BRANDS' ECO SIBS vai à Web Summit mostrar o futuro dos pagamentos digitais
Em entrevista ao ECO, Madalena Cascais Tomé confirma que a empresa irá apresentar um projeto de interoperabilidade entre os sistemas de pagamento de Portugal, Espanha e Itália. Cimeira arranca hoje.
Será feita a primeira transação real entre o MB WAY e duas outras plataformas semelhantes de Espanha e Itália (Bizum e Bancomat) já esta semana durante a Web Summit Lisboa, que arranca esta segunda-feira. A inovação é do EuroPA encabeçado pela SIBS/MB WAY, que volta a ser Exclusive Cashless Partner do evento e que, desta forma, pode alcançar até 45 milhões de utilizadores dos três países. “É um grande progresso na visão da Europa para sistemas de pagamento mais digitais”, acredita Madalena Cascais Tomé.
A CEO do Grupo SIBS esteve esta manhã à conversa com o ECO em antecipação do que será a presença da fintech portuguesa na Web Summit, mas também para partilhar a sua visão sobre o futuro dos pagamentos na Europa. A cimeira tecnológica decorre no Parque das Nações até quinta-feira, dia 14.
Que importância tem esta parceria entre a SIBS e a Web Summit? Como é que se prepara um evento desta dimensão?
De facto, a SIBS é parceira da Web Summit desde a sua primeira edição em Lisboa. Para nós fazia todo o sentido, na medida em que estamos a falar do principal evento de tecnologia europeu, e sendo a SIBS uma empresa tecnológica, uma das principais empresas tecnológicas de base portuguesa/nacional, fazia sentido fazer esta associação desde a primeira hora. Desde a terceira edição somos o Exclusive Cashless Partner da Web Summit, asseguramos todas as transações financeiras que existem no evento e, obviamente, tudo o que está em redor.
Aliás, acho que uma parte importante da escolha de Lisboa como local para termos a Web Summit parte muito daquilo que são as infraestruturas tecnológicas que temos. Do ponto de vista de pagamentos, somos uma referência a nível europeu. É algo que se prepara com muita antecedência, o antes, o durante e, naturalmente, o após. Fazemos essa preparação toda com muita antecedência, e depois, durante o evento, temos também uma equipa destacada no local a fazer todo o apoio e monitorização. No ano passado, tivemos 85 mil transações no evento, 80% das quais de visitantes estrangeiros e de mais de 111 nacionalidades.
Vão ter presença física, através de um stand, no evento. Porque é que é importante estar presente?
Hoje, a SIBS é uma empresa que está presente em vários mercados à escala global, em mais de 25 mercados e, desde logo, na Europa. Faz todo o sentido que também estejamos presentes. Vamos ter uma agenda muito preenchida no nosso stand, para além da demonstração das nossas capacidades tecnológicas e das soluções que estão disponíveis. Vamos ter mais de 20 parceiros, não só nacionais, mas internacionais, e vamos querer estar a debater as nossas inovações e as perspetivas futuras no setor dos pagamentos. Sem dúvida que vai ser um momento muito importante para receber os nossos clientes, os nossos parceiros e para mostrar a nossa presença nos vários mercados onde estamos.
Há alguma coisa que nos possa antecipar em relação à agenda da SIBS na Web Summit?
Vamos lançar uma iniciativa muito inovadora e com grande visibilidade a nível europeu, que é a iniciativa de interoperabilidade entre três dos principais sistemas de pagamentos à escala europeia. O MB WAY foi a primeira solução de pagamentos digitais da Zona Euro, e é até à data de hoje a mais completa e uma das mais avançadas. Tem sido um case study a nível europeu. E o que vamos lançar é a interoperabilidade do MB WAY com duas outras soluções europeias, a Bizum, que está sobretudo em Espanha, e a Bancomat, que está sobretudo em Itália. Esta iniciativa tão pioneira vai permitir fazer transferências entre pessoas com estas três soluções, o que vai juntar potencialmente mais de 45 milhões de utilizadores a nível europeu. E isso, sem dúvida, é um grande progresso na visão da Europa para sistemas de pagamento mais digitais.
Falando na interoperabilidade entre as três plataformas, em que ponto está este projeto hoje? Quando é que o serviço vai estar operacional?
