Algarve desperdiça metade da água potável. Conheça os concelhos com maiores perdas

Lagoa, Lagos, Silves, São Brás de Alportel, Loulé e Castro Marim estão no top 6 dos concelhos algarvios que mais água tratada desperdiçaram em 2022.

Mais de 15 milhões de metros cúbicos de água potável escaparam do sistema de distribuição no Algarve em 2022, o equivalente a 49% da água faturada às famílias nesse ano, alerta a Deco Proteste. A água perdida seria suficiente para colmatar metade das necessidades das famílias algarvias.

Dos 16 concelhos da região, metade registou perdas elevadas e 15 ficaram abaixo dos mínimos de recuperação de redes envelhecidas. Lagoa, Lagos, Silves, São Brás de Alportel, Loulé e Castro Marim estão no top 6 dos concelhos algarvios que mais água tratada desperdiçaram em 2022. Já Aljezur, Tavira, Alcoutim, Vila Real de Santo António e Portimão são os concelhos que menos água desperdiçaram.

O cenário é muito preocupante. A água perdida em 2022 bastaria para colmatar 49% das necessidades das famílias de uma região muito pressionada pelo turismo e que tem vivido períodos de seca prolongada, que deram origem a uma série de medidas urgentes, entretanto aligeiradas.

Elsa Agante

Responsável de Sustentabilidade da Deco Proteste

“O cenário é muito preocupante. A água perdida em 2022 bastaria para colmatar 49% das necessidades das famílias de uma região muito pressionada pelo turismo e que tem vivido períodos de seca prolongada, que deram origem a uma série de medidas urgentes, entretanto aligeiradas”, alerta Elsa Agante, responsável de Sustentabilidade da Deco Proteste.

Sobre o estado das redes, assinala oito concelhos com a rede envelhecida (Aljezur, Lagoa, Lagos, Loulé, Olhão, Portimão, Tavira e Vila do Bispo), dois sem dados (Silves e São Brás de Alportel) e apenas um com a rede recente (Alcoutim).

A Deco Proteste considera que a responsabilidade das perdas de água pela rede de abastecimento é das entidades gestoras, que não têm investido em reabilitação ou têm investido pouco. Segundo recomendações da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), a reabilitação anual deve ficar entre 1,5 e 4% da rede envelhecida.

Sugere que sejam criados tarifários autónomos para não-residentes e/ou consumos anómalos numa região com um elevado nível de segundas habitações. “Não é justo penalizar os residentes que façam um uso prudente ao longo do ano, com os aumentos de preço associados à elevada procura no verão. Na região com os consumos por contrato mais elevados do país, onde pouco chove e onde a procura dispara no verão, não se pode desperdiçar a água que não existe”, reforça Elsa Agante.

Em todo o território continental, os dados relativos a 2022 revelam um desperdício de 162 milhões de metros cúbicos de água já tratada e desperdiçada ao longo da rede de distribuição.

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Pode a Vila dos Números dar vida ao imobiliário na bolsa nacional?

Desde que em 2019 entrou em vigor o quadro legal que rege as Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária que a indústria permanece amorfa e permanentemente afastada dos investidores.

O universo das Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária (SIGI) recebe esta terça-feira um novo alento, com a admissão técnica à Euronext Lisbon Access (o mercado secundário da Euronext Lisboa) da Vila dos Números. É apenas a terceira SIGI nacional criada desde que a 1 de fevereiro de 2019 entrou em vigor o quadro legal destas sociedades, com vista a configurar “um novo veículo de promoção do investimento e de dinamização do mercado imobiliário, em particular do mercado de arrendamento”, lê-se no decreto-lei.

As SIGI surgiram em Portugal com a promessa de se tornarem num elemento relevante no mercado imobiliário, à semelhança do que aconteceu em outros países.

Inspiradas nos Real Estate Investment Trusts (REIT) dos EUA e nas Sociedades Anónimas Cotizadas de Inversión en el Mercado Inmobiliario (SOCIMI) em Espanha, as SIGI foram introduzidas no mercado nacional há cinco anos, tendo como objetivo atrair investimento, aumentar a oferta de imóveis para arrendamento e dinamizar o setor imobiliário. No entanto, a sua implementação e desenvolvimento no mercado nacional têm ficado muito aquém das expectativas.

Apesar das promessas iniciais, as SIGI têm encontrado dificuldades significativas para se estabelecerem como um pilar do mercado imobiliário. A legislação, embora inspirada em modelos internacionais de sucesso, não foi suficiente para dinamizar o setor.

Pedro Coelho, CEO da Square Asset Management, uma das maiores sociedades gestoras de fundos imobiliários nacionais, atribui a fraca dinamização das SIGI em Portugal nos últimos anos com “alguma falta de flexibilidade” da legislação. “De notar que na nossa vizinha Espanha, onde as SOCIMI são muito populares, só com o terceiro ajuste na legislação é que arrancaram de vez”, refere ao ECO.

A lei que rege as SIGI conta, até ao momento, com uma só revisão. Realizada em agosto de 2019, esta alteração teve como foco a aprovação do regime fiscal a estas sociedades, que se revela como a sua grande vantagem face a outros ativos, como, por exemplo, os tradicionais fundos de investimento imobiliário. No entanto, são também produtos menos regulados que os fundos de investimento.

O novo regime, resultante destas alterações, tem o mérito de, por um lado, reforçar o seu alinhamento com as melhores práticas internacionais existentes em torno deste veículo de investimento e, por outro lado, esclarecer alguns aspetos que não resultavam claros do regime anterior, reforçando assim a segurança jurídica dos investidores”, descreveu a equipa de advogados da sociedade Morais Leitão na altura as alterações do quadro legislativo.

Benesses fiscais não agarram investidores

Uma das principais vantagens fiscais das SIGI é a isenção de IRC sobre os rendimentos de capitais, rendimentos prediais e mais-valias auferidas, desde que os imóveis tenham sido detidos pela SIGI por um período mínimo de três anos. Para usufruir desta vantagem fiscal, as SIGI têm de cumprir alguns requisitos:

  • Distribuição de Lucros: Devem distribuir pelo menos 90% dos lucros do exercício aos acionistas.
  • Composição do ativo: Pelo menos 80% do valor do ativo deve ser constituído por direitos sobre bens imóveis e participações, e pelo menos 75% do valor total do ativo deve ser constituído por direitos sobre bens imóveis para arrendamento.
  • Dispersão do capital em bolsa: Até ao terceiro ano completo de atividade, pelo menos 20% do capital das SIGI deverá estar disperso na bolsa na mão de investidores com posições abaixo de 2%. Essa percentagem mínima sobe para 25% a partir do final do quinto ano completo de negociação em bolsa.

