Governo assegura que “não dirige, não encomenda operações” policiais

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2024

O secretário de Estado Telmo Correia considerou que as forças de segurança "são exemplares no trabalho em toda e qualquer circunstância" e afastou qualquer intromissão do Governo.

O secretário de Estado da Administração Interna assegurou esta segunda-feira que o Governo não determina nem se intromete na atuação das forças de segurança e disse que operações policiais preventivas, como a de quinta-feira no Martim Moniz, “sempre existiram”.

“O Governo não dirige operações, não encomenda operações e, muito menos, diz à polícia como é que atua em cada cenário”, disse, em declarações aos jornalistas, Telmo Correia, que esteve a acompanhar uma ação de fiscalização da Polícia de Segurança Pública (PSP), no âmbito da campanha “Festas Mais Seguras”, na Ponte 25 de Abril, em Almada.

Questionado sobre a operação policial, na quinta-feira no Martim Moniz, em Lisboa, o secretário de Estado considerou que as forças de segurança “são exemplares no trabalho em toda e qualquer circunstância” e afastou qualquer intromissão do Governo. Em resposta a algumas críticas, Telmo Correia disse ainda que operações preventivas como aquela “sempre existiram” e este ano o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP realizou mais de 90.

“O que é errado, do meu ponto de vista, é tentarmos transformar isto num caso. Sobretudo, num caso político”, afirmou, considerando que “insinuar que os diretores ou os comandos dos polícias são instrumentalizados politicamente é surreal”. Da parte do Governo, Telmo Correia reforçou que não são determinadas operações, mas apenas uma orientação política “e a orientação política deste Governo é clara: a segurança é uma prioridade e queremos mais polícia, com mais visibilidade”.

Na quinta-feira, durante a tarde, um forte dispositivo policial cercou a rua do Benformoso onde há uma grande comunidade de cidadãos do subcontinente indiano, e revistou centenas de pessoas, tendo detido duas pessoas. A ação da PSP tem sido criticada por associações de imigrantes, grupos antirracistas e várias forças políticas, que acusam a força policial de estar ao serviço da propaganda do governo contra os cidadãos estrangeiros irregulares.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também considerou que as ações da polícia devem ser feitas com recato.

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