Taxa de desistência do ensino superior é a mais alta em oito anos

Taxa de desistência dos estudantes de licenciatura subiu para 11,10% no ano letivo de 2022/2023. Mudança de curso e faculdade também aumentou.

Há cada vez mais alunos a desistirem do ensino superior, após o primeiro ano de curso. Em 2022/2023, a taxa de desistência dos estudantes de licenciatura nestas circunstâncias era de 11,10%, de acordo com os dados mais recentes do portal Infocursos. É o valor mais elevado em, pelo menos, oito anos.

Estes são os últimos números divulgados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), relativos a mais de 6 mil cursos lecionados em 282 estabelecimentos de ensino superior. Segundo os dados oficiais, o número de alunos de licenciatura que não se encontravam no ensino superior, um ano após iniciarem o curso está a aumentar há quatros anos letivos consecutivos, isto é, desde 2019/2020. Esta situação é semelhante nos alunos de cursos técnicos superiores profissionais, com a taxa a situar-se em 26,9% em 2022/2023.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Este período coincide com a pandemia e a inflação, que pressionou os orçamentos das famílias, e o estalar da crise na habitação, da qual o alojamento estudantil não escapou. Recorde-se que os dados mais recentes também já tinham apontado para um abandono escolar, cuja taxa aumentou 1,5 pontos percentuais em 2023, quebrando a tendência gradual de diminuição que se registava desde 2017. Na altura, o então ministro da Educação, João Costa, tinha apontado que 2021 e 2022 foram “anos atípicos tanto no abandono escolar como nas taxas de sucesso” dos alunos.

Em contrapartida, a taxa de desistência de alunos em mestrado integrados, após o primeiro ano, recuou no último ano letivo para os quais há dados disponíveis (2022/2023), situando-se em 3,6%, segundo os dados da DGEEC. Já a taxa de desistência de estudantes de mestrado de 2.º ciclo, após o primeiro ano, está a cair há dois anos letivos seguidos.

Número de alunos a mudarem de curso ou faculdade aumenta

Os dados da DGEEC revelam ainda que há também cada vez mais alunos a mudarem de curso ou estabelecimento de ensino, após um ano de ingressarem no ensino superior. No ano letivo 2022/2023 a taxa de alunos em licenciatura e em mestrado integrado nestas circunstâncias era de 10%, isto é, o nível mais elevado desde o ano letivo de 2015/16 e 2019/2020, respetivamente. A tendência é semelhante nos cursos técnicos superiores profissionais, depois de uma queda em 2021/2022.

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Nos mestrados de 2.º ciclo houve uma ligeira queda, com a taxa a situar-se em 3,2% em 2022/2023, menos 0,1 pontos percentuais face à registada no ano letivo anterior (3,3%).

Os dados oficiais dão também “pistas” sobre o método de entrada em licenciatura no ensino superior público. Quatro em cada dez alunos (40,1%), entram na primeira opção do concurso nacional de acesso, enquanto 14,2% através da segunda opção. Já quase um quinto (17,3%) por outras opções ou modalidades do regime geral de acesso e apenas 5,5% através de provas específicas para os maiores de 23 anos.

No próximo ano letivo (2024/2025) haverá 55.166 vagas para as universidades e politécnicos do Estado, um aumento 158 vagas (0,29%) face ao ano passado e um novo recorde, no âmbito do concurso nacional de acesso ao ensino superior. O ISCTE, em Lisboa, é a instituição de ensino superior com o maior aumento na oferta, com mais 138 vagas face a 2023.

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Ferro Rodrigues defende “audição prévia” a futuro Procurador-Geral da República

Antigo presidente da Assembleia da República considerou que a divulgação das escutas a Costa foram um "episódio desgraçado" e defendeu uma "audição prévia" ao substituo de Lucília Gago.

O ex-presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, defendeu esta quarta-feira que a pessoa que vier a ser indigitada para o cargo de Procurador-Geral da República deve sujeitar-se previamente a uma audição no Parlamento.

“A nomeação do próximo Procurador-Geral da República, ou da próxima Procuradora-Geral da República, deve obedecer a critérios completamente diferentes. Para já, deve haver um acordo com o Sr. Presidente da República e com o Governo, que é quem propõe e quem nomeia (o Presidente nomeia e o primeiro-ministro propõe), para que a Assembleia da República tenha um papel e haja uma audição prévia”, disse, numa entrevista à RTP3.

Para Ferro Rodrigues, essa audição prévia permitiria “que os deputados possam fazer perguntas a quem for indigitado”, nomeadamente, sobre como olha para situações como a da fuga das escutas a António Costa, “e o que pensa fazer para as reverter”.

Na mesma entrevista, o antigo presidente da Assembleia da República disse que a divulgação de escutas ao ex-primeiro-ministro António Costa na comunicação social, recolhidas no âmbito da Operação Influencer, corresponderam a um “irregular funcionamento de um dos pilares fundamentais da nossa democracia” — o sistema de Justiça e a própria Procuradoria –, e foram uma “tentativa de assassinato político” de Costa no dia em que o seu nome era discutido em Bruxelas para o cargo de presidente do Conselho Europeu, opinou. Foi “mais um episódio desgraçado da nossa democracia”, apontou.

