Mortágua diz que extrema-direita é “o novo rosto dos donos disto tudo”

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

Coordenadora do BE acusou hoje a extrema-direita de desviar as atenções para "o vizinho imigrante" para não se olhar para os fundos de investimento.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) acusou hoje a extrema-direita de ser “o novo rosto dos donos disto tudo” e de desviar as atenções para “o vizinho imigrante” para não se olhar para os fundos de investimento.

“O poder da extrema-direita vem do poder financeiro que apoia a extrema-direita. A extrema-direita tem poder porque é o novo rosto dos donos disto tudo, porque representa uma elite financeira, uma elite económica, o poder económico, porque é representante da ganância. É paga pela ganância, porque serve a ganância”, disse Mariana Mortágua.

Para a dirigente bloquista, que falava num almoço comício em Boliqueime, no concelho de Loulé, no âmbito da pré-campanha para as eleições europeias, a extrema-direita “tem um papel, que é desviar atenções”, enquanto protege e beneficia esses “grandes interesses económicos”.

“O que nos diz a extrema-direita é sempre o mesmo: não olhes para o fundo de investimento que ficou com a tua casa, não olhes para o fundo de investimento que aumentou a tua renda, olha para o vizinho que paga a mesma renda que tu mas tem um apoio social, olha para o imigrante que não tem casa, não tem onde viver, olha para o imigrante, nunca olhes para o fundo de investimento que ficou com a tua casa e que te aumenta a renda todos os meses até não teres dinheiro para pagar a conta da luz”, sublinhou.

Segundo Mariana Mortágua, “é assim à escala dos Estados Unidos com o Donald Trump, e é assim em Portugal com o partido Chega”, que criticou por defender o regresso dos ‘vistos gold’.

“O Chega é tão patriota, mas tão patriota, que não dá vistos de residência, vende vistos de residência para quem tiver dinheiro para pagar, para quem tiver meio milhão de euros para comprar uma casa. E não faz perguntas, não quer saber se esse dinheiro é de corrupção, se é de lavagem de dinheiro, se esse dinheiro vem de compradores que falam ou não português. Não lhes interessa”, frisou.

A coordenadora do BE referiu que a extrema-direita “culpa os imigrantes para que nunca ninguém saiba que os culpados” da situação no país “é quem lucrou com tanta exploração, com tanta pobreza”.

“A direita está a enganar os portugueses, e está a enganar os algarvios”, apontou, em alusão ao facto de o Chega ter sido o partido mais votado no Algarve nas últimas legislativas.

Mariana Mortágua reforçou ainda que “a única coisa que o Governo do PSD diz que vem acrescentar a esta situação desastrosa é mais construção, mais benefícios fiscais, mais privilégio, mais poder para aqueles que já têm tanto poder”.

A dirigente bloquista afirmou que “o Algarve não é o resort da Europa, não é o offshore da Europa”, e salientou que o partido tem a mesma luta e o mesmo compromisso, quer no país quer em Bruxelas.

“Temos a mesma luta pela vida boa, para que toda a gente possa ter uma casa, um salário digno, um emprego digno. Aqui como em Bruxelas, a mesma determinação, com a autodeterminação dos povos, o mesmo compromisso com a autodeterminação dos povos. Paz na Ucrânia e Israel fora de Rafah. Respeito pelos direitos humanos”, concluiu.

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Impedido de ir às urnas a 9 de junho? Já se pode inscrever para votar mais cedo (e em qualquer mesa do país)

Se estiver impedido de ir votar no dia 9 de junho, poderá fazê-lo mais cedo no dia 2 de junho, em qualquer parte do país. E até uns dias antes se estiver no estrangeiro. Saiba como.

Se não conseguir ir às urnas nas eleições de dia 9 de junho, então fique a saber que a partir deste domingo, 26 de maio, já se pode inscrever para votar mais cedo, e em qualquer parte do país ou no estrangeiro.

Pela primeira vez, será possível votar antecipadamente e em mobilidade – isto é, votar em qualquer mesa de voto do país ou no estrangeiro. A solução foi aprovada em Conselho de Ministros, pelo anterior Governo, e devidamente autorizada pelos serviços do Conselho Europeu, para mitigar a abstenção em Portugal, que este ano enfrenta um elevado risco de aumentar: as eleições europeias estão marcadas para dia 9 de junho, véspera de feriado nacional (10 de junho, dia de Portugal) e serão muitos os que quererão aproveitar a “ponte” para ir de férias.

Nesse sentido, decidiu-se desmaterializar os cadernos eleitorais e torná-los digitais para que o voto possa ser exercido em qualquer mesa de voto no país à sua escolha, sendo necessário apenas a apresentação do cartão de cidadão ou de outro documento de identificação civil. O voto antecipado está marcado para o dia 2 de junho, domingo.

Caso queira votar no dia 2 de junho, terá de se inscrever até ao dia 30 de maio no site Voto Antecipado com as seguintes informações:

  • Nome completo;
  • Data de nascimento;
  • Número de identificação civil;
  • Morada;
  • Mesa de voto antecipado em mobilidade onde pretende exercer o direito de voto;
  • Endereço de correio eletrónico e/ou contacto telefónico.

