado a acordo sobre os nomes que iriam presidir as principais instituições na União Europeia.

Embora a nomeação estivesse fortemente assegurada, graças ao apoio dos 13 líderes do Conselho Europeu que integram do Partido Popular Europeu (família do PSD e CDS), os cinco liberais (família da Iniciativa Liberal) e os quatro socialistas (família do PS) – o que representa 22 dos 27 Estados-membros, uma maioria qualificada reforçadanão ficou isenta de contestação, sobretudo vinda da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que expressou mal-estar entre os homólogos por se ter sentido excluída das negociações.

Para Meloni, os nomes para os três cargos de topo vieram sob forma de um “pacote” pré-definido pelas três principais famílias políticas, algo que não a agradou. E isso confirmou-se ao jantar. De acordo com o Corriere della Sera e o Politico, Meloni votou contra a nomeação de Costa e Kallas e absteve-se aquando da votação de von der Leyen.

A governante italiana é também líder dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), que, neste momento, é a terceira força política no Parlamento Europeu, tendo destronado os liberais Renovar Europa. Este posicionamento, logicamente, daria motivos para que o ECR fosse não só incluído nas negociações como também tivesse direito a um dos cargos de topo, neste caso o de chefe da diplomacia. No entanto, esse cenário dificilmente se concretizaria uma vez que o ECR é um grupo político da ala da direita radical, e do qual o espanhol Vox faz parte — uma “linha vermelha” para os socialistas e liberais que se recusam a negociar com essa família. Este sentimento de exclusão levou a que muitos antecipassem algum bloqueio por parte da primeira-ministra italiana que, até ao início do Conselho Europeu desta quinta-feira, esteve incontactável para os restantes líderes europeus, avançou o Politico.

Descontente com o decorrer das negociações esteve também Viktor Orbán que se mostrou insatisfeito por não terem sido contemplados os resultados das eleições europeias, do passado dia 9 de junho, que demonstram um crescimento significativo da direita, sobretudo radical graças ao ECR. Embora o seu partido, Fidesz, esteja neste momento sem família política (e não é provável que seja integrado no grupo dos conservadores na próxima legislatura) o primeiro-ministro húngaro contestou, várias vezes, o decorrer do processo para os cargos de topo que decorreru, sobretudo, entre as três famílias políticas que ficaram com os cargos de topo. Ainda assim, Viktor Orbán terá votado a favor de Costa.

Petr Fiala, o primeiro-ministro checo, cujo partido é membro do ECR, apoiou os nomes que foram colocados em cima da mesa.

É crucial para a República Checa que a distribuição respeite não só o equilíbrio político mas também o equilíbrio geográfico. Os nomes propostos até agora cumprem estes critérios“, escreveu o governante na rede social X nas redes sociais. “Além disso, conheço-os a todos pessoalmente, têm uma relação positiva com a República Checa e tenho uma excelente experiência de trabalho com eles”, acrescentou.

Também Donald Tusk, primeiro-ministro polaco da família do PPE, parabenizou as escolhas para os cargos de topo, considerando que isso é uma “vitória para a Polónia e para a Europa“.

Macron quer recondução de Thierry Breton

Escolhidos os cargos de topo, segue-se agora a escolha dos comissários e vice-presidente da Comissão Europeia. O pontapé de partida foi dado pelo presidente francês Emmanuel Macron quer que Thierry Breton cumpra um segundo mandato como comissário europeu do Mercado Interno, escreve o Politico e o Le Monde, esta sexta-feira.

A medida é um golpe para o Rassemblement National (RN) de Marine Le Pen que, após as eleições legislativas, pretendia nomear o próximo comissário francês.

Seria um golpe de força se o Presidente nomeasse [alguém] antes das eleições e sem o aval da futura maioria“, disse ao Politico uma pessoa próxima de Jordan Bardella, candidato do RN ao cargo de primeiro-ministro. Recorde-se que os franceses vão às urnas este domingo, 30 de junho, e no domingo seguinte, 7 de julho, para eleger o seu novo Parlamento, depois de Macron ter convocado eleições antecipadas.