Sobre o processo para averiguar a divulgação das escutas que foi instaurado pela Procuradoria-Geral da República, Ferro Rodrigues apelou à celeridade: “É preciso que seja rápida essa investigação. Não me parece que seja um processo que deva ser muito longo, porque quem é que tinha acesso àqueles dossiês todos e àquelas escutas todas de que uma rede de televisão se orgulhou de ter acesso a todo o processo em segredo de Justiça? Pouca gente deve ter tido acesso. Portanto, é de esperar que as consequências sejam rápidas e fortes”, disse.

Por fim, o antigo presidente do Parlamento reconheceu que existem “muitos mais problemas” na Justiça, como os “problemas graves nos tribunais administrativos” e as elevadas custas judiciais, salientando que “o acesso igualitário à Justiça não existe em Portugal”. “Portanto, há todo um trabalho em que é necessária uma concertação política muito forte“, rematou.

O mandato da atual Procuradora-Geral da República vai terminar em outubro. Lucília Gago anunciou em março que não tenciona ser reconduzida no cargo.

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April, Verspieren e Verlingue estão no TOP 10 das corretoras em França

  • ECO Seguros
  • 19 Junho 2024

Corretoras que estão em animadas aquisições em Portugal são das maiores de França, um dos mercados mais relevantes da Europa. Veja o ranking, liderado pela Diot-Siaci, que faturou 905 milhões em 2023.

A mediadora April Portugal, a Verspieren Portugal, e a Verlingue em Portugal são participadas pelas três das maiores corretoras em França segundo o ranking publicado no jornal Le Tribune de L´Assurance. Todas as suas representadas têm valores muito superiores a nível global, mas é crescente o seu peso no mercado nacional.

Os números indicados são de 2023 e apontam para um elevado crescimento de negócios nos primeiros 10 lugares entre as corretoras do ranking francês, não só por aquisições realizadas mas também por via orgânica.

Este facto é realçado pelo jornal, referindo que “os principais corretores do mercado francês fizeram frente a uma guerra exacerbada por talentos e um ambiente de negócios cada vez mais adverso, com a construção parada, aumento de empresas falhadas e ainda as dificuldades de financiamento das famílias e empresas”.

A maior corretora em França continua a ser a Diot-Siaci (905 milhões de euros de volume de negócios em 2023, + 14% em relação a 2022). Especializada em corretagem e consultoria de seguros e resseguros na França e na Europa, com presença na Ásia, Oriente Médio e África, tem 5.000 colaboradores em todo o mundo, os clientes incluem empresas de grande e média capitalização, PME e profissionais, com maior relevância em ramos Não Vida. A Diot-Siaci tem 54% do capital nas mãos da gestão e do grupo de corretagem Burrus. É representada em Portugal pela corretora Costa Duarte.

A April é o segunda maior corretora (630 milhões de euros de volume de negócios em 2023, + 7% em relação a 2022 ), sendo grossista com 15 mil mediadores associados. Está em 18 países e entrou em Portugal em 2008, com distribuição através de uma rede independente de Agentes e Mediadores de seguros que conta com mais de 400 pontos de venda ativos, faturando mais de 6,5 milhões de euros em comissões em 2022. Está em primeiro lugar no top ECOseguros dos mediadores em Portugal e posiciona-se como especialista em Seguros de Vida Crédito. A Grupo April é detido maioritariamente pela gestora de fundos KKR e depois por um grupo que inclui gestão e colaboradores e quatro investidores estratégicos: A Evolem, family Office de Bruno Rousset, fundador da April, a Téthys Invest, holding da herdeira da L’Oreal Françoise Bettencourt Meyers, o Burrus Group e a Arkéa.

Nos lugares seguintes estão as internacionais americanas com a WTW (564 milhões de euros de volume de negócios em 2023, + 8% em relação a 2022 ), a Marsh (522 em 2023, + 9,6% em relação a 2022 ) e a AON (492 em 2023, + 6,9% em relação a 2022 ).

O Grupo Verspieren é o 6º maior (460 milhões de euros de volume de negócios em 2023, + 8% em relação a 2022), sendo atualmente o maior corretor francês de capital exclusivamente familiar, constituído por mais de 20 empresas dedicadas à corretagem e consultoria de seguros, contando com mais de 2.200 Colaboradores. Criado em 1880, conta com filiais em França, Espanha, Suíça, Itália e Portugal, onde está desde 1997. O formato atual, em que é a 15ª maior corretora portuguesa com 3,7 milhões de negócios em 2022, resulta da fusão realizada em 2019 da MEDIATOR com a CREDITE-EGS.