Não deixa de ser muito reconhecido pela indústria o facto de termos assinado este acordo e termos lançado esta iniciativa no final do ano passado e, em menos de 12 meses, estarmos a fazer o que vamos fazer na Web Summit, que vão ser exatamente as primeiras transações em real life. E se pensarmos que numa transação de pagamento, para além das mensagens e da conectividade, é preciso de facto haver uma transferência efetiva de fundos e que essa transferência efetiva de fundos entre o utilizador do MB WAY e, por exemplo, o utilizador da Bancomat acontece em tempo real, acho que demonstra o grau de ambição que temos com esta iniciativa.
Ainda sobre a Europa, a SIBS vai apresentar o projeto euroPA – European Payments Alliance. Que projeto é este?
Como referi, o MB WAY foi pioneiro quando surgiu em 2015, mas nos últimos anos têm surgido várias iniciativas digitais no contexto europeu e, portanto, este projeto tem a visão de conseguir juntar estes diferentes sistemas europeus e conseguirmos fazer a interoperabilidade.
Este é um primeiro passo muito concreto menos de 12 meses depois de termos lançado a iniciativa. A partir de janeiro do próximo ano vamos ter a disseminação em produção para todos os utilizadores e para todas as instituições financeiras aderentes. Estamos a falar de mais de 180 instituições financeiras que são aderentes a estes três serviços. Mas neste ecossistema europeu tão vibrante e com tantas iniciativas, a nossa perspetiva é depois estender esta aliança a outras iniciativas. e tornar cada vez mais o MB WAY uma solução abrangente no contexto europeu.
Que papel tem o MB WAY?
Desde logo, o facto de estarmos a liderar esta iniciativa a partir de Portugal mostra bem o empenho e o perfil ativo que temos tido nesta iniciativa. Vamos, inclusivamente, ter no evento alguns dos nossos parceiros da EMPSA, a European Mobile Payments Alliance, e muitos deles vêm partilhar as suas experiências com o MB WAY.
Um outro aspeto que sublinho é que somos, para além da inovação e do número de funcionalidades que o MB WAY tem, muitas das soluções que implementámos, nomeadamente ao nível de segurança, são também uma referência a nível europeu.
A SIBS vai contar com a presença de perto de duas dezenas de parceiros durante a cimeira. Como é que a empresa olha para o futuro dos pagamentos na Europa?
Vamos mostrar todo o trabalho que estamos a fazer com muitas empresas portuguesas, integradoras tecnológicas, e que muitas vezes acabam por desenvolver as suas soluções baseadas nas soluções SIBS – e, nomeadamente, no MB WAY -, desenvolvendo novos casos de uso. Estes parceiros do SIBS Lab vão estar a apresentar algumas das suas soluções inovadoras e também, em conjunto com eles, queremos fazer este caminho de internacionalização.
Sobre o futuro dos pagamentos, é, sem dúvida, super entusiasmante estar na área de pagamentos e tecnologia porque há muita coisa a acontecer. A interoperabilidade é uma palavra-chave, porque o setor dos pagamentos na Europa é vibrante, há dezenas de iniciativas que estão a surgir e acreditamos que a forma mais fácil de tirar partido de toda esta inovação é através de colaboração.
Há também, cada vez mais, uma preocupação de soberania e, portanto, nós estamos inclusivamente no contexto desta iniciativa Europa a fazer uma migração tecnológica para também podermos suportar um modelo europeu de pagamentos instantâneos sobre conta-a-conta, no MB WAY. Queremos estar na linha da frente. E depois temos já em discussão o projeto do Euro Digital, que também irá marcar a agenda da Europa, pelo menos na discussão legislativa. Temos estado amplamente envolvidos no sentido de sermos uma referência a nível europeu e do MB WAY ser a solução que tem inspirado muito daquilo que é o desenho do Euro Digital, porque é a única que tem todas as funcionalidades e os casos de uso.
Web Summit é sinónimo de inovação. Entre as soluções que vão ter presentes na Web Summit, já fazem exportação de algumas destas tecnologias?
Hoje já temos até MULTIBANCO, com a própria marca MULTIBANCO, na Roménia, que é um dos mercados onde estamos presentes. Temos, de facto, levado a nossa tecnologia a mais de 25 mercados, que é usada diariamente por mais de 150 milhões de utilizadores nos quatro continentes: Europa, África, Ásia e Austrália. Tudo a partir de um mercado com 10 milhões de pessoas e de uma empresa de base portuguesa, num contexto e num setor que é um que é altamente dinâmico, competitivo e cujos principais atores são atores globais.
Assista à conversa na íntegra aqui:
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