PRR: Metalurgia alerta para “muito baixos” níveis de execução por falta de resposta do IAPMEI

  • Lusa
  • 23 Junho 2024

"Não digo a administração do IAPMEI. Mas a estrutura, a máquina, não dá resposta", afirmou o vice-presidente executivo da AIMMAP

A Associação dos Industriais Metalúrgicos e Metalomecânicos (AIMMAP) lamenta a “ausência de resposta” do IAPMEI às empresas envolvidas nas agendas mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), temendo que os índices de execução acabem por ser “muito baixos”.

Não digo a administração do IAPMEI, que até tem sido muito colaborante e construtiva no sentido de tentar apoiar as empresas. Mas a estrutura, a máquina, não dá resposta“, afirmou o vice-presidente executivo da AIMMAP em entrevista à agência Lusa.

Salientando que “as empresas precisam de ser esclarecidas relativamente a algumas matérias”, porque “há muita burocracia, há previsões que não fazem grande sentido e há muitas dúvidas“, Rafael Campos Pereira refere que “perguntam como fazer, mas continuam a não ter as respostas de que precisam“.

Neste contexto, o responsável diz que “há empresas, no âmbito das agendas mobilizadoras [do PRR], que já desistiram dos projetos e outras estão a pensar fazê-lo, porque não têm resposta às dúvidas que colocam e não conseguem ultrapassar a burocracia em tempo útil“.

Estamos a perder muito tempo e temo que, nomeadamente no que diz respeito à questão das agendas mobilizadoras, os índices de execução venham a ser muito baixos”, alerta.

O setor metalúrgico e metalomecânico aplaude o regresso da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) à esfera do Ministério da Economia, considerando que é “uma boa medida” e que poderá eliminar alguns constrangimentos.

“Creio que fez sentido uma fase em que a AICEP esteve no Ministério dos Negócios Estrangeiros e também na Presidência do Conselho de Ministros, quando se tentou reforçar o peso da diplomacia económica. Hoje, acho que já temos um estado de maturidade um bocadinho maior e que, na prática, havia a tendência de associar a AICEP à Economia e eram criados constrangimentos exatamente pelo facto de não estar dentro desse ministério”, afirmou.

“Portanto, fazer regressar a AICEP à tutela do ministro da Economia é uma boa medida neste momento em concreto, não tenho a menor dúvida sobre isso”, enfatizou Rafael Campos Pereira.

Relativamente ao novo presidente indicado pelo Governo para a AICEP – Ricardo Arroja, em substituição de Filipe Santos Costa, que tinha iniciado funções há um ano – o dirigente da AIMMAP diz ter “as melhores expectativas”.

No que diz respeito aos projetos relacionados com a descarbonização, o dirigente associativo refere que o setor tem várias iniciativas em curso e “está a avançar”: “Todo o nosso setor está bastante envolvido em tudo o que são medidas de implementação de economia circular, ‘ecodesign’, eficiência energética e descarbonização, e tem havido várias iniciativas nas empresas tendo em vista todos esses objetivos“, referiu.

“Além disso — acrescentou — temos promovido ações de capacitação para as empresas poderem dar resposta a estas exigências, assim como vários ‘workshops’ para fazer chegar esta mensagem a um número crescente de empresas”.

Rafael Campos Pereira explica que, em termos de emissões, o setor se propõe “acompanhar as exigências e os compromissos do Estado português”. “Queremos reduzir o peso dos combustíveis fósseis na nossa atividade produtiva“, disse, explicando que o setor da metalurgia e da metalomecânica “é relativamente heterogéneo, mas a principal parte da indústria não é de energia tão intensiva como, por vezes, se pensa”.

“Há uma parte que sim, mas outra parte que não, e há um conjunto grande de empresas que já estão bastantes descarbonizadas, algumas por natureza, outras pela evolução que têm desenvolvido. Portanto, diria que o nosso setor não é preocupante nessa área, há outros que o são muito mais, mas, mesmo assim, estamos empenhados em reduzir o peso dos combustíveis fósseis na nossa indústria“, concluiu.

 

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Governo cria grupo de trabalho para transposição da Diretiva Energias Renováveis

  • Lusa
  • 23 Junho 2024

Até 1 de julho o grupo vai preparar e apresentar propostas técnicas que permitam transpor para o ordenamento jurídico nacional disposições europeias.

O Ministério do Ambiente e Energia criou um grupo de trabalho para acelerar a transposição da Diretiva Europeia RED III (Diretiva Energias Renováveis) para a legislação nacional, anunciou hoje a Adene — Agência para a Energia, que integra o grupo.

A Diretiva RED III estabelece metas ambiciosas para aumentar a quota de consumo final bruto de energia proveniente de fontes renováveis para 42,5% até 2030, um aumento significativo em relação aos 32% anteriormente definidos“, explicou a agência, em comunicado.

Segundo a mesma nota, este grupo de trabalho vai, numa primeira fase, até dia 01 de julho, preparar e apresentar propostas técnicas que permitam transpor para o ordenamento jurídico nacional disposições que agilizem o licenciamento de energia renováveis.

Já numa segunda fase, o grupo vai ter como missão identificar as áreas temáticas e os diplomas que possam acomodar a transposição total da RED III, até 21 de maio de 2025.

