Estes são os secretários de Estado do novo Governo de Montenegro

O Presidente da República já recebeu em mão a lista de 41 secretários de Estado para integrar o novo Governo liderado por Luís Montenegro. Tomada de posse marcada para esta sexta-feira.

Já é conhecida a lista dos secretários de Estado que vão integrar o XXIV Governo Constitucional, liderado por Luís Montenegro. A composição foi entregue esta quinta-feira, no Palácio de Belém, ao Presidente da República. O novo primeiro-ministro disse, à saída, que teve uma “boa reunião” de hora e meia com Marcelo Rebelo de Sousa.

Após o encontro, a lista com os secretários de Estado não foi logo publicada no site da presidência, como tinha sucedido com os ministros, com vários media a avançar que dois nomes causaram o impasse de várias horas. Já passava das 22 horas quando foram conhecidos os nomes dos 41 novos secretários de Estado – 17 mulheres e 24 homens.

No total do executivo, o CDS tem um ministro (Nuno Melo) e dois secretários de Estado (Telmo Côrrea e Álvaro Castelo Branco).

Este Governo sucede ao último de três executivos liderados por António Costa, que tomou posse a 30 de março de 2022 com 17 ministros e 38 secretários de Estado, mas após remodelações e demissões terminou com 40 secretários de Estados e o mesmo número de ministros.

A tomada de posse dos secretários de Estado está marcada para as 18h desta sexta-feira no Palácio Nacional da Ajuda, depois de os 17 ministros (10 homens e sete mulheres) de Montenegro terem tomado posse na terça-feira. Com esta formalidade, está completo o elenco governativo para uma legislatura que se adivinha difícil para atingir consensos, dada a maioria relativa.

Veja a lista dos secretários de Estado de Montenegro:


Ministério de Estado e de Negócios Estrangeiros

Secretária de Estado dos Assuntos Europeus: Inês Domingos

Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação: Nuno Sampaio

Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas: José Cesário

Ministério de Estado e das Finanças

Secretário de Estado do Orçamento: José Maria Brandão de Brito

Secretária de Estado dos Assuntos Fiscais: Cláudia Reis Duarte

Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças: João Silva Lopes

Secretária de Estado da Administração Pública: Marisa Garrido

Ministério da Presidência

Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros: Paulo Lopes Marcelo

Secretário de Estado Adjunto e da Presidência: Rui Armindo Freitas

Ministério da Coesão Territorial

Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional: Hélder Reis

Secretário de Estado da Administração Local: Hernâni Dias

Ministério dos Assuntos Parlamentares

Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares: Carlos Abreu Amorim

Secretário de Estado do Desporto: Pedro Dias

Ministério da Defesa Nacional

Secretário de Estado Adjunto da Defesa Nacional: Álvaro Castelo Branco

Secretária de Estado da Defesa Nacional: Ana Isabel Xavier

Ministério da Justiça

Secretária de Estado Adjunta e da Justiça: Maria Clara Figueiredo

Secretária de Estado da Justiça: Maria José Barros

Ministério da Administração Interna

Secretário de Estado da Administração Interna: Telmo Côrrea

Secretário de Estado da Proteção Civil: Paulo Simões Ribeiro

Ministério da Educação, Ciência e Inovação

Secretário de Estado Adjunto e da Educação: Alexandre Homem Cristo

Secretário de Estado da Educação: Pedro Dantas da Cunha

Secretária de Estado da Ciência: Ana Paiva

Ministério da Saúde

Secretária de Estado da Saúde: Ana Povo

Secretária de Estado da Gestão de Saúde: Cristina Vaz Tomé

Ministério das Infraestruturas e Habitação

Secretária de Estado das Infraestruturas: Hugo Espírito Santo

Secretária de Estado da Mobilidade: Cristina Pinto Dias

Secretária de Estado da Habitação: Patrícia Machado Santos

Ministério da Economia

Secretário de Estado do Turismo: Pedro Machado

Secretário de Estado da Economia: João Rui Ferreira

Secretária de Estado do Mar: Lídia Bulcão

Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social

Secretário de Estado do Trabalho: Adriano Rafael Moreira

Secretário de Estado Adjunto e da Segurança Social: Jorge Campino

Secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão: Clara Marques Mendes

Ministério do Ambiente e Energia

Secretário de Estado do Ambiente: Emídio Sousa

Secretária de Estado da Energia: Maria João Pereira

Ministério da Juventude e Modernização

Secretária de Estado da Igualdade: Carla Mouro

Secretário de Estado da Modernização e da Digitalização: Alberto Rodrigues da Silva

Ministério da Agricultura e Pescas

Secretário de Estado da Agricultura: João Moura

Secretária de Estado das Pescas: Cláudia Monteiro de Aguiar

Secretário de Estado das Florestas: Rui Ladeira

Ministério da Cultura

Secretária de Estado da Cultura: Maria de Lurdes

(Na lista oficial em pdf, que pode consultar abaixo com algumas notas biográficas dos secretários de Estado, já saiu uma errata nos nomes relativos ao ministério da Justiça. A secretária de Estado Adjunta e da Justiça é Maria Clara Figueiredo e a nova secretária de Estado da Justiça é Maria José Barros.)

