“Não vemos da parte do Governo vontade de construir estabilidade política em Portugal”, diz Pedro Nuno Santos

Pedro Nuno Santos criticou a postura do Governo e a intenção de reverter medidas do Orçamento do Estado. O líder do PS acusou ainda Montenegro de ser um foco de instabilidade.

O líder do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, acusou esta sexta-feira o primeiro-ministro Luís Montenegro de ser um foco de instabilidade e de não mostrar “vontade de construir estabilidade política em Portugal”, criticando a intenção do seu Executivo de estudar formas para reverter medidas aprovadas no Orçamento do Estado do anterior Governo.

“Reiteradamente o primeiro-ministro vem a confirmar que não está interessado em envolver o Parlamento e a oposição. Não tem vontade de construir o que quer que seja com o PS, mesmo tendo uma minoria”, atirou Pedro Nuno Santos, a falar à margem de uma visita à Feira Nacional de Agricultura de Santarém. Num comentário à notícia avançada pelo Expresso, sobre a intenção do Governo de Montenegro em tentar reverter IRS ou IVA da luz no Orçamento do Estado, o líder socialista realçou que “o Orçamento do Estado foi já comprometido hoje, sem qualquer negociação”.

“Agora, vemos hoje nas notícias, que há mesmo intenção de o Governo reverter algumas medidas que foram aprovadas no Parlamento”, atirou, reforçando que “há iniciativas que foram votadas no Parlamento que o Governo está a estudar como pode reverter em sede orçamental.”

Pedro Nuno Santos mostrou-se ainda preocupado com as declarações de Montenegro proferidas esta quinta-feira. O primeiro-ministro diz estar disponível para governar, mesmo sem convergência política e adiantou que está preocupado em resolver os problemas dos portugueses.

Se estamos com disponibilidade para construir a convergência, vemos com preocupação essas declarações” do primeiro-ministro, declarou o líder socialista. “A primeira coisa que diz é que governa a pensar na vida das pessoas, o que não é verdade. Temos assistido a um conjunto de medidas que não beneficia a classe média, ou beneficia mais uma minoria, a que este governo chama de classe média”, acrescentou.

“O que estamos a assistir hoje é um primeiro-ministro que não está nada interessado em ter estabilidade política e está a ser ele o principal agente de instabilidade e uma crise política que queremos todos evitar”, reforçou, notando que o Governo não tem mostrado vontade de negociar com a oposição, apresentando as suas medidas no Parlamento sem envolver a oposição e sem negociação prévia. O Governo “não pode comportar-se como se tivesse maioria absoluta”.

Ministra da saúde dá “péssimo exemplo de governação”

A comentar a situação da saúde, depois de a administração do hospital de Viseu se ter demitido, citando a “quebra de confiança política” da ministra da saúde, Ana Paula Martins, Pedro Nuno Santos criticou a postura da governante e falou num “péssimo exemplo de governação” ao culpar os administradores hospitalares pela crise na saúde.

Os administradores hospitalares fazem o melhor que podem com as condições que têm. A ministra da saúde não pode esperar resolver os problemas da saúde apontando o dedo a quem enche os hospitais no dia-a-dia“, considerou.

Pedro Nuno Santos referiu ainda que a ministra não pode continuar a esconder as suas responsabilidades, apontando culpas ao anterior Governo, adiantando que “a senhora ministra agora não se pode esconder atrás de ninguém”.

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Portugal com sexta taxa mais baixa de vagas de emprego na UE no primeiro trimestre

  • Joana Abrantes Gomes
  • 14 Junho 2024

Entre janeiro e março, Portugal era o sexto país da UE com menos ofertas de trabalho e tinha a 12.ª taxa de emprego mais alta -- que, apesar disso, teve o sétimo maior recuo entre os 27.

Portugal teve a sexta taxa mais baixa de ofertas de trabalho e a 12.ª taxa de emprego mais alta no primeiro trimestre deste ano na União Europeia (UE), segundo uma série de dados publicados esta sexta-feira pelo Eurostat. No mesmo período, mais de metade dos desempregados do bloco comunitário permaneceram nessa situação.

De acordo com as estatísticas relativas à taxa de ofertas de empregos, verificou-se em Portugal um recuo de 0,1 pontos percentuais (p.p.), tanto na variação em cadeia como na homóloga, para os 1,2% nos primeiros três meses deste ano. O setor da indústria e da construção apresentou uma taxa de vagas de trabalho de 1,1%, enquanto a dos serviços era de 1,9%.

Entre os Estados-membros da UE, que no seu conjunto registaram uma taxa de ofertas de emprego de 2,6%, Portugal posiciona-se como o sexto país com o indicador mais baixo, ficando não só abaixo da média dos 27, como da taxa registada ao nível da Zona Euro (2,9%). Note-se que, quer no bloco comunitário, quer na área da moeda única, a taxa de ofertas de emprego manteve-se estável quando comparada com o trimestre anterior, mas, face ao mesmo período do ano passado, caiu 0,3 p.p. em ambas as zonas.

Evolução da taxa de ofertas de emprego na UE e na Zona Euro

Fonte: Eurostat

As maiores taxas de ofertas de emprego registaram-se na Áustria (4,5%), Bélgica e Países Baixos (4,4% cada) e Alemanha (3,5%) e as menores na Roménia (0,7%), Bulgária (0,8%), Polónia e Espanha (0,9% cada).

Ainda segundo os dados do gabinete estatístico europeu, entre janeiro e março, o setor administrativo foi o que teve maior taxa de ofertas de emprego (4,7% na Zona Euro e 4,4% na UE), seguindo-se o do alojamento e restauração (4,4% e 4,1%, respetivamente). O setor da informação e comunicação tinha a menor taxa: 3,4% na Zona Euro e 3,1% na UE.

Portugal acima da média da UE na taxa de emprego, a 12.ª mais alta entre os 27

A taxa de emprego aumentou ligeiramente na União Europeia, de 75,5% no último trimestre de 2023 para 75,7% no primeiro trimestre deste ano, segundo o Eurostat. Na comparação homóloga, observou-se uma subida de 0,6 pontos percentuais.

Em Portugal, a percentagem de pessoas entre os 20 e os 64 anos que estavam empregadas no mesmo período foi de 78,2%, o que significa que está acima da média dos 27, mas é apenas a 12.ª taxa mais alta entre os Estados-membros, depois de cair 0,2 p.p. em relação ao último trimestre de 2023.

Ao nível da UE, o comportamento deste indicador variou bastante. Dos 15 países onde a taxa de emprego subiu face aos últimos três meses de 2023, os maiores aumentos verificaram-se na Croácia (+1,8 p.p.), na Eslovénia (+1,3 p.p.) e na Bulgária e Grécia (+0,9 p.p. cada).

Em Itália e na Letónia, a taxa de população empregada permaneceu estável no primeiro trimestre, enquanto o Chipre, a Estónia e a Lituânia (-0,5 p.p. cada) tiveram as maiores descidas dos dez países da UE em que o indicador baixou.

Variação mensal da taxa de emprego nos 27 Estados-membros da UE

Fonte: Eurostat

Porém, os Estados-membros com as taxas de emprego mais elevadas no primeiro trimestre deste ano foram os Países Baixos (83,4%), Malta e Suécia (ambas com 82,4%) e a República Checa (81,7%). Pelo contrário, Itália e Grécia (ambas com 66,8%), a Roménia (69,4%) e Espanha (71,1%) tiveram as taxas de emprego mais baixas da UE.

Maioria dos desempregados permaneceram no desemprego no primeiro trimestre na UE

As estatísticas do Eurostat relativas ao fluxo laboral mostram que, no conjunto dos 27 países da UE, 3,4 milhões de pessoas desempregadas com idades compreendidas entre os 15 e os 74 anos na UE encontraram emprego entre o quarto trimestre de 2023 e o primeiro trimestre deste ano, representando 25,5% de todos os desempregados no final do ano passado.

Durante o período em análise, a maioria dos desempregados (6,8 milhões, o que equivale a 51,3%) permaneceram nessa situação, enquanto 3,1 milhões (23,3%) transitaram do desemprego para a inatividade.

De todos os que tinham emprego nos últimos três meses do ano passado, 2,5 milhões (1,2%) ficaram desempregados no trimestre seguinte e 4,5 milhões (2,2%) passaram à inatividade.

Já do total de pessoas que estavam fora da população ativa no quarto trimestre de 2023, 4,8 milhões (4,1%) passaram para o emprego no primeiro trimestre deste ano e 4,1 milhões (3,5%) transitaram para o desemprego.

Fluxos do mercado de trabalho na UE no primeiro trimestre

Fonte: Eurostat

Entre as pessoas que estavam desempregadas em Portugal, quase 92 mil encontraram um novo posto de trabalho ao longo dos primeiros três meses deste ano. Face ao trimestre anterior, representa um aumento de 12 mil pessoas a transitar do desemprego para o emprego. Outras 63 mil passaram do desemprego para a inatividade, menos 14 mil do que no trimestre anterior.

Por outro lado, houve menos sete mil empregados a perder o emprego no país, num total de 83 mil pessoas que ficaram desempregadas. Também se registaram menos pessoas a transitar do emprego para a inatividade: 82 mil entre janeiro e março, o que compara com 128 mil no último trimestre de 2023.

Das pessoas que eram consideradas inativas (não tinham emprego, mas também não estavam disponíveis para abraçar um novo trabalho, nem à procura de um nova oportunidade) em Portugal no primeiro trimestre deste ano, 115 mil passaram para o emprego (mais oito mil do que no trimestre anterior) e 86 mil transitaram para o desemprego (menos nove mil).

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Alemã Testo ergue fábrica em Albergaria-a-Velha e cria 500 empregos

A multinacional alemã já lançou a primeira pedra da fábrica em Albergaria-a-Velha que vai produzir equipamentos de medição portáteis. Vai criar até 500 postos de trabalho na região.

A alemã Testo, que se assume como líder mundial na área de soluções de medição portáteis e estacionárias, está a investir em Portugal e escolheu a zona industrial de Albergaria-a-Velha para construir uma nova fábrica que vai produzir equipamentos de medição portáteis. A obra deverá estar concluída no segundo semestre 2025 e vai criar, a médio prazo, até 500 novos postos de trabalho na região.

 

“Foi lançada a primeira pedra da nova unidade industrial em Portugal da Testo que assinalou o início dos trabalhos”, avança esta sexta-feira a Garcia Garcia, construtora portuguesa escolhida para executar o projeto da multinacional. O jornal local “Jornal de Albergaria” noticia que o investimento da empresa germânica nesta unidade de produção é de 25 milhões de euros, mas a Garcia Garcia não confirmou ao ECO o valor em questão.

Com uma área de 21 mil metros quadrados, o edifício industrial “será pautado por uma componente arquitetónica diferenciada, que irá marcar a paisagem envolvente pelas suas linhas modernas”, realça a Garcia Garcia em comunicado.

Com sede na Alemanha, na cidade de Titisee-Neustadt (Baden-Wuerttemberg), a Testo assume-se como líder mundial em tecnologia de medição fixa e portátil, desenvolvendo soluções nas áreas de AVAC e ventilação, qualidade alimentar, tecnologia da construção e controlo de emissões.

A multinacional está presente nos cinco continentes, emprega atualmente 3.700 trabalhadores e fatura 450 milhões de euros.

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Candidaturas a apoios para pesca, aquicultura e salicultura abertas até 15 de setembro

  • Lusa
  • 14 Junho 2024

Apoio global é de 650.000 euros para compensar os custos com a gasolina e o gás de petróleo liquefeito (GPL). Sempre que valor unitário do subsídio seja inferior a 25 euros, não é feito o pagamento.

A pequena pesca, a aquicultura e a salicultura podem candidatar-se até 15 de setembro a um apoio global de 650.000 euros para compensar os custos com a gasolina e o gás de petróleo liquefeito (GPL).

Segundo a portaria publicada esta sexta-feira em Diário da República, este subsídio é atribuído “no âmbito do auxílio de minimis ao setor da pesca” e “corresponde a uma redução no preço final da gasolina e do gás de petróleo liquefeito (GPL) consumidos na pequena pesca artesanal e costeira, na pequena aquicultura e na salicultura, equivalente ao que resulta da redução da taxa aplicável ao gasóleo consumido na pesca”.

As candidaturas à atribuição do subsídio podem ser efetuadas até 15 de setembro, junto da Direção-Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), através do Balcão Eletrónico do Mar (BMar).

Os encargos com o pagamento do subsídio são suportados pelo orçamento da DGRM, até ao montante máximo de 650.000 euros.

As candidaturas serão ordenadas pela data em que o pedido foi apresentado, devidamente instruído, no BMAR, cabendo à DGRM a aferição da atividade das embarcações e dos estabelecimentos aquícolas e o pagamento do subsídio, através de transferência bancária para a conta indicada pelo beneficiário no formulário de candidatura.

Nos termos da portaria, que entra em vigor no sábado, com efeitos em 1 de janeiro de 2024, sempre que o valor unitário do subsídio seja inferior a 25 euros, o pagamento do mesmo não é devido.

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Sintra investe 27 milhões na requalificação de Escola Ferreira Dias

O investimento de 27 milhões de euros na requalificação da Escola Ferreira Dias vai permitir aumentar a capacidade para acolher 100 turmas.

A Câmara Municipal de Sintra vai investir 27 milhões de euros na requalificação da Escola Ferreira Dias, em Agualva, aumentando, assim, a capacidade deste estabelecimento escolar para 100 turmas. O investimento acontece depois de o Executivo ter dado luz verde à abertura do concurso público para conceção/construção desta empreitada.

“Este é um grande investimento no futuro do concelho. Sempre fizemos os investimentos necessários nas escolas, de forma a proporcionar as melhores condições de conforto e segurança aos nossos alunos e a toda a comunidade escolar e vamos continuar a trilhar este caminho de investimento”, frisa o autarca Basílio Horta, citado num comunicado.

Este investimento acontece no âmbito do reordenamento da rede escolar proposto pela Carta Educativa de Sintra de segunda geração com o objetivo de dotar Sintra com “um parque escolar atrativo e que responda às necessidades da população em idade escolar”, detalha. O município já investiu mais de 52 milhões de euros na requalificação de mais de 120 estabelecimentos de ensino, abrangendo 30 mil alunos do concelho.

Sempre fizemos os investimentos necessários nas escolas, de forma a proporcionar as melhores condições de conforto e segurança aos nossos alunos e a toda a comunidade escolar e vamos continuar a trilhar este caminho de investimento.

Basílio Horta

Presidente da Câmara Municipal de Sintra

A empreitada prevê a demolição do edificado existente e construção do novo edifício, assim como a edificação de instalações desportivas e requalificação do edificado central, de modo a aumentar a capacidade deste estabelecimento escolar para 100 turmas.

O futuro edifício terá um total de 77 salas de aulas, cinco salas de aula de tecnologias de informação e comunicação/artes visuais, além de um núcleo de ciências com seis laboratórios e um outro com seis oficinas, auditório, biblioteca, sala de convívio, refeitório, cozinha, bar e papelaria.

A empreitada contempla ainda a construção de quatro novos campos de jogo no exterior, pavilhão gimnodesportivo, ginásio, sala técnica para professores, quatro balneários para alunos, dois balneários para professores, zona de arrumos, área comum (tipo bar) e instalações sanitárias para público.

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Atividade turística abranda em abril, mas receitas aumentam

Números do Instituto Nacional de Estatística mostram que os estabelecimentos hoteleiros registaram 2,6 milhões de hóspedes e 6,6 milhões de dormidas. Apesar do decréscimo, receitas aumentaram 3,4%.

A atividade turística abrandou em abril deste ano com o setor do alojamento a registar uma quebra de 3,6% no número de hóspedes (2,6 milhões) e uma diminuição de 4,2% nas dormidas (6,6 milhões). No entanto, os proveitos totais aumentaram para 508,8 milhões de euros, mais 3,4% que em abril do ano passado, enquanto os proveitos de aposento aumentaram 2,8% para 383,7 milhões de euros, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em abril, o município de Lisboa concentrou 20,9% do total de dormidas (10,5% do total de dormidas de residentes e 24,8% de não residentes). Entre os municípios com maior representatividade no total de dormidas neste mês, destacou-se Albufeira (9,9% do total de dormidas) pelo decréscimo expressivo (-13,5%), que se ficou a dever à diminuição das dormidas de residentes (-25,3%) e de não residentes (-10,8%).

O rendimento médio por quarto disponível chegou aos 62,7 euros (valor 0,5% abaixo face ao mesmo mês do ano passado) e o rendimento médio por quarto ocupado atingiu 109,3 euros (4,3% acima do registado no período homólogo). O rendimento médio por quarto ocupado atingiu os valores mais elevados na Grande Lisboa (148,9 euros), no Alentejo (106,2 euros) e na Madeira (104,5 euros).

Proveitos totais decresceram no Algarve, no Alentejo e no Centro

Após dois meses em aceleração, o crescimento dos proveitos totais e de aposento abrandou para crescimentos de 3,4% e 2,8%, respetivamente (+20,1% e +21,1%, em março, respetivamente). Os proveitos totais atingiram 508,8 milhões de euros e os proveitos de aposento ascenderam a 383,7 milhões de euros.

A Grande Lisboa foi a região que mais contribuiu para a globalidade dos proveitos (34% dos proveitos totais e 36,4% dos proveitos de aposento), seguida do Algarve (21,9% e 20,0%, respetivamente) e do Norte (16,4% e 17,0%, pela mesma ordem).

Após mais de três anos sem registo de variações negativas, os proveitos totais e de aposento apresentaram decréscimos em algumas regiões, sendo mais expressivos nas regiões do Alentejo (-6,4% e -6,6%, respetivamente) e do Algarve (-6,1% e -4,4%, pela mesma ordem). Por outro lado, os maiores aumentos ocorreram na Região Autónoma dos Açores (+15,3% nos proveitos totais e +18,2% nos de aposento), na Região Autónoma da Madeira (+11,6% e +10,6%, respetivamente) e no Oeste e Vale do Tejo (+10,2% e +6,4%, pela mesma ordem).

Considerando a generalidade dos meios de alojamento (que incluí estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), registaram-se 2,8 milhões de hóspedes e sete milhões de dormidas em abril, refletindo decréscimos de 4,9% e 5,3%, respetivamente. As dormidas de residentes diminuíram 14,5% e as de não residentes decresceram 1,1%.

O gabinete nacional de estatística dá nota que “importa assinalar que estes resultados foram influenciados pela estrutura móvel do calendário, ou seja, pelo efeito do período de férias associado à Páscoa, que no ano anterior se concentrou em abril, enquanto este ano se repartiu entre março e abril”.

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Euribor cai em todos os prazos e atinge mínimo em quase um ano

  • Lusa
  • 14 Junho 2024

Euribor a três meses desceu para 3,715%, um novo mínimo desde 31 de julho de 2023, depois de ter avançado em 19 de outubro para 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.

A taxa Euribor desceu esta sexta-feira a três, a seis e a 12 meses face ao dia anterior, tendo igualado o mínimo de 31 de julho de 2023 no prazo mais curto.

  • A taxa Euribor a seis meses, que em janeiro passou a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro, baixou esta sexta-feira para 3,735%, menos 0,008 pontos, depois de ter subido em 18 de outubro para 4,143%, um máximo desde novembro de 2008. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a abril apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 37,5% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,1% e 25%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, recuou para 3,672%, menos 0,006 pontos do que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses desceu, ao ser fixada em 3,715%, menos 0,005 pontos e um novo mínimo desde 31 de julho de 2023, depois de ter avançado em 19 de outubro para 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.

O BCE desceu na semana passada as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado dez aumentos desde 21 de julho de 2022. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 18 de julho.

Esta descida das taxas diretoras deverá provocar um recuo a um ritmo moderado das taxas Euribor e assim baixar a prestação do crédito à habitação.

A média da Euribor em maio desceu em todos os prazos, mas mais acentuadamente do que em abril e nos prazos mais curtos. A média da Euribor em maio desceu 0,073 pontos para 3,813% a três meses (contra 3,886% em abril), 0,052 pontos para 3,787% a seis meses (contra 3,839%) e 0,021 pontos para 3,681% a 12 meses (contra 3,702%). Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022. As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Aeroportos portugueses alcançam números recorde. Só em abril movimentaram seis milhões de passageiros

Nos primeiros quatro meses de 2024, os aeroportos portugueses registaram um aumento de 4,8% no movimento de passageiros e de 13,8% de carga, alcançando com isso números históricos.

O setor da aviação em Portugal continua a atingir níveis nunca vistos, com um novo recorde mensal no movimento de passageiros nos aeroportos nacionais.

Segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), os aeroportos portugueses movimentaram seis milhões de passageiros e 21 mil toneladas de carga e correio em abril, representando aumentos de 2,3% e 14,4%, respetivamente, em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Em abril, 82,4% dos passageiros desembarcados e 81,8% dos passageiros embarcados nos aeroportos nacionais corresponderam a tráfego internacional.

“No início de 2024 continuou a verificar-se máximos históricos nos valores mensais de passageiros nos aeroportos nacionais”, destaca o INE, sublinhando que em abril, a média diária de desembarques atingiu os 101,5 mil passageiros, superando os 99,2 mil registados em abril de 2023.

No acumulado dos primeiros quatro meses do ano, o número de passageiros aumentou 4,8% para 19,6 milhões de passageiros e o movimento de carga e correio cresceu 13,8% para 80,9 mil toneladas, alcançando assim valores históricos.

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França continua a ser o principal país de origem e destino dos voos, embora tenha registado uma ligeira queda no número de passageiros desembarcados e embarcados (-2,4% em ambos os casos) comparativamente ao período homólogo. O Reino Unido e a Espanha mantêm-se como os segundo e terceiro principais destinos.

Entre as várias infraestruturas aeroportuárias nacionais, o aeroporto de Lisboa lidera, movimentando 53,4% do total de passageiros nos primeiros quatro meses de 2024, totalizando 10,5 milhões de passageiros, um aumento de 5,2% face ao mesmo período de 2023.

O aeroporto do Porto também apresentou um desempenho positivo, ao movimentar 4,5 milhões de passageiros (um crescimento homólogo de 5,6%), enquanto o aeroporto de Faro registou um crescimento de 2,4%, com 2,1 milhões de passageiros.

Os dados do INE revelam ainda que, em abril, 82,4% dos passageiros desembarcados e 81,8% dos passageiros embarcados nos aeroportos nacionais corresponderam a tráfego internacional. A Europa continua a ser a principal origem e destino, representando 69,3% dos passageiros desembarcados e 70,3% dos passageiros embarcados. O continente americano surge como a segunda principal origem e destino, com aumentos de 15,1% nos desembarques e 11,6% nos embarques.