A revisão do quadro fiscal das SIGI em agosto de 2019 estabeleceu também que estas sociedades podem deter participações em outras sociedades que não sejam SIGI, desde que cumpram certos requisitos. Esta flexibilidade permite uma maior diversificação e potencial para estruturas de investimento mais complexas, como operações de “share-deal” em vez de “asset-deal”, com benefícios fiscais ao nível do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT).

Apesar destas alterações, poucas mudanças se observou nesta indústria. Sobretudo em comparação com o quadro das SOCIMI em Espanha, que têm mostrado uma grande vitalidade ao longo dos anos.

É disso exemplo a Lar España, que se especializou no setor do retalho, a Hispania, que antes de ser adquirida por 2 mil milhões de euros pela Blackstone em 2019 era das SOCIMI mais ativas no mercado espanhol com um portefólio diversificado que incluía hotéis, imóveis residenciais e escritórios; e a Merlin Properties, atualmente uma das maiores SOCIMI espanholas com uma carteira diversificada que inclui escritórios, centros comerciais e ativos logísticos, e que conta com vários negócios realizados em Portugal.

Parte da fraca adesão das SIGI em Portugal é explicada pelo pouco interesse dos investidores a estas empresas. “A Square tentou lançar uma SIGI no período logo a seguir à Covid que não avançou por falta de investidores”, revela Pedro Coelho. O líder da Square refere que os últimos anos não têm sido propensos ao crescimento da SIGI em Portugal. “Considerando que a legislação é de 2019, a seguir tivemos a pandemia Covid-19, inflação e a subida de taxas de juro, estes não foram períodos fáceis para as sociedades cotadas.”

A fraca liquidez das ações das SIGI nacionais espelhada pela quase inexistência de negociações no mercado secundário, como é evidenciado pela performance da Olimpo Real Estate Portugal e da Atrium Bire, ilustram a desconfiança dos investidores nesta indústria.

Na bolsa, o desempenho das duas SIGI nacionais revelam este quadro, mas, sobretudo, espelham o afastamento dos pequenos investidores. A começar pela quase inexistência de negócios realizados com as suas ações, dada a fraca liquidez que carateriza o mercado secundário da bolsa nacional, o Euronext Lisbon Access, em que estão cotados.

A Olimpo Real Estate Portugal, a primeira SIGI cotada na bolsa nacional através de um IPO promovido pelo Bankinter e pela Sonae Sierra a 24 de junho de 2020 numa colocação direta, contou com apenas nove negócios realizados num volume acumulado de 116 mil euros nos últimos três anos — apesar de 83% do capital estar nas mãos de pequenos investidores. Durante este período, as ações da Olimpo Real Estate Portugal contabilizaram uma rendibilidade negativa de 1,35% por ano (incluindo já os dividendos distribuídos).

O mesmo sucede com os títulos da Atrium Bire, a outra SIGI portuguesa negociada na Euronext Access, que desde que abriu o capital em bolsa a 13 de abril do ano passado não regista qualquer negócio em bolsa.

Estes números comparam, por exemplo, com as valorizações de 13,3% e 22,3% por ano no último triénio das SOCIMI espanholas Merlin Properties e Lar España, respetivamente, negociadas na bolsa de Madrid.

Apesar das promessas iniciais, as SIGI têm encontrado dificuldades significativas para se estabelecerem como um pilar do mercado imobiliário. A legislação, embora inspirada em modelos internacionais de sucesso, não foi suficiente para dinamizar o setor, contrastando fortemente com a vitalidade observada nas SOCIMI espanholas.

A Merlin Properties, cotada em Madrid e também na bolsa Lisboa, expressou no passado a intenção de criar uma SIGI nacional à imagem do que sucede em Espanha, mas sem sucesso até ao momento. “Gostaríamos de ser uma SIGI mas, tal como estão regulamentadas, não nos permite”, referiu Inés Arellano, investor relations da Merlin Properties em 2019 ao ECO.

A fraca liquidez das ações das SIGI nacionais, espelhada pela quase inexistência de negociações no mercado secundário da Euronext como é evidenciado pela performance da Olimpo Real Estate Portugal e da Atrium Bire, ilustram a desconfiança dos investidores nestes produtos, que se pautam também por serem menos regulamentados do que os fundos de investimento imobiliário e do que as empresas cotadas na Euronext Lisboa, porque as sociedades do Euronext Access não estão sujeitas às mesmas regras que as empresas no mercado regulamentado”, mas um conjunto menos extenso de regras e regulamentos ajustados a empresas de pequena dimensão.

O impacto da pandemia da Covid-19, seguido por um ambiente económico adverso com inflação e aumento das taxas de juro, apenas agravou a situação, criando um cenário pouco propício para o crescimento das SIGI. Mas essa realidade económica está agora a mudar, e isso pode também reavivar esta indústria.

“Acredito que agora com esta nova normalização do mercado possam surgir SIGI e que terão influência no mercado de arrendamento”, refere Pedro Coelho. É justamente sob esta orientação que, esta terça-feira, ocorre a admissão técnica da Vila dos Números à Euronext Lisbon Access.

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Sonae Sierra e Axa criam joint-venture para nova torre de escritórios no Colombo

AXA IM Alts já comprou participação de 74% no projeto imobiliário da chamada Torre Norte do Colombo, que terá nove pisos e 35 mil metros quadrados. Obras vão estar concluídas até ao final de 2025.

A Sonae Sierra e a AXA IM Alts anunciaram esta terça-feira a criação de uma joint-venture para o desenvolvimento de um novo edifício de escritórios com nove pisos e 35 mil metros quadrados no topo do Centro Comercial Colombo, em Lisboa, que está em construção há um ano e meio.

Como o ECO noticiou em abril, a Axa comprou uma participação de 74% neste projeto imobiliário da chamada Torre Norte do Colombo, que será o terceiro edifício de escritórios acoplado ao shopping lisboeta e que representa um investimento de 118 milhões de euros.

“Esta transação representa uma oportunidade única para desenvolver a reputação e o sucesso estabelecidos do projeto de uso misto do Colombo. Além disso, permite-nos elevar a fasquia do desenvolvimento sustentável com um novo edifício de escritórios de primeira linha no mercado de Lisboa”, frisa Esther Escapa, Head of Transactions and Development da AXA IM Alts.