 

 

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Economista-chefe do BCP vai para o Orçamento. Saiba quais são os outros governantes nas pastas económicas

Já é conhecida a lista de secretários de Estado do Governo de Montenegro. O número dois no Ministério das Finanças vai ser o economista José Maria Brandão de Brito, que sai do BCP.

José Maria Brandão de Brito vai ser o secretário de Estado Adjunto e do Orçamento de Joaquim Miranda Sarmento nas Finanças. Até agora economista-chefe do BCP, Brandão de Brito vai ser o número dois de um ministério com outros três secretarias de Estado: Assuntos Fiscais, Tesouro e Finanças, que volta a estar unida, e Administração Pública, tutela que regressa à Praça do Comércio. Depois de horas de espera após a reunião semanal do primeiro-ministro Luís Montenegro com o Presidente da República, já são conhecidos os nomes dos secretários de Estado do novo Governo.

Cláudia Reis Duarte, árbitra tributária no Centro de Arbitragem Administrativa (CAAD), será a nova secretária dos Assuntos Fiscais. Tem uma licenciatura em Direito e uma pós-graduação em Fiscalidade.

João Silva Lopes, que é coordenador do Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD para o ambiente e a sustentabilidade, sobe a secretário de Estado das Finanças e do Tesouro. Licenciado em Direito, conta com experiência no setor público, tendo, nomeadamente, integrado a Comissão para a Reforma da Fiscalidade Verde. É advogado nas áreas de Direito Fiscal, Contencioso Tributário, Direito Administrativo, Contratação Pública e Ambiente. Atualmente, é membro da Comissão Independente de Acompanhamento e Fiscalização das Medidas Especiais de Contratação Pública (CIMEC), eleito pela Assembleia da República.

Para a secretaria de Estado da Administração Pública, foi escolhida Marisa Garrido. Com uma licenciatura em Gestão de Empresas, foi vice-presidente do IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação e gestora em diferentes setores. Antes, desempenhou funções como diretora de pessoas e cultura dos CTT, como diretora de recursos humanos na EMEL e diretora de recursos humanos na RTP.

Do governo sombra do PSD a secretário de Estado da Economia

João Rui Ferreira, coordenador do CEN do PSD para a área dos serviços públicos e reforma do Estado, será secretário de Estado da Economia, sob a alçada do ministro da Economia, Pedro Reis. Engenheiro Químico pela Universidade de Aveiro e pós-graduado em Métodos Quantitativos em Gestão pela Escola de Gestão do Porto, iniciou a carreira profissional na direção de áreas operacionais como a qualidade, gestão da produção e direção geral da WFSCork. Desde o início de 2022 assumiu a direção executiva da APCOR – Associação Portuguesa da Cortiça. É hoje presidente do Centro Tecnológico da Cortiça (CTCOR) e da FILCORK – Associação interprofissional da fileira da cortiça. Foi presidente da APCOR entre 2012 e 2021.

Pedro Machado, presidente da Agência Regional de Promoção Turística Externa do Centro de Portugal, é o escolhido para a secretaria de Estado do Turismo. Mestre em Ciências da Educação e licenciado em Filosofia, foi presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal.

Para a secretaria de Estado do Mar, foi eleita Lídia Bulcão. Com uma licenciatura em Ciências da Comunicação, foi jornalista e deputada à Assembleia da República pelo círculo eleitoral dos Açores, na XII Legislatura, liderada por Pedro Passo Coelho, entre 2011 e 2015.

Especialista em transportes nas Infraestruturas

Hugo Espírito Santos ficará com a pasta das Infraestruturas, sob a tutela do ministro Miguel Pinto Luz. Licenciado em Economia, foi sócio no escritório de Lisboa da McKinsey & Company para o setor das Viagens, Transportes e Logística em África. É orador frequente em fóruns sobre Aviação, Sustentabilidade; Transição Energética e Desenvolvimento Económico. Ficará com a difícil tarefa de gerir a privatização da TAP e da localização do novo aeroporto de Lisboa.