O 7º maior corretor é a Kereis (401 milhões de euros de volume de negócios em 2023, + 26 % em relação a 2022), que anuncia mais de 3,5 mil milhões de prémios sob gestão em seguros de proteção de crédito e mais de 15 milhões de contratos de seguros de vida, sendo ainda especialista em corretagem de seguros individuais, seguros de proteção de pagamentos e serviços financeiros. O Grupo Kereis, adquirida maioritariamente pela gestora de fundos Bridgepoint em 2020, também tem presença internacional em Itália, Alemanha, Bélgica e Áustria e 15 anos de presença em Espanha e Portugal. Por cá, a Kereis Iberia estabeleceu-se há cerca de dois anos.

A Fillet alerd é a 8ª maior (302 milhões de euros de volume de negócios em 2023, + 8,9 % em relação a 2022) e membro da Brokerslink, a rede criada pela portuguesa MDS. Nasceu em 1846 em Bordéus e dedicava-se inicialmente aos seguros Marítimos e de Transportes das trocas marítimas e comerciais com as ex-colónias francesas, às importações de vinhos da Argélia e ao comércio externo de Portugal para as suas próprias colónias. Hoje está em Espanha, Suíça, Costa do Marfim, Argentina, Hong Kong e Singapura e o capital continua nas mãos da família Alerd.

A 9ª maior corretora é a Verlingue (285 milhões de euros de volume de negócios em 2023 + 19,2 % em relação a 2022) que em Portugal é a 5ª maior corretora tendo obtido 16,6 milhões de faturação no ano passado. A Verlingue em Portugal resultou da compra da corretora Luso Atlântica em 2020, mas já consolidou a sua no mercado português através da aquisição da RT Global Insurance. É detida pela família Verlingue.

Fecha o TOP10 de França o Groupe Premium (254 milhões de euros de volume de negócios em 2023, + 35 % em relação a 2022), hoje maioritariamente detida pelo fundo Eurozeo que a avaliou em 290 milhões de euros. A sua principal marca é a Predictis que tem 14 centros em França e conta com parceiros como a Swiss Life, a Aviva e a Groupama Gan Vie.

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Nuno Rebelo de Sousa constituído arguido no caso das gémeas

  • Lusa
  • 19 Junho 2024

Processo das gémeas brasileiras que receberam tratamento de quatro milhões de euros em Portugal tem mais um arguido: Nuno Rebelo de Sousa, filho do Presidente da República.

Nuno Rebelo de Sousa, filho do Presidente da República, foi constituído arguido no processo das gémeas que receberam tratamento hospitalar em Portugal com um medicamento que custou quatro milhões de euros, confirmou à Lusa fonte ligada ao processo.

Questionada esta quarta-feira sobre se Nuno Rebelo de Sousa é arguido, a Procuradoria-Geral da República (PGR) limitou-se a responder que “o inquérito tem arguidos constituídos”, remetendo mais informações para um comunicado de 7 de junho.

Nesse comunicado, era referido que neste caso estão em causa factos suscetíveis de configurar “prevaricação, em concurso aparente com o de abuso de poderes, crime de abuso de poder na previsão do Código Penal e burla qualificada”. Entre os arguidos está também o ex-secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales.

Esta quarta-feira, o filho do Presidente da República comunicou à Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o caso das gémeas que não pretende prestar esclarecimentos, admitindo contudo estar presente em audição, segundo um documento ao qual a Lusa teve hoje acesso.

Marcelo desconhecia. E não comenta

O Presidente da República afirmou que desconhecia e nada tem a dizer sobre a notícia de que o seu filho é arguido neste processo.

“Já sabem que eu não tenho nada a dizer sobre isso. Acaba de me dar uma notícia que eu não sabia“, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta aos jornalistas, à entrada para a cerimónia de entrega do Prémio Pessoa, na Culturgest, em Lisboa.

O Presidente da República repetiu que não tem “nada a acrescentar” ao que já disse sobre este caso, considerando que não tem “verdadeiramente nada a juntar de útil, quer no plano dos factos, quer no plano dos juízos, a essa matéria”.

O chefe de Estado referiu que tudo o que tem sabido sobre este processo foi pela comunicação social, a quem agradeceu por estar “a noticiar ao longo dos últimos dias e ao longo dos últimos meses” sobre o assunto.

Em causa está o tratamento hospitalar (em 2020) de duas crianças gémeas residentes no Brasil que adquiriram nacionalidade portuguesa e receberam no Hospital de Santa Maria (Lisboa) o medicamento Zolgensma. Com um custo de dois milhões de euros por pessoa, este fármaco tem como objetivo controlar a propagação da atrofia muscular espinal, uma doença neurodegenerativa.

O caso foi divulgado pela TVI, em novembro passado, e está ainda a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República. A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde já concluiu que o acesso à consulta de neuropediatria destas crianças foi ilegal.

Também uma auditoria interna do Hospital Santa Maria concluiu que a marcação de uma primeira consulta hospitalar pela Secretaria de Estado da Saúde foi a única exceção ao cumprimento das regras neste caso.

A 4 de dezembro do ano passado, o Presidente da República confirmou que o seu filho, Nuno Rebelo de Sousa, o contactou por email em 2019 sobre a situação das duas gémeas luso-brasileiras com atrofia muscular espinhal que depois vieram a receber no Hospital de Santa Maria um tratamento com um dos medicamentos mais caros do mundo.