 

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Lisboa e Porto apontam dificuldades em executar programa para comunidades desfavorecidas

"Atrasos na contratação" e "concursos públicos vazios" são alguns dos problemas apontados pelas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto na execução do programa de apoio a comunidades desfavorecidas.

As áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto têm sentido dificuldades na execução do programa de operações integradas para as comunidades desfavorecidas, financiado em 250 milhões de euros e que abrange 35 municípios. Apontam “muitos atrasos na contratação” e “concursos públicos vazios“, que causam consequente atraso na execução, além das “exigências do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] desajustadas à dimensão de algumas das entidades envolvidas, com elevado custo administrativo face à sua eficácia”.

Estes foram alguns dos reparos feitos pelas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, durante a apresentação dos primeiros resultados dos Planos de Ação para as Comunidades Desfavorecidas das duas zonas do país, no Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota. Este programa começou em janeiro de 2022 e termina em dezembro de 2025.

O primeiro-secretário da Área Metropolitana de Lisboa (AML), Carlos Humberto de Carvalho, elencou dificuldades na execução do programa, como a “existência de concursos públicos vazios, que leva ao aumento dos preços base, necessidade de lançamento de novo procedimento e consequente atraso de execução”. Assim como, apontou, os “atrasos na contratualização das operações, com impacto na execução física registada”.

O responsável indicou ainda como desafios a ultrapassar o “aumento do preço das aquisições de bens e serviços, com montantes adjudicados superiores aos aprovados, com ónus para os beneficiários”, além de “dificuldades de acesso e utilização do sistema de informação do PRR que tem condicionado a submissão de pedidos de pagamento e consequente execução financeira do investimento”.

Existência de concursos públicos vazios, que leva ao aumento dos preços base, necessidade de lançamento de novo procedimento e consequente atraso de execução.

Carlos Humberto de Carvalho

Primeiro-secretário da Área Metropolitana de Lisboa

Segundo Carlos Humberto de Carvalho, até dezembro de 2023 a execução financeira do programa correspondia a 20%, com o pagamento de 23,8 milhões de euros dos 121,5 milhões de euros aprovados pelo PRR para a AML. O programa abrangeu um total de 234.077 pessoas desta região até ao final do último ano, “o que corresponde a uma média de execução de 10%”.

“Em 2024 e 2025 as execuções serão maiores. Bem, têm de ser”, assinalou o primeiro-secretário da AML, afirmando: “Necessitamos de ir mais longe. Necessitamos de uma agenda de combate a exclusão social, de ter duas áreas metropolitanas mais prósperas e coesas que gerem dinamismo económico para um país mais coeso”.

Programa de apoio a comunidades desfavorecidas na AML27 junho, 2024

Apesar de considerar o “balanço [deste programa] positivo”, a primeira-secretária da Área Metropolitana do Porto (AMP), Ariana Pinho, também elencou dificuldades na execução do programa, com “muitos atrasos na contratação” e concursos públicos desertos.

Segundo Ariana Pinho, “até 31 de dezembro de 2023 foram contratualizadas na AMP um total 194 intervenções individuais, correspondentes a 84,4 milhões de euros“. Adiantou igualmente que “estão em fase de contratação 67 operações que representam um investimento de 34,6 milhões de euros euros”.

A responsável referiu ainda que, até ao final do ano passado, foram adiantados cerca de 4,6 milhões de euros e atribuídos 2,7 milhões de euros em pedidos de reembolso.

À margem da apresentação, Eduardo Vítor Rodrigues, na liderança da Área Metropolitana do Porto, salientou que a taxa de execução financeira do programa ronda os 18%. “Embora numa lógica de planeamento deste tipo de projetos temos de ter em conta a contratualização”, sustentou. Até porque, detalhou, “ao ter a contratualização, temos cativa a verba e a possibilidade de vir a cumprir todas as metas que nos são impostas”.

