Greenvolt agrava prejuízos em 143% no primeiro semestre, para 19 milhões de euros

Empresa liderada por João Manso Neto justifica o resultado com os baixos preços da pool de eletricidade no Reino Unido e com o investimento em curso no segmento de projetos de larga escala.

O grupo Greenvolt registou um resultado líquido negativo em 19 milhões de euros de janeiro a junho, divulgou a empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“Os resultados deste período estão em linha com as expectativas, uma vez que refletem a fase de investimento do grupo”, lê-se no comunicado. A Greenvolt indica que o resultado foi influenciado pelos baixos preços da pool de eletricidade no Reino Unido, onde a energética portuguesa tem vários ativos de biomassa, e pelo investimento em curso no segmento de projetos de larga escala, no qual não ocorreram novas transações de rotação de ativos durante o semestre.

No trimestre anterior, a Greenvolt apresentou um prejuízo de 2,7 milhões de euros, abaixo dos 300 mil euros de lucro obtidos no mesmo período do ano transato. No período homólogo, o resultado líquido foi revisto para 7,8 milhões de euros, pelo que os prejuízos se agravaram em 143,4% neste período.

O segmento de biomassa registou um EBITDA de 20,7 milhões de euros, refletindo um decréscimo de 15% em relação ao ano anterior, devido aos preços mais baixos da eletricidade no Reino Unido, parcialmente compensados por uma maior injeção de energia na rede.

Na biomassa, a central de Tilbury apresenta, aliás, ” bons resultados operacionais”, considera a empresa, apontando um aumento “contínuo” da produção de energia. Apesar de “desafios decorrentes de algumas paragens nas centrais portuguesas”, a operação manteve-se com parâmetros estáveis, indica a Greenvolt.

No segmento de projetos de larga escala, o EBITDA caiu 48,5% para 10,6 milhões de euros, embora os rendimentos operacionais tenham disparado 169,9% para os 60,5 milhões de euros. Neste segmento, o último trimestre ficou marcado pela venda de 19 projetos solares em Itália à Nuveen Infrastructure.

Em paralelo, os rendimentos operacionais da geração distribuída subiram 39,8% para 46,5 milhões de euros, enquanto o EBITDA baixou para -5,7 milhões de euros. “O grupo está confiante de que todo o segmento terá um EBITDA positivo em 2024”, sublinha o comunicado.

Melhores resultados e mais aquisições em 2024

Recentemente, em entrevista ao ECO, o CEO do grupo, João Manso Neto, reiterou o objetivo de obter, até ao final de 2024, “uma melhoria substancial dos resultados“. No entanto, ressalvou que essa subida significativa não teria lugar já neste trimestre. Isto porque, de acordo com o modelo de negócio, o segundo trimestre não é forte em vendas de ativos, explicou.

A Greenvolt está confiante na sua direção estratégica e prevê melhores resultados em 2024 em comparação com 2023. O Grupo continua concentrado na expansão do seu portfólio de projetos de energias renováveis, no reforço da sua posição no mercado e na criação de valor a longo prazo para os seus stakeholders“, reafirma a empresa no comunicado desta segunda-feira.

Na folha de resultados, a Greenvolt afirma que a intenção de adquirir a totalidade do capital social da Kent Renewable Energy, que explora uma central de biomassa no Reino Unido, deverá ficar concluída no quarto trimestre de 2024, dependendo das condições habituais e das aprovações regulamentares. No segmento de grande escala, estão atualmente em curso cinco outras iniciativas de venda, três das quais deverão ser assinadas durante o ano.

KKR mantém a participação

No comunicado enviado à CMVM, a Greenvolt dá também uma atualização em relação à participação detida pelo fundo americano KKR, que avançou com uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a empresa de energia. Esta posição mantém-se nos 83,62%, a mesma fatia que foi divulgada na última apresentação de resultados.

“Esta alteração da estrutura de capital reforçou a situação financeira do Grupo e robustecerá as suas capacidades estratégicas, oferecendo um forte apoio e novas oportunidades de investimento”, lê-se no documento.

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