Em comunicado, as duas empresas confirmam ainda a previsão de conclusão das obras até ao final de 2025. Este edifício de escritórios projetado pela Reify em “estilo arquitetónico contemporâneo” será composto por “nove andares flexíveis projetados para acomodar diferentes níveis de procura, com 495 lugares de estacionamento subterrâneo”. E garante aos ocupantes “acesso direto ao amplo conjunto de serviços” oferecidos pelo Colombo.

Alexandre Fernandes, administrador da Sierra com o pelouro de developments, que há dois meses, em conferência de imprensa, apresentou este edifício de escritórios como aquele que terá mais área por piso na capital portuguesa, expressa agora o “entusiasmo” da empresa portuguesa por “unir forças com a AXA IM Alts, um parceiro com reconhecido histórico e reputação no desenvolvimento de projetos imobiliários”.

Vamos contribuir com o nosso conhecimento profundo do mercado local e a nossa experiência neste projeto, transformando este empreendimento num investimento de sucesso.

Alexandre Fernandes

Administrador da Sonae Sierra

“Juntos, estamos a trabalhar na criação de um projeto único em termos de qualidade, dimensão, sustentabilidade e bem-estar dos utilizadores. Vamos contribuir com o nosso conhecimento profundo do mercado local e a nossa experiência neste projeto, transformando este empreendimento num investimento de sucesso, como anteriormente comprovado tanto no Centro Colombo como nos dois edifícios de escritórios existentes”, acrescenta o gestor.

A AXA IM Alts calcula ter 184 mil milhões de euros de ativos sob gestão, entre os quais cerca de 82 mil milhões de imóveis principalmente privados, 90 mil milhões de dívida privada e crédito alternativo, e 12 mil milhões em infraestruturas e private equity. Emprega mais de 840 pessoas em 15 escritórios, tem mais de 600 clientes na Europa, América do Norte, Ásia-Pacífico e Médio Oriente, e reclama o estatuto de “carteira imobiliária e gestora de ativos número um na Europa”.

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Spotify lança Creative Lab, a sua agência criativa interna

  • + M
  • 25 Junho 2024

O Spotify, que conta com cerca de 615 milhões de utilizadores a nível global, tem tentado diversificar a sua oferta publicitária, de forma a atrair mais marcas para a plataforma.

“Creative Lab” é o nome da agência criativa interna lançada pelo Spotify. O objetivo passa por ajudar as marcas a criar campanhas de marketing personalizadas, sendo que o Spotify está também a testar anúncios gerados através de inteligência artificial (IA).

O Creative Lab pretende que, em conjunto com a sua equipa, as marcas possam produzir anúncios em áudio e vídeo, assim como “experiências” para apps e outros formatos como o “call-to-action (CTA)”, segundo um porta-voz do Spotify, citado pela TechCrunch.

Cada campanha em que o Creative Lab participa é altamente personalizada para cada marca específica e para a necessidade de cada negócio“, disse o porta-voz.

A Rockstar, marca de bebidas energéticas, por exemplo, lançou a “Press Play”, um conjunto de concertos transmitidos em livestream no Spotify. A Aperol deverá ser outra marca cliente do Creative Lab.

No mês passado, Ann Piper, head of sales do Spotify, também disse que a empresa estava “preparada para entrar no mercado da publicidade digital e competir por mais do que orçamentos de áudio“, fazendo menção ao foco que a empresa está a dar ao desenvolvimento de soluções em vídeo dentro da app.

Queremos conectar as marcas com novos utilizadores quando estes estão a olhar para os seus ecrãs“, afirmou, citada pela MediaPost.

Além disso, o Spotify encontra-se também a trabalhar na “Quick Audio”, uma ferramenta de inteligência artificial dirigida a anunciantes, que permite às marcas criar guiões e vozes através desta tecnologia. Segundo a TechCrunch, esta ferramenta vai ser lançada “em breve”.

O Spotify, que conta com mais de 600 milhões de utilizadores a nível global, tem tentado diversificar a sua oferta publicitária, de forma a atrair mais marcas para a plataforma.

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Juízes de todo o país mobilizados para despachar processos de imigrantes

  • ECO
  • 25 Junho 2024

Proposta do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais é apresentada esta terça-feira em reunião com o Governo. Adesão dos juízes seria voluntária e sem direito a remuneração extra.

O Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais vai propor esta terça-feira ao Governo a criação de uma equipa de juízes em todo o país para despachar processos judiciais relacionados com os pedidos de residência em Portugal apresentados por imigrantes, avança o Público. A concretizar-se, a solução irá vigorar apenas durante o verão, implicando que cada magistrado aceite acumular esta nova tarefa com o restante serviço, sem remuneração extra.

“Estamos a gizar medidas exequíveis e imediatas para que o elefante não permaneça no meio da sala e ninguém continue a assobiar para o lado”, justifica a presidente do conselho, Dulce Neto. Ao todo, estão pendentes 35 a 40 mil processos deste género, que estão a sobrecarregar, sobretudo, o Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, pelo facto de a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) estar sediada na capital portuguesa.

A proposta do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais — dirigida também a juízes que costumam tratar de matérias muito distintas destas, como por exemplo questões tributárias ou contratação pública — visa que a adesão dos juízes ao acréscimo de serviço seja voluntária, com cada magistrado a ficar encarregado, no máximo, de 25 processos. Porém, a Associação Sindical dos Juízes Portugueses já enviou um ofício à entidade liderada por Dulce Neto, dando conta de que existem juízes a quem esta sugestão soa a obrigação.

Esta terça-feira, o presidente da AIMA, Luís Goes Pinheiro, é ouvido no Parlamento sobre o funcionamento do organismo. Criada em outubro de 2023, a AIMA tem a responsabilidade de concluir o processo de regularização dos novos imigrantes, uma situação polémica, já que existem cerca de 400 mil processos pendentes e uma ameaça de saída de quase um quarto do pessoal do organismo, no quadro da mobilidade da função pública.

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“Estamos empenhados em desenvolver inovações e produtos que proporcionem uma superioridade clara, de forma sustentável”

  • BRANDS' ECO
  • 25 Junho 2024

Sónia Valentim, Diretora de Marketing e Comunicação, P&G Portugal, partilha, em entrevista ao ECO, a jornada rumo à sustentabilidade que a P&G tem vindo a fazer.