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Sócrates ataca “duplo critério moral” sobre escutas

  • Lusa
  • 23 Junho 2024

Sócrates ataca o recurso às escutas nas investigações judiciais, uma "violência ilegítima do Estado português" sobre o indivíduo, afirmando que "este método deixou de ser exceção".

O ex-primeiro-ministro José Sócrates criticou domingo o “duplo critério moral” de silêncio da sociedade sobre as escutas na operação Marquês em contraste com a “viva indignação” no caso ‘Influencer’, em que está envolvido António Costa.

Numa nota enviada às redações, Sócrates ataca o recurso às escutas nas investigações judiciais, uma “violência ilegítima do Estado português” sobre o indivíduo, afirmando que “este método deixou de ser exceção e se transformou em regra”.

Há 10 anos, refere na nota, o antigo chefe de Governo afirma-se vítima desse método, uma “violência ilegítima do Estado Português” que foi “normalizada e tolerada por todos — pela política, pelo jornalismo, pelo poder judiciário”.

“O silêncio sobre o que aconteceu no processo Marquês comparado com a viva indignação que agora é usada no processo ‘Influencer’ representa um duplo critério moral que considero absolutamente inaceitável”, escreveu.

A publicação de escutas telefónicas, refere ainda Sócrates, “é usada em Portugal como meio que visa comprometer a reputação individual de adversários políticos” e à “nojeira de hoje”, do processo ‘Influencer’, “junta-se a tentativa de esquecimento da nojeira de ontem”, no caso Marquês.

Na quarta-feira, o Ministério Público abriu uma investigação a fugas de informação no processo Influencer, depois de ter sido divulgada a transcrição de escutas a conversas telefónicas entre o ex-primeiro-ministro, António Costa, e o então ministro das Infraestruturas, João Galamba.

No processo Operação Marquês, Sócrates foi acusado pelo MP, em 2017, de 31 crimes, designadamente corrupção passiva, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal, mas na decisão instrutória, em 09 de abril de 2021, o juiz Ivo Rosa ilibou o ex-governante de 25 dos 31 crimes, pronunciando-o para julgamento por três crimes de branqueamento e três de falsificação.

A decisão de janeiro da Relação determinou a ida a julgamento de um total de 22 arguidos por 118 crimes económico-financeiros, revogando a decisão instrutória, que remeteu para julgamento José Sócrates, Carlos Santos Silva, o ex-ministro Armando Vara, Ricardo Salgado e o antigo motorista de Sócrates, João Perna.

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Transportes, fogo e ruas cortadas. Tudo o que tem de saber antes da noite de S. João no Porto

Metro do Porto e STCP reforçam a circulação durante toda a noite de São João, no Porto e em Gaia. Saiba quais as ruas cortadas e os pontos altos desta festividade que junta milhares de pessoas.

Reza a tradição que na noite do São João, de 23 para 24 de junho, todos os caminhos vão dar às ruas do Porto e Vila Nova de Gaia, entre arraiais com bailes, rusgas, sardinhadas e caldo verde para petiscar. Regra geral, o carro fica em casa e o caminho faz-se a pé de alho-porro e martelo na mão, e com muita diversão à mistura com o aroma de manjericos no ar.

Por estes dias, o frenesim já está instalado e as cidades vestem-se a rigor, engalanadas com cascatas são joaninas, balões, e bancadas com iguarias para reconfortar o estômago. Um dos pontos altos é o fogo de artifício por volta da meia-noite sobre o rio Douro, abrilhantando o céu das duas cidades vizinhas durante 16 minutos, num investimento de 72.900 euros repartido entre ambos os municípios.

Horas antes e na Ponte Luís I, que liga as duas cidades nortenhas, mais uma tradição: o cumprimento e o brinde com vinho do Porto entre os dois presidentes de câmara, o independente Rui Moreira e o socialista Eduardo Vítor Rodrigues.

As festas de São João concentram-se, este ano, em três locais emblemáticos da cidade: Palácio de Cristal, Largo do Amor de Perdição (na Cordoaria) e na Casa da Música. Ao contrário dos anos anteriores, a rotunda da Boavista não terá a habitual zona de diversões “devido a constrangimentos logísticos” das obras da Metro do Porto, segundo já afirmou, no final de maio, o autarca Rui Moreira.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e o primeiro-ministro Luís Montenegro juntam-se aos festejos de São João ao início da noite e ao jantar oficial de São João do município do Porto.

O lançamento dos típicos balões de São João só será permitido entre as 21h45 de domingo e a 1h00 de segunda-feira. O espaço aéreo do Aeroporto Francisco Sá Carneiro estará temporariamente encerrado por questões de segurança.

Saiba quais as ruas cortadas e os horários dos transportes durante a noite de São João.