Para a secretaria de Estado da Habitação, a equipa de Luís Montenegro escolheu Patrícia Machado Santos. Com um doutoramento em Arquitetura na especialidade de Tecnologias e Gestão da Construção e uma licenciatura em Arquitetura, trabalhou o tema da Habitação nas autarquias de Lisboa e de Oeiras.

Cristina Pinto Dias ficará com a pasta da Mobilidade. Com um mestrado em Economia e Política da Energia e do Ambiente e uma licenciatura em Economia, é vogal no conselho de administração da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) foi vice-presidente da CP – Comboios de Portugal, presidente da EMEF, dos Transportes Intermodais do Porto (TIP) e administradora da Operadora de Transporte da Região de Lisboa (OTLIS).

(Artigo atualizado às 22h57)

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Regulador do medicamento assegura que cumpriu legislação no caso das gémeas

  • Lusa
  • 4 Abril 2024

Em comunicado, o Infarmed assegura que "cumpriu no caso em questão e continuará a cumprir a legislação em vigor em matéria" de Autorização de Utilização Excecional.

O regulador do medicamento (Infarmed) assegurou esta quinta-feira que “cumpriu a legislação em vigor em matéria de Autorização de Utilização Excecional” (AUE) de medicamentos no caso das gémeas luso-brasileiras tratadas em Lisboa com um fármaco de milhões de euros.

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) concluiu, segundo um relatório divulgado esta quinta-feira, que o acesso à consulta de neuropediatria das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria com um medicamento de milhões de euros foi ilegal, tendo recomendado ao Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde que cumpra o circuito de submissão, avaliação e aprovação dos pedidos de AUE, nos termos do regulamento sobre a AUE prevista no Estatuto do Medicamento.

Em comunicado, o Infarmed assegura que “cumpriu no caso em questão e continuará a cumprir a legislação em vigor em matéria de AUE”. O caso das gémeas residentes no Brasil que adquiriram nacionalidade portuguesa e receberam no Hospital de Santa Maria, em 2020, o medicamento Zolgensma, com um custo total de cerca de quatro milhões de euros, foi divulgado pela TVI, em novembro, e está ainda a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República.

Segundo a IGAS, a questão principal da inspeção feita era analisar se o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, ao qual pertence o Santa Maria, cumpriu as normas técnicas e a legalidade no acesso e na prestação de cuidados de saúde às duas crianças com atrofia muscular espinal tratadas com o medicamento Zolgensma.

O Chega vai avançar com o pedido para a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras, anunciou o presidente do partido. O líder do Chega, André Ventura, considera “é importante que haja escrutínio, independentemente dos decisores políticos envolvidos” e porque “este caso implicou para os contribuintes um custo de vários milhões de euros”.

No início deste ano, a Comissão Parlamentar da Transparência tinha autorizado a antiga ministra da Saúde Marta Temido e o ex-secretário de Estado António Lacerda Sales a prestarem depoimentos à IGAS no âmbito deste caso. Este caso motivou algumas audições no parlamento, como a da ex-ministra da Justiça Catarina Sarmento e Castro ou a do presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo, mas o PS rejeitou as audições dos dois antigos governantes, que se manifestaram disponíveis para prestar explicações ao Ministério Público e à IGAS.

Uma auditoria interna do Hospital de Santa Maria já tinha concluído que a marcação da primeira consulta hospitalar pela Secretaria de Estado da Saúde foi a única exceção ao cumprimento das regras neste caso.

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Montenegro com dificuldade em fechar a lista de secretários de Estado

Há pelo menos dois nomes mais técnicos que terão recusado ir para o Governo, o que está a atrasar a divulgação do elenco final. A eurodeputada Cláudia Aguiar deverá ir para as Pescas.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, está com dificuldade em fechar a lista de secretários de Estado do seu Governo. Pelo menos dois nomes terão recusado integrar pastas mais técnicas, avançou a SIC Notícias e confirmou o ECO junto de fontes sociais-democratas, pelo que a divulgação do elenco por parte de Belém está a demorar mais tempo do que o esperado. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, estará a dar espaço a Montenegro para completar a composição dos cerca de 40 secretários de Estado que tomam posse esta sexta-feira, às 18h, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.

O líder do PSD levou esta quinta-feira a lista dos secretários de Estado ao Chefe do Estado, naquela que foi a primeira reunião oficial entre o novo primeiro-ministro e o Presidente da República. Ambos estiveram reunidos cerca de 1h30, entre as 18h e as 19h30. À saída, Luís Montenegro disse apenas: “Foi uma boa reunião, falámos sobre vários temas. A composição será conhecida mais logo”.