Este programa abrange 18 municípios da AML e outros 17 na AMP. “As duas áreas metropolitanas contam mais de 4,6 milhões de habitantes, o que corresponde a 45% da população nacional, e que em conjunto representam cerca de 52% do PIB nacional e 61% do valor acrescentado bruto“, calculou a presidente da AML, Carla Tavares.

Autarcas alertam para pobreza nas áreas de Lisboa e Porto

A também autarca da Amadora alertou para as assimetrias existentes nos dois territórios, com pobreza e exclusão social. “São evidentes as profundas assimetrias sociais e económicas, bem como os problemas estruturais de desigualdade económica e exclusão social”.

O seu homólogo Eduardo Vítor Rodrigues realçou, por sua vez, a importância de abordar “velhas questões sociais e novas questões sociais”. Ou seja, especificou, “no caso da Área Metropolitana do Porto, muito em concreto, olhando para as velhas questões sociais, o empobrecimento em alguns segmentos em concreto ou o desemprego e a desqualificação, muito específicas aqui da região Norte do país e da AMP; mas também as novas questões sociais como a imigração e a integração de imigrantes“.

As áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto já se tinham reunido durante a manhã desta quinta-feira, na sede da AMP, para abordar três domínios do PRR com relevante impacto territorial: habitação, inclusão social e mobilidade e transportes públicos.

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Acidente ferroviário provoca cinco mortos na Eslováquia

  • Lusa
  • 27 Junho 2024

Mais de cem pessoas estavam a bordo do comboio Eurocity quando chocou com um autocarro na cidade eslovaca de Nove Zamky.

Um comboio que fazia a ligação entre Praga e Budapeste colidiu esta quinta-feira com um autocarro na Eslováquia, deixando pelo menos cinco mortos e cinco feridos, segundo as autoridades. Mais de cem pessoas estavam a bordo do Eurocity quando o acidente ocorreu, pouco depois das 17:00 locais (16:00 em Lisboa) na cidade de Nove Zamky, informou a polícia e a empresa ferroviária eslovaca ZSSK.

As mortes e os feridos foram confirmados pelos serviços de socorro da Eslováquia e a ZSSK indicou que nenhuma das cinco vítimas mortais estava a bordo do comboio. Imagens de vídeo mostraram a locomotiva da composição em chamas, e autoridades ferroviárias descreveram que o autocarro ficou gravemente danificado no acidente.

O ministro do Interior, Matus Sutai Estok, estava a dirigir-se para o local do acidente, disse a polícia. A principal linha ferroviária que liga Bratislava, a capital da Eslováquia, a Budapeste, foi fechada até novo aviso e os mais de cem passageiros retidos a bordo do comboio envolvido no acidente estavam a ser transportados de autocarro para a cidade de Sturovo, na fronteira com a Hungria, de acordo com a ZSSK.

O maquinista da locomotiva, um cidadão checo, escapou com queimaduras leves, disse a empresa proprietária da ferrovia da República Checa. Os outros quatro feridos eram viajantes que seguiam na composição. Não ficou ainda claro o que causou o acidente e as autoridades estão a investigar.

O Presidente eslovaco, Peter Pellegrini, que está em Bruxelas para participar numa cimeira de líderes da União Europeia, apresentou as suas condolências aos familiares das vítimas. “Desejo aos feridos uma rápida recuperação e agradeço aos médicos e às equipes de resgate pelo trabalho realizado”, disse Pellegrini.

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Ageas notificou a Autoridade da Concorrência da compra da One Clinics

  • ECO Seguros
  • 27 Junho 2024

O grupo segurador quer comprar a One Clinics, empresa que se dedica à prestação de serviços de medicina física e de reabilitação através das clínicas na Área Metropolitana de Lisboa e no Alentejo.

A Ageas Portugal notificou a Autoridade de Concorrência da compra da Onestone – Health Care Investments e, consequentemente, das suas subsidiárias Grupo One Clinics. A informação foi tornada pública num anúncio publicado no seu sítio da internet esta terça-feira.

