Filhos “pesam” 811 euros por mês nos gastos das famílias portuguesas
Inquérito do INE calcula a diferença de gastos entre as famílias com filhos e os agregados sem dependentes a cargo, em rubricas como transportes, habitação, restauração, alimentação e educação.
Os agregados familiares com filhos a seu cargo gastam, em média, mais quase 10 mil euros por ano em relação às famílias sem dependentes a cargo, revela o inquérito às despesas das famílias 2022/2023, divulgado esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Os resultados sugerem que, atendendo à composição familiar, os agregados com crianças dependentes gastam anualmente, em média, mais 9.731 euros do que os agregados familiares sem crianças dependentes, o que se traduz numa despesa mensal média superior em 811 euros”, indica o gabinete de estatística.
Para esta diferença contribuíram sobretudo os encargos com transportes e com habitação, cuja diferença entre os dois tipos de agregados familiares superou, em ambos os casos, os 100 euros mensais, indica o INE. Foi observada também “uma despesa superior em restauração e alojamento, em alimentação e em educação: mais 97, mais 90 e mais 66 euros mensais, em média, respetivamente”.
As famílias portuguesas gastam, em média, 23.900 euros por ano com as suas despesas, sendo que este valor é variável consoante a composição do agregado familiar. As famílias com duas ou mais crianças dependentes são as que gastam mais, com a despesa média anual a superar os 32.800 euros. Por sua vez, os agregados unipessoais são, naturalmente, os que gastam menos.
Ainda assim, de acordo com o inquérito do INE, “a despesa média anual foi superior na presença de um adulto com menos de 65 anos (17.105 euros) em comparação com os agregados constituídos por um adulto idoso (14.783 euros)”.
Habitação tira mais de um terço ao orçamento das famílias
Por tipologia de despesa, a habitação é a que mais pesa no orçamento das famílias, com a despesa média com este encargo a representar 39,3% do total, ascendendo a 9.390 euros por ano. Segue-se a alimentação (12,9%), com a despesa anual média a ser de 3.091 euros e os transportes (12,1%), com 2.888 euros ao ano. Contas feitas, cerca de dois terços da despesa média das famílias concentrou-se nestes três encargos.
Estes dados “sugerem que a importância relativa dos encargos com a habitação na estrutura da despesa familiar tem aumentado nas últimas décadas e que, em contrapartida, os encargos com alimentação e com vestuário e calçado são os que mais têm perdido peso no conjunto da despesa dos agregados familiares” nota o INE.
Em termos regionais, a despesa anual média foi mais elevada na Área Metropolitana de Lisboa, com o valor a situar-se nos 26.891 euros, seguida pelo Algarve (24432 euros/ano). Ambas ficaram acima da média nacional. Já a despesa média na região Norte ficou aquém da média nacional, mas acima dos 23 mil euros (23.245 euros).
Pelo contrário, a despesa média regional mais baixa foi observada na Região Autónoma dos Açores (19.431 euros), que também apresentou o perfil regional de despesa mais distante da média nacional. Segue-se o Alentejo (21.359 euros), o Centro (22.222 euros) e a Região Autónoma da Madeira (22.605 euros).
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