Emídio Sousa, cabeça de lista por Aveiro, e que renunciou à Câmara de Santa Maria da Feira para assumir o lugar de deputado da Assembleia da República, será secretário de Estado do Ambiente, ficando sob a tutela da ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, apurou o ECO. De recordar que Emídio Sousa já estava no último e terceiro mandato de quatro anos como presidente do mesmo município. É um dos oito dinossauros autárquicos do PSD que têm agora futuro garantido no Executivo de Montenegro ou no Parlamento.

A eurodeputada da Madeira, Cláudia Monteiro de Aguiar, deverá ser secretaria de Estado das Pescas, que está sob a alçada do Ministério da Agricultura e Pescas, de José Manuel Fernandes, avança o DN Madeira.

O ainda presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, já felicitou a eurodeputada: “À Cláudia Monteiro de Aguiar, endereço as maiores felicidades nesta missão, como secretária de Estado das Pescas. Tenho a maior consideração e amizade por ela. Uma mulher de garra, trabalhadora e que defende as causas que abraça com afinco. Tenho a certeza que fará um excelente trabalho e que levará, como sempre, a Madeira no seu coração. Para a sua terra e para todos nós, é uma honra testemunhar o seu percurso e o que, com mérito, tem alcançado. Portugal só fica a ganhar!”.

O Conselho de Ministros, já com os secretários de Estado, reúne-se este sábado, em Óbidos, num encontro informal que contará com “a participação de todos os membros do Governo”, segundo uma nota divulgada esta quinta-feira pela Presidência do Conselho de Ministros.

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Empresas alemãs envolvidas na “reconstrução” russa de Mariupol

  • Lusa
  • 4 Abril 2024

O grupo Knauf, apresentado como o líder mundial da produção de placas de gesso, e a empresa WKB Systems, que produz betão celular, fornecem materiais para os estaleiros.

Duas empresas de construção alemãs participam nos estaleiros iniciados pelas autoridades russas na cidade ucraniana de Mariupol, destruída em grande parte durante a sua conquista por Moscovo na primavera de 2022, indica uma investigação de media alemães. O grupo Knauf, apresentado como o líder mundial da produção de placas de gesso, e a empresa WKB Systems, que produz betão celular, fornecem materiais para os estaleiros, segundo uma investigação da revista Monitor na televisão pública ARD.

O diário diz ter analisado numerosas imagens de estaleiros onde surgem os logótipos da Knauf e relatórios de atividade detalhados, que atestam a atividade do fabricante nesta cidade portuária situada no leste da Ucrânia, alvo das forças russas e dos separatistas russófonos locais no primeiro dia da invasão em 24 de fevereiro de 2022, e que caiu sob o seu controlo após mais de dois meses de cerco, com um balanço de milhares de mortos e uma destruição quase total.

A revista também refere “um distribuidor oficial da Knauf que faz a promoção de um projeto imobiliário de habitação em Mariupol, construído com produtos Knauf por conta do Ministério da Defesa russo”. Os produtos da empresa WKB Systems, cujo principal acionista é o empresário russo Viktor Budarin, também foram identificados nos estaleiros de Mariupol, segundo a revista.

Em declarações à agência noticiosa AFP, o grupo Knauf afirma “respeitar todas as sanções da UE, do Reino Unido e dos Estados Unidos contra a Rússia”. O grupo bávaro, presente na Rússia em 14 zonas de produção e 4.000 trabalhadores, explica ter “decidido permanecer no mercado russo até nova ordem”, invocando “a sua responsabilidade” face aos assalariados locais.

Numerosas empresas ocidentais, incluindo importantes grupos alemães, terminaram, ou por vezes cederam, as suas atividades na Rússia após a invasão da Ucrânia. Após a conquista de Mariupol, a Rússia apresentou um plano de reconstrução da cidade, com mais de 400.000 habitantes antes da ofensiva militar.

A “alegada ‘reconstrução’ apenas serve à propaganda russa”, declarou à AFP o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, interrogado sobre a alegada participação de empresas alemãs nos estaleiros. “Qualquer empresa que participe deve saber em que serviço se envolve”, acrescentou o ministério.

O Ministério da Economia alemão considerou à AFP que “as autoridades de investigação competentes [Polícia Judiciária das Alfândegas, Ministério Público] devem rapidamente clarificar os factos e determinar se existe violação das sanções”.

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Conselho de Ministros informal marcado para sábado em Óbidos

  • Lusa
  • 4 Abril 2024

Conselho de Ministros informal vai decorrer no salão nobre da Câmara Municipal de Óbidos "com a participação de todos os membros do Governo".

O novo Governo vai reunir todos os seus membros num Conselho de Ministros informal que decorrerá no sábado em Óbidos, distrito de Leiria, foi anunciado esta quinta-feira.

