Stellantis: dona da fábrica de Mangualde cai 15% após anunciar queda dos objetivos para este ano

  • Alexandre Batista
  • 13:07

Grupo que produz Citroën, Fiat, Opel e Peugeot em Mangualde perde 55% desde março. O presidente, Carlos Tavares, tem estado sob fortes críticas, com os sindicatos nos EUA a pedirem a sua demissão.

A Stellantis, grupo automóvel que juntou as companhias PSA – Peugeot/Citroën e o grupo Fiat/Chrysler, está a ser fortemente penalizada pelos investidores, como reusltado de uma revisão em baixo das prespetivas do negócio.

Às 12h30, os títulos da companhia liderada pelo português Carlos Tavares cotavam a 12,41 euros na Bolsa de Milão, que se traduziam numa queda de 14,7% face ao valor de encerramento da sessão de sexta-feira e no valor mais baixo desde 14 de outubro de 2022.

Surpreendidos pela nova previsão de margem operacional para 2024 entre 5,5% e 7% para 2024 — bem abaixo da anterior perspetiva de dois dígitos –, os investidores estão a prolongar a onda vendedora dos títulos, seguindo uma tendência que se regista na cotada desde o máximo histórico de março último, quando o título superou os 27 euros por ação. Desde essa altura, as ações da construtora automóvel acumulam perdas de 55%.

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O comunicado emitido pela companhia esta segunda-feira aponta ainda para uma revisão em baixa dos fluxos de caixa industrial, que transitam de uma previsão de positivo para uma quebra de 5 mil milhões a 10 mil milhões de euros.

O papel de Carlos Tavares tem sido muito contestado nos EUA, de onde provém a maioria dos resultados da Stellantis, com o poderoso sindicato United Auto Workers a pedir a sua saída. O português, que este ano assumiu que a postura a seguir no domínio dos elétricos é a que os chineses têm adotado — muito alicerçada num preço baixo –, tomou recentemente medidas nos EUA que estão a criar contestação, designadamente o adiamento de abertura de uma fábrica no Illinois e o corte de postos de trabalho em fábricas da Dodge e Jeep.

As vendas também não contribuíram para melhorar a situação do presidente executivo, com o primeiro semestre a revelar uma quebra de 48%. Nos EUA, onde o mercado avançou 2,4%, as marcas da Stellantis caíram 16%.

Na semana passada, quando falta menos de um ano para o fim do mandato de Carlos Tavares, a Stellantis anunciou que está a olhar para a sucessão. O português, que tomou posse como CEO em janeiro de 2021, já assumiu a dificuldade em lidar com os automóveis elétricos chineses, um problema comum à maioria das tradicionais marcas dos dois lados do Atlântico.

A empresa, criada num acordo de parceria em dezembro de 2019, junta algumas das principais construtores de automóveis europeias (Citroën, Fiat, Peugeot e Opel, por exemplo) e norte-americanas, designadamente a Chrysler, Dodge e Jeep.

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