O dia em direto nos mercados e na economia – 13 de fevereiro

  • ECO
  • 13 Fevereiro 2024

Ao longo desta terça-feira, 12 de fevereiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Os clubes da LALIGA HYPERMOTION dão um salto qualitativo no âmbito digital e crescem em presença nas redes sociais graças à LALIGA IMPULSO

  • Servimedia
  • 13 Fevereiro 2024

O Burgos CF cresce 1196% de seguidores nas redes sociais, inclusive superando a taxa de crescimento do Inter Miami de Messi no último ano.

Os clubes da LALIGA EA SPORTS E LALIGA HYPERMOTION reuniram-se para analisar o funcionamento das 10 verticais (comunicação, internacional, estratégia digital, marca, marketing e comercial, infraestruturas, categorias de base, RSE e ativação da marca) que estruturam o projeto LALIGA IMPULSO, o qual conta com uma injeção económica de CVC de quase 2.000 milhões de euros para acelerar a modernização dos clubes e do futebol profissional espanhol, além de expor seus avanços nos últimos 12 meses.

No que diz respeito à digitalização, um dos principais objetivos promovidos pelo Escritório de Clubes, um novo departamento formado por funcionários da LALIGA especializados em consultoria de diferentes áreas que assessoram as equipes para ajudá-las a alcançar metas em várias áreas, foi a expansão nas redes sociais.

Nesse sentido, Alejandro Grandinetti, Diretor Executivo do Burgos CF, afirmou que o clube de Burgos “apostou em campanhas de mídia paga no TikTok. Na verdade, no ano passado fomos a equipa com maior crescimento, inclusive acima do Inter Miami de Messi, com um aumento de 1196% de seguidores”. .

O Elche CF também utilizou esse tipo de campanha paga nas redes. Pedro Schinocca, Diretor Geral do clube de Elche, ressaltou que esse tipo de ação “reforçou a presença no TikTok e a ideia é continuar por esse caminho e continuar investindo em outras redes sociais”. Um roteiro que traçam no âmbito digital ao mesmo tempo em que trabalham em “gerar uma nova identidade visual atrativa para poder continuar se conectando com nossa comunidade atual e atrair novos seguidores”.

Ricardo Cantera, Diretor Geral do CD Mirandés, destacou que o clube “cresceu em número de seguidores, assim como em engajamento. Para um clube pequeno como o nosso, este projeto tutelado pela LALIGA tem sido uma montra e um megafone muito maior do que poderíamos aspirar”. Além disso, o dirigente ressaltou que estão desenvolvendo um projeto focado na gestão de dados: “trabalhamos nas últimas duas temporadas e agora estamos começando a obter resultados em termos de captação, conhecimento e interesses do adepto”. Por fim, o Mirandés também conseguiu introduzir melhorias tecnológicas, como na sua aplicação e página web, além da implementação de uma loja online e do formato de bilhete digital.

Seguindo a mesma linha, David Espinar, Conselheiro e Diretor do Gabinete da Presidência do Real Valladolid, afirmou que “em cinco temporadas nas redes sociais, passamos de ter 500.000 seguidores para conseguir mais de 5 milhões. Também aumentamos nossa presença em diversas plataformas, passando de três para seis”.

Outro clube da LALIGA HYPERMOTION que está a fazer uma grande aposta no âmbito digital é o CD Leganés. Nesse campo, eles têm colocado ênfase em melhorar seus sistemas tecnológicos e, consequentemente, o relacionamento com seus fãs. Segundo Jeff Luhnow, presidente do CD Leganés, o clube pepinero “renovou a infraestrutura digital operacional, como o acesso ao estádio por meio de cartões, e também implementou uma ciência desportiva em campo, equipando as categorias de base com GPS e câmaras para gravar o desenvolvimento dos jogadores”.

Além disso, o clube de Leganés lançou uma campanha inovadora para sócios no verão passado, com a tecnologia como protagonista: “Com cada pacote de sócio, vendíamos um NFT, e teve um grande sucesso. Para promover a campanha, explicamos que os sócios estavam comprando uma parcela do estádio de Butarque e que, com ela, tinham acesso a participar de sorteios e ganhar prémios. Graças a isso, conseguimos alcançar 9.000 sócios, o que é o maior número da nossa história na Segunda Divisão”.