O movimento de carga e correio também atingiu números impressionantes ao longo de 2024. Segundo dados do INE, “nos primeiros quatro meses de 2024, registou-se um crescimento de 13,8% no movimento de carga e correio nos aeroportos nacionais.”

O aeroporto de Lisboa representou 77,2% deste movimento, com 62,5 mil toneladas movimentadas, um aumento de 17,9% face ao mesmo período de 2023. Os outros aeroportos registaram um aumento de 1,8% no movimento de carga e correio.

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Comércio internacional de bens da zona euro passa de défice a excedente de 15 mil milhões em abril

As exportações da zona euro para o resto do mundo registaram um aumento homólogo de 14% para 247,6 mil milhões de euros e as importações subiram 1,8% para os 232,5 mil milhões.

Os países da Zona Euro fecharam o mês de abril com um excedente no comércio internacional de bens de 15 mil milhões de euros, em comparação com o défice de 11,1 mil milhões de euros registados em abril de 2023, de acordo com os dados do Eurostat divulgados esta sexta-feira.

A contribuir para a evolução positiva estiveram as exportações de bens que registaram um aumento em abril de 14% para 247,6 mil milhões de euros, em comparação com os 217,2 mil milhões de abril de 2023. Já as importações subiram para 232,5 mil milhões de euros, um aumento de 1,8% em comparação com abril de 2023 (228,3 mil milhões).

De acordo com os números do Eurostat, em abril face ao mês anterior, o excedente da área do euro diminuiu de 23,7 mil milhões de euros para 15 mil milhões. A razão deveu-se a um aumento do défice do setor energético (de -23,7 mil milhões de euros para -26,2 mil milhões) e a uma diminuição do excedente de “produtos químicos” (de 23,4 mil milhões de euros para 21,2 mil milhões).

De janeiro a abril deste ano, a zona euro registou um excedente de 72,8 mil milhões de euros, em comparação com o défice de 20,5 mil milhões registados no período homólogo.

O comércio externo do conjunto dos 27 Estados-membros registou um excedente de 13,9 mil milhões, quando comparado com o défice de 14,2 mil milhões de abril de 2023. As exportações para o resto do mundo avançaram 14,9% para os 222,1 mil milhões de euros, enquanto as importações cresceram 0,3% para os 208,1 mil milhões.

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INE confirma que inflação acelerou para 3,1% em maio

A inflação em Portugal acelerou no mês passado em comparação com o mesmo mês de 2023, devido ao efeito de base do "IVA zero" e à aceleração dos preços dos hotéis.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou que os preços no consumidor subiram 3,1% em maio em comparação com o mesmo mês do ano passado, em linha com a anterior estimativa. Esta taxa representa uma aceleração de quase um ponto percentual face ao ritmo da subida de preços registado no mês anterior.

Desde setembro de 2023 que a inflação em Portugal não superava os 3%. A tendência é, sobretudo, explicada pela entrada em vigor do “IVA zero” em meados de abril do ano passado, que isentou de imposto vários produtos alimentares essenciais, provocando um efeito de base. O INE também atribui o aumento generalizado dos preços à “aceleração dos preços dos hotéis”, ainda que “em menor grau”, lê-se num destaque publicado esta sexta-feira.

Segundo o instituto, o indicador de inflação subjacente, composto pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC) excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, teve uma subida homóloga de 2,7% em maio. Os produtos energéticos aumentaram 7,8%, acelerando face a abril, e os produtos alimentares não transformados aumentaram 2,5%, depois de terem registado uma variação nula no mês anterior.

Fonte: INE

Na comparação com abril de 2024, o IPC aumentou 0,2%. “A classe com maior contributo positivo para a taxa de variação mensal do índice total foi a dos Restaurantes e hotéis, com uma variação de 3%”, destaca o INE, com os hotéis, motéis, pousadas e serviços de alojamento similares a registarem uma variação mensal de preços de 21,93%. Em sentido inverso, o azeite desceu 4,44% em cadeia e o gasóleo recuou 3,51%.

O INE também calcula que a variação homóloga em maio do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), usado nas comparações com os outros países da União Europeia, acelerou 1,5 pontos percentuais, para 3,8%. Neste cálculo, a classe dos Restaurantes e hotéis tem um peso superior, explica o INE, sublinhando ainda que a variação do IHPC em maio é superior à estimativa do Eurostat para a média da Zona Euro em 1,2 pontos percentuais.

No dia 31 de maio, após conhecer a estimativa rápida da inflação pelo INE, e depois de o Eurostat ter estimado que a inflação na Zona Euro acelerou para 2,6% nesse mês, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou ser uma “má notícia”, embora tenha mostrado cautela na análise à leitura dos dados em Portugal.