Interdições ao trânsito no Porto e em Gaia

  • Porto: entre as 20h00 do dia 23 e até às 8h00 de 24, o trânsito no centro do Porto vai estar interdito à circulação automóvel na Cordoaria e na Boavista (ligação Palácio Cristal e Casa da Música), locais onde serão instalados os palcos para concertos. Assim como na Avenida Gustavo Eiffel e na Avenida Paiva Couceiro até à rotunda do Freixo, e na marginal até ao cruzamento com a Rua da Restauração.
  • Vila Nova de Gaia: trânsito interrompido entre as 19h00 de domingo e as 8h00 de segunda-feira na Avenida Diogo Leite, Avenida Ramos Pinto, Largo Luís I, Rua Rocha Leão, Calçada da Serra, Rua Casino da Ponte, Rua da Fervença, Rua General Torres (entre o Largo Luís I, a Via da Misericórdia e a Rua Daniel Serrão). Assim como na Rua Cândido dos Reis, Rua do Choupelo (depois do Yeatman Hotel), Rua Serpa Pinto, Rua Dr. António Granjo, Largo da Cruz, Rua Rei Ramiro (entre a rotunda da Rua José Falcão/Rua do Agro e o Largo da Cruz), Cais do Cavaco, Cais Capelo e Ivens, Cais da Fontainha, Cais de Gaia (desde a Avenida Mestre José Rodrigues até ao Largo da Cruz).
  • A circulação pedonal no tabuleiro inferior da Ponte Luis I estará interdita entre as 23h00 e a uma da madrugada, de acordo com as duas autarquias.
  • A Ponte do Infante estará encerrada ao trânsito automóvel a partir das 19h00 de domingo e aos transportes públicos entre as 22h00 do dia 23 de junho e as 03h00 de segunda-feira.
  • Quanto aos transportes públicos, a STCP não circulará entre as 19h do dia 23 e as 6h do dia 24 de junho na Ponte Luís I, assim como entre as 22h do dia 23 e as 3h do dia 24 de junho na Ponte do Infante. Já o metro não pode circular entre as 23h30 do dia 23 e a 1h00 de 24 no tabuleiro superior da Ponte Luís I.
  • Estação do metro do Jardim do Morro vai estar encerrada entre as 14h00 de domingo e as 4h00 de segunda-feira. Não haverá circulação entre General Torres e São Bento entre as 23h30 do dia 23 e a 1h00 do dia 24.

Metro reforça serviço

A Metro do Porto reforça todas as linhas durante toda a noite de São João, com exceção da Linha Violeta, que mantém o horário habitual e encerra à 1h00.

Será ainda interrompida a travessia do metro no tabuleiro superior, entre General Torres e São Bento, entre as 23h45 e até cerca das 4h00 da madrugada devido ao tradicional fogo de artifício no rio Douro e também a partir da Ponte Luiz I. Neste período, a Linha Amarela funcionará de forma regular no Porto entre o Hospital de S. João e S. Bento, e em Gaia entre Santo Ovídio e General Torres.

Encerrada também vai estar a Estação dos Aliados, na Avenida dos Aliados, entre as 21h e as 5h da madrugada, “por motivos de segurança e dada a grande aglomeração de pessoas esperada” nesta artéria da Baixa do Porto, avança a Metro do Porto na sua página da internet.

  • A Linha Azul terá uma frequência de veículos com intervalos de 10 minutos até às 2h00, e 15 minutos após esse horário.
  • Na Linha Vermelha a passagem do metro acontece a cada 15 minutos, entre as 20h00 e as 3h00; passando depois a circular de meia em meia hora.
  • Na Linha Verde o metro circula a cada 10 minutos entre as 20h00 e as 3h00. A partir desse horário a frequência reduz-se para os 20 minutos.
  • Na Linha Amarela entre as 20h00 e as 4h00 da madrugada, a circulação de veículos acontece com intervalos de seis minutos. A partir das 4h00 a frequência diminui gradualmente até atingir os 15 minutos.
  • Na Linha Laranja o intervalo de circulação ronda os 10 minutos entre as 20h00 e as 2h00, e posteriormente e até às 6h00 a frequência aumenta para os 15 minutos.

STCP com oferta especial de autocarros

A STCP prevê um aumento de frequência e utilização de viaturas com maior capacidade; o que se “traduz num reforço das linhas de autocarro que servem as zonas mais tradicionais das festividades na cidade invicta”. Assegura, assim, uma mobilidade eficaz de e para todos os concelhos onde opera: Porto, Vila Nova de Gaia, Gondomar, Maia, Matosinhos e Valongo.

  • Linhas que serão suprimidas a partir as 20h00: a linha 403 (Boavista Casa Música-Campanhã), a linha 500 (Praça a Liberdade-Matosinhos Mercado), a linha 900 (Cordoaria-Sto. Ovídio), a linha 904 (Bolhão-Coimbrões) e a linha 11M (Hosp. S. João-Coimbrões).
  • Linhas 200/ 501/ 507/ 601/ 602/ 1M/ 12M/ 13M terminam na Rua da Restauração (junto ao Hospital Santo António).
  • Términos na Rua do Bolhão para as linhas 502/ 600/ 701/ 702/ 3M/ 4M/ 5M. Durante a madrugada, a linha 600 estará articulada com a linha 4M, entre a Ponte da Pedra e o centro do Porto.
  • Términos na Rua Sá da Bandeira para as linhas 401/ 700/ 800/ 801/ 305/ 7M/ 8M / 9M.
  • As linhas da STCP com operação no concelho de Gaia terminam na Av. da República, junto à Câmara de Gaia, a partir das 22h00, pela R. General Torres, R. Daniel Serrão, Av. República.
  • Elétricos históricos: os serviços da linha 1 (Infante-Passeio Alegre) e da linha 18 (Clérigos-Passeio Alegre) irão terminar por volta das 18h00 no domingo. Retomam horário normal na segunda-feira pelas 09h00.