O caminho da sustentabilidade já não é uma opção, é um percurso que todos têm obrigatoriamente de fazer, inclusivamente as empresas. Nesse sentido, são cada vez mais as marcas que estão a fazer mudanças significativas na forma como abordam a sua responsabilidade ecológica e, para isso, têm vindo a fazer um caminho de compensação, que procura atenuar os danos causados ao ambiente.

Esta transformação manifesta-se através da adoção de medidas para reduzir o impacto ambiental, tais como a diminuição do uso de materiais não recicláveis e a implementação de processos de produção sustentáveis. Paralelamente, muitas marcas também estão a investir em iniciativas de apoio e solidariedade, numa tentativa de equilibrar os efeitos das suas operações. Este movimento reflete uma crescente consciencialização e responsabilidade no mundo empresarial, à medida que as empresas procuram responder às crescentes expectativas dos consumidores em relação à sustentabilidade e à ética corporativa.

A P&G é um desses exemplos, já que tem vindo a percorrer uma jornada rumo à sustentabilidade, que abrange não só a própria empresa, mas todos os envolvidos, como fornecedores e os próprios clientes. Sónia Valentim, Diretora de Marketing e Comunicação, P&G Portugal, revela, em entrevista ao ECO, os passos que a marca tem vindo a dar para se tornar mais amiga do ambiente.

Quando começou a jornada da P&G rumo à sustentabilidade e porquê?

A P&G foi fundada há mais de dois séculos com a missão de servir as pessoas com produtos de qualidade e valor superior. É esta a missão que fundamenta o propósito de hoje: melhorar a vida do consumidor, agora e para as gerações futuras. Para alcançar este propósito, inovação e sustentabilidade são conceitos indissociáveis.

A realidade é que servimos milhões de pessoas por todo o mundo, pelo que estamos empenhados em ter um impacto positivo nas casas, nas comunidades e no nosso planeta e foi com esta determinação que definimos em 2018 a nossa Ambição 2030.

A Ambição 2030 foi uma das iniciativas que a P&G criou com o objetivo de estabelecer medidas mais sustentáveis. Pode falar-nos delas?

Assente em quatro pilares – Clima, Natureza, Água e Resíduos. A Ambição 2030 é um compromisso que reflete a nossa determinação em ter um impacto positivo no nosso planeta. Estamos empenhados em desenvolver inovações e produtos que proporcionem uma superioridade clara, de forma sustentável.

Na área do clima, temos como objetivo alcançar “Net zero” (zero emissões líquidas de gases com efeito de estufa (GEE)) até 2040. Para a área da natureza, desenvolvemos projetos de reflorestação e estamos focados em garantir o fornecimento sustentável das nossas matérias-primas, através de 100% de certificação FSP (certificação pela Forest Stewardship Council) em todas as fibras e RSPO (certificação pela Mesa Redonda sobre Óleo de Palma Sustentável) em óleo de palma, até 2030.

Em relação à água temos também metas claras, que incluem a redução em 35% do consumo de água em todas as fábricas da P&G e o restauro de mais água do que é consumida nas fábricas que temos em dezoito áreas identificadas com stress hídrico.

Outra importante prioridade é a redução de resíduos e aqui trabalhamos para o objetivo de redução de 50% de plástico virgem, para embalagens 100% recicláveis, bem como em colaborações para dimensionar soluções na indústria para o uso circular de materiais.

O nosso objetivo é ter um impacto positivo, reduzindo o nosso próprio impacto, usando a nossa presença na indústria para impulsionar soluções em grande escala e dando aos consumidores ferramentas para que possam reduzir o seu impacto em casa, através de produtos mais eficientes, que promovam hábitos de consumo sustentáveis.

Um dos objetivos da Ambição 2030 é reduzir as emissões de GEE da sua cadeia de abastecimento para 2030 e alcançar “Net zero” até 2040. Que medidas estão a colocar em prática para atingir estes objetivos?

A ambição da P&G é atingir NET Zero em toda a nossa cadeia de abastecimento e operações, desde a matéria-prima até ao retalhista, até 2040. Este objetivo foi definido em setembro de 2021, mas, na realidade, a jornada começou há mais de uma década.

Neste caminho e com este propósito, a P&G partilhou também um Plano de Ação para a Transição Climática que cobre todo o ciclo de vida das emissões dos nossos produtos e embalagens, em toda a cadeia de abastecimento, operações, utilização dos nossos produtos pelos consumidores, e fim de vida do produto.

Sónia Valentim, Diretora de Marketing e Comunicação, P&G Portugal.

Para alcançar o objetivo “Net Zero”, estamos a trabalhar para reduzir as emissões nas nossas operações, acelerar a eletricidade renovável e descarbonizar a nossa cadeia de distribuição e logística. Por exemplo, relativamente à redução das emissões das nossas operações, de 2010 a 2020, reduzimos as emissões absolutas nas nossas operações globais em 52%, através da eficiência energética e da eletricidade renovável. À medida que continuamos a reduzir as emissões, também avançamos em soluções climáticas naturais para equilibrar quaisquer emissões remanescentes das nossas operações que não possam ser eliminadas até 2030. Estas incluem novos projetos que ajudam a proteger e restaurar florestas e outros ecossistemas essenciais para as pessoas e a vida selvagem.

Além da Ambição 2030, a P&G também tem feito algumas parcerias rumo à sustentabilidade. Como surgiu esta ideia e o que têm feito?

O desenvolvimento de sinergias com empresas, entidades e organizações é fundamental no caminho para encontrar soluções mais sustentáveis e para desenvolver e implementar projetos com impacto – conjugando o conhecimento e as ferramentas mais adequadas. Podemos dar alguns exemplos internacionais, como a Alliance to End Plastic Waste, que começou com vinte empresas, incluindo a P&G, ONGs e governos e hoje conta com mais de sessenta membros, reviu mais de 2000 startups e lançou cinquenta projetos comerciais piloto, com o objetivo de reduzir os resíduos de plástico.

Localmente, a P&G tem uma parceria com a Bandeira Azul desde 2019, da qual resultou o programa Amar a Praia, uma iniciativa que visa apoiar a Bandeira Azul no seu trabalho de proteção das praias portuguesas. Esta iniciativa, que vai na quarta edição, conjuga um concurso de práticas sustentáveis, que visa promover e reconhecer as práticas dos concessionários de praia, com uma ação em loja a reverter para apoiar a Bandeira Azul nos seus projetos de limpeza de praia. Desta forma, apoiamos aqueles que têm maior impacto nas praias e promovemos o envolvimento ativo e sensibilização da população.