No dia do voto, terá de se apresentar perante o presidente mesa. Depois de o fazer, receberá:

  • Um boletim de voto;
  • Dois envelopes: um branco (onde colocará o boletim de voto) e um azul (onde colocará o envelope branco).

No final, ser-lhe-á entregue um comprovativo do exercício do direito de voto.

Se não conseguir inscrever-se online, poderá solicitar uma autorização via postal. Pode consultar o modelo da carta aqui:

Vote antecipadamente no estrangeiro

Mas se estiver no estrangeiro, saiba que poderá votar entre os dias 28 a 30 de maio, não sendo necessário inscrição (como habitualmente). No entanto, só o poderá fazer se estiver fora do país:

  • Por inerência do exercício de funções públicas ou privadas;
  • Em representação oficial de seleção nacional, organizada por federação desportiva dotada de estatuto de utilidade pública desportiva;
  • Enquanto estudante, investigador, docente e bolseiro de investigação em instituição de ensino superior, unidade de investigação ou equiparada reconhecida pelo Ministério competente;
  • Doente em tratamento;
  • Se vive ou acompanha os eleitores mencionados nos quatro pontos anteriores.

Caso cumpra um dos requisitos, deve apresentar-se nas representações diplomáticas, consulares ou nas delegações externas das instituições públicas portuguesas, previamente definidas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e identificar-se com um documento civil. Depois de se identificar, e tal como no voto antecipado em mobilidade em Portugal, receberá:

  • Um boletim de voto;
  • Dois envelopes: um azul e um branco.

No final, ser-lhe-á entregue um comprovativo do exercício do direito de voto.

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Albuquerque revela hoje “parceiro favorito” se não tiver maioria absoluta

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

“O parceiro favorito digo-lhe mais logo depois de ter a leitura dos resultados”, disse Miguel Albuquerque, sobre cenários de governabilidade depois das eleições, caso ganhe sem maioria absoluta.

O cabeça de lista do PSD às eleições legislativas que hoje decorrem na Madeira, Miguel Albuquerque, reafirmou temer a ingovernabilidade na região e prometeu indicar o “parceiro favorito” para acordos, caso vença sem maioria absoluta, após a divulgação dos resultados.

“O parceiro favorito digo-lhe mais logo depois de ter a leitura dos resultados”, disse aos jornalistas, depois de ter explicado que o “problema da governabilidade” decorre da “leitura da vontade popular”.

Miguel Albuquerque falava aos órgãos de comunicação social após ter votado numa secção instalada na Escola Básica da Ajuda, na freguesia de São Martinho, concelho do Funchal, tendo admitido haver já cansaço da população face aos atos eleitorais sucessivos, nomeadamente as regionais de setembro de 2023, as nacionais de março e agora a regionais antecipadas.

“Claro que há um desgaste”, afirmou, para logo acrescentar: “Nós tivemos três eleições de seguida e isto desgasta as instituições, as pessoas estão cansadas, mas eu acho que é positivo, neste momento, termos um índice de participação mais ou menos semelhante às últimas [regionais].”

Questionado se se sentia responsável por esse cansaço, o candidato social-democrata disse que “não” e considerou que a responsabilidade é de “quem anda sempre a marcar eleições”, acusando o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O senhor Presidente da República sabe qual foi a nossa sugestão, mas nós não vamos discutir o passado. Temos que olhar é para a frente e para o futuro”, disse e explicou: “A nossa ideia é que tínhamos ganho em setembro [regionais], as eleições de março [nacionais] tinham ratificado a maioria [do PSD na região], aliás com mais [cerca de] 2.000 votos e não era necessário fazer eleições, uma vez que o presidente do Governo e candidato era o mesmo.”

“Não foi esse o entendimento do senhor Presidente da República, portanto, nós neste momento estamos outra vez no escrutínio”, acrescentou.

O cabeça de lista social-democrata, também líder do partido na região e presidente demissionário do executivo PSD/CDS-PP, disse ainda que a campanha da sua candidatura assentou no mote de que o “princípio da governabilidade, do equilíbrio e da confiança” é necessário para o desenvolvimento da região, vincando que “os madeirenses e os porto-santenses estão cientes disso”. “Vamos ver se isso tem reflexo nas urnas”, disse.

Questionado sobre as reservas colocadas por todos os outros partidos para acordos consigo, caso vença sem maioria absoluta, Albuquerque foi perentório, ao afirmar: “Se não for eu, vão fazer com quem?”

“Eu é que sou o líder do partido. Portanto, isso é tudo fantasia”, declarou, esclarecendo o PSD é um partido democrático e que o líder do partido está sujeito ao escrutínio pelos militantes.

Miguel Albuquerque insistiu na questão da governabilidade da região e reiterou o alerta para as “contingências da ingovernabilidade”. “Temo que a Madeira, à semelhança do que acontece no país, [fique] sujeita às contingências da ingovernabilidade e as contingências da ingovernabilidade levam à falta de confiança, levam ao adiamento de decisões, levam ao adiamento de investimentos e levam, sobretudo, depois à regressão económica e social”, disse, realçando que a região assinala atualmente um “crescimento ímpar” em todos os setores.