Da mesma forma, o CD Tenerife tem trabalhado no último ano na modernização do clube, utilizando ferramentas tecnológicas e digitais. Santiago Pozas, Diretor Geral do clube de Tenerife, destacou que “o clube estava estagnado há muitos anos, e este plano nos permitiu empreender uma transformação digital. Por exemplo, lançamos um projeto de gestão de dados, para o qual também incorporaremos uma pessoa especializada nessa área, e implementamos uma nova figura de Relações Públicas digital para nos aproximar mais de nossos fãs”.

Da mesma forma, a SD Amorebieta aproveitou os recursos para dar um salto na digitalização. Ibon Olalde, Diretor Geral do clube, enfatizou que “o departamento digital foi o que mais contratamos, conseguindo dar uma nova abordagem à gestão das redes sociais e à geração de conteúdo, com um grupo de trabalho de 4 pessoas dedicadas a esse assunto”.

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O que esperar dos 10 principais mercados para onde Portugal exporta

A seguradora de crédito Coface revelou as suas previsões para 160 países. Veja o que vaticina para Portugal e para os 10 principais destinos das exportações nacionais de bens e serviços.

Os dez principais mercados de exportação de Portugal vão sofrer um abrandamento significativo em 2024, revela o Guide Coface des Risques Pays & Sectoriels 2024, que sintetiza as grandes tendências macroeconómicas de 160 países e 13 setores de atividade.

Para Xavier Durand, CEO da Coface, as previsões sobre a economia mundial têm horizontes cada vez mais curtos.

A Coface é uma das maiores seguradoras de crédito a nível mundial, e faz coberturas para a falta de pagamentos de faturas pelos clientes dos seus 50 mil clientes, o que significa atualmente cerca de 700 mil milhões de euros de faturas emitidas. A sua análise macroeconómica resulta de um gabinete de estudos próprio. Para além de monitorização de milhares de empresas, tem economistas a estudar permanentemente todas as informações oficiais publicadas a nível mundial e local.

Daí resulta uma análise e atribuição de ratings a cada país e ao seu ambiente de negócios. Em análise conjunta, Xavier Durand, diretor-geral da Coface, lembra que há eleições gerais em 70 países do mundo este ano mobilizando 4 mil milhões de votantes. Face ao crescimento da economia mundial de 2,5% em 2023, Durand aponta este ano para 2,2%. Face à instabilidade geopolítica instalada, avisa que previsões hoje em dia já são quase realizadas ao dia.

Os ratings atribuídos pela Coface, quer para o país quer para o ambiente de negócios desse país, são divididos entre A1 (apenas Dinamarca, Noruega e Suíça) e A4 para os com melhores perspetivas para se fazerem negócios com empresas locais. Os ratings de B a D — classe que inclui Haiti, Iraque, Irão, Líbia, Venezuela e Zimbabwe, — são os países com inúmeros problemas em que as empresas locais terão sempre grandes dificuldades. Portugal tem A3 de rating.

Veja aqui o que a Coface prevê para os 10 países melhores clientes de Portugal e que significam 70% das vendas externas do país de bens e serviços. E, no fim, o que a seguradora diz ao mundo sobre o país.

Espanha: Fundos europeus salvam, governabilidade difícil

Sendo destino de 23% das exportações portuguesas, o crescimento económico de Espanha vai abrandar, mas manter-se-á acima da média europeia, e o consumo das famílias deverá estabilizar devido à baixa da pressão inflacionista e à subida contínua dos salários. A atividade será travada por um ambiente externo lento e pelas altas taxas de juro, mas os fundos europeus continuarão a sustentar o investimento público. A coligação multipartidária encontrada pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez poderá levar a uma governabilidade difícil e aumenta o risco de instabilidade política.

França: Famílias vão sofrer, segundo semestre será melhor

Com o recurso significativo a compromissos com taxa de juro variável, as famílias vão sofrer e os juros vão afetar o consumo em 2024. A inflação em baixa começará a sustentar a procura interna na segunda metade do ano. O mercado da habitação vai ter a procura a abrandar devido ao nível das taxas de juro. Uma baixa nos juros ajudará o setor. O governo atual prevê limitar sempre o défice orçamental. Trata-se de cortar despesas públicas, aumentar impostos e de implementar reformas, mas no curto prazo, trará uma subida na dívida pública em percentagem do PIB.