Braga também fervilha com o São João

A cidade de Braga também vive a azáfama das festividades do São João com um programa rico em cortejos, como o Carro das Ervas, a Dança do Rei David e o Carro dos Pastores. O frenesim continua ainda com dezenas de cabeçudos a desfilar pelas ruas ou com o despique de bombos entre muita animação.

Para o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, o “S. João de Braga não se resume apenas a uma noite de folia”. É sim, detalhou, “uma manifestação de cariz cultural e identitário que se estende por onze dias, num programa que envolve toda a comunidade que vive as tradições de forma genuína”.

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Paula Franco reeleita bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados

  • Lusa
  • 23 Junho 2024

"Fortalecer a profissão, conseguir que atinja patamares de excelência, apostar muito na economia do país, apostar muito em que os contabilistas consigam fortalecer a economia”, são os objetivos.

Paula Franco foi reeleita bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) para o quadriénio 2025-2028, após encabeçar a única lista apresentada e que teve 97,35% dos votos, revelou a própria, assumindo o compromisso de “fortalecer a profissão”.

A eleição dos órgãos sociais da OCC para o quadriénio 2025-2028 ocorreu na sexta-feira, com o registo de 18 mil votantes num universo de 68 mil, indicou à agência Lusa Paula Franco, que está no cargo de bastonária desde 2018.

“Ganhámos com 97,35% dos votos, portanto o resto são nulos e brancos”, sublinhou a reeleita bastonária da OCC, que encabeçou a lista única “Todos contam com Paula Franco”.

“Foi um resultado estrondoso. Foi a segunda melhor eleição de sempre da OCC, mesmo sendo lista única”, sublinhou.

Como compromissos para o próximo mandato, Paula Franco disse que quer “fortalecer a profissão, conseguir que a profissão atinja patamares de excelência, apostar muito na economia do país, apostar muito em que os contabilistas consigam fortalecer a economia”.

“Estamos muito preparados e queremos apostar muito na valorização do contabilista certificado e na sua exigência”, afirmou.

Como balanço do cargo de bastonária até então, Paula Franco sublinhou que “os últimos seis anos foram de muitos sucessos na melhoria das condições de vida dos contabilistas certificados, com o justo impedimento e com as férias fiscais”.

Paula Franco, de 54 anos, é contabilista certificada, consultora fiscal e foi assessora dos últimos dois bastonários da OCC, antes de 2018, prestando apoio técnico no domínio da fiscalidade, contabilidade e segurança social.

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Primeira equipa do país dedicada apenas à urgência arrancou no Hospital São José

  • Lusa
  • 23 Junho 2024

A equipa com 298 profissionais, que irá crescer até 339, conta também com assistentes sociais, assistentes técnicos e assistentes operacionais.

Perto de 300 profissionais da Unidade Local de Saúde (ULS) São José, em Lisboa, entre médicos, enfermeiros e técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, formam a primeira equipa do país em dedicação exclusiva às urgências.

É o primeiro Centro de Responsabilidade Integrada do Serviço de Urgência (CRISU) que surge a nível nacional” e entrou em funcionamento a 17 de junho, anunciou à agência Lusa a presidente da ULS São José, Rosa Valente de Matos.

A equipa com 298 profissionais, que irá crescer até 339, conta também com assistentes sociais, assistentes técnicos e assistentes operacionais.

É uma equipa multidisciplinar, está a funcionar muito bem, e, neste momento, penso que também da parte dos utentes tem havido grande satisfação porque é um projeto amplo“, salientou a presidente da ULS São José.

Para Rosa Valente de Matos, “é um orgulho para o centro hospitalar ter esta equipa que se disponibilizou para fazer um trabalho diferente, numa altura do ano em que todos falam das complicações da urgência”.

Médicas internistas, Felisbela Gomes e Ana Bravo aceitaram o desafio de integrar esta equipa, criada na sequência de uma portaria de 30 de janeiro que estabelece, numa primeira fase, a criação de cinco projetos-piloto de CRISU que irão arrancar também nas ULS de Santa Maria, Coimbra, São João e Santo António.

“Quando nos propuseram este novo projeto na tentativa de resolver alguns problemas da urgência e otimizar os cuidados aos doentes críticos, eu aceitei”, disse Felisbela Gomes, no Hospital São José, onde funciona a Urgência Geral Polivalente da ULS.

Ana Bravo realçou, por sua vez, os benefícios deste novo modelo de organização que visa “melhorar todo o percurso dos doentes críticos” desde a admissão na urgência.

É tentar distinguir os doentes urgentes dos não urgentes para que os realmente urgentes possam beneficiar do atendimento na urgência e nós termos mais atenção para esses doentes“, acrescentou Felisbela Gomes.

Diminuir o tempo de espera dos doentes, agilizar as decisões terapêuticas, bem como retirar “um maior número de doentes não urgentes” para outros cuidados são outros objetivos, apontou.