O candidato do PSD declarou, por outro lado, não temer que as suas declarações à saída da secção de voto possam ultrapassar o legalmente permitido por lei em dia de eleições, sublinhando que se limitava a responder às perguntas.

“Vocês fazem as perguntas e eu dou as respostas”, disse e acrescentou: “Eu sei que a gente, ultimamente, anda todos a pisar ovos, é o politicamente correto, não se pode dizer nada.”

E reforçou: “Vocês fazem uma pergunta, eu tenho de responder. Se é para pisar ovos então não digo nada. Faço um sorriso e digo que o tempo está bom.”

Nas eleições de hoje, 14 candidaturas disputam os 47 lugares do parlamento regional, num círculo único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

Nas legislativas regionais, o representante da República, cargo ocupado por Ireneu Barreto, convida uma força política a formar governo em função dos resultados (que têm de ser publicados), após a auscultação dos partidos com assento parlamentar na atual legislatura.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS-PP venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

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Apesar de “alguns pedidos de esclarecimento” ato eleitoral decorre normalmente

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

Ato eleitoral decorre "sem reporte de incidentes", diz CNE que só recebeu "alguns pedidos de esclarecimento" sobre propaganda perto de mesas eleitorais.

A Comissão Nacional de Eleições avançou hoje que as eleições regionais da Madeira estão a decorrer “normalmente” e que o organismo só recebeu “alguns pedidos de esclarecimento” sobre propaganda perto de mesas eleitorais.

Contactado cerca das 12:30, o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Fernando Anastácio disse à Lusa que o ato eleitoral “decorre normalmente, sem reporte de incidentes”.

“Não há nada de relevante. O ato está a decorrer normalmente. Houve alguns pedidos de esclarecimento, mas são poucos e dizem respeito a alguma propaganda que fique perto das mesas eleitorais”, adiantou.

De acordo com o responsável, a CNE está ainda a receber algumas questões relativas às eleições europeias de 09 de junho, não precisando as dúvidas.

O Jornal da Madeira dá hoje conta na sua edição ‘online’ que, durante uma reportagem pelas ruas do Funchal, avistou alguns cartazes, de diferentes candidaturas, de campanha eleitoral ainda por retirar.

O jornal deu conta de cartazes do CDS e do Chega junto à Rotunda Engenheiro Jaime Ornelas Camacho, e na freguesia de Santo Antonio, na rotunda acima do Centro de Saúde, cartazes do PSD. Também encontraram ainda na Rotunda dos Viveiros, no Funchal, cartazes do PSD e CDS.

A lei eleitoral da Assembleia da República, no que diz respeito à propaganda depois de encerrada a campanha, refere que aquela propaganda que for feita no dia da eleição ou na véspera é punida com prisão ou multa.

Em relação aos cartazes, a mesma lei refere que a proibição é relativa a menos de 500 metros das mesas de voto.

As eleições legislativas regionais antecipadas na Madeira decorrem hoje, num escrutínio em que mais de 254 mil eleitores são chamados a votar, para escolher um novo parlamento e um novo governo.

Catorze candidaturas disputam os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas de hoje ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Na última legislatura, a Assembleia Legislativa da Madeira tinha 20 representantes do PSD, três do CDS-PP, 11 do PS, cinco do JPP e quatro do Chega. A CDU, o BE, o PAN e a IL ocupavam um lugar cada.

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Eleições na Madeira registaram afluência às urnas de 20,22% até ao meio-dia

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

Nas eleições regionais anteriores, em 2023, a afluência às urnas era de 20,98% até à mesma hora, muito próxima dos 20,97% registados em 2019.

As eleições legislativas regionais na Madeira registaram hoje, até às 12:00, uma afluência às urnas de 20,22%, semelhante à verificada em 2023, de acordo com os dados da secretaria-geral do Ministério da Administração Interna

Nas eleições regionais anteriores, em 2023, a afluência às urnas era de 20,98% até à mesma hora, muito próxima dos 20,97% registados em 2019. A abstenção acabou por ficar nos 46,65% no ano passado e nos 44,5% em 2019.

Em 2015, com uma taxa de abstenção de 50,42%, bateu-se o recorde desde 1976, quando se realizaram as primeiras eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira.

As eleições legislativas regionais antecipadas na Madeira decorrem hoje, num escrutínio em que mais de 254 mil eleitores são chamados a votar, para escolher um novo parlamento e um novo governo.

Catorze candidaturas disputam os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas de hoje ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

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Lucro da seguradora Allianz cresce 21,8% para 2.475 milhões de euros no 1.º trimestre

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

As receitas aumentaram 5,3%, em termos homólogos, para 48.400 milhões de euros. A carteira de seguros do ramo Vida e Saúde rendeu à empresa 21.100 milhões de euros.

A seguradora alemã Allianz revelou esta quarta-feira que teve um lucro de 2.475 milhões de euros até março, mais 21,8% em termos homólogos, suportado pelo aumento do volume de negócios em todas as suas áreas de negócio.