Alemanha: Aumento de salários leva a retoma moderada

Aumentos de salários sustentarão o consumo privado, o que associado a um aumento ligeiro da procura externa deverá conduzir a uma retoma económica moderada. O nível elevado de taxas de juro continuará a travar o investimento e o setor da construção. As ajudas de Estado serão reduzidas para manter baixo o défice orçamental. A coligação entre sociais-democratas, liberais e ecologistas vai manter os seus compromissos para se manter no poder e evitar novas eleições com ganhos prováveis da direita política.

EUA: Polarização é um problema

A atividade económica vai abrandar, devido ao impacto tardio das taxas de juro nas famílias e nas empresas. Uma inflação moderada permitirá ao banco central (Fed) começar a baixar juros. Com um congresso dividido em ano eleitoral, a despesa pública continuará a ser contida, contribuindo para minorar o défice orçamental. O serviço de redução da dívida e a execução dos programas de investimento vão manter-se em níveis elevados. As eleições de novembro entre Biden e Trump vão confirmar a polarização política. O Congresso vai arrancar dividido, retardando a elaboração de políticas públicas.

Países Baixos: Retorno lento do comércio exterior

Depois de uma ligeira recessão em 2023, as adaptações salariais deverão estimular de novo o consumo privado, o que conjugado com um retorno lento do comércio externo poderá levar a uma retoma moderada da economia. Com a vitória do partido de extrema-direita (PVV), as negociações para formar governo avançam, com várias combinações possíveis. É possível uma coligação entre os conservadores do VVD e o novo partido democrata-cristão NSC, ou uma coligação alargada sem a participação do PVV, mas é certo que a procura de uma coligação estável será difícil e vai demorar.

Itália: Economia vai continuar próxima da estagnação

O crescimento económico vai permanecer próximo da estagnação, com fraca procura externa por parte dos parceiros europeus. Um mercado trabalho resiliente vai compensar a baixa na poupança e dará estabilidade ao consumo. O investimento continuará sem fôlego mas os fundos europeus continuarão a sustentar o investimento público. O suporte do Banco Central Europeu (BCE) e da União Europeia (UE) vai atenuar o risco soberano, desde que se mantenham boas as relações entre o governo italiano e a UE. A coligação de direita liderada por Giorgia Meloni está consolidada e capaz de sustentar um governo duradouro, melhorando assim a estabilidade política no país.

Reino Unido: Aumento de salários vai melhorar consumo

O consumo vai melhorar em 2024, haverá aumento dos salários reais devido a incrementos elevados e forte subida do salário mínimo. O mercado de trabalho está mais débil e a inflação continua elevada, como consequência dessa dinâmica salarial, o que tornará mais difícil ao Banco de Inglaterra reduzir juros. Os incumprimentos nos créditos bancários vão continuar este ano, tornando difícil o acesso a financiamento por parte das empresas. São esperadas eleições em 2024 e o Partido Trabalhista está à frente nas sondagens, enquanto o governo não tem grande ajuda sofrendo com as lutas intestinas no Partido Conservador.

Bélgica: Indexação automática de salários mantém poder de compra

A economia belga é muito resistente – diz a Coface – a indexação automática dos salários a uma taxa de inflação elevada manteve estável o poder de compra das famílias. Este ano, o consumo privado deverá manter-se como o motor do crescimento económico. O défice público continuará elevado devido à adaptação dos salários dos funcionários públicos e das prestações sociais. Depois das eleições de junho de 2024, a formação de uma coligação governamental deverá demorar muito tempo e provavelmente será de novo uma alargada “coligação Vivaldi” de sete partidos, com o objetivo de manter os partidos extremistas fora do poder.

Suíça: Tudo volta ao normal

A economia deve ter um crescimento moderado devido a uma retoma da procura externa e à recuperação do setor da construção. A pressão inflacionista deverá continuar a baixar, mantendo o poder de compra das famílias e o consumo privado. Os conservadores nacionais (SVP) ganharam as eleições de outubro de 2023 com 28% dos votos, à frente do Partido Socialista (18%), dos Liberais Democratas (14%), e dos Democratas-Cristãos (14%). Como todos estes partidos já participavam no Governo, nada mudou.