De acordo com o comunicado enviado às redações, este Conselho de Ministros informal vai decorrer no salão nobre da Câmara Municipal de Óbidos “com a participação de todos os membros do Governo”. Além da reunião, com início previsto para as 09:30, está ainda agendada uma fotografia dos membros do Governo na Praça de Santa Maria.

Esta informação foi conhecida numa altura em que se aguarda a divulgação da lista dos secretários de Estado do XXIV Governo, após a primeira reunião semanal, que durou cerca de uma hora e meia, entre o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro, Luís Montenegro.

O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, empossou na terça-feira o primeiro-ministro e depois os 17 ministros do executivo minoritário formado por PSD e CDS-PP, na Sala dos Embaixadores do Palácio Nacional da Ajuda, 23 dias depois das eleições legislativas antecipadas de 10 de março.

O XXIV Governo Constitucional só ficará completo com a posse dos secretários de Estado, marcada para sexta-feira, às 18:00, no Palácio Nacional da Ajuda.

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Lisboa aprova contratação de empréstimo de 50 milhões para investimentos até 2025

  • Lusa
  • 4 Abril 2024

O vice-presidente da autarquia, Filipe Anacoreta Correia, afirmou que este empréstimo pretende financiar o plano de investimentos do município 2024-2025. Chega, IL, BE e PAN votaram contra.

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou esta quinta-feira a contratação de um empréstimo de 50,845 milhões de euros, por 20 anos, para financiamento do plano de investimentos do município 2024-2025, com a previsão de juros de 15,8 milhões de euros. A proposta foi aprovada, contou com 10 votos contra, 20 abstenções, 41 votos a favor e quatro ausentes”, afirmou a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Rosário Farmhouse (PS), após a votação nominal deste órgão deliberativo da cidade, que integra um total de 75 eleitos.

Os votos contra são de deputados da Iniciativa Liberal (IL), do Chega, do Bloco de Esquerda (BE) e do Pessoas–Animais–Natureza (PAN). Abstiveram-se os grupos municipais do PCP e do PEV, os dois deputados independentes dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) e alguns eleitos do PS. Segundo a votação nominal, votaram a favor os restantes deputados do PS e os grupos municipais que compõe a coligação Novos Tempos, designadamente PSD, CDS-PP, MPT, PPM e Aliança.

Em causa está a contratação por parte da Câmara Municipal de Lisboa (CML) de um empréstimo de médio e longo prazo (20 anos), que será contraído junto da Caixa Geral de Depósitos (CGD), com o regime de taxa variável para a opção de Euribor 6 meses + 0,350% (com floor), que foi a proposta considerada “mais vantajosa para o município, com um all-in cost de 2,860%, para uma taxa nominal indicativa de 4,216% e um volume de encargos na ordem dos 15,8 milhões de euros”.

Na reunião plenária da assembleia municipal, o vice-presidente da CML, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), afirmou que este empréstimo pretende financiar o plano de investimentos do município 2024-2025, com “um conjunto de obras que são da maior importância para a cidade”.

Ressalvando que a coligação Novos Tempos não tem maioria absoluta para aprovar a contratação deste empréstimo, Anacoreta Correia pediu a confiança dos restantes grupos municipais para a viabilização da proposta, referindo que o atual executivo tem recorrido ao crédito bancário “com muita moderação” e assegurando que é “com segurança” que a câmara pode recorrer a este instrumento de gestão financeira.

O vice-presidente da câmara disse ainda que o volume de investimentos do município ronda os 430 milhões de euros e afirmou que com este empréstimo é possível “amplificar mais” este orçamento, dando como exemplo a resposta aos problemas de pavimentação na cidade, em que este ano a câmara alocou “mais do triplo de recursos” do que no ano anterior e, “mesmo assim, é necessário mais”.

Contra o empréstimo, o deputado Bruno Mascarenhas, do Chega, questionou a falta de controlo prévio para estas despesas e o prazo “tão alargado” deste crédito bancário, com a previsão de 20 anos e encargos de 15,8 milhões de euros, defendendo que, “se a câmara não estivesse habituada a isentar tantos eventos do pagamento de taxas municipais, como é por exemplo o Arraial Pride, o Rock in Rio, o Kalorama e quotas de rendas acessíveis para LGBT, talvez não fosse preciso financiar-se junto da banca de valores tão elevados”.

Apesar de apoiar o aumento da devolução do IRS [Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares] aos munícipes, o deputado do Chega reforçou que essa medida deve ser implementada “com base na boa gestão do executivo e no combate ao desperdício e não no endividamento bancário”.