As receitas, por sua vez, aumentaram 5,3%, para 48.400 milhões de euros, principalmente devido a um aumento do volume de negócios no segmento de seguros de bens e acidentes, que cresceu 5,7%, para 25.500 milhões de euros, impulsionado pelos preços e pela forte subscrição.

A carteira de seguros do ramo Vida e Saúde rendeu à empresa 21.100 milhões de euros, mais 4,9%, graças sobretudo ao crescimento das vendas nos Estados Unidos e em Itália, enquanto o volume de negócios da gestão de ativos cresceu 4,7% para 2.000 milhões de euros.

O lucro operacional, por seu turno, apresentou um crescimento de 6,8%, para 3.986 milhões de euros, suportado pelo segmento de seguros de bens e acidentes, bem como pela área de gestão de ativos, refere a seguradora em comunicado.

O rácio de adequação dos fundos próprios de acordo com a norma de supervisão Solvência II situou-se em 203% no final de março deste ano, em comparação com 206% no mesmo período do ano passado, enquanto a rendibilidade anualizada dos fundos próprios de base (RoE) aumentou de 16,1% em 2023 para 17,4% este ano.

Numa declaração, o presidente executivo da seguradora, Oliver Bäte, afirmou que os fortes resultados demonstram “a consistência na execução da estratégia”, bem como “a qualidade dos seus fundamentos” e a sua “vantagem em termos de talento e competências”.

Olhando para 2024, a Allianz confirmou as suas perspetivas e espera alcançar um lucro operacional de 14.800 milhões de euros, cálculo que tem associado uma margem de erro de 1.000 milhões de euros.

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Arch lança seguro paramétrico para cancelamento de eventos

  • ECO Seguros
  • 26 Maio 2024

A seguradora diz ser a primeira com uma opção paramétrica que oferece cobertura até um limite pré-determinado, garantindo o pagamento da indemnização imediatamente após a confirmação do sinistro.

A Arch Insurance Internacional lançou um seguro paramétrico que oferece cobertura de cancelamento de eventos (festivais, exposições, conferências, etc) na Europa para clientes domiciliados no Reino Unido. Segundo avançou a Arch em comunicado, Timothy Rolph, Contingency Underwriter, irá gerir o produto e a plataforma usada para a venda – Arch IQ – de modo a “garantir que os corretores recebem um serviço reativo e têm acesso a conhecimentos técnicos especializados para riscos mais complexos.”.

Timothy Rolph, Contingency Underwriter na Arch Insurance, será o gestor do produto e da plataforma para a venda.

Segundo a própria, a Arch é a primeira seguradora a oferecer um seguro para eventos que funciona com base num valor previamente acordado – trata-se de uma opção paramétrica que oferece cobertura até um limite predeterminado, garantindo o pagamento da indemnização imediatamente após a confirmação da ocorrência de sinistro.

O seguro está disponível na nova plataforma de cotação e vinculação Arch IQ, e, através das respostas um conjunto de questões, o sistema permite que os corretores obtenham uma cotação do risco num minuto e procedam instantaneamente à sua vinculação. Note-se que os riscos até ao limite de indemnização de 5 milhões de libras esterlinas (cerca de 5,8 milhões de euros) podem passar pela plataforma, sem necessidade de encaminhamento interno.

Para Chris Rackliffe, Diretor de Contingência e Acidentes e Saúde, “O lançamento do nosso seguro de cancelamento de eventos regionais através do Arch IQ é um marco importante na nossa estratégia digital para melhorar as nossas capacidades de serviço e proporcionar a rapidez e a eficiência do comércio em linha, apoiado por conhecimentos especializados de subscrição. O nosso objetivo consiste em proporcionar um acesso rápido e simples à cobertura de eventos complexos aos compradores de seguros que, tradicionalmente, podem ter dificuldade em obter este tipo de proteção e, com a nossa opção inovadora de valor acordado, os segurados têm a garantia de um serviço rápido de reclamações”.

Arch é a primeira seguradora a oferecer um seguro para eventos que funciona com base num valor previamente acordado – trata-se de uma opção paramétrica que oferece cobertura até um limite predeterminado, garantindo o pagamento da indemnização imediatamente após a confirmação da ocorrência de sinistro.

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Representante da República “preparado para todos os cenários”

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

"Em democracia há sempre soluções", afirma o representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, que se mostrou preocupado com a abstenção que, nas últimas eleições foi na ordem dos 46%.

O representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, admitiu estar preocupado com a abstenção nas eleições regionais que decorrem hoje e adiantou estar “preparado para todos os cenários”.

O juiz conselheiro referiu esperar que estas eleições antecipadas resolvam a crise política gerada com a demissão do presidente do Governo Regional (PSD/CDS), o social-democrata Miguel Albuquerque na sequência da investigação judicial relacionada com suspeitas de corrupção, em janeiro, que resultou em ser constituído arguido.

“Espero que sim, por isso é que fazemos eleições”, respondeu quando questionado sobre a situação. O juiz conselheiro acrescentou: “Espero que todos votem, os que podem devem votar para que nós tenhamos uma solução que resolva os nossos problemas”.

