China retalia com medidas anti-dumping sobre o brandy europeu. Bruxelas promete contestar junto do OMC
Risco de uma guerra comercial aberta entre a UE e a China sobe de tom. Bruxelas já garantiu que vai contestar da decisão junto da Organização Mundial do Comércio.
As exportações europeias de brandy vão mesmo ser alvo de medidas temporárias anti-dumping na China. A decisão surge depois de a Comissão Europeia ter decidido adotar novas taxas sobre os carros elétricos chineses e é encarada como uma retaliação em Bruxelas. Em comunicado, o executivo comunitário rejeita a decisão do Ministério do Comércio da China, anunciada esta terça-feira, e garante que vai contestar dela junto da Organização Mundial do Comércio (OMC).
“A União Europeia (UE) encara com a maior seriedade qualquer utilização desleal dos instrumentos de defesa comercial contra qualquer setor da nossa economia”, lê-se num comunicado divulgado esta tarde, e no qual o executivo comunitário afirma que irá “contestar firmemente” das medidas anti-dumping provisórias anunciadas pela China sobre as exportações de brandy para aquele país.
Paralelamente, a Comissão Europeia anunciou que vai identificar e avaliar “cuidadosamente” as possibilidades de ser criado um apoio adequado aos produtores deste produto na UE “que enfrentam o impacto negativo desta decisão injustificada do governo da China”.
A decisão da China avançar com medidas anti-dumping contra o brandy produzido no bloco europeu e exportado para aquele país surge na sequência de uma investigação lançada pelo Ministério do Comércio chinês, em julho, sobre as alegações de que os produtores europeus estão a vender as suas marcas na China abaixo dos preços de mercado. E dias depois de o executivo de von der Leyen anunciar que vai avançar com taxas de até 35% sobre a importação de carros elétricos chineses, a partir de novembro, Pequim anunciou as conclusões da investigação.
Assim, e a partir de 11 de outubro, os produtores de brandy terão de fornecer um depósito de segurança às alfândegas chinesas quando exportarem os seus produtos para aquele país, informou o Ministério do Comércio chinês no comunicado, esta terça-feira. Os depósitos serão calculados de acordo com taxas que variam entre 30,6 e 39% para produtores como Remy Martin, Moët Hennessy ou Martell.
O ataque ao brandy da UE marca a mais recente retaliação de Pequim contra o bloco e junta-se à investigação em curso sobre as importações europeias de carne de porco e laticínios europeus.
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