Nesta fase inicial, integram a equipa 16 internistas, mas a ideia, segundo Ana Bravo, é aumentar até ao final do ano o número de médicos para a equipa assegurar permanentemente as urgências, uma vez que atualmente assegura 12 horas diárias (das 08:00 às 20:00) todos os dias da semana.

Ressalvando ainda ser “um bocadinho cedo” para fazer um balanço do trabalho da equipa, Ana Bravo disse que “a ideia é que tem estado a correr bem”. “Estamos numa fase que ainda estamos a perceber o que vamos poder melhorar, quais os pontos menos bons, mas acho que o mais importante é estarmos todos muito motivados para que corra bem e acho que isso é muito importante nesta fase inicial do projeto“, declarou a médica, sempre atenta ao telemóvel para ver se não recebia uma chamada da urgência.

Há 28 anos a trabalhar no Hospital de S. José, Paulo Barreiro, enfermeiro coordenador do CRISU, disse conhecer “de trás para a frente” o serviço de urgência, onde todos os dias são “um desafio” para dar resposta “de qualidade” a utentes e familiares.

Considerou o novo projeto desafiante porque “permite uma gestão mais flexível”, encaminhando os doentes para o nível de cuidados mais adequado dentro da instituição, através da articulação de cuidados e de recursos dentro da ULS, mas também com outras instituições.

“Este projeto é um desafio que acho que está a correr muito bem e todo o trabalho preparatório que tem vindo a ser feito até ao primeiro dia de funcionamento, só nos deixa orgulhosos e ainda mais motivados para continuar”, salientou Paulo Barreiro.

Rosa Valente de Matos salientou que o serviço de urgência, que é o serviço Central, requer muitos recursos humanos, pretendendo-se com esta reorganização criar sinergias para que os serviços possam funcionar melhor.

O objetivo é que os profissionais estejam mais satisfeitos, porque também vão ter mais incentivos, que os utentes saiam mais satisfeitos e que haja ganhos de eficiência para toda a ULS São José“, que também envolve os cuidados saúde primários, a consulta pós-urgência e a hospitalização domiciliária, disse a presidente da ULS.

Segundo a portaria que criou as CRISU, os profissionais de saúde das várias áreas que integram este modelo de organização, têm acesso a vários incentivos, incluindo financeiros, que estão diretamente relacionados com o desempenho alcançado.

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Novo aeroporto pode ser construído até 2030 se houver bom planeamento

  • Lusa
  • 23 Junho 2024

"É exequível [construir o novo aeroporto até 2030] se houver planeamento, organização e decisões rápidas", frisou Rosário Partidário.

A coordenadora da Comissão Técnica Independente (CTI) do novo aeroporto afirmou sábado que é possível construir aquela infraestrutura aeroportuária no Campo de Tiro de Alcochete (CTA) antes do mundial de futebol de 2030, se houver um bom planeamento.

“Eu acho que sim, [que o novo aeroporto pode ser construído até 2030], sobretudo se chegarmos à conclusão de que o mundial é uma justificação suficiente para ter um [novo] aeroporto, para trazer os adeptos e as equipas a Portugal”, disse Rosário Partidário.

Portugal, em todas as grandes iniciativas que tem tido, tem sempre um fator de motivação muito forte. Ou é a Expo 98, ou são as Jornadas da Juventude. E, se calhar, é bom termos o mundial como uma justificação para ter uma infraestrutura destas preparada para receber a procura que, eventualmente, vai haver“, acrescentou.

Rosário Partidário falava aos jornalistas depois de participar num encontro, promovido pela plataforma cívica contra a construção do novo aeroporto na Base Aérea do Montijo, para celebrar a decisão do Governo de construir o novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete (CTA), que foi considerado a melhor opção pela CTI.

“É exequível [construir o novo aeroporto até 2030] se houver planeamento, organização e decisões rápidas”, frisou Rosário Partidário.

No encontro realizado na Sociedade “Os Franceses”, no Barreiro, no distrito de Setúbal, em que foi elogiada e homenageada pela plataforma cívica pela “qualidade e pela isenção” do trabalho realizado pela CTI, Rosário Partidário alertou também para a necessidade de se fazer “um plano diretor” para o novo aeroporto.

“Aquilo é uma infraestrutura que vai ter um impacto territorial muitíssimo grande, porque, obviamente, vai atrair muita procura do ponto de vista das indústrias, das empresas, serviços de infraestruturas, disto tudo. E, portanto, aquilo não pode acontecer ao acaso. Tem que haver um plano diretor, que, aliás, no projeto anterior já estava previsto”, justificou.

Tem sempre que haver um plano diretor quando há um investimento que vai provocar um impacto territorial muito grande. Tem que ser assim, não é uma coisa que seja sequer discutível ou debatível, porque está em causa, justamente, a forma como depois, quer a preservação dos valores naturais existentes, quer a futura organização daquele território, se vai desencadear”, acrescentou.

Rosário Partidário considerou ainda que, se houver um bom planeamento, seja o planeamento diretor territorial, seja o planeamento da construção, envolvendo todos os atores que têm relevância para o desenvolvimento do projeto, o novo aeroporto “não vai levar muito tempo a construir”.