Nessa ocasião, Marcelo Rebelo de Sousa deu conta de correspondência trocada na Presidência da República em resposta ao seu filho, enviada à Procuradoria-Geral da República, e defendeu que deu a esse caso “o despacho mais neutral”, igual a tantos outros, encaminhando esse dossiê para o Governo.

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Miguel Albuquerque retira programa do Governo na Madeira e quer ouvir oposição

Presidente do Governo Regional da Madeira quer ouvir a oposição, por saber que "não havia condições" para aprovar o programa.

Miguel Albuquerque decidiu retirar o programa do Governo que iria a votos esta quinta-feira, para que haja uma nova ronda de negociações com os partidos políticos. O presidente do Governo Regional da Madeira entende que “não havia condições” para o programa ter luz verde e quer auscultar as propostas da oposição.

“O processo negocial já está em curso. Nesta última ronda constatámos que, neste momento, não havia condições para aprovação do Programa do Governo. Sendo assim, decidimos retirar o Programa do Governo e manter em aberto uma nova ronda negocial com os partidos, no sentido de encontramos a breve prazo condições para a aprovação do programa”, afirmou o presidente do Governo Regional.

Numa declaração aos jornalistas na Quinta Vigia, no Funchal, o social-democrata anunciou que já deu entrada na Assembleia [Legislativa] um requerimento para a retirada do Programa do Governo. “E vamos interpor na assembleia um novo programa contemplando um conjunto de propostas que dão seguimento às negociações que estão em curso”, completou.

O Programa do Governo da Madeira começou a ser discutido na terça-feira, estando a votação prevista para esta quinta-feira. Miguel Albuquerque avançou que o processo negocial com as várias forças políticas continua e que apresentará um novo Programa do Governo “nos próximos dias”. “Temos 30 dias para o fazer a contar da retirada” do Programa do Governo, sustentou.

O presidente do Executivo madeirense acredita que existem “todas as condições” para que seja aprovado, ao contrário do que poderia acontecer esta quinta-feira, uma vez que o PS, JPP e Chega já tinham avisado que iram votar contra. Os três partidos somam um total de 24 deputados dos 47 do hemiciclo, o que se traduz numa maioria absoluta.

A consequência de não aprovação do Programa do Governo é não termos orçamento com as consequências nefastas em todos os setores sociais da região.

Miguel Albuquerque

Presidente do Governo Regional da Madeira

Para Miguel Albuquerque, “é fundamental, imperativo e do interesse público, dos madeirenses e porto-santenses, ter um Programa de Governo aprovado e posteriormente um orçamento”. Assinala que fez todos os esforços no sentido do programa ter luz verde e sempre esteve “de boa-fé” neste processo.

Todos sabem que não refreamos esforços nos contactos com as diversas forças parlamentares, assegurando a nossa disponibilidade, quer no programa do Governo, quer no orçamento no sentido englobar nas nossas propostas um conjunto de projetos apresentados pelos partidos de oposição que não colidissem com o nosso projeto essencial”.

Posto isto, só restava um caminho: a retirada do Programa do Governo. Até porque, avisou: “A consequência da não aprovação do Programa do Governo é não termos orçamento com as consequências nefastas em todos os setores sociais da região.”

“Entendemos que o que está em jogo é que o interesse coletivo, dos trabalhadores, das famílias, empresas e agentes sociais e económicos não fique bloqueado”, alertou Albuquerque. Portanto, assinalou, “não há nenhuma razão para termos uma situação de impasse, até porque o conjunto de alterações que deveriam ser feitas era no quadro do orçamento e não no Programa do Governo

“O que interessa aos madeirenses e porto-santenses é ter um Governo que governe, ter estabilidade política e social”, concluiu.

Nas eleições regionais antecipadas de 26 de maio deste ano, o PSD elegeu 19 deputados, ficando a cinco mandatos de conseguir a maioria absoluta. O PS conseguiu 11, o JPP nove, o Chega quatro e o CDS-PP dois, enquanto a IL e o PAN elegeram um deputado cada.

As eleições aconteceram depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, devido à crise política desencadeada em janeiro, quando Miguel Albuquerque foi constituído arguido num processo sobre alegada corrupção.

(Notícia atualizada pela última vez às 20h43)

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Parlamento aprova Pedro Nuno Santos, André Ventura e Carlos Moedas no Conselho de Estado

A lista única apresentada pelo PSD, PS e Chega para representar a AR no órgão de consulta do Presidente da República foi aprovada. Pedro Nuno, Ventura e Moedas passam a integrar o Conselho de Estado.

O Parlamento aprovou esta quarta-feira a lista única do PS, PSD e Chega com os novos membros que vão representar a Assembleia da República no órgão de consulta do Presidente da República. Assim, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, o presidente do Chega, André Ventura, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, vão mesmo integrar o Conselho de Estado.