O representante, que votou na secção da Câmara Municipal do Funchal, argumentou que votar é um direito e um dever. “Nós temos uma grande responsabilidade, temos o nosso presente e o nosso futuro. O nosso presente e o nosso futuro dependem das eleições e do resultado das eleições que hoje decorrem”, sublinhou.

Ireneu Barreto insistiu que “há tempo para tudo”, para ir à serra, ao mar e também para votar. Falando sobre a abstenção, o juiz conselheiro disse estar “preocupado, porque a taxa é elevada” na Madeira. Mas, considerou que se deve “relativizar o problema da abstenção”, já que existem “40 e tal mil eleitores fantasma”.

“De qualquer modo, a abstenção em setembro [nas últimas eleições regionais] foi por volta de 46%, se deduzirmos 17% andará na casa dos 30%. Na minha perspetiva é muito. Devíamos ter uma abstenção na casa dos 20%, era ótimo”, argumentou.

O representante da República ainda apontou estar “preparado para todos os cenários” que saiam das eleições antecipadas de hoje”, salientando que “em democracia há sempre soluções”.

As eleições legislativas regionais antecipadas na Madeira decorrem hoje, num escrutínio em que mais de 254 mil eleitores são chamados a votar e 14 candidaturas se apresentam para formar um novo parlamento e um novo governo.

Em disputa nas eleições, com um círculo único, estão 47 lugares da Assembleia Legislativa Regional e, segundo dados do Ministério da Administração Interna, estão recenseados para votar 254.522 eleitores, dos quais 249.075 na ilha da Madeira e 5.447 na ilha de Porto Santo.

As 292 secções de voto distribuídas pelas 54 freguesias dos 11 concelhos do arquipélago estarão abertas entre as 08:00 e as 19:00. Na corrida estão uma coligação e 13 partidos únicos.

As eleições antecipadas de hoje ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Na última legislatura, a Assembleia Legislativa da Madeira tinha 20 representantes do PSD, três do CDS-PP, 11 do PS, cinco do JPP e quatro do Chega. A CDU, o BE, o PAN e a IL ocupavam um lugar cada.

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“Vamos entrar na época alta, e os empresários já se queixam que não têm trabalhadores”

  • ECO
  • 26 Maio 2024

Ana Jacinto, da AHRESP, defende que o Estado deveria "fazer uma revisão em baixa dos impostos, sobretudo no rendimento do trabalho". Empresas mais pequenas sem capacidade de pagar salários mais altos.

“Vamos entrar na época alta, e os empresários já se queixam que não têm trabalhadores. O mercado vai exigir que as empresas continuem a elevar os salários e andam a contratar trabalhadores uns aos outros” e as empresas mais pequenas não têm capacidade para aumentar salários, alerta Ana Jacinto, secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP). O Estado vai ter de “fazer uma revisão em baixa dos impostos, sobretudo no rendimento do trabalho”.

O setor da restauração e hotelaria “não pode continuar a aumentar salários e continuar estrangulado com custos de contexto”, avisa Ana Jacinto, em entrevista ao Jornal de Negócios e na Antena 1, este domingo. (conteúdo em português/ acesso não reservado)

A falta de mão de obra está a obrigar as empresas do setor a aumentar salários, mas as de menor dimensão não têm capacidade para acomodar este aumento de custos com pessoal. “As empresas não têm alternativa, mas as mais pequenas não vão conseguir pagar esses salários”, diz. “O Estado tem de fazer a sua parte, tem de fazer uma revisão em baixa dos impostos, sobretudo no rendimento do trabalho”, atira.

Há dois anos, após a pandemia ter encerrado durante meses os estabelecimentos do setor, estimava-se que faltavam 40 mil trabalhadores. “A situação não melhorou”, garante Ana Jacinto. “Há empresas que têm que fechar a dias de semana ou até aos fins de semana porque não têm trabalhadores. Há empresas que só dão almoços ou só dão jantares. E até há negócios que estão parados“, afirma.

“As dificuldades que os empresários têm na contratação dos imigrantes não se resolveu”, lamenta. “Já temos cerca de 120 mil imigrantes a trabalhar só na restauração e no alojamento. Sem estes 120 mil imigrantes a situação seria bem pior. O maior problema que todos os dias as empresas nos relatam é o da falta de trabalhadores”, diz.

A secretária-geral da AHRESP defende o papel das autarquias na inclusão dos imigrantes, em particular na habitação.

“Durante a pandemia, foram várias as autarquias que criaram apoios às rendas, de forma transversal. Não tinha a ver com a questão dos imigrantes, tinha a ver com apoio às rendas das famílias que estavam em dificuldades para pagá-las. Se o conseguiram fazer na altura da pandemia, também o podem fazer agora”, lembra. “O que nós propusemos foi as autarquias conseguirem dar estes apoios, mas agora direcionados para os imigrantes”, aponta.

