Kamala Harris à frente de Donald Trump em sondagem para a Reuters

  • Joana Abrantes Gomes
  • 24 Julho 2024

A sondagem foi realizada nos dois dias seguintes à saída de Joe Biden da corrida presidencial. Campanha de Trump apresentou queixa contra campanha de Harris por ficar com donativos de Biden.

A desistência de Joe Biden da corrida à Casa Branca, e a declaração de apoio à vice-presidente para tomar o seu lugar como candidata democrata, deram um forte impulso a Kamala Harris, que, nas 24 horas seguintes, angariou um recorde de 81 milhões de dólares em donativos.

Agora, uma sondagem a nível nacional da Reuters/Ipsos, conduzida online entre 22 e 23 de julho e divulgada esta quarta-feira, põe Kamala Harris à frente de Donald Trump por dois pontos percentuais: a californiana recolhe 44% das intenções de voto dos eleitores registados, face a 42% para o candidato republicano, sendo que foram questionados 1.241 norte-americanos adultos (dos quais 1.018 eleitores registados) e a margem de erro é de três pontos percentuais.

Na sondagem anterior da Reuters e do Ipsos, datada de 15 e 16 de julho, Trump e Harris surgiam empatados com 44% das intenções de voto. No início do mês, o ex-presidente liderava por um ponto percentual.

É costume verificar-se um aumento de apoio nas sondagens após um candidato ser formalmente nomeado pelo seu partido na respetiva convenção. Porém, não parece ser o caso de Donald Trump, que na semana passada aceitou a nomeação formal dos republicanos e, pelo menos nesta nova sondagem, não beneficia desse maior apoio.

Ao mesmo tempo, o aumento de apoio a Kamala Harris deve ser visto com alguma cautela. Tendo em conta a maior cobertura mediática, por se tratar de uma nova candidatura, o crescimento das intenções de voto pode ser temporário, segundo os especialistas em sondagens.

Além disso, ainda que os inquéritos realizados a nível nacional deem sinais importantes do apoio do eleitorado aos candidatos, o resultado costuma ser decidido nos chamados Swing States (como, por exemplo, a Pensilvânia e o Michigan), onde nenhum dos dois grandes partidos norte-americanos costuma apresentar uma maioria absoluta nas intenções de voto.

Trump apresenta queixa contra Harris por “herdar” donativos da campanha de Biden

Ainda na terça-feira, a campanha de Donald Trump apresentou uma queixa junto da Comissão Eleitoral Federal contra Kamala Harris, em que acusa a atual “número 2” da Casa Branca de violar as leis federais de financiamento ao ficar com os fundos da campanha presidencial de Joe Biden.

De acordo com o The New York Times, na denúncia, feita por um advogado da campanha do candidato republicano, argumenta-se que a campanha democrata não podia mudar o nome de “Biden para Presidente” para “Harris para Presidente”, depois o atual Presidente ter desistido da reeleição no domingo e, posteriormente, ter transferido 91 milhões de dólares (84 milhões de euros) para a campanha da sua vice.

Isto é pouco mais do que uma contribuição excessiva e velada de 91,5 milhões de dólares de um candidato presidencial para outro, ou seja, da antiga campanha de Joe Biden para a nova campanha de Kamala Harris. Isto ridiculariza as nossas leis de financiamento de campanhas“, refere a queixa de oito páginas.

Esta queixa é parte da estratégia da campanha de Donald Trump para tentar abrandar o ímpeto que Kamala Harris tem conseguido gerar junto do eleitorado e dos financiadores da sua campanha desde que se tornou a presumível candidata presidencial do Partido Democrata às eleições de 5 novembro.

A campanha da atual vice-presidente argumenta, por sua vez, que os comités Biden/Harris sempre estiveram autorizados para os dois candidatos. “Alegações judiciais infundadas – como as que fizeram durante anos, para tentar suprimir votos e roubar eleições – só a eles irão distrair“, responderam os democratas, em comunicado.

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