Angola: Tudo continua a depender do preço do petróleo

A atividade económica vai acelerar modestamente em 2024 refletindo um aumento marginal da produção de petróleo. O crescimento resultará sobretudo da construção – com destaque para o corredor ferroviário do Lobito em conjunto com a Zâmbia e Congo Kinshasa (RDC) – e do setor agrícola. O consumo privado continuará fraco em consequência de uma retoma da inflação e da eliminação gradual dos subsídios aos preços dos combustíveis, traduzindo uma política monetária restritiva com uma taxa diretora de 17%. A redução das despesas sociais combinada com a manutenção das receitas do Estado em resultado de elevados preços do petróleo poderá manter o saldo orçamental excedentário.

Portugal: O regresso do crédito malparado

Sobre Portugal, a informação da Coface para o mundo é de que a atividade vai abrandar em 2024, devido a uma menor contribuição do turismo, após uma retoma excecional em 2023. A atividade doméstica será também impactada por uma política monetária restritiva. Com 83% dos empréstimos das empresas a serem fixados em taxas variáveis ou mistas, o crédito malparado deverá aumentar em 2024.

As eleições legislativas de 10 de março são de resultado incerto. As sondagens indicam que o PS e o PSD estão taco-a-taco, pelo que uma coligação será necessária para governar. Esta poderá incluir o Chega (extrema-direita), dado como o terceiro maior partido, em forte subida.

Em relação aos pontos fortes do país, a Coface aponta o potencial em energias renováveis, hidroelétrica, eólica e fotovoltaica. Também a capacidade de absorver fundos europeus é superior à média. Outro ponto forte é o baixo custo da mão-de-obra e o nascimento de uma indústria de produtos alimentares e eletrónica. Crescente atração de talentos estrangeiros e uma indústria turística dinâmica completam as vantagens de Portugal

Como pontos negativos é apontado um setor industrial subdesenvolvido com baixo ou médio valor acrescentado. Um sistema jurídico lento. Má qualidade da carteira de créditos bancários, levando a uma taxa elevada de créditos mal parados. Por último, a Coface indica como ponto negativo o crescimento insuficiente de infraestruturas.

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Peso dos fundos imobiliários no mercado da habitação duplica em 2023

A exposição dos fundos imobiliários a imóveis residenciais aumentou 63% em 2023 para mais de 2,5 mil milhões de euros, cerca de 9,5% do volume de transações de alojamentos familiares no ano passado.

Os fundos de investimento imobiliário nacionais aumentaram substancialmente a sua aposta em imóveis de habitação no ano passado, sobretudo em dezembro.

De acordo com dados da Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM), a exposição dos 265 fundos de investimento imobiliário a imóveis de habitação em Portugal superou os 2,5 mil milhões de euros em dezembro, mais 59% do que o registado em novembro e 63% acima do investimento contabilizado em dezembro de 2022.

Trata-se do valor mais elevado desde 2016, quando a CMVM passou a disponibilizar a fragmentação das carteiras dos fundos por finalidade dos imóveis.

Os dados da CMVM mostram mesmo que o investimento em ativos residenciais na União Europeia (maioritariamente localizados em Portugal) foi destacadamente a maior aposta dos fundos imobiliários no ano passado, crescendo a um ritmo três vezes maior que a média do investimento realizado pelos fundos em imóveis dos setores do comércio e serviços.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

A forte aposta em ativos residenciais foi garantida na sua totalidade pelos fundos fechados que, em dezembro, registaram um aumento de 60,5% da exposição a imóveis de habitação nas suas carteiras. Em oposição, os fundos especiais de investimento imobiliário e os fundos de investimento imobiliários abertos contabilizaram um decréscimo de 31,2% a imóveis residenciais, segundo dados da CMVM.

Para o crescimento contribuiu a constituição de 33 novas sociedades de investimento coletivo imobiliárias, como a Herdade do Pinheirinho II e a Herdade do Pinheirinho Resort, geridas pela GEF, que elevaram esta sociedade gestora da quinta para a terceira posição entre as maiores do país, ficando apenas atrás da Square Asset Managers e da Lynx Asset Managers.

Fundos com pouca influência no mercado

A crescente aposta dos fundos imobiliários em habitação no final do ano passado levou a que os ativos residenciais tivessem um peso de 17,4% na carteira destes fundos, que compara com uma percentagem de 13,3% em 2022 ou 14% nos cinco anos anteriores a 2023.

No entanto, este crescimento não foi ainda suficiente para a habitação deixar a terceira posição entre os principais imóveis da carteira dos fundos imobiliários nacionais, posição que ocupa desde 2016, graças a uma exposição média anