Fosso salarial entre homens e mulheres é de 13,1% em Portugal

Dia Internacional da Igualdade Salarial é celebrado a 18 de setembro e o caminho para a concretização desse objetivo ainda promete ser longo. Em Portugal, fosso salarial está em 13,1%, acima da UE.

O fosso salarial entre os trabalhadores e as trabalhadoras é de 13,1% em Portugal, o que supera a média europeia. O retrato é traçado esta terça-feira pela empresa de recursos humanos Michael Page, na véspera do Dia Internacional da Igualdade Salarial, data fixada pela Organização das Nações Unidas (ONE) para colocar o holofote na desvalorização do trabalho tradicionalmente desempenhado por elas.

“A diferença salarial entre homens e mulheres é de 13,1%, acima da média europeia, que se situa nos 12,7%​”, salienta a Michael Page, numa nota enviada esta manhã às redações.

Ainda assim, Portugal “não está entre os países com maiores desigualdades na Europa”, destaca a empresa de recursos humanos. Na Estónia e na Letónia, por exemplo, o fosso salarial entre géneros ultrapassa os 20%.

Quanto aos principais fatores que ainda contribuem para a desigualdade entre elas e eles, a Michael Page identifica a falta de transparência nas políticas salariais, políticas laborais pouco inclusivas ou familiarmente responsáveis, e “o recrutamento que nem sempre é orientado de forma imparcial“.

“Para além de medidas legislativas, a resposta a estes fatores depende, entre outros aspetos, das empresas, que podem avançar significativamente na eliminação da disparidade salarial de género, na mudança de uma cultura empresarial e na criação de um ambiente mais equitativo”, apela a especialista em recursos humanos.

Como políticas que os empregadores podem implementar, sugere, nomeadamente, programas de desenvolvimento profissional e formações para promover a ascensão delas a posições de liderança, bem como programas de mentorias, análises detalhadas de equidade salarial interna em diversas funções, horários flexíveis e processos de recrutamento baseados exclusivamente nas competências e qualificações dos candidatos, sem considerar o género.

“Implementar processos de recrutamento imparciais, como entrevistas cegas ou sistemas de avaliação padronizados, permite às empresas garantir que as decisões são feitas de forma justa, promovendo uma igualdade de oportunidades desde o início do processo“, detalha a Michael Page.

A empresa alerta ainda que o fosso salarial não afeta todas as mulheres da mesma forma. A idade, a parentalidade, a incapacidade, a etnia e a religião tendem a amplificar as desigualdades, observa a Michael Page.

No que diz respeito à parentalidade, o trabalho que deu à economista Claudia Goldin o Prémio Nobel da Economia mostrou precisamente que o grosso das diferenças salariais ocorre com o nascimento do primeiro filho.

Os dados revelam que enquanto, para o homem, ser pai resulta num reforço dos rendimentos — é a chamada “vantagem da paternidade” –, para a mulher, ser mãe equivale a mais responsabilidades familiares, mais interrupções na carreira e, à boleia, maior desvantagem salarial — é a “penalização pela maternidade”.

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