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#10 Rei Portugal e a Herdade Turquia: Uma noite especial

O ECO estabeleceu uma parceria com o jornal desportivo online Bola na Rede, para o acompanhamento do Euro 2024. O jornalista Diogo Reis é Enviado Especial à Alemanha e escreve uma crónica diária.

Há quem diga que o seu objetivo diário é melhorar 1%. Portugal melhorou mais desde o jogo com a Chéquia, mudando o sistema, o onze inicial e certas dinâmicas. A seleção nacional soube lidar com a pressão de uma grande massa de adeptos turcos e uma postura agressiva por parte dos seus jogadores. No fundo, há dois pontos centrais: qualificação em primeiro lugar à próxima fase e progresso no futebol. Não é surpresa para ninguém que continua a haver potencial para muito mais, mas, desde que se perceba e aprenda com os erros, o caminho é para a frente. Sabe-se também que Portugal vai jogar os oitavos-de-final em Frankfurt no dia 1 de julho (segunda-feira). O adversário será o terceiro lugar do Grupo A, B ou C. A definir ainda.

Mudanças de Roberto Martínez

A mudança que salta mais à vista foi a utilização de João Cancelo. Desta vez o lateral não jogou como médio (com bola) e voltou à posição de origem, ainda que tenha continuado a procurar zonas interiores. O objetivo terá passado por dar maior dinamismo ao corredor direito e maior conforto a Bernardo Silva, que foi o homem do jogo. Observou-se também a entrada de mais um médio no onze: João Palhinha, com tarefas mais defensivas, e uma pressão na saída turca para condicionar e forçar erros. Mencionar que Rafael Leão perdeu pontos (arriscou pouco ou quase nada em movimentos de rutura/rasgos, tendo impacto mínimo no jogo).

Turquia com mais espaço que herdades no Alentejo

Face às dificuldades da Turquia nas transições defensivas, Portugal aproveitou o grande espaço existente através de transições rápidas e verticais, sobretudo na primeira parte. Na conferência de imprensa, em resposta ao Bola na Rede, Roberto Martínez confessou que deviam ter gerido melhor as transições na segunda parte, pois venciam confortavelmente e justificava-se mais uma posse controlada. Uma vez que Portugal já está qualificada, esperam-se muitas mais mexidas no onze inicial frente à Geórgia.

Os Reis do Europeu e quebra de jejum

O objetivo do futebol é marcar golos e ganhar. Nenhuma novidade. Em Campeonatos da Europa, quais são as seleções com mais vitórias de sempre? Alemanha (29), Espanha (23, Itália (22), França (22) e Portugal (21 e igualada com os Países Baixos). Após baterem a Turquia por 3-0, Portugal soma a 21.ª vitória, entra no top-5 de mais triunfos em Europeus e garante o primeiro lugar do grupo – algo que não acontecia há 16 anos (2008).

Uma noite especial

Bernardo Silva foi o homem do jogo no Portugal x Turquia, mas há um aspeto que pode ter passado despercebido: o médio português nunca tinha marcado em fases finais (Mundiais + Euros). Além de Bernardo Silva, foi uma noite especial para uma série de jogadores, como Pepe (41 anos e com uma exibição imperial), Bruno Fernandes (estreia a marcar em Europeus), António Silva e João Neves (estreias no Euro) e, claro, Cristiano Ronaldo, após se ter tornado no jogador com mais assistências em Europeus. Tem sete.

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Economia circular subiu na fama, mas caiu na prática. “Nunca precisámos tanto dela”, alerta estudo

A contínua aceleração do consumo, sobretudo nos países mais ricos, “já não garante melhorias no bem-estar”, assinala um estudo desenvolvido pela Deloitte e pela Circle Economy Foundation.

A economia circular está em declínio a nível global: já só representa 7,2% da produção mundial, abaixo dos mais de 9% que se verificavam em 2018, detetam a Deloitte e a Circle Economy Foundation. Apontam o dedo às nações mais ricas e deixam alertas para os países em desenvolvimento, ao mesmo tempo que sugerem a criação de incentivos para as empresas implementarem práticas de economia circular e a adaptação da política fiscal.

Nunca precisámos tanto de uma economia circular”, defendem os autores do estudo global Circularity Gap Report 2024, uma colaboração entre a Deloitte e a Circle Economy Foundation, a que o ECO/Capital Verde teve acesso em primeira mão. Apesar de os autores reconhecerem que a evolução do consumo global foi importante para elevar a qualidade de vida, a contínua aceleração do mesmo, sobretudo nos países mais ricos, “já não garante melhorias no bem-estar”, defendem.

O mesmo estudo aponta que, apesar de se falar cada vez mais em economia circular — o volume de discussões, debates e artigos sobre o tema triplicou –, esta tendência não é acompanhada por ações concretas. A circularidade, aliás, está em declínio a nível global.

A percentagem de materiais secundários usados na produção, em vez de materiais virgens, caiu de 9,1% em 2018 para 7,2% em 2023. E, nos últimos seis anos, foram consumidos mais de 500 mil milhões de toneladas de materiais — 28% de todos os materiais que a humanidade consumiu desde o início do século XX.

O declínio efetivamente existe. Mas isso não significa que se faça menos circularidade em termos absolutos: o que acontece é que continuamos num crescimento muito grande de extração de materiais virgens no nosso planeta, e esse crescimento é superior à injeção na nossa economia de materiais já utilizados.