A votação decorreu esta quarta-feira à tarde, respeitando o método de Hondt, tendo sido conferida liberdade de voto aos deputados de cada partido político. Ou seja, os partidos não votaram unanimemente. De acordo com a Lusa, a lista única proposta foi aprovada, com 168 votos a favor. Votaram para esta eleição 221 deputados.

As bancadas do PSD, PS e Chega somam um total de 206 deputados. Mesmo descontando nove parlamentares que não participaram nesta votação, a lista conjunta não recolheu a totalidade de votos favoráveis das três bancadas. No entanto, o ECO confirmou que os 50 deputados do Chega votaram a favor. Por seu turno, o Bloco de Esquerda e do Livre votaram contra e a deputada única do PAN absteve-se.

Carlos Moedas junta-se, assim, a Francisco Pinto Balsemão nas escolhas do PSD para a mesa do órgão de consulta de Marcelo Rebelo de Sousa, enquanto o PS designou Pedro Nuno Santos para se juntar ao presidente do partido, Carlos César. Com o resultado das eleições legislativas, os socialistas perderam o direito a ocupar três lugares, passando para dois. Esse terceiro lugar foi atribuído ao Chega, que escolheu André Ventura para integrar o Conselho de Estado. Será a primeira vez que o partido se faz representar neste órgão.

Antes da votação, vários partidos deixaram críticas à lista que foi votada. No Livre, que votou contra, Isabel Mendes considerou ser “inacreditável” que tenha sido apresentada uma lista única negociada entre o PS, PSD e um partido “da extrema-direita” e, simultaneamente, por ser “exclusivamente” composta por homens. A falta de paridade também resultou na abstenção do PAN. Já o Bloco e Esquerda votou contra.

Por seu turno, a Iniciativa Liberal salientou a “hipocrisia” do PS e do Chega por terem concordado em compor uma lista única, permitindo, desta forma, que o partido liderado por André Ventura entrasse “para dentro do sistema, perfeitamente à vontade”.

Além da permanência de Francisco Pinto Balsemão e de Carlos César, continuarão a integrar este órgão consultivo José Pedro Aguiar-Branco como presidente da Assembleia da República e Luís Montenegro na qualidade de primeiro-ministro, em substituição de Augusto Santos Silva e António Costa, respetivamente.

Os antigos Presidentes da República Aníbal Cavaco Silva e António Ramalho Eanes, à semelhança dos presidentes dos Governos regionais da Madeira e dos Açores, Miguel Albuquerque e José Manuel Bolieiro, também continuarão a sentar-se à mesa do Conselho de Estado.

Ademais, continuarão a integrar o Conselho de Estado a Provedora de Justiça Maria Lúcia Amaral, José João Abrantes, presidente do Tribunal Constitucional; e Luís Marques Mendes, António Lobo Xavier, Joana Carneiro, Leonor Beleza e Lídia Jorge.

Ao Conselho de Estado é-lhe conferido o direito de se pronunciar sobre um conjunto de assuntos, nomeadamente, “a dissolução da Assembleia da República e dos órgãos das regiões autónomas”, “a demissão do Governo”, “a nomeação e a exoneração dos ministros da República para as regiões autónomas”, “a declaração da guerra e a feitura da paz” e, em geral, “aconselhar o Presidente da República no exercício das suas funções, quando este lho solicitar”.

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Zurich faz o maior investimento estrangeiro em seguros da Índia

  • ECO Seguros
  • 19 Junho 2024

No futuro, a empresa vai mudar de marca para uma que represente a Zurich e a Kotak. É o primeiro investimento de uma seguradora no país após limite de investimento estrangeiro subir em 2021.

O Grupo Zurich completou a aquisição da participação maioritária (70%) da Kotak Mahindra por cerca de 55.600 milhões de rupias indianas (623 milhões de euros). Segundo avançou o grupo esta quarta-feira, a Zurich prevê forte procura de seguros comerciais na Índia – onde está a sede da empresa adquirida.

Tulsi Naidu, CEO da Zurich no Ásia-Pacífico acredita que a aquisição da Kotak abre o caminho para a Zurich se tornar líder de mercado naquela região.

Esta compra constitui o maior investimento estrangeiro no mercado de seguros gerais na Índia e é o primeiro investimento de uma “seguradora estrangeira desde que o limite de investimento direto estrangeiro foi aumentado de 49% para 74% em 2021”.

A compra cumpriu todas as obrigações regulatórias e foi feita através da combinação de novo capital de investimento e aquisição de ações.

Com esta fusão, a Zurich e a Kotak querem criar uma companhia de seguros gerais líder na Índia, combinando a liderança e a escala global da Zurich no setor segurador, com a experiência e alcance locais da Kotak.

Nesse sentido, o CEO da Zurich para o Ásia-Pacífico, Tulsi Naidu, afirmou que “a aquisição da Kotak General Insurance traça o caminho para que a Zurich se torne líder num mercado em crescimento muito significativo – a Índia. Trata-se de um passo estratégico fundamental para a Zurich”. ”

“O mercado de seguros da Índia tem um imenso potencial e, juntamente com a Kotak, estamos empenhados em apoiar o seu crescimento e desenvolvimento. Temos a escala global, uma forte experiência na gestão de riscos complexos, capacidades digitais e liderança tecnológica para colmatar a lacuna de proteção dos seguros. O nosso objetivo é criar resiliência entre os clientes e as empresas indianas através de soluções simples e inovadoras”, acrescentou Tulsi Naidu.