“A menos boa notícia, para não dizer má notícia, é a da inflação. É uma má notícia, embora tenhamos de a ver com cuidado. A má notícia é que a média europeia sobe, mas fica abaixo daquilo que subiu o custo de vida aos portugueses, agora já reportado a maio”, afirmou o Chefe de Estado, citado pela agência Lusa.

Marcelo Rebelo de Sousa foi mais além: “Porque é que eu admito que ainda valha a pena esperar, mas ver com atenção, daqui por um mês? É que, precisamente há um ano, em maio de 2023, o Governo de então aplicou a medida do ‘IVA zero’ e essa medida deu, naquela altura, instantaneamente, uma inflação negativa. Portanto, a dúvida é saber se isto é mesmo 3,1%, que é uma subida, que não esperávamos, ou o número de partida estava baixo demais porque coincidiu com o momento em que se aplicou o ‘IVA zero’ que depois deixou de existir.”

(Notícia atualizada pela última vez às 11h31)

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Conselho Europeu começa na segunda-feira discussão sobre cargos topo. Costa visto como favorito

  • Lusa
  • 14 Junho 2024

O nome de António Costa vai estar em cima da mesa neste encontro do Conselho Europeu, uma semana depois das eleições europeias que deram vitória ao Partido Popular Europeu.

O Conselho Europeu começa, segunda-feira, um debate sobre cargos de topo da União Europeia (UE), que deve culminar com uma decisão na cimeira europeia no final do mês, discutindo-se o nome de António Costa para liderança da instituição.

Na segunda-feira, os líderes da UE — incluindo o chefe de Governo português, Luís Montenegro — reúnem-se num jantar informal em Bruxelas para debater o próximo ciclo institucional, uma semana depois das eleições europeias, que deram vitória ao Partido Popular Europeu (PPE), seguido dos Socialistas e Democratas (S&D) e dos liberais do Renovar a Europa.

“O Conselho Europeu é fundamental para designar os próximos cargos de alto nível da UE, nomeadamente eleger o presidente do Conselho Europeu, nomear o presidente da Comissão Europeia e nomear o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança”, assinala a instituição na agenda da cimeira informal.

Neste encontro de alto nível será então discutido o pacote sobre as lideranças institucionais (que inclui ainda a presidência do Parlamento Europeu, embora não oficialmente), sendo que “qualquer decisão do Conselho Europeu tem de refletir a diversidade da UE em termos de geografia, dimensão do país, género e filiação política”, lembra a instituição na nota de agenda.

Os nomes que mais se falam em Bruxelas são os de António Costa para o Conselho Europeu, de Ursula von der Leyen para um novo mandato à frente da Comissão Europeia, da primeira-ministra da Estónia para Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança e de Roberta Metsola para reeleição na liderança do Parlamento Europeu.

Fonte europeia conhecedora das discussões disse à Lusa que “as coisas vão na direção certa” para a nomeação de Costa, assim como de Von der Leyen e Metsola, não acontecendo o mesmo com Kaja Kallas por se esperar que, numa outra negociação fora da UE, se escolha o primeiro-ministro holandês, o também liberal Mark Rutte, para secretário-geral da NATO.

Os socialistas devem anunciar em breve o seu apoio oficial a António Costa, bem como o aval a Von der Leyen.

Fonte do PPE indicou à Lusa que a posição do partido de centro-direita sobre apoio a António Costa depende do pacote apresentado no Conselho Europeu, embora haja interesse num acordo sobre os quatro cargos de topo. A mesma fonte lembrou o apoio de Luís Montenegro à nomeação de António Costa, que garantiu que não será bloqueado pela sua família política europeia.

Fonte dos Liberais escusou-se a comentar, indicando que a bancada do Renovar a Europa está concentrada na composição do grupo e só depois pensará nos lugares de topo.

Em entrevista à Lusa no final de maio, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse ser “dever” dos líderes da UE chegarem, no final de junho, a acordo sobre as lideranças dos cargos de topo no próximo ciclo institucional, pela “continuidade” do projeto europeu.

Foi aliás, para “maximizar as hipóteses” de acordo que Charles Michel organizou este jantar informal dos chefes de Governo e de Estado da UE de segunda-feira, antes da decisiva cimeira europeia de 27 e 28 de junho. Tem vindo, ainda, a realizar encontros bilaterais com líderes da UE, incluindo Luís Montenegro.

Apesar da sua demissão na sequência de investigações judiciais, o ex-primeiro-ministro português António Costa continua a ser apontado para suceder ao belga Charles Michel (no cargo desde 2019) na liderança do Conselho Europeu, a instituição da UE que junta os chefes de Governo e de Estado da UE, numa nomeação que é feita pelos líderes europeus, que decidem por maioria qualificada (55% dos 27 Estados-membros, que representem 65% da população total).