“Para a Iniciativa Liberal, o que é necessário é racionalizar e diminuir a despesa e não estar permanentemente a aumentá-la”, expôs o deputado da IL Rodrigo Mello Gonçalves, sublinhando que este empréstimo tem “um custo acrescido de 15,8 milhões de euros em juros” e lembrando que Lisboa tem “o maior orçamento de sempre”, de 1,3 mil milhões de euros.

Do PAN, António Valente criticou a isenção de taxas municipais a “eventos lucrativos e de grandes dimensões” na cidade e defendeu que com os valores que a câmara prescindiu, “tudo somado, não seria necessário o pedido de empréstimo ou pelo menos seria de valor inferior aos 50 milhões de euros”.

Do grupo municipal do PSD, Luís Newton lamentou a “tentativa de diabolização de um empréstimo que, na realidade, nada de mais é do que uma mera operação financeira”, que pretende assegurar a capacidade orçamental da câmara de “avançar para um conjunto de intervenções que são urgentes e que não seriam possíveis de outra forma”.

O social-democrata rejeitou a confusão de se “abdicar de ter eventos que colocam a cidade de Lisboa no mapa do mundo relativamente aos grandes eventos culturais” com a necessidade de investimento em habitação municipal, considerando que se “mistura matérias que apenas e só partilham entre elas o facto de representarem uma dinâmica orçamental, num caso uma não receita, noutro caso uma despesa”.

Não pode, não deve e não fica bem que possamos fazer disto chicana política para, misturando os temas, procurar confundir quem na realidade é o beneficiário deste nosso investimento”, declarou o líder municipal do PSD, reforçando que este empréstimo representa um investimento na área da habitação da cidade de Lisboa.

No mandato 2021-2025, existem 13 grupos municipais que integram este órgão deliberativo da cidade de Lisboa: PS (27 deputados), PSD (17), CDS-PP (sete), PCP (cinco), BE (quatro), IL (três), Chega (três), PEV (dois), PAN (um), Livre (um), PPM (um), MPT (um) e Aliança (um), e dois deputados independentes do movimento Cidadãos por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), num total de 75 eleitos.

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Concorrência multa grande empresa tecnológica em 278 mil euros por “práticas anticoncorrenciais”

  • Joana Abrantes Gomes
  • 4 Abril 2024

A empresa “de grande dimensão” não contestou a sanção e já pagou a coima aplicada no âmbito do procedimento de transação.

A Autoridade da Concorrência (AdC) aplicou uma coima no valor de 278 mil euros a uma empresa nacional de grande dimensão da área da consultoria tecnológica por “práticas anticoncorrenciais no mercado laboral” entre 2016 e 2021, indicou esta quinta-feira a entidade reguladora, em comunicado.

“A empresa colaborou com a AdC, abdicando de contestar a imputação factual da AdC e procedendo ao pagamento voluntário da coima aplicada no âmbito do procedimento de transação”, lê-se na mesma nota.

Esta é a terceira empresa sancionada neste setor por práticas restritivas da concorrência nos mercados laborais, depois de, em janeiro passado, a AdC ter sancionado duas multinacionais da área da consultoria tecnológica no âmbito do mesmo processo, mas por práticas anticoncorrenciais que ocorreram durante os anos de 2014 a 2022.

Na altura, as duas empresas receberam coimas de 1.323.000 euros e 2.481.000 euros, reduzidas igualmente em resultado da colaboração com a investigação da entidade reguladora. Além da adesão ao procedimento de transação, uma destas empresas aderiu também ao regime de clemência.

De acordo com a AdC, o processo prossegue em relação a uma quarta empresa, que não aderiu ao procedimento de transação.

(Notícia atualizada às 20h26)

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Sindicatos em greve na EDP avançam para tribunal

  • Lusa
  • 4 Abril 2024

O Sindicato Nacional da Indústria e da Energia disse que as estruturas sindicais “denunciam o comportamento inqualificável de uma das empresas do grupo EDP na greve.

Os sindicatos em greve no grupo EDP decidiram recorrer aos tribunais contra o “comportamento inqualificável” da empresa, que acusam de recusar que trabalhadores designados à prestação dos serviços mínimos na Direção Gestão e Operação Sistema (DGOS) acedam aos postos.

Num comunicado, divulgado esta quinta-feira, o Sindicato Nacional da Indústria e da Energia (Sindel) disse que as estruturas sindicais “denunciam o comportamento inqualificável de uma das empresas do grupo EDP na greve que está em curso desde as 00:00 horas do dia 01 de abril de 2024 e até às 24:00 do dia 30 de abril de 2024”.

De acordo com o Sindel, “ao abrigo de um direito legalmente previsto, para a referida greve, os sindicatos designaram os trabalhadores que ficariam afetos à prestação dos serviços mínimos na DGOS (Direção Gestão e Operação Sistema) onde é feita a gestão da distribuição elétrica”.

No entanto, disse o sindicato, a empresa “recusou a trabalhadores designados à prestação dos serviços mínimos na DGOS de acederem aos postos e poderem realizar serviços mínimos”, garantindo que os considerou “como ausentes em greve, de forma a não lhes pagar a retribuição e assim coagir os trabalhadores e perturbar a greve”. “Perante isto, os sindicatos decidiram recorrer aos tribunais com providências cautelares para a reposição da legalidade e até lá fica suspensa a designação de trabalhadores afetos à prestação dos serviços mínimos na DGOS”, indicaram.

Na mesma nota, os sindicatos recusaram “qualquer responsabilidade pelas eventuais falhas que possa ocorrer na DGOS e que coloque em causa a prestação dos serviços mínimos a entidades como hospitais, INEM, instituições de ordem pública e outros”. Contactada pela Lusa, a E-Redes (antiga EDP Distribuição) disse que “alguns dos trabalhadores que prestam serviço nos centros de despacho das redes de distribuição de eletricidade geridos pela E-Redes têm aderido à greve convocada pelos sindicatos”.

Segundo a empresa, “tais centros, dada a sua natureza crítica, estão abrangidos por serviços mínimos, nos termos decretados pelo Ministério do Trabalho”, assegurando que “tem vindo a gerir esta situação no cumprimento do enquadramento legal em vigor”.

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Presidente honorário do El País destituído por violação de contrato

Em maio de 2018, o jornalista deixou de desempenhar cargos executivos no grupo de media espanhol e foi nomeado presidente honorário do El País.

O conselho de administração da Prisa Media decidiu avançar com a destituição de Juan Luis Cebrián de presidente honorário do El País, por entender que houve uma violação de contrato.

Segundo avança o próprio jornal espanhol, a decisão foi tomada depois de se saber que Juan Luis Cebrián ia colaborar com outro meio de comunicação, o que constitui uma violação dos termos do contrato de colaboração em vigor, que previa uma relação de exclusividade.

Recentemente soube-se que Cebrián se tinha juntado à lista de colaboradores do The Objective, jornal generalista online espanhol, para realizar uma série de entrevistas em vídeo com personalidades da vida política, social e cultural. Está previsto que a primeira desta série de entrevistas mensais seja lançada no próximo domingo, dia 7 de abril.

O jornalista não terá pedido a autorização – necessária segundo o contrato – para colaborar com outro meio de comunicação, pelo que o conselho de administração da Prisa Media, que reuniu na manhã desta quinta-feira, decidiu por unanimidade avançar com a sua destituição.

Atualmente com 79 anos, Juan Luis Cebrián dirigiu aquele que é um dos principais jornais espanhóis desde a sua criação em 1976, até novembro de 1988, altura em que foi nomeado CEO do jornal e da Prisa. Em maio de 2018, o jornalista deixou de desempenhar cargos executivos no grupo de media espanhol e foi nomeado presidente honorário do El País.

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PCP questiona Governo sobre “despedimento coletivo e desmantelamento da Efacec”

  • Lusa
  • 4 Abril 2024

“Apesar de a comunicação referir [o despedimento de] 12 trabalhadores, há já indicações de que este processo poderá alargar-se a um total de 20", avançam os comunistas,

O PCP questionou esta quinta-feira o Governo sobre a situação na Efacec tendo em conta os anúncios de despedimento coletivo de trabalhadores e a descontinuação de áreas de negócio, pretendendo saber que medidas serão tomadas pelo novo executivo. Em perguntas enviadas, através do parlamento, à nova ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, e ao novo ministro da Economia, Pedro Reis, o PCP pede esclarecimentos sobre o “despedimento coletivo e desmantelamento da Efacec”.

De acordo com os comunistas, em 21 de março, o fundo Mutares informou que pretendia “descontinuar várias áreas de negócio” da Efacec e, no dia seguinte, “após muitas dezenas de despedimentos ditos por mútuo acordo”, foi comunicada a “intenção de proceder ao despedimento coletivo de 12 trabalhadores (altamente qualificados) e ao encerramento de uma área de negócio” na qual trabalham mais de 100 pessoas.

“Apesar de a comunicação referir 12 trabalhadores, há já indicações de que este processo poderá alargar-se a um total de 20, para já, desconhecendo-se o futuro dos restantes, sobretudo os afetos às áreas que a Mutares pretende descontinuar”, pode ainda ler-se. O PCP quer que o novo Governo PSD/CDS-PP esclareça se “as operações em curso de desmantelamento da Efacec foram objeto de consulta prévia” e autorização do executivo e qual o conhecimento que tem em relação às “intenções do Fundo Mutares quanto à dimensão, áreas de negócio e força de trabalho” da empresa.

