Objetivo é financiar transição, não apenas empresas “verdes”
O foco atual da banca é "apostar na capacitação das empresas" para que estas desenvolvam estratégias de sustentabilidade, afirma Cristina Melo Antunes.
A responsável de Negócio ESG do Santander, Cristina Melo Antunes, afirma que há “muito poucas” empresas consideradas verdes, pelo que o objetivo da banca não pode ser financiar apenas esse nicho: será, sobretudo, financiar as empresas que estão a investir num processo de transição para uma atividade mais sustentável.
“O objetivo da banca não é financiar empresas verdes, que há muito poucas, mas é financiar a transição“, afirmou Cristina Melo Antunes, responsável de Negócio ESG e Green Finance, do Santander Portugal.
A líder de Finanças Sustentáveis explica que as empresas devem ter uma estratégia de sustentabilidade. “Não é uma mudança estratégica do modelo de negócio em si, mas uma mudança de como se olha para a descarbonização”, esclarece Cristina Melo Antunes.
As empresas devem começar por saber quais são os temas mais relevantes (materiais), os indicadores para esses mesmos temas e a definir de métricas e metas. “Vamos financiando essas empresas olhando aos KPI (indicadores chave de desempenho)”, afirma. E acrescenta: as empresas que conseguirem fazer bem essa transição, têm uma bonificação.
Neste sentido, o foco atual da banca é “apostar na capacitação das empresas” para que estas desenvolvam estratégias de sustentabilidade, também para que os bancos consigam analisar os dados não financeiros e aferir o risco de crédito. Melo Antunes dá como exemplo uma iniciativa dos bancos, em colaboração com a SIBS, da criação de uma plataforma na qual se centralizam os pedidos de dados não financeiros, de forma a que as empresas não tenham de se desdobrar e atender a pedidos diferentes de várias entidades. “Facilita a que as empresas entrem neste mundo, um mundo novo, de forma mais suave“, conclui.
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