Além do primeiro-ministro português, Luís Montenegro, que já disse que apoiaria a nomeação de António Costa, há outros 11 chefes de Governo e de Estado do PPE (de países como Grécia, Croácia, Letónia, Suécia, Áustria, Irlanda, Roménia, Finlândia, Chipre, Polónia e Luxemburgo).

É também o Conselho Europeu que propõe o candidato a presidente da Comissão Europeia, instituição que tem vindo a ser liderada desde 2019 por Ursula von der Leyen, num aval final que cabe depois ao Parlamento Europeu, que vota por maioria absoluta (metade dos 720 eurodeputados mais um).

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Rui Costa garante que Benfica deu “total autonomia” à EY para fazer a auditoria

"Não identificámos nenhuma situação ou particularidade em que a SAD do Benfica tenha sido lesada por qualquer um dos seus representantes.” Esta é a principal conclusão da auditoria forense realizada.

“A Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD (Benfica SAD), no seguimento do compromisso assumido pelo presidente Rui Costa perante os benfiquistas, vem dar a conhecer também aos sócios do Sport Lisboa e Benfica, o teor do relatório de conclusões consolidadas da auditoria forense realizada”.

Em comunicado enviado a todos os sócios do Benfica, esta sexta-feira pelas 10h15, Rui Costa explica que “no sentido de salvaguardar os interesses da Benfica SAD, pouco depois de ter tomado conhecimento das suspeitas do Ministério Público (MP) no âmbito do processo vulgarmente denominado “Cartão Vermelho”, a administração solicitou a uma consultora independente de reconhecida competência (concretamente a EY), a realização de uma auditoria forense tendo por base as suspeitas do MP, as quais incidiam no processo de contratação de vários jogadores, existindo a suspeita de que a Benfica SAD poderia ter sido lesada”.

“Não identificámos nenhuma situação ou particularidade em que a SAD do Benfica tenha sido lesada por qualquer um dos seus representantes” Esta é a principal conclusão da auditoria forense realizada à Benfica SAD pela consultora EY que, entre 1 de setembro de 2021 e 13 de outubro de 2023, analisou os contratos de transferência de 51 jogadores do clube dos encarnados e respetivos 76 agentes (de 2008 a 2022), no seguimento do chamado processo Cartão Vermelho.

O documento aponta, desde logo, que as transferências analisadas revelam que o saldo é positivo a favor da Benfica SAD, em 97 milhões de euros: 108,883 milhões em transações com resultados positivos (lucro entre compra e venda dos passes dos jogadores) e 11,8 milhões em transações com resultados negativos. Mas, revela também que o Benfica contratou jogadores que não chegaram a jogar ou, noutros casos, não jogaram pela equipa principal, e que o clube pagou comissões a agentes acima dos valores recomendados pela FIFA.

A auditoria forense realizada pela EY — denominada ‘cartão amarelo’ — foi pedido na sequência das investigações judiciais à gestão de Luís Filipe Vieira. Em causa estão as suspeitas que recaem sobre o ex-líder das águias de burla qualificada, abuso de confiança agravada, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada, numa investigação que resultou na detenção de Luís Filipe Vieira, em julho de 2021. Agora, a auditoria forense já está com o Ministério Público (MP), apurou o ECO.

“A Benfica SAD deu total autonomia à EY para a elaboração da referida auditoria e colaborou em tudo o que foi solicitado, tendo sido analisadas um total de 51 transações em todas as suas vertentes, correspondentes à totalidade dos contratos que o MP terá considerado, de alguma forma, suspeitos”, diz o comunicado da SAD dos encarnados.

“O tempo decorrido foi o considerado necessário por parte da EY, dada a complexidade da análise em questão e tudo o que foi analisado, o elevado número de elementos analisados e o hiato temporal da referida análise (cerca de 14 anos), como pode ser comprovado no referido relatório. Em relação às conclusões da auditoria, destaca-se essencialmente o facto de a EY referir que não encontrou nenhuma situação ou particularidade em que a SAD tenha sido diretamente lesada por qualquer um dos seus representantes. Por forma a auxiliar o entendimento do relatório, a administração solicitou à EY a elaboração também de um memorando com o resumo das conclusões do trabalho, o qual se dá igualmente a conhecer. Conforme compromisso publicamente assumido, foi já enviada cópia do relatório para o Ministério Público, no âmbito do mencionado processo que ainda se encontra em investigação. Mais se acrescenta que a Administração não deixará de zelar pela defesa intransigentes dos interesses da Benfica SAD em tudo o que se revelar necessário, procurando pautar a sua conduta, sempre, pela legalidade e pelas melhores práticas”, concluiu o mesmo documento.

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