Afonso Arnaldo

Líder de Sustentabilidade e Clima na Deloitte

“O declínio efetivamente existe. Mas isso não significa que se faça menos circularidade em termos absolutos: o que acontece é que continuamos num crescimento muito grande de extração de materiais virgens no nosso planeta, e esse crescimento é superior à injeção na nossa economia de materiais já utilizados”, explica, em declarações ao Capital Verde, Afonso Arnaldo, líder de Sustentabilidade e Clima na Deloitte. “Temos no fundo de conseguir consumir menos e reutilizar mais”, indica.

Se um terço daquilo que é produzido ao dia de hoje na Europa fosse feito de materiais previamente utilizados, ou seja numa lógica de economia circular, os ganhos seriam “muito significativos”, avalia Afonso Arnaldo. Por exemplo, as novas políticas de “Direito à Reparação” na União Europeia, as quais estimulam que se dê uma segunda vida aos equipamentos, deverão permitir poupanças de 176,5 mil milhões de euros ao longo de 15 anos, ao mesmo tempo que se evitam 18,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono. O mercado da economia circular deverá situar-se entre 2 a 3 mil milhões de dólares até 2026 e, ao permitir a redução da extração de materiais, aumenta também a resiliência das cadeias de abastecimento.

Países ricos são maiores culpados. Europa deverá ir na frente

Os países de maiores rendimentos “consomem muito acima da sua quota-parte de materiais”, já que, apesar de albergarem 17% da população global, consomem 25% das matérias-primas virgens. Ao mesmo tempo, geram 43% das emissões globais. Nesse sentido, este grupo de países deve reduzir o seu consumo, defende o estudo.

Os países de médios rendimentos, de que são exemplo o Brasil, México ou o Vietname, devem continuar a apostar na melhoria da qualidade de vida das respetivas populações mas “de uma forma mais sensível aos limites do planeta”. As emissões destes países estão alinhadas com as dos mais ricos — 41% — mas têm o dobro da população.

Provavelmente o que vai acontecer é a União Europeia querer estar à frente neste tema, como está no tema climático.

Afonso Arnaldo

Líder de Sustentabilidade e Clima da Deloitte

Já no caso dos países de mais baixos rendimentos, como a Nigéria, Etiópia ou as Filipinas, têm uma pegada em termos de consumo de materiais de apenas 5 toneladas por pessoa, abaixo das 8 toneladas que são apontadas como um nível sustentável. Nesse sentido, o estudo prevê que estes países aumentem o consumo de materiais, de forma a aumentar a qualidade de vida da população.

O relatório tenta demonstrar que existem caminhos [no sentido de uma maior de circularidade] que podem ser tomados, também com valor económico”, e que é possível as economias em desenvolvimento continuarem a crescer adotando uma lógica mais circular, remata o líder de Sustentabilidade da Deloitte.

No entanto, admite, uma maior circularidade pode conduzir a maiores custos num primeiro momento, pelo que Afonso Arnaldo considera ser uma “visão romântica” pensar que pode haver um esforço simultâneo globalmente: “Provavelmente o que vai acontecer é a União Europeia querer estar à frente neste tema, como está no tema climático, uma vontade que aliás já manifestou“. Nesse caso, existirá um período de transição no qual há que ter cuidado com aquilo que é exigido às empresas, e em que situação estas ficam em termos concorrenciais face a outras que estão fora da União Europeia, alerta.

O caso português não deverá ser muito diferente do europeu. “Nós não somos um peso pesado na economia mundial e, tal como acontece nas alterações climáticas, deveremos ser um pouco arrastados”, prevê Arnaldo. Esse empurrão deverá também ser dado através da cadeia de valor, já que “grandes marcas europeias” vão começar a exigir determinadas metas de circularidade, “e isso com certeza terá reflexo aqui também na nossa esfera”, prevê a Deloitte.

Taxas e fiscalidade a favor da circularidade

Feito o diagnóstico, o estudo apresenta três linhas orientadoras que considera a base necessária para que governos e indústria façam a transição para uma economia mais circular: criar condições equitativas, que promovam a circularidade em determinado território sem o prejudicar em relação a outros concorrentes; ajustar as políticas fiscais de forma a canalizar o investimento da melhor forma e, finalmente, formar na área.

Tal como no tema das alterações climáticas, também o da circularidade deve ser uma responsabilidade, em grande parte, das empresas, pela introdução de materiais usados nos novos produtos que vão sendo produzidos“, avalia o responsável da Deloitte. No entanto, os Governos terão um papel relevante na orientação dos investimentos. Por exemplo, sugere o estudo, devem ser criados incentivos que beneficiem empresas que apostem em economia circular em detrimento daquelas que não o fazem, permitindo também preços mais atrativos para o produto final que tem uma componente de circularidade.

Afonso Arnaldo, partner da Deloitte.

De forma a não desequilibrar a balança e a prejudicar os negócios europeus, Arnaldo Afonso vê como possibilidade a criação de um mecanismo equivalente ao Mecanismo de Ajustamento Carbónico Fronteiriço (CBAM, na sigla em inglês), mas focado na circularidade. No caso do mecanismo de carbono o objetivo é medir melhor as emissões de CO2 associadas às importações da UE, e depois pôr-lhes um preço. “Mecanismos como esse que tentam colocar em igualdade de circunstâncias aquilo que é o produtor dentro da União Europeia, com o produtor de fora da União Europeia”, defende o representante da consultora.