Na edição anterior, amplificamos Amar a Praia ao permitir e motivar a população a votar na “sua praia”; este ano, através das ferramentas de comunicação da iniciativa, visamos sensibilizar para o correto depósito dos resíduos e embalagens dos nossos produtos.

O apoio a projetos solidários e verdes também tem estado no vosso caminho. Pode citar alguns projetos para os quais já tenham contribuído?

Quando falamos em ter um impacto positivo, falamos em sustentabilidade ambiental, mas também em impacto na comunidade e em igualdade e inclusão. Falamos em ter as pessoas no centro – os nossos consumidores, os colaboradores e a comunidade. É por isso que, global e localmente, através de programas corporativos ou das nossas marcas, desenvolvemos importantes iniciativas e parcerias que nos permitem ter este impacto em diferentes áreas.

A nível global, destacamos o programa Children Safe Drinking Water, que desde 2004, forneceu mais de 22 bilhões de litros de água potável para pessoas necessitadas em todo o mundo. O programa fornece um pacote de purificação de água fácil de usar, desenvolvido por cientistas da P&G, que pode limpar 10 litros de água em apenas 30 minutos.

Localmente, há mais de dez anos que somos parceiros da Entrajuda, através da doação dos nossos produtos e de apoio financeiro, mas também criando sinergias para o desenvolvimento de iniciativas conjuntas para apoiar entidades e instituições de uma forma que realmente faça sentido. Um bom exemplo disso é a iniciativa #StopPobrezaMenstrual, desenvolvida pela nossa marca Evax, que nos permitiu direcionar um milhão e duzentos mil pensos higiénicos para raparigas em idade escolar que não têm recursos para comprar estes produtos (com consequências na sua frequência escolar). Neste caso, se é certo que Evax tem o produto e as ferramentas de comunicação, a realidade é que é a Entrajuda que conhece e trabalha com as entidades que permitirão direcionar o apoio para quem mais precisa e com o devido planeamento.

De destacar também o trabalho desenvolvido por algumas das nossas marcas, como Swiffer, junto da Associação Acreditar para o projeto Casa Acreditar, H&S, com a associação No Bully e Ausonia, que com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, já contribuiu com cinco bolsas de investigação em projetos contra o cancro da mama.

Como vê o futuro sustentável das empresas?

Acredito que as empresas têm um papel fundamental e que todos ganham com a integração da sustentabilidade como parte da estratégia das empresas. Porque é nossa responsabilidade, porque servimos melhor os nossos consumidores e porque a sustentabilidade ambiental e empresarial, são conceitos interligados.

Acredito também que apenas juntos, empresas e comunidade, podemos ter um impacto verdadeiramente positivo – só através de esforços conjuntos, soluções inovadoras, comunicação e sensibilização, bem como de sinergias com sentido, conseguiremos alcançar resultados a longo prazo.

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#12 Itália e Espanha: O caos e a ordem, morte na praia e atenção Cristiano Ronaldo

O ECO estabeleceu uma parceria com o jornal desportivo online Bola na Rede, para o acompanhamento do Euro 2024. O jornalista Diogo Reis é Enviado Especial à Alemanha e escreve uma crónica diária.

A Croácia desceu do Céu ao Inferno em segundos e a Itália vice-versa. Durante a partida, o prémio de apoio foi sem dúvida para a Croácia, com os adeptos num estado intenso, apaixonado e, por vezes, pouco racional. Cantavam, gritavam, mas também atiraram vários objetos ignorando consequências. No último momento do jogo, Mattia Zaccagni vestiu a capa de herói e colocou um grande sorriso na cara dos italianos. Da euforia e festa à lágrima num abrir e fechar de olhos. Aconteceu futebol e a Croácia, a ponto de garantir a qualificação em segundo lugar, foi eliminada. Já do outro lado a Espanha fez o pleno, sem sofrer qualquer golo na fase de grupos. Registo imaculado.

Há uma novidade no dia de hoje. Pela primeira vez desde que o Euro 2024 começou, vamos ter quatro jogos num só dia: França x Polónia e Países Baixos x Áustria (17h00) e Dinamarca x Sérvia e Inglaterra x Eslovénia (20h00). Portugal joga esta quarta-feira frente à Geórgia no seu último jogo da fase de grupos.

Os 3 Cantos do Dia

Croácia comeu e depois morreu na praia

Digestão, talvez. A Croácia teve uma entrada forte e apequenou a Itália nos minutos iniciais. Viu-se uma enorme posse da Croácia que tinha como objetivo controlar o meio-campo, enquanto os comandados de Luciano Spalletti mal conseguiam ter bola, manter e atacar de forma organizada. Passado um cabo das tormentas, a Itália melhorou e subiu no terreno, muitas vezes começando a construir por dentro e atraindo para criar espaço e lançar nas laterais (não foi aproveitado como poderia). Transpareceu várias dificuldades a nível ofensivo, especialmente na chegada ao último terço e última decisão, e faltava maior criatividade. Houve crescimento em momentos, mas, a jogar assim, não vai longe no Euro 2024.

Atenção Cristiano Ronaldo e… Pepe

Luka Modric continua a reforçar o seu nome nos manuais históricos do futebol. Frente à Itália, o médio do Real Madrid marcou o seu 26.º golo pela Croácia (o 4.º em Campeonatos da Europa) e tornou-se no jogador mais velho a faturar em Europeus, com 38 anos e nove meses. Superou, portanto, Ivica Vastic (38 anos e oito meses) que marcou pela Áustria em 2008. Contudo, se Cristiano Ronaldo ou mesmo Pepe (nunca se sabe) marcarem neste Euro, Luka Modric perderia o trono. Neste momento, nem deve querer muito saber do recorde. Viu-se como estava quando foi receber o prémio de melhor em campo. Completamente desolado.

Mais 3 bilhetes para os oitavos-de-final

Os Grupos A e B já estão fechados, com a Alemanha, Suíça, Espanha e a Itália 100% garantidos nos oitavos-de-final do Euro 2024. O Croácia x Itália teve mais repercussão e há agora mais três equipas apuradas: a Inglaterra, a França e os Países Baixos. Ainda não está definido em que lugar passam, mas estão asseguradas nem que seja como um dos melhores terceiros. As três equipas jogam esta terça-feira. Mencionar também um dado curioso – a Espanha já utilizou 25 jogadores no Euro 2024: só falta apenas Álex Remiro, guarda-redes, para terem rodado toda a lista de convocados.