Segundo o anúncio, “a Autoridade da Concorrência recebeu, em 19 de junho de 2024, uma notificação prévia de uma operação de concentração”, no sentido da aquisição, pela Ageas Portugal, do “controlo exclusivo da Onestone – Health Care Investments” e, consequentemente, das suas subsidiárias – Grupo One Clinics.

A notificação surge após a Ageas Portugal ter anunciado a celebração de um contrato de compra e venda de ações para adquirir 100% do capital social da OneStone – Health Care Investments, esperando fechar a operação no terceiro semestre do ano. No entanto, como o Ecoseguros noticiou, a conclusão da transação está sujeita a aprovação prévia da Autoridade de Concorrência.

Segundo a AdC, o Grupo One Clinics dedica-se à prestação de serviços de medicina física e de reabilitação através de 14 clínicas próprias na Área Metropolitana de Lisboa e no Alentejo, em Évora e Beja. A Ageas Seguros garantiu a preservação da força de trabalho e a continuação das operações.

Assim, se receber o parecer de não oposição da Autoridade da Concorrência, a Ageas pode concluir a aquisição de 100% da operação da One Clinics.

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Zurich lança campanha para crescer no automóvel e no digital

  • ECO Seguros
  • 27 Junho 2024

Esta campanha dá descontos até ao final do ano e passa nas redes sociais, rede de mupis digitais dos escritórios dos Agentes Zurich e no programa Café da Manhã da RFM.

A Zurich quer cativar mais consumidores a aderir ao seguro automóvel e pretende aumentar o número de clientes digitais através da campanha de descontos a dobrar 5% + 5% que decorre até ao final do ano. Segundo o comunicado da seguradora, o desconto de 5% aplica-se a novas apólices cujos clientes adiram à aplicação Zurich4You, e junta-se o desconto adicional de 5% se o cliente optar por pagar por débito direto.

Emília Sanches, Responsável pelo Marketing da Zurich Portugal, afirmou que “com esta campanha automóvel associada ao digital, queremos convidar todos estes públicos a percorrerem connosco esta jornada rumo a um futuro mais sustentável”.

A campanha passa nas redes sociais, na rede de mupis digitais dos escritórios dos Agentes Zurich e no programa Café da Manhã da RFM. A estratégia de marketing está alinhada com o pilar de sustentabilidade que a seguradora estabeleceu para o ciclo estratégico 2023-2025.

Na Zurich, estamos comprometidos em criar um futuro brilhante, para as atuais e para as futuras gerações. Este é o propósito da nossa marca e para o qual trabalhamos todos os dias, mas só o poderemos alcançar com o envolvimento dos nossos colaboradores, parceiros, clientes e comunidade. O impacto do esforço conjunto faz a diferença e, com esta campanha automóvel associada ao digital, queremos convidar todos estes públicos a percorrerem connosco esta jornada rumo a um futuro mais sustentável”, destaca Emília Sanches, Responsável pelo Marketing da Zurich Portugal.

A aplicação Zurich4You foi lançada em 2021, permite aos clientes gerirem as suas apólices num click, consultar documentos como a carta verde e o cartão de saúde, solicitar assistência, contactar um mediador da Zurich ou participar um sinistro em 4 passos.

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Seguradoras têm que aceitar atestado de incapacidade multiuso

  • ECO Seguros
  • 27 Junho 2024

O Supremo ao fixar a jurisprudência fixa que casos idênticos que cheguem ao supremo daqui em diante terão tratamento idêntico, mesmo que nos tribunais inferiores a decisão tenha sido outra. 

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) concluiu que o atestado médico de incapacidade multiuso emitido pela junta médica tem de ser aceite e não pode ser afastado por outro tipo de prova. Segundo avançou o Jornal de Negócios (acesso pago), o acórdão publicado esta terça-feira em Diário da República fixa esta jurisprudência.

