Médico que recusou presidência do INEM critica falta de “plano b”
Vítor Almeida saiu ao fim de uma semana após ter sido indicado pelo Governo, no início de julho, para liderar o Instituto Nacional de Emergência Médica.
O médico que recusou liderar o INEM esclareceu esta quarta-feira que nunca tomou posse como presidente do organismo, garantindo que não divulgou para a comunicação social a carta dirigida à ministra da Saúde e tornada pública.
Na comissão parlamentar da Saúde, onde foi ouvido, Vítor Almeida, que saiu ao fim de uma semana após ter sido indicado pelo Governo no início de julho para liderar o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), explicou aos deputados que a carta que enviou para o Ministério da Saúde saiu para a comunicação social 10 dias depois de ter sido nomeado para o cargo.
“Não foi por minha via [divulgação da carta], que fique muito bem claro”, precisou o clínico do quadro do Hospital de Viseu, afirmando que não é presidente demissionário do INEM, porque “nunca tomou posse”. Na carta que enviou ao Ministério da Saúde e divulgada na altura na comunicação social, Vítor Almeida afirmou que Portugal não tinha um plano B para a emergência médica, tendo sido essa a razão que o levou a não querer presidir ao organismo.
Vitor Almeida avisou também que o país ficava sem socorro aéreo se o Tribunal de Contas chumbasse os ajustes diretos para os helicópteros, querendo por isso um compromisso por parte do Governo mas tal foi recusado. “Houve condições que coloquei logo no início, mas eram condições que se podiam resolver, nomeadamente o vogal. Se tem dois vogais. Temos de ter o terceiro vogal, que é fundamental”, disse o médico aos deputados, considerando que o INEM “precisa de força financeira”.
A pedido da Iniciativa Liberal (IL) e do Chega, o especialista em emergência falava no parlamento sobre “o atual contexto” do INEM e “a necessidade de assegurar a estabilidade e a confiança na gestão” no organismo. Aos deputados, Vítor Almeida disse que se manifestou “um bocado preocupado” com a situação dos ajustes diretos para a aquisição de helicópteros.
“A ministra foi sempre correta no trato e eu também fui correto com ela. E, portanto, sei também e estou convicto que não foi ela [que divulgou a carta]”, realçou, manifestando-se convicto que não foi a ministra que divulgou a missiva que explica a sua desistência do cargo.
Vítor Almeida tinha sido nomeado no dia 4 de julho para a presidência do INEM, depois da demissão de Luís Meira na sequência da polémica com o concurso dos helicópteros de emergência médica. Perante isso, foi nomeado o militar Sérgio Dias Janeiro, que dirigia o serviço de medicina interna do Hospital das Forças Armadas.
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