A Zurich pretende promover o desenvolvimento e expansão do setor no país, em linha com o objetivo da autoridade reguladora de seguros da Índia de alcançar “Seguro para Todos” até 2047.

A Zurich revelou que a empresa irá adotar uma nova marca que represente tanto a Zurich como a Kotak.

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AIDA lança curso para profissionais dos seguros que lidam com compliance

  • ECO Seguros
  • 19 Junho 2024

No curso serão lecionadas diversas matérias desde as orientações supranacionais em matéria de governação de empresas de seguros, passando por ESG até à publicidade nos seguros e a lei do esquecimento.

A secção portuguesa da Associação Internacional do Direito dos Seguros (AIDA) preparou o “Curso Avançado de Compliance de Seguros” marcado para 22 de setembro a 13 de novembro de 2024.

Este curso visa colmatar a falta de literatura que esclareça os contornos “relativamente recentes e imprecisos (…) em permanente mudança legislativa e regulamentar” de compliance.

Para oferecer “uma formação avançada aos profissionais que se dediquem ou pretendam dedicar-se ao estudo e à prática do Direito de Seguros, bem como a todos aqueles que tenham necessidade de formação atendendo ao desempenho de funções na atividade seguradora”, lê-se no regulamento do curso.

Na formação serão lecionadas diversas matérias, desde as orientações supranacionais em matéria de governação de empresas de seguros, passando por ESG (sigla inglesa para E de environment – ambiente, S de social e G de governança) no setor segurador até à publicidade nos seguros e a lei do Esquecimento.

Os coordenadores do curso são Margarida Lima Rego, presidente da secção portuguesa da AIDA, professora catedrática e diretora da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa e recentemente eleita vice-presidente da Câmara de Recursos das três Autoridades de Supervisão dos Mercados Financeiros e Francisco Rodrigues Rocha, advogado, vogal do conselho diretivo da secção portuguesa da AIDA e professor auxiliar convidado da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

O curso vai decorrer em formato online e, por regra, às segundas, quartas e sextas-feiras das 16h30 às 17h30 e das 18h às 19h00 (hora de Lisboa).

Para mais informações aqui.

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Lusitania vence concurso de três milhões para fornecer seguros à Cascais Ambiente

A Lusitania venceu dois lotes do concurso público que somam mais de 3 milhões de euros. Já a Fidelidade ficou com o 3.º lote que custou 9.900 euros à EMAC. 

A Lusitania, seguradora do Montepio, venceu dois concursos públicos lançados pela Empresa Municipal de Ambiente de Cascais (EMAC), ficando responsável pela prestação de serviços de seguros, num investimento superior a três milhões de euros.

Os contratos assinados pela Lusitânia contemplam a prestação de apólices de seguro de Acidentes de Trabalho e o seguro de Grupo de Acidentes Pessoais (lote 1); seguro Multirriscos, seguro de Bens Leasing (Máquinas Casco e Avaria de máquinas); seguro Frota Automóvel; seguro de Responsabilidade Civil Exploração (incluindo atividades turísticas); seguro de Responsabilidade Civil Espaço de Jogo e Recreio e o seguro de Responsabilidade Civil (lote 2). O primeiro lote teve um custo de 2.009.675,61 euros e o segundo custou 1.301.892,30 euros

Já a Fidelidade ficou com o terceiro lote e assim responsável por prestar seguro de Responsabilidade Ambiental com um custo de 9.900 euros para a EMAC.

Para os diferentes lotes concorreram a Fidelidade, Lusitânia, Generali/Tranquilidade e Ageas Portugal.

Tomador de seguro é sempre a Cascais Ambiente, mas o seu beneficiário altera

No seguro de acidentes de trabalho os beneficiários são os trabalhadores efetivos ou eventuais da EMAC e os do seguro de Grupo Acidentes Pessoais são os participantes em atividades temporárias (com duração até 12 meses), suportadas, realizadas, organizadas, promovidas ou patrocinadas pela Cascais Ambiente.

Já no seguro multirriscos o segurado são os recheios e conteúdos que façam parte do património da EMAC, para o seguro de bens em leasing os objetos seguros são equipamentos e materiais fixos, como ecopontos da Cascais Ambiente. O segurado de frota automóvel, seguro responsabilidade Civil (espaços de jogo e recreio) e o seguro de Responsabilidade Civil Exploração continua a ser a EMAC. Assim como o seguro obrigatório para empresas de aplicação terrestre de produtos fitofarmacêuticos e o seguro de responsabilidade ambiental.

Os contratos têm duração inicial de 12 meses, sendo renováveis sucessivamente por igual período até ao limite de 36 meses.