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Inteligência Artificial na Avaliação de Desempenho: Inimiga ou Aliada

  • BRANDS' ECO
  • 25 Junho 2024

O avanço da tecnologia poderá ser um facilitador no processo de gestão de desempenho, no entanto o lado humano não pode ser substituído dado o seu contributo para o reconhecimento da individualidade.

A avaliação de desempenho é um tema fundamental que permanece na agenda das equipas de gestão das organizações. Isto deve-se ao seu impacto não só na motivação dos colaboradores, como também nos sistemas de reconhecimento, como remuneração, atribuição de bónus e evolução de carreiras. Ainda assim, apesar da sua crescente importância, as áreas de gestão de pessoas continuam a enfrentar o desafio de estabelecer sistemas que sejam justos, claros, eficientes e percecionados desta forma pelos colaboradores.

Sofia Navarro, Manager EY, People Consulting
Sofia Navarro, Senior Consultant EY, People Consulting

Uma das inovações mais recentes neste tema é a introdução da inteligência artificial (IA) nos sistemas de gestão de desempenho, a qual veio mudar o paradigma da equidade e a perceção da mesma nos sistemas de avaliação.

Um dos argumentos a favor do uso da IA integrada aos sistemas de avaliação é a capacidade de proporcionar avaliações baseadas em dados e avaliações objetivas, sugerindo objetivos de desempenho personalizados a cada colaborador de acordo com o seu histórico de desempenho e benchmarking das indústrias. Através dos algoritmos de IA, estes permitem identificar e alertar sobre possíveis vieses humanos conscientes e inconscientes, resultando em avaliações de desempenho mais justas.

A transparência do processo é um dos fatores que mais influencia a perceção de justiça. Segundo um estudo da McKinsey (2018), colaboradores que entendem os critérios e processos pelos quais a IA avalia o seu desempenho tendem a considerar o sistema mais justo. Contudo, a complexidade dos algoritmos de IA pode dificultar o entendimento e compreensão de como as avaliações são calculadas, o que pode levar a possíveis perceções de injustiça.

Desta forma, é essencial que as organizações apresentem a IA como um apoio à avaliação de desempenho e não como um substituto. A IA pode ser um forte aliado para fornecer dados e insights valiosos, mas não deve substituir a observação humana, que reforça o conhecimento individual de cada pessoa. Este equilíbrio pode ajudar a garantir que todos os colaboradores se sintam justamente reconhecidos.

Como podemos assegurar um equilíbrio sustentável entre ambas as componentes?

  • Proximidade na relação entre quem avalia e os avaliados: Desenvolver relações próximas e baseadas em confiança são essenciais para capturar os contextos individuais que a IA não alcança, como esforço individual de cada um.
  • Processo Transparente: Deve existir uma comunicação clara de como a IA entra no processo de avaliação de desempenho, quais os critérios em causa, e ainda explicar como funcionam os algoritmos que alimentam os dados e/ou as decisões da IA.
  • Feedback: O feedback deverá fazer parte do ciclo de avaliação para que os colaboradores possam ter a oportunidade de obter mais contexto sobre a sua avaliação e quais os comportamentos observado.
  • Ferramenta de Suporte: Dado que existem aspetos da natureza humana que a IA não consegue avaliar de forma objetiva, mas têm impacto na performance, esta deverá ser utilizada como suporte e não substituo completo da avaliação humana.
  • Aposta na melhoria contínua do processo: Implementar um processo de melhoria contínua para assegurar a eficácia e justiça das avaliações de desempenho, o que inclui a revisão regular dos algoritmos.
  • Sensibilização sobre os benefícios da IA: Deverá ser realizada uma comunicação clara dos impactos positivos e benefícios do uso da IA, por exemplo como melhora a redução de vieses humanos inconscientes e leva à melhoria da precisão das avaliações.
  • Formação: É importante desenvolver competências relevantes para o processo de avaliação, como a capacidade de observação, competências relacionais e de comunicação, de forma a aumentar a qualidade das avaliações e fortalecer a relação, aumentando a perceção de justiça e melhorando o relacionamento entre avaliadores e avaliados.

Devemos promover uma integração sustentável da IA nos processos de gestão de desempenho, mantendo sempre um equilíbrio com a observação e avaliação humana. A transparência do processo, a sensibilização da organização perante o uso da IA e a melhoria contínua são fundamentais para promover uma cultura de justiça e garantir que todos os envolvidos se sintam valorizados e avaliados de forma justa.

Sofia Navarro, Senior Consultant EY, People Consulting

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Residentes junto ao aeroporto de Lisboa têm maior risco para diabetes, demência e hipertensão

  • Lusa
  • 25 Junho 2024

Estudo divulgado pela associação Zero alerta para os perigos da exposição a partículas ultrafinas. Cerca de 414 mil pessoas vivem num raio de cinco quilómetros do aeroporto Humberto Delgado.

As pessoas que vivem junto ao aeroporto de Lisboa têm mais risco de contrair doenças como hipertensão, diabetes ou demência, segundo um estudo divulgado pela associação Zero, que alerta para os perigos da exposição a partículas ultrafinas.

As conclusões resultam de um estudo da Federação Europeia de Transportes e Ambiente, que explora a ligação entre as partículas ultrafinas emitidas pelos aviões e a saúde das pessoas que vivem perto dos 32 aeroportos mais movimentados da Europa.

“O estudo sugere que milhares de casos de hipertensão arterial, diabetes e demência, em Lisboa e noutras cidades da Europa, podem estar ligados a estas partículas minúsculas emitidas pelos aviões, sendo que Lisboa é a cidade que de longe mais concentra pessoas a viver, trabalhar e estudar nas imediações do aeroporto”, refere a associação ambientalista Zero, em comunicado.

No caso da capital portuguesa estão em causa cerca de 414 mil pessoas (cerca de 4% da população portuguesa) a viver num raio de cinco quilómetros do aeroporto Humberto Delgado e que, por isso, “estão particularmente expostas e são afetadas pelas partículas ultrafinas”.

Os dados apontam para um risco de demência de 20%, de 12% para a diabetes e de 7% para a hipertensão arterial.

Segundo a Zero, o “resumo da evidência científica” para estimar a afetação na saúde foi feito com base nos dados do aeroporto de Schiphol, em Amesterdão, capital dos Países Baixos.