Em paralelo, a fiscalidade é mais uma ferramenta que os autores do estudo defendem como adequada para promover a circularidade, pois por esta via podem penalizar-se os produtos que não têm em atenção estes fatores. As economias devem “assegurar que os preços refletem e incluem todos os custos, incluindo os relacionados com o impacto no ambiente e saúde”, lê-se no texto.

Outra forma de os Governos promoverem economias mais sustentáveis é medirem a riqueza de outra forma, não olhando apenas ao produto interno bruto (PIB), mas também a fatores como o bem-estar humano. “Muitas vezes um país cresce economicamente mas não cresce necessariamente o bem-estar das pessoas”, explica Afonso Arnaldo, que acredita que estes fatores que devem ser introduzidos pelos governos e pelas grandes instituições financeiras globais.

Por fim, os autores propõem medidas específicas para três setores: da construção, alimentar e dos bens de consumo. No caso da construção, apontam para o reforço de princípios de circularidade no desenho dos edifícios, para que estes possam ser melhor aproveitados no futuro, assim como a aposta na eficiência energética e em materiais secundários, reduzindo o cimento e o aço.

No setor alimentar, os autores defendem uma transição na dieta de carne, peixe e laticínios para cereais, fruta, vegetais e nozes, mas também que seja dada prioridade à produção e consumo locais e que se invista no uso de organismos geneticamente modificados. Em paralelo, defendem a eliminação do desperdício alimentar, com melhorias no transporte, refrigeração e planeamento

Para os bens de consumo, circularidade implica melhorias de processo e sinergias com outros atores industriais, estender o tempo de vida dos equipamentos e comprar apenas o necessário. Quanto ao setor têxtil em particular, o estudo sugere priorizar a confeção têxtil natural e local.

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Portugal nos ‘oitavos’ do Euro2024 como vencedor do Grupo F ao bater Turquia

  • Lusa
  • 22 Junho 2024

Bernardo Silva, aos 21 minutos, Samet Akaydin, aos 28, na própria baliza, e Bruno Fernandes, aos 56, selaram o triunfo da seleção lusa.

Portugal garantiu o apuramento para os oitavos de final do Campeonato da Europa de futebol de 2024 e assegurou a vitória no Grupo F, ao bater a Turquia por 3-0, no segundo jogo na prova, em Dortmund.

Bernardo Silva, aos 21 minutos, Samet Akaydin, aos 28, na própria baliza, e Bruno Fernandes, aos 56, selaram o triunfo da seleção lusa, que na primeira jornada tinha batido a República Checa por 2-1.

Após duas jornadas, Portugal soma seis pontos e já ganhou o Grupo F, pois tem mais três pontos e vantagem no confronto direto face à Turquia, segunda, enquanto República Checa e Geórgia, que hoje empataram 1-1, partilham o terceiro posto, com um ponto.

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Portugal vence a Turquia no Euro2024 por 2-0 ao intervalo

  • Lusa
  • 22 Junho 2024

Bernardo Silva, aos 21 minutos, e Samet Akaydin, aos 28, na própria baliza, faturaram para a seleção lusa.

Portugal terminou hoje a primeira parte a vencer a Turquia por 2-0, em encontro da segunda jornada do Grupo F do Campeonato da Europa de futebol de 2024, no Signal Iduna Park, em Dortmund, na Alemanha.

Bernardo Silva, aos 21 minutos, e Samet Akaydin, aos 28, na própria baliza, faturaram para a seleção lusa.

Se conseguir segurar o triunfo, a formação das ‘quinas’ garante o apuramento antecipado para os oitavos de final do Euro2024 e assegura também a vitória no Grupo F

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Morreu presidente da administração do Metro de Lisboa, Vitor Domingues dos Santos

  • Lusa
  • 22 Junho 2024

Nascido em 1952, Vítor Domingues do Santos presidia ao Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa desde 2017.

O presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa, Vitor Domingues dos Santos, morreu vítima de doença, informou hoje a empresa que liderava desde 2017.

Nascido em 1952, Vítor Domingues do Santos presidia ao Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa desde 2017, funções que acumulava com o cargo de presidente do Conselho de Administração da Ferconsult e da Metrocom.

Foi ainda presidente do Conselho Diretivo da Associação Metropolitana de Operadores de Transporte de Lisboa (AMOLIS) e representou, entre outras entidades, os membros portugueses da União Internacional dos Transportes Públicos (UITP).

Licenciado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e com MBA (grau de pós-graduação) em Gestão Internacional pela Universidade Católica Portuguesa e Programa de Alta Direção de Empresas (PADE) pela AESE — Escola de Negócios, Vitor Domingues dos Santos desenvolveu o seu percurso profissional na gestão de infraestruturas e transportes, construção civil e obras públicas.

“O Conselho de Administração endereça à família de Vitor Domingues dos Santos, neste momento difícil, as mais sentidas e sinceras condolências”, refere o Metropolitano de Lisboa, em comunicado.

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