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Paes Antunes falha por um voto eleição para presidente do CES

  • Lusa
  • 19 Junho 2024

O candidato único indicado pelo PSD para presidente do Conselho Económico e Social (CES), o antigo secretário de Estado social-democrata Luís Paes Antunes, falhou a eleição por um voto.

O candidato único indicado pelo PSD para presidente do Conselho Económico e Social (CES), o antigo secretário de Estado social-democrata Luís Paes Antunes, falhou esta quarta-feira, por um voto, a eleição de dois terços para esse cargo.

Luís Paes Antunes obteve 148 votos a favor, menos um do que o mínimo de 149 – num total de 230 deputados – para atingir a maioria de dois terços requerida para a eleição do presidente do CES. Entre os 223 deputados votantes, registaram-se 70 brancos e cinco nulos.

Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, Paes Antunes foi secretário de Estado entre 2002 e 2005 em dois governos chefiados por José Manuel Durão Barroso e por Pedro Santana Lopes.

Neste momento, a socióloga Sara Falcão Casaca preside ao CES de forma interina desde fevereiro, depois de Francisco Assis ter renunciado ao seu mandato para se candidatar a deputado pelo PS nas últimas eleições legislativas.

Francisco Assis esteve à frente do CES desde julho de 2020. Na primeira vez, em 2020, foi eleito logo na primeira tentativa com votos favoráveis de 170 deputados. Em abril de 2022, foi reeleito, igualmente na primeira tentativa, para um segundo mandato com 192 votos favoráveis.

De acordo com a Constituição, “o CES é o órgão de consulta e concertação no domínio das políticas económica e social, que participa na elaboração das propostas das grandes opções e dos planos de desenvolvimento económico e social”, e compete à Assembleia da República eleger o seu presidente, por maioria de dois terços.

Em relação a este processo, fonte da bancada socialista disse à Lusa que, como tem acontecido em anteriores legislaturas, manteve-se o acordo de o partido do Governo designar o presidente do CES e o maior partido da oposição o nome para Provedor de Justiça, escolha que não acontecerá agora.

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Governo destaca indicadores “relevantes” de crescimento turístico no Alentejo

  • Lusa
  • 19 Junho 2024

Secretário de Estado do Turismo diz que o Alentejo "cresce acima dos dois dígitos" neste setor. É uma das regiões" do país com indicadores de crescimento turístico "mais consolidados e relevantes".

O Alentejo é, atualmente, “uma das regiões” do país com indicadores de crescimento turístico “mais consolidados e relevantes”, face à média nacional, destacou esta quarta-feira o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado.

“O Alentejo é de facto hoje, senão a, uma das regiões que apresenta indicadores de crescimento [no setor turístico] mais consolidados e mais relevantes, atendendo àquilo que é a própria média do país”, afirmou o governante.

Numa cerimónia na zona do paredão da barragem do Alqueva, do lado do concelho de Moura (Beja), o secretário de Estado enalteceu, no seu discurso, este trabalho de aposta na área turística “seguramente feito durante estas décadas”.

Mas que agora “vê o seu epicentro numa relação cada vez maior com mercados externos que não tinha”, fazendo com que o Alentejo tenha “cada vez menos uma dependência do mercado interno e maior relevância nos mercados internacionais”.

“Isso é particularmente relevante porque acrescenta valor, acrescenta crédito e acrescenta, de facto, uma nova visão para este território”, realçou.

Temos destinos do país que crescem abaixo dos dois dígitos. O Alentejo cresce acima dos dois dígitos.

Pedro Machado

Secretário de Estado do Turismo

Questionado pela agência Lusa, após a cerimónia de inauguração da nova Estação Náutica de Moura-Alqueva, que envolveu um investimento de quase 2,2 milhões de euros, Pedro Machado precisou que, em termos percentuais, a região alentejana “cresce acima dos dois dígitos” no turismo.

“Temos destinos do país que crescem abaixo dos dois dígitos. O Alentejo cresce acima dos dois dígitos” e, “no primeiro trimestre” deste ano, essa subidas esteve “acima nalguns casos dos 20%”, afirmou.

“Portanto, significa que é uma região pujante, é uma região que está em crescimento e é uma região cada vez também mais competitiva e mais atrativa“, frisou o secretário de Estado do Turismo.

Além de estar “a crescer e bem do ponto de vista daquilo que é a sua implantação nos mercados internacionais”, a região também está a conseguir “fazer com que [se] esbata aquilo que eram muitos fatores” menos positivos. “Nomeadamente a sazonalidade, porque ela hoje está esbatida e a procura turística faz-se durante mais meses durante o ano”, afiançou, acrescentando ainda outro “indicador muito relevante”, que é o facto de “a estadia média aumentar”.

Quanto à Estação Náutica Moura-Alqueva, o governante elogiou este tipo de valências, que são não apenas “um produto óbvio”, num lago, numa barragem ou numa praia oceânica, mas permitem agregar “outros produtos”.