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APS Dia 2: Geopolítica e mudanças climáticas no centro do Encontro

No segundo e último dia do XIX Encontro Resseguro, organizado pela APS, esteve sob análise a sustentabilidade e a capacidades dos humanos em mitigar os riscos e se adaptarem a mudanças climáticas.

O último dia do XIX Encontro Resseguros, organizado pela Associação Portuguesa dos Seguradores (APS), realizado esta sexta-feira, centrou-se nas alterações climáticas, desde o seu impacto em Portugal e no mundo, passando pelas previsões sobre a evolução da mesma até às formas de mitigação dos riscos e adaptação às mudanças.

Foram ainda realçadas as oportunidades e desafios para Portugal e para a Europa numa época de elevada incerteza face a outros atores e perante eventos internacionais como a invasão da Ucrânia e o ataque da organização não estatal Hamas a Israel.

Michael Walz, gestor de produto sénior e vice-presidente da Swiss Re, alertou para a importância da prevenção e atitudes de mitigação dos efeitos das alterações climáticas, confessando que é “difícil ser otimista”, “não vamos (espécie humana) desistir e ir para um bunker“.David Martins | APS

Michael Walz, gestor de produto sénior e vice-presidente da Swiss Re, abriu o primeiro painel com uma apresentação sobre “Impactos das alterações climáticas em Portugal – a visão na perspetiva de um ressegurador”. Apresentou o estudo Sigma 01/2024 natural catastrophes in 2023, relembrando que as perdas económicas provocadas pelas catástrofes climáticas em 2023 (280 mil milhões de euros) equivalem a aproximadamente o valor do Produto Interno Bruto Português (PIB) no mesmo ano (266 mil milhões de euros em 2023).

Relembrou desastres passados, como o sismo na Turquia e as cheias na Madeira em 2010, assim como os eventos possíveis como um sismo em Lisboa, alertando que os desastres naturais “não acontecem todos os segundos, mas são um risco”. E que, ainda que reconheça a capacidade das pessoas em se adaptarem às mudanças, é essencial mitigar os efeitos das alterações climáticas.

Ainda que confesse seja “difícil ser otimista”, afirma, num tom divertido, que “não vamos (espécie humana) desistir e ir para um bunker“.

Analisar, adaptar, mitigar: como viver sobre às alterações climáticas

Helena Freitas, Diretora do Parque de Serralves, Pedro Matos Soares, investigador principal do Instituto Dom Luiz, ; Pedro Garrett, co-fundador da 2adapt e José Luís Leão, diretor de Corretores e Parcerias do Grupo Ageas Portugal, no painel sobre as alterações climáticas.

Para Pedro Garrett, co-fundador da 2adapt, acredita que o caminho para a transição climática, mitigação dos riscos e adaptação passa pela cooperação entre a academia e os stakeholders para entender o histórico de eventos climáticos, fazer previsões e implementar mecanismos para proteger as regiões, países, cidades, vilas e aldeias, e tudo o que estas comportam, ao adaptá-las para, caso um evento se repita com mais intensidade, as suas consequências serem menos danosas.

Helena Freitas, Diretora do Parque de Serralves, professora catedrática na área da biodiversidade e Ecologia da Universidade de Coimbra, realça que “não há nenhum sítio onde não se sintam os impactos da crise da biodiversidade” – que é um dos efeitos das alterações climáticos. A especialista realça que a política ambiental também é um incentivo para o homem repensar a forma como vê o mundo e como se vê nele – para se reconciliar com a natureza e assim impulsionar uma transformação sistémica – deixando de parte o paradigma que esta existe para o humano a “usar”, mas antes para nesta participar.

Pedro Matos Soares, investigador principal do Instituto Dom Luiz, professor no departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, destaca que na educação está um grave problema e é também parte da solução – há um grande desconhecimento sobre as alterações climáticas e é “a nossa capacidade de aprender que nos podem salvar”.

Da mesma opinião é José Luís Leão, diretor de Corretores e Parcerias do Grupo Ageas Portugal, que considera ser essencial reduzir a lacuna de proteção face a riscos climáticos em Portugal, possível através de parcerias com o Estado, como o setor planeia fazer o Fundo Sísmico, por exemplo. Realçando que os países com economias mais robustas não estão tão expostos aos riscos como está Portugal, que, como consta num relatório da ASF ,um sismo de significativas magnitudes em Lisboa poderia fragilizar fortemente o sistema financeiros português.

“Nem os eleitores nem os políticos estão preparados intelectualmente para o que está a acontecer”

Paulo Portas, ex-vice-primeiro-ministro e ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, e Miguel Monjardino, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, partilharam as suas visões acerca da “(Des)proteção das sociedades: perspetivas sociais e económicas”.David Martins | APS

Para Miguel Monjardino, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, em 2022 “voltamos à história”. Quer com isto dizer que considera o período desde cerca 1992 até 2022 um período atípico de paz, sem grandes conflitos que afetassem a Europa. O que faz com que agora seja uma época onde o pensar é essencial – de compreender o que está a acontecer e qual é o melhor caminho para a Europa, enquanto player internacional, traçar.

