Portugal está “recetivo” a aplicar sanções contra Israel “se houver consenso europeu”, diz Rangel
Depois de Borrell admitir abordar o tema junto dos Estados-membros, Paulo Rangel admitiu que Portugal tem "abertura para considerar" avançar com sanções contra alguns governantes israelitas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros admite que Portugal está “recetivo” a considerar sanções contra Israel caso a hipótese seja considerada entre os restantes Estados-membros. Em declarações aos jornalistas, Paulo Rangel, frisou que existe “abertura para considerar” a aplicação de sanções contra “personalidades que tenham tido ações ou declarações” que “possam contribuir para piorar a situação” no Médio Oriente.
“Estamos recetivos a isso. Não excluímos isso. Tem havido uma deterioração da situação [no Médio Oriente]. Se houver consenso europeu para avançar com sanções, Portugal estará recetivo a isso“, afirmou o também vice-primeiro-ministro, à margem de um conselho informal da União Europeia que ao invés de estar a decorrer em Budapeste, ao abrigo da presidência húngara, decorre em Bruxelas. Recorde-se que a Hungria assumiu a presidência do Conselho da União Europeia a 1 de julho mas, até ao momento, os eventos e encontros organizados pelo Governo de Viktor Orbán têm sido alvo de boicote pelos 27 Estados-membros.
Ainda assim, Paulo Rangel frisou que o tema das sanções não foi abordado no encontro desta quinta-feira que reúne os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membros na capital belga, sublinhando que a reunião será “longa”.
Em causa estão as declarações do chefe da diplomacia europeu, Josep Borrell, que esta manhã, admitiu propor aos Estados-membros a inclusão de “alguns ministros israelitas que têm lançado mensagens de ódio contra palestinianos” na lista de sanções da União Europeia, argumentando que estas declarações “incitam à prática de crimes de guerra”.
O governante aproveitou ainda para responder às questões dos jornalistas sobre a notícia avançada pelo Público e que dá conta da chegada de num navio com bandeira portuguesa à Namíbia que transportava armas para Israel. Paulo Rangel explicou que não se trata de um navio português, mas sim “um navio com pavilhão português”, e que a bordo não constavam “nem armas, nem munições nem material de guerra, embora transporte materiais explosivos para fins comerciais”.
“Trata-se de um navio de um armador alemão, proprietário do navio. O navio não vai para Israel, tem dois portos de destino: Eslovénia e Montenegro”, afirmou, recordando que “o primeiro Governo a proibir a exportação de armas para Israel” foi Portugal.
Portugal acompanha de perto situação na Venezuela
Paulo Rangel indicou ainda que na reunião foi abordada a situação na Venezuela pós eleições presidenciais, que contou com a participação por videoconferência do candidato da oposição Edmundo González.
Segundo o MNE, a União Europeia não está “em condições de reconhecer a vitória de Nicolas Maturo”, uma vez que “as atas eleitorais continuam por aparecer”. Em causa estão as eleições presidenciais que decorreram no passado dia 28 de julho, na Venezuela, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González obteve quase 70% dos votos.
“Continuamos em contacto estreito com as autoridades da Venezuela (…) e no caso Portugal [o contacto] tem sido particularmente intenso” no sentido de procurar, também, “o bem-estar das comunidades”, explicou Rangel em declarações aos jornalistas.
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