O caso que chegou aos juízes conselheiros era de uma pessoa que na sequência de uma doença grave ficou com uma incapacidade absoluta e definitiva de 76% segundo o atestado passado pela junta médica e já reconhecida pela Segurança Social. Ficava assim com incapacidade total para o trabalho e dependente de terceiros. E o contrato de seguro associado ao crédito habitação garante o direto à amortização do crédito neste caso.

Mas a seguradora contestou o pedido e exigiu a realização de uma perícia. A prova pericial realizada pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses concluiu que a doença detetada causava uma incapacidade de 21,9%. Assim a seguradora recusou o pagamento alegando inexatidões nas declarações prestadas pela cliente.

Quando o caso chegou ao STJ, este deu razão à cliente. Daqui em diante, as seguradoras terão de aceitar o atestado multiuso e o nível de incapacidade determinado pela junta médica em casos semelhantes. Assim, o STJ ao fixar a jurisprudência, indica que casos idênticos que cheguem ao supremo, daqui em diante, terão tratamento idêntico, mesmo que nos tribunais inferiores a decisão tenha sido outra.

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Savannah considera passar a cotar na Euronext

Passar a cotar na Euronext é uma hipótese para a empresa que quer explorar lítio em Boticas. Contudo, a Savannah Resources não esclarece se cotaria em Lisboa ou em outra bolsa europeia.

Numa chamada com investidores esta quinta-feira, o CEO da Savannah Resources, Emanuel Proença, assumiu que a empresa considera mudar de “sede” no que diz respeito à bolsa – agora está cotada em Londres mas a Euronext, que gere várias bolsas na Europa, incluindo a de Lisboa, é uma das hipóteses na calha. A empresa, que se propõe a explorar as reservas de lítio na zona de Boticas, em Portugal, mantém 2026 como a meta para o início da produção, mas reconhece que é um objetivo “ambicioso” e pode derrapar – mas não muito.

“Mudar [a bolsa] onde estamos cotados já foi discutido e vai continuar a ser discutido” e “à medida que progredimos para a produção e para fluxos de caixa positivos outras opções podem tornar-se mais interessantes“, indicou o CEO da Savannah, já que a atual “casa” nos mercados, a AIM – Alternative Investment Market, tem vantagens e desvantagens, e a empresa procura servir “o melhor interesse dos acionistas” com a sua escolha.

Uma das hipóteses frequentemente levantadas, adiantou, é a ASX – Australian Securities Exchange (Austrália), mas “o facto de estarmos em Portugal e na Europa significa que também deveríamos olhar à Euronext“, concedeu ainda Emanuel Proença. Contactada para esclarecer se a Euronext Lisboa, em particular, era uma opção, a empresa preferiu não comentar.

Quanto ao calendário do projeto em Portugal, em Boticas, não tem alterações à vista. “Nesta fase, mantemos o objetivo de entrar em produção em 2026, mesmo conscientes de que é um prazo ambicioso. É compreensível que derrape algumas semanas ou meses“, afirmou o CEO.

Durante a chamada com os investidores, o CEO da Savannah sublinhou a importância da parceria firmada com a AMG Lithium, que investiu recentemente 16 milhões de libras na Savannah, tornando-se o maior acionista, com uma participação de 15,8%.

Além de a AMG passar a ter um papel relevante no que diz respeito ao financiamento do projeto, as duas empresas estão a estudar a construção conjunta de uma refinaria de lítio em Portugal ou Espanha. “A prioridade é o projeto [em Boticas] entrar em produção. Mas o facto de estarmos a pensar em novos negócios e novas fontes de valor em conjunto é interessante, e reforça o quanto um projeto como este [de Boticas] pode atrair investimento para Portugal”, indicou.

Apesar da importância desta parceria, o CEO abre a hipótese de se juntar a novos aliados, adicionalmente. “Estamos focados em acelerar o projeto”, justifica. E, apesar de o novo presidente da empresa, Richard Anthon, poder abrir a porta a parcerias fora da Europa, tendo em conta a origem australiana e a experiência profissional fora do Velho Continente, Emanuel Proença reitera que o foco da empresa está na Europa.

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