“Vivemos tempos de disrupção semelhantes à invenção do frigorífico”

  • ECO
  • 17 Outubro 2024

A afirmação é de João Chainho, HR Manager na Mercedes-Benz.io, a propósito do futuro do trabalho que se está a tornar cada vez mais digital.

Num momento marcado por profundas transformações, nomeadamente tecnológicas, as empresas enfrentam o desafio de criar um ambiente que permita a contínua evolução das competências dos colaboradores. A ideia é de João Chainho, HR manager da Mercedes-Benz.io, que na Conferência Anual do Trabalho, promovida pelo ECO, comparou o momento atual à era da “invenção do frigorífico”.

Também Rita Piçarra, ex-diretora financeira da Microsoft, enfatizou a importância da aprendizagem contínua, num painel sobre o futuro do trabalho. E sublinhou o facto das competências adquiridas serem mais valorizadas do que os cargos ocupados, promovendo uma adaptação constante às necessidades das organizações e do mercado.

Miriam Rosa, investigadora, psicóloga social e das organizações, professora, cientista comportamental, trouxe à tona a relevância de ouvir as necessidades dos colaboradores.

Disponibilidade para aprender

O tema das profissões é que irão desaparecer no futuro e que competências serão valorizadas já é um clássico quando se fala no avanço da tecnologia. Sobre este assunto, Miriam Rosa disse-se da opinião que as tarefas que exigem um pensamento profundo ou empatia dificilmente serão ultrapassadas, ao contrário das que são mais rotineiras e de cognição fácil.

Outro dos pontos mencionados pela professora foi a disponibilidade para aprender, “que no fundo ditará aquilo que ficará obsoleto ou não”. “O medo não é tanto o de ser ultrapassado pela tecnologia, mas de ser obsoleto em termos de competências”, explicou Miriam Rosa.

"Mais do que saber quais são as competências que são necessárias para o futuro, como é que as empresas vão pensar num contexto que gere aprendizagem?”

João Chainho, HR Manager da Mercedes-Benz.io

Quando se fala de inteligência artificial, para João Chainho, HR Manager da Mercedes-Benz.io, o mais importante é saber como é que as empresas vão criar condições para as pessoas “criarem frigoríficos”. “Mais do que saber quais são as competências que são necessárias para o futuro, como é que as empresas vão pensar num contexto que gere aprendizagem?”, questiona.

“Nós temos que ajudar os colaboradores a desenvolver competências que vão ser úteis para o futuro”, defendeu, por sua vez, Rita Piçarra.

Flexibilidade, valores e propósito

Na conferência promovida pelo ECO, João Cainho deixou também a mensagem de que as novas gerações estão também preocupadas como o seu tempo, além do seu salário, o que faz com que tenham atitudes totalmente disruptivas. “As pessoas põem em causa até que ponto o propósito da empresa é compatível com o seu”, disse.

Neste sentido, Rita Piçarra deu o exemplo da Microsoft, que procura saber se as pessoas a serem contratadas têm os valores e a cultura da empresa. “Vamos recrutar estas pessoas, porque têm a capacidade de trabalho e nós [a Microsoft] vamos dar a formação e desenvolver as competências necessárias para que esta pessoa entre dentro da organização“, explica.

Assista aqui na íntegra:

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