Alerta que estes tempos, em que tudo se quer imediato, não se espera por resultados a longo prazo, torna difícil a resolução de problemas. Esta perceção de tempo, aliado ao longo período “atípico” da história faz com que nem os eleitores nem os políticos estejam “preparados intelectualmente para o que está a acontecer“.

Também Paulo Portas considera que se vive num cenário de ingovernabilidade acrescentando outros motivos, nomeadamente, a “desintegração do Ocidente”. Desintegração que é vista como uma fraqueza por regimes ditatoriais como o de Xi JiPing na China e de Vladimir Putin na Rússia, este último que o aproveitou e considerou ser o tempo ideal para atacar a Ucrânia.

Paulo Portas falou ainda sobre algumas ameaças à posição da Europa como potência mundial. Deu o exemplo as eleições dos EUA em outubro deste ano, onde a vitória de Donald Trump pode significar uma maior fragilidade europeia, passando a ficar sem a proteção americana; também exemplificou com a invasão da Ucrânia em que, se o vitorioso for a Rússia, não há garantias que contenha as suas intenções expansionistas.

O ex-ministro mencionou ainda que a Europa acaba por ficar para trás a inovar, nomeadamente, em tecnologia porque, ao contrário de outros países, aqui “primeiro regulamos e depois inovamos”.

Ambos consideram que se vivemos de um período instável e que provoca “medo” não só aos países europeus, mas também à China com previsões de decréscimo populacional, dificuldade em captar e cativar investimento estrangeiro e de oferecer oportunidades aos jovens nas cidades e à Rússia que “só é boa na guerra” e “catastrófica do ponto de vista económico”, afirmou Paulo Portas.

José galamba de Oliveira, presidente da APS, Encontro Resseguros, encerrando o evento.David Martins | APS

José Galamba de Oliveira fechou o evento convidando os participantes a participar no XX Encontro de Resseguros a ser realizado em 2026.

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Europ Assistance vai lançar IA para responder a sinistros em viagem

Serviços assistência IA com sinal verde dos clientes, mais de metade já os usa e são os preferidos da maioria. Reboque dá várias opções de contacto com IA e empresa prepara o mesmo para táxis.

O Grupo Europ Assistance está a fazer testes A/B a um agente de inteligência artificial para costumer enquiries, especialmente ligado ao negócio viagem – pedidos de cancelamento de viagem e bagagens perdidas, por exemplo – em dois países relevantes para a empresa em termos de volume de negócios. Em entrevista ao Eco Seguros, Paulo Xardoné, Chief Transformation Officer da Europ Assistance Portugal, confirmou que o grupo planeia trazer esta ferramenta para as operações do grupo, “nomeadamente para Portugal”.

Paulo Xardoné, Chief Transformation Officer da Europ Assistance Portugal: “Inquéritos de satisfação mostram que os clientes se mostram mais satisfeitos com os pedidos resolvidos pelos agentes digitais”.

O modelo encontra-se num processo de aprendizagem denominado em machine learning, onde é submetido a interações reais e é ensinado a distinguir entre as respostas cercas e erradas às diferentes perguntas e quais os tipos de resposta mais adequados.

Para tal, a companhia está a recorrer a um grupo de operadores que está a esclarecer clientes e são usadas as mesmas questões para a ferramenta de inteligência artificial fazer o mesmo tipo de trabalho.

O objetivo é que se torne capaz de responder diretamente ao cliente e só quando o último sentir dificuldade possa recorrer a um operador. O primeiro canal onde implementaram algumas peças de inteligência artificial foi no agente virtual – para o reconhecimento de matrículas e localização, por exemplo. Quem opta por prosseguir com o seu pedido de reboque com esse agente será encaminhava para ‘conversar’ com uma máquina que lhe irá fazer as perguntas necessárias para formalizar o pedido.

Digital localiza rapidamente o cliente

Recentemente surgiu o canal do Whatsup que recorre a IA cujo principal objetivo é “localizar melhor o cliente” no pedido de reboque em caso de sinistros. Os clientes conseguem chamar o reboque em cerca de 3 minutos em qualquer um dos canais. Segundo o especialista, “não há grande variação” no tempo do processo de chamar o reboque. No entanto, os canais digitais ao permitirem que o cliente partilhe com a seguradora a sua geolocalização, agilizam o processo da empresa e do reboque conseguir atender o cliente.

A Europ Assitance quer possibilitar o mesmo serviço para o cliente conseguir chamar um táxi – serviço muitas vezes solicitado pelos clientes que querem ser deixados em algum lado e não ficar no meio da estrada. Esse processo já esta em testes internos. “Não sei se vamos a tempo (de lançar) no verão. Eu diria que, antes do fim do verão vamos com certeza. Mas eu gostava de estar antes do início do verão. Não sei se vou conseguir, mas estou lá muito próximo”, confessa Paulo Xardoné.

Também pretendem digitalizar o contacto da seguradora com o rebocador, se “falarem comigo [empresa] mais depressa, ficam livres mais depressa para irem para o próximo serviço”.

Metade dos pedidos são executados pelos canais digitais

“Com o pedido de reboque, praticamente metade dos pedidos são executados pelos canais digitais”, refere Paulo Xardoné.

Nesse sentido, foram cerca de 300.000 pedidos executados de forma online, desde o pedido, passando pela criação do processo, a procura do rebocador até a ativação desse rebocador foi tudo digital e automático. “Não houve nenhuma intervenção humana” refere.

Note-se que é dada aos clientes a opção de perseguir com o auxílio para os canais digitais desde o início do pedido de reboque, sendo-lhe enviado um SMS com o convite e respetivo link para continuar o pedido no what, ou receber na rede social um contacto pela seguradora. Podem escolher.

Clientes mais satisfeitos com serviços digitais do que com operadores de call center

Investir em ferramentas de inteligência artificial generativa surge para “facilitar o acesso dos clientes” a assistência em caso de sinistros, ao mesmo tempo que visa responder às suas exigências cada vez mais digitais, e também para “uniformizar a qualidade de serviço” que entrega, e reduzir os tempos de espera antes da interação do cliente com o operador.

Frequentemente, a Europ Assistance responde a pedidos onde os clientes se encontram sob stress, ou porque estão com o carro avariado no meio da estrada, por exemplo, e com as ferramentas digitais conseguem ter um serviço mais rápido, onde os clientes têm mais autonomia (recebendo atualizações do estado dos pedidos), e podendo escolher o canal de assistência mais conveniente, seja com um operador de call center, seja a webapp, whatsup ou agente virtual”.

Para Paulo Xardoné, a principal razão para este investimento está na capacidade da IA em uniformizar processos, ao afastarem o erro humano conseguem entregar “sistematicamente” serviço “com qualidade e com métricas que nos permitem acompanhar e medir se estamos realmente a entregar o que exigimos” Internamente também permite uma “uniformização na qualidade do serviço que estamos a entregar”.

Aliás, o responsável refere que os inquéritos de satisfação mostram que os clientes se mostram mais satisfeitos com os pedidos resolvidos pelos agendes digitais.

Tranquilidade, Mudum e UNA. Serviço é usado por várias seguradoras em Portugal

Paulo Xardoné explica que o serviço é “tipicamente” acionado “em nome do cliente”, que são normalmente seguradoras. Com isto quer dizer que o cliente “estando a fazer um pedido de assistência na UNA, Tranquilidade ou Mudum, na verdade quem está a prestar o serviço de assistência somos nós, em nome das seguradoras

Confessa que ainda não há publicidade junto do consumidor final, tendo este apenas conhecimento no momento que solicita apoio. “A nossa crença é que o sucesso continuado destes canais fará com que os nossos clientes institucionais comecem a publicitar mais estes canais”.

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Ministros da Agricultura da UE discutem 2.ª feira reivindicações do setor

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

Os ministros da Agricultura da UE vão abordar a recente simplificação da Política Agrícola Comum (PAC), com o alívio das exigências ambientais.

Os ministros da Agricultura da União Europeia (UE) vão estar reunidos, esta segunda-feira, em Bruxelas, a discutir as respostas às reivindicações que levaram os agricultores a sair à rua no início do ano.

Os ministros vão abordar a recente simplificação da Política Agrícola Comum (PAC), com o alívio das exigências ambientais.

Da ordem de trabalhos, faz também parte a discussão sobre a simplificação administrativa e o reforço da posição dos agricultores na cadeia de abastecimento alimentar. Em causa está, por exemplo, o lançamento de um observatório sobre os custos de produção, margens e práticas comerciais.

O Governo de Portugal lançou, em 2023, o Observatório dos Preços, que monitoriza os custos de um cabaz de 26 alimentos, desde a produção ao consumo.

Os ministros vão ainda discutir a situação dos mercados agrícolas, em particular, face à guerra na Ucrânia.

Em 03 de maio, o relatório sobre as perspetivas para o mercado agrícola europeu revelou que o setor continua a ser afetado por acontecimentos que não podem ser controlados pelos agricultores, como as crises climáticas e geopolíticas.

Esta sexta-feira, o ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, assinou a portaria que vai simplificar a PAC e decidiu estender as candidaturas ao Pedido Único até 14 de junho, prazo que continua a ser contestado pelo setor devido aos constrangimentos na plataforma para a submissão de candidaturas.

“A simplificação vai flexibilizar o cumprimento das medidas da condicionalidade — boas condições agrícolas e ambientais — nomeadamente na cobertura mínima dos solos, na rotação das culturas através da diversificação e no fim de obrigação de deixar uma parte da área agrícola a superfícies não produtivas, como as terras em pousio”, detalhou, em comunicado, o executivo.

O diploma em causa promove ainda a simplificação para explorações com até 10 hectares de superfície agrícola declarada. Estas explorações ficam isentas de controlo e de sanções administrativas a título da condicionalidade.

Por outro lado, segundo o mesmo documento, as explorações que estão situadas em áreas abrangidas por fenómenos climáticos adversos que, “pela sua gravidade e duração, impeçam o cumprimento de norma ou de parte de norma das boas condições agrícolas e ambientais vão beneficiar de uma derrogação temporária por condições meteorológicas.

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