“Estas partículas são deixadas em suspensão no ar pelos aviões, dispersam-se amplamente na atmosfera, têm um diâmetro mil vezes inferior ao de um cabelo humano e são invisíveis. Quando inaladas, passam facilmente através dos pulmões para a corrente sanguínea e espalham-se por todo o organismo, podendo originar problemas de saúde sérios a longo prazo, incluindo respiratórios, cardiovasculares, neurológicos, endócrinos e gestacionais”, alerta a Zero.

De acordo com o estudo, estima-se que as partículas ultrafinas decorrentes da atividade do aeroporto de Lisboa possam estar na origem de 17.859 casos de hipertensão, 21.485 casos de diabetes e 2.121 casos de demência entre a população da cidade e arredores.

Estes números representam até 10% da população que vive num raio de cinco quilómetros do aeroporto de Lisboa.

“O estudo agora divulgado complementa o estudo da Universidade Nova de Lisboa de 2019 que mostra inequivocamente que a concentração de partículas ultrafinas nalgumas zonas de Lisboa sobe conforme a sua exposição à influência do aeroporto e movimento de aviões. Dada a proximidade do aeroporto ao centro da cidade, os efeitos das partículas estendem-se por áreas significativas”, sublinha a Zero.

As zonas mais afetadas são nas imediações do aeroporto, nomeadamente Alvalade, Campo Grande e Cidade Universitária, onde se situam o Hospital de Santa Maria, universidades, escolas e jardins infantis, e sob a rota de aproximação e descolagem dos aviões, como as Avenidas Novas, Bairro do Rego, Amoreiras e Campolide.

“Trata-se de uma situação que não encontra semelhança em mais nenhum outro aeroporto europeu, desastrosa para a saúde dos cidadãos de Lisboa que vivem e fazem a sua vida nestas zonas, agravando as doenças provocados pelo excesso de ruído”, alerta a associação.

No total dos aeroportos considerados, a exposição às partículas ultrafinas pode estar associada a 280.000 casos de hipertensão, 330.000 casos de diabetes e 18.000 casos de demência.

“Até à data, não há regulamentação sobre os níveis seguros de partículas ultrafinas no ar, apesar de a Organização Mundial de Saúde (OMS) já ter alertado há mais de 15 anos para que se trata de um poluente preocupante”, lamenta a Zero.

Nesse sentido, para reduzir o impacto nas partículas ultrafinas na saúde, a Zero defende a não expansão da capacidade do aeroporto Humberto Delgado e o seu encerramento “para tão breve quanto possível, assim como a promoção da utilização de combustíveis sustentáveis.

“A evidência mostra ainda que os trabalhadores dos aeroportos, em particular os que trabalham na pista, são quem está mais exposto aos efeitos das partículas ultrafinas, pelo que há que criar medidas específicas para proteger a sua saúde”, defendem ainda.

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Sondagens no Reino Unido anteveem uma “super maioria” trabalhista

  • Lusa
  • 25 Junho 2024

A pouco mais de uma semana das eleições legislativas no Reino Unido, várias sondagens apontam para resultados catastróficos para o Partido Conservador, que está no poder há 14 anos.

A pouco mais de uma semana das eleições legislativas, os conservadores britânicos já quase que aceitaram a derrota e passaram a alertar para o risco de uma “super maioria” trabalhista, cenário antecipado por várias sondagens nas últimas semanas.

O ministro da Defesa, Grant Shapps, foi o primeiro torie (conservador) a usar o termo, mostrando-se “realista” sobre a probabilidade de uma vitória expressiva do Labour (Partido Trabalhista) nas eleições de 4 de julho, que poderá alcançar uma maioria absoluta histórica.

“Queremos ter a certeza de que no próximo governo, seja ele qual for, existe um sistema adequado de controlo”, afirmou Shapps à Times Radio.

Na imprensa britânica de direita, o cenário foi exacerbado, com o jornal Daily Telegraph a alertar para uma possível “ditadura” se o líder trabalhista, e atual líder da oposição, Keir Starmer ganhar com uma grande vantagem.

Na origem deste pessimismo estão as várias sondagens publicadas nas últimas semanas com resultados catastróficos para o Partido Conservador, no poder há 14 anos e predominante nos últimos 100 anos.

A mais recente, divulgada na segunda-feira pela Focaldata e nas vésperas do último duelo televisivo entre o atual primeiro-ministro conservador Rishi Sunak e Keir Starmer, sugere que os trabalhistas estão a caminho de uma maioria superior a 200 deputados na Câmara dos Comuns (câmara baixa do parlamento do Reino Unido), elegendo 450 e os conservadores 110.

Neste estudo, os Liberais Democratas ascendem a 50 deputados, à frente dos 16 dos independentistas do Partido Nacional Escocês (SNP), os Verdes mantêm um lugar e o Partido Reformista outro.

Embora as principais empresas de sondagens apresentem números variáveis, todas anteveem uma liderança trabalhista de dois dígitos, com poucas alterações desde que Rishi Sunak convocou as eleições, em maio passado.

Segundo a Ipsos, os trabalhistas poderão ganhar 453 lugares e os conservadores 115, com uma maioria trabalhista de 256 deputados, a maior de sempre, mas outras sondagens são mais desfavoráveis aos ‘tories’.

Um estudo da YouGov publicado em 19 de junho projetou que o Labour vai ganhar 425 assentos, enquanto os tories de Rishi Sunak ficará com 108, perdendo 257 deputados em relação à atual composição do parlamento.

Por seu lado, a Savanta estimou em 516 o número de lugares que poderão ser conquistados por Keir Starmer, o dobro do resultado de Tony Blair em 1997, e quase 10 vezes os 53 lugares que projetou para os conservadores.

Este estudo das intenções de voto, publicado também em 19 de junho, antecipou a derrota de vários ministros e até de Rishi Sunak, algo inédito para um primeiro-ministro.

Em parte, os comentadores de direita têm alertado para um cenário de “apocalipse” do Partido Conservador, para evitar a fragmentação do voto da direita se eleitores desiludidos optarem pelo Partido Reformista (Reform UK, o antigo Partido do Brexit).

Liderado pelo antigo eurodeputado eurocético Nigel Farage, o Reform UK, fundado em 2019, não esconde a ambição de comandar a oposição à direita, mesmo que isso pareça improvável.

O sistema de votação de maioria simples, ou na designação em inglês “first past the post”, determina que ganha o candidato que obtenha mais votos na respetiva circunscrição eleitoral, modelo que tende a favorecer os maiores partidos.

Por enquanto, apenas duas sondagens deram um ponto percentual dos reformistas à frente dos conservadores. Embora a sondagem da Savanta não atribua qualquer deputado aos reformistas, a YouGov estimou que o partido possa ganhar cinco lugares.

Mas o segundo maior beneficiário do desmoronamento do Partido Conservador poderá ser o Partido Liberal Democrata, que tanto a Savanta como a YouGov anteveem como futura terceira força política no parlamento britânico, à frente do SNP.

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Projetos de resolução de empresas de seguros

  • BRANDS' ECOSEGUROS
  • 25 Junho 2024

Diogo Santos, Manager EY, Assurance Financial Services, partilha a sua visão sobre a antecipação de riscos dentro do mercado segurador e qual a melhor forma de antever respostas.

Dita a prudência que pessoas, empresas e sociedades devem precaver-se contra cenários que as afetem negativamente, quando os seus efeitos se antevejam significativos. O setor segurador não é exceção.

O mundo globalizado atual tem permitido níveis ímpares de crescimento e de aumento da qualidade de vida, por efeito das sinergias criadas entre os países. Contudo, decorre daqui que o inverso também acontece, isto é, acontecimentos negativos em determinada região ou setor repercutem-se e contaminam a sua envolvente alargada. Desta forma, torna-se indispensável aferir o que pode correr mal e refletir antecipadamente sobre as respostas que poderão existir nesse momento. A relevância do tema é corroborada por 219 casos de insolvências ou de dificuldades significativas de empresas de seguros, numa análise realizada pela EIOPA em 31 países europeus cobrindo os anos de 1999 a 2020.

Diogo Santos, Manager EY, Assurance Financial Services

O setor bancário já refletiu esta necessidade há vários anos, através de mecanismos de resolução que antecipam as ações a tomar caso alguma entidade deixe de conseguir cumprir as suas responsabilidades. Os seguros, enquanto peça fundamental do setor financeiro e da economia, têm também trabalhado no sentido de preparar reações a incumprimentos significativos das seguradoras.

A diretiva Solvência II permitiu que desde 2016 as empresas de seguros tivessem uma base comum de medição do risco a que estão expostas, com uma abordagem prospetiva à valorização dos seus ativos e passivos e que contrastava com uma visão sobretudo retrospetiva subjacente à IFRS 4 e ao regime de Solvência I. A margem de solvência e o requisito de capital mínimo permitem às empresas de seguros, aos reguladores e aos demais leitores das demonstrações financeiras uma visão da capacidade de cada seguradora fazer face às suas responsabilidades em cenários adversos que afetem negativamente o valor dos ativos. Também a IFRS 17 veio alterar significativamente a apresentação das demonstrações financeiras das seguradoras recriando, pese embora algumas especificidades, a visão prospetiva na mensuração das responsabilidades das empresas de seguros proporcionada por Solvência II. Pretende-se agora dar um próximo passo, procurando garantir a existência de um plano para quando, apesar de eventuais alertas dados pelas métricas e mecanismos de supervisão existentes, seja necessário forçar medidas de recuperação ou cessação de operação de empresas de seguros.

É neste contexto que surge na União Europeia a Diretiva Recuperação e Resolução das Seguradoras (IRRD, na sigla em inglês), tendente a criar condições para implementação das medidas atrás referidas. A proposta faz uso das bases já aplicadas na diretiva de resolução bancária, ainda que incorporando as especificidades do setor, que se traduzem por exemplo na inexistência de elementos de capital próprio ou de passivo especificamente destinados a suprir perdas potenciais e num menor grau de intervenção preventiva por parte das entidades reguladoras.

Apesar da apresentação em janeiro deste ano dos documentos para formalização da diretiva, a sua implementação está longe de ser unânime, sobretudo junto das próprias seguradoras, que entendem que os mecanismos existentes são suficientes na prevenção de atos e situações que originem consequências mais gravosas e que as diferenças entre os setores bancário e segurador são mais extensas do que aquelas que determinaram os ajustes entre os mecanismos de resolução destes setores. Não obstante, todas as partes reconhecem a proteção do tomador de seguros como o fim último na discussão e implementação das medidas.

Entre reportes locais, reportes para as empresas-mãe e reportes de Solvência II, todos com múltiplos requisitos contabilísticos e de negócio, as seguradoras já têm atualmente um conjunto alargado de obrigações de reporte com diversas finalidades. Acrescentar outro contexto de reporte é continuar a sobrecarregar as equipas devendo, portanto, garantir-se uma proporcionalidade do esforço exigido face à relevância da informação que a IRRD pretende obter.

Diogo Santos, Manager EY, Assurance Financial Services

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JinkoSolar fornece soluções de armazenamento à SolarToday

  • BRAND'S CAPITAL VERDE
  • 25 Junho 2024

A partir deste mês, a SolarToday começa a receber da Jinko Solar Denmark soluções de armazenamento residencial de alta tensão para utilização nas regiões DACH e Benelux.

A JinkoSolar, um dos maiores fabricantes de painéis solares do mundo, anunciou que a sua subsidiária Jinko Solar Denmark está a fornecer soluções de armazenamento residencial de alta tensão à SolarToday para utilização nas regiões DACH e Benelux desde o início de junho de 2024.

“O mercado da produção distribuída está a crescer de forma impressionante em toda a Europa e, com esta colaboração com a SolarToday para as regiões DACH e BeneLux, iremos concretizar ainda mais as nossas ambições de crescimento para os mercados FV e ESS. Na SolarToday, encontrámos um parceiro leal com os mesmos valores fundamentais que a JinkoSolar e um parceiro que dá prioridade à construção de relações duradouras, tal como nós”, afirmou Frank Niendorf, o Vice-Presidente da JinkoSolar para a Europa.

O responsável da JinkoSolar na Europa referiu ainda que acredita que “a sinergia entre a JinkoSolar e a SolarToday” os levará a “alcançar os sucessos desejados nestes setores de rápido crescimento da indústria fotovoltaica”.

Por sua vez, Tom Engbers, Diretor Executivo da SolarToday, disse: “Consideramos a Jinko um parceiro fundamental no nosso modelo de distribuição pan-europeu e esta colaboração estratégica nos mercados ESS expressa a nossa ambição conjunta em termos de parceria e determinação em fazer uma verdadeira diferença no mercado da energia solar, com o nosso enfoque na produção (PV), armazenamento (ESS) e utilização (EV)”.

“Estamos muito orgulhosos da nossa parceria com a Jinko e esperamos que a Jinko pegue na liderança tecnológica que demonstrou na passagem para o TOPCon no setor dos painéis solares e a aplique às soluções de armazenamento de energia“, concluiu.

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