“Acrescentamos aqui valor com a formação, com a educação, com a cidadania”, ou seja, a possibilidade de uma estação náutica “representar valor acrescentado para formar cidadãos” e permitir “a combinação com o património, gastronomia, alojamento” e outros vetores da atividade turística que “estão muito para além daquilo que é um espelho de água”.

E, referindo que já existem em Portugal 38 estações náuticas, o governante disse ainda que esta nova valência em Alqueva, do lado do concelho de Moura, contribui para uma “nova imagem” da região, a do “Alentejo azul” e “mais moderno, mais contemporâneo“, ao mesmo tempo que “mantém a sua história, o seu ADN”.

O projeto da Estação Náutica Moura-Alqueva, coordenado pela Câmara Municipal de Moura e desenvolvido em parceria com a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), é composto por uma plataforma central de lazer, uma praia fluvial e um parque de autocaravanas. Mas o objetivo, no futuro, passa por somar outros investimentos.

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Sioslife lança “primeira rede social para idosos” em Portugal, Espanha e Brasil

A ageTech de Braga levantou no ano passado uma ronda de 2,3 milhões de euros. Rede social já conta com 16 mil utilizadores. Depois de Espanha e Brasil, aponta a novos mercados europeus.

Fábio Macedo e Jorge Oliveira são os fundadores da Sioslife

A startup portuguesa Siolisfe lançou a “primeira rede social para idosos” em Portugal, Espanha e Brasil. A plataforma, que visa combater o isolamento social entre os mais velhos, conta já com mais de 16 mil utilizadores. Consolidar em Espanha e Brasil, bem como no mercado europeu, “com foco no Reino Unido e países nórdicos”, faz parte dos planos de internacionalização da startup de Braga.

“Esta é uma rede social especial, dedicada exclusivamente às pessoas mais velhas e que tem um objetivo muito claro: combater o isolamento social, um dos principais problemas associados ao envelhecimento. Esta era uma das funcionalidades mais pedidas pelos nossos clientes, e depois de ajudarmos na manutenção do contacto entre utentes e cuidadores, porque não fomentar a socialização entre pessoas mais velhas que já se conhecem ou até criar novos laços de amizade?”, diz Jorge Oliveira, CEO da Sioslife, citado em comunicado.

“Esta é uma rede social completamente diferente daquilo que conhecemos. Destaca-se, essencialmente, pela interface de utilização super simples. Com apenas dois ou três toques no ecrã, é possível encontrar amigos na comunidade e estabelecer uma relação de amizade. Com apenas mais um toque, inicia-se uma videochamada e o dia destas pessoas muda por completo… isso vê-se no sorriso deles!”, descreve o também fundador da Sioslife, juntamente com Fábio Macedo.

A Sioslife disponibiliza uma solução tecnológica para facilitar o contacto e partilha de dados entre utentes, profissionais e cuidadores de mais de 600 instituições, num universo de 16 mil utilizadores. A rede social — com o mesmo nome da startup que a criou — integra esse software, permitindo “em exclusivo, através dos sistemas interativos de inclusão digital da Sioslife — tablets e computadores –, o acesso a funcionalidades de socialização, entretenimento, navegação na internet, entre outras, adaptado mesmo a pessoas com menor literacia digital, explica a ageTech que, no ano passado levantou 2,3 milhões de euros.

Aposta em novos mercados

A ronda — que contou com a participação de investidores como António Murta, a 3xP Global, a Subvisual e o Fundo de Inovação Social — tinha como objetivos reforçar a oferta no mercado, escalar as operações para outras regiões da Península Ibérica e apostar na melhoria contínua e inovação dos produtos, bem como duplicar a equipa 20 colaboradores.

“Desde a ronda de investimento, a nossa principal prioridade foi garantir uma estratégia de investimento na sustentabilidade da empresa e encontrar caminhos eficientes para a escalabilidade. Embora o crescimento da equipa não tenha sido o foco principal, investimos significativamente em otimizar processos e estratégias que nos permitissem alcançar os nossos objetivos de forma mais lean. Esta abordagem garantiu que estivéssemos mais bem preparados para um crescimento sustentável e para enfrentar os desafios do mercado com maior eficiência e resiliência”, adianta Jorge Oliveira ao ECO. Hoje a empresa tem 15 colaboradores.

“A ronda de investimento permitiu-nos focar na nossa estratégia de crescimento e concretizar uma viragem estratégica significativa. Investimos na evolução do produto e começámos a consolidar o nosso posicionamento internacional, ainda que este precise de ser reforçado. Este financiamento também fomentou parcerias estratégicas com as principais entidades do setor em Portugal e com parceiros tecnológicos que complementam a nossa oferta, integrando as melhores práticas de cuidado e saúde no nosso país”, refere ainda o cofundador.

“Temos planos ambiciosos de continuar a evoluir as nossas soluções, tanto a nível de produto como de estratégia. Pretendemos crescer internacionalmente, estabelecendo uma rede de parceiros de distribuição tanto a nível nacional como internacional”, aponta o responsável.

Consolidar em Espanha e Brasil faz parte da estratégia, bem como no mercado europeu “com foco no Reino Unido e países nórdicos”.

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