“Que medidas pretende tomar para impedir o desmantelamento da empresa e assegurar, além do seu papel estratégico na economia nacional, também a força de trabalho altamente qualificada que ocupa”, perguntam ainda os comunistas, que querem saber qual é o acompanhamento que está a ser feito, em concreto sobre as questões laborais.

Para o PCP, a situação na Efacec “confirma a justeza dos alertas que o Partido Comunista tem vindo a fazer com a concretização da reprivatização da empresa anunciada pelo Governo [do PS] há cerca de cinco meses, depois de terem sido investidas centenas de milhões de euros de recursos públicos para a salvar”.

Em novembro do ano passado, o então ministro da Economia António Costa Silva estimou que a falência da Efacec custaria ao Estado entre 60 a 65 milhões de euros por ano, entre subsídios de desemprego e perdas de contribuições sociais. O Estado vendeu a totalidade da Efacec (nacionalizada em 2020) ao fundo de investimento alemão Mutares, que injetará 15 milhões de euros em capital e dará garantias para empréstimos no valor de 60 milhões de euros.

No âmbito da venda, o Estado acordou injetar 160 milhões de euros na empresa e o Banco de Fomento financia em mais 35 milhões de euros, através da compra de obrigações (convertíveis em capital). Estes valores somam-se aos 200 milhões de euros que o Estado já tinha injetado na empresa nos últimos 20 meses (para pagar custos fixos, desde logo salários).

Em abril, a Parpública anunciou ter recebido propostas vinculativas melhoradas de quatro candidatos à compra de 71,73% da Efacec, no âmbito do processo de reprivatização da empresa.

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Taiwan: Fundo sísmico tem 3,5 mil milhões para indemnizações imediatas

  • ECO Seguros
  • 4 Abril 2024

Edifícios e as maiores fábricas de semi-condutores do mundo estão afetadas, mas o fundo sísmico criado há 25 anos pode dar resposta imediata de 3,5 mil milhões de euros para reconstruir habitações.

Ainda não existe uma estimativa realista dos danos provocados pelo maior terramoto registado na ilha de Taiwan nos últimos 25 anos. O abalo de magnitude 7,4 teve epicentro na zona sísmica de Hualien, na costa leste, mas sentiu-se, esta quarta-feira às 8 horas locais, em toda a ilha, causando pelo menos 10 mortos e com mais de mil pessoas dadas como desaparecidas.

A liquefação dos solos causados pelo sismo levou ao tombar de edifícios mas sem colapso da estrutura, a principal causa de mortes nestes eventos.

Há danos visíveis nas fundações de edifícios que os fizeram tombar, mas muitos ficaram intactos nas suas estruturas. Há, para já, encerramento de fábricas que abastecem de 90% semicondutores necessários no mundo e é certo que as principais unidades industriais da TSMC e da UMC – United Microelectronics, que fornecem mais de metade dos chips a nível global encerraram portas provisoriamente, deixando a ameaça de que haverá interrupções nas cadeias logísticas e riscos aumentados de acionamento de sinistros por interrupção de negócios.

No entanto, há fatores menos gravosos para as populações. A cobertura sísmica de habitações foi estimulada após um sismo violento registado em 1999. Isso levou a que quase todos os bancos passassem a exigir cobertura sísmica na concessão de crédito à habitação e especialistas citados na imprensa local acreditam que a maioria das casas adquiridas após o ano 2000, novas ou usadas, disponham de cobertura sísmica.

A zona afetada e a localização das principais fábricas de semicondutores em Taiwan.

Tendo seguro, os proprietários podem recorrer ao Taiwan Residential Earthquake Insurance Fund (TREIF), fundo sísmico estabelecido em Taiwan na sequência desse mesmo sismo de 1999. No entanto, o Treif indica que apenas 3,52 milhões das 9,3 milhões de habitações em Taiwan têm cobertura sísmica.

Quase adivinhando, o governo de Taiwan tinha promulgado a lei que atualizava a capacidade financeira de resposta a 27 de março com entrada em vigor a 1 de abril, três dias antes do sismo. O Treif, pode desde esse dia, dar resposta até 35 mil euros de danos por habitação sendo, num primeiro patamar, financiado pelas seguradoras Não Vida que, em coseguro, respondem solidariamente até 120 milhões de euros.

Num segundo nível, após ultrapassado esse teto, o Treif, recorrendo a fundos de próprios provenientes de receitas de resseguro aceites, pelo recurso a resseguradoras internacionais, empréstimos e sempre com o Estado a avalizar todas as contas, responde até 2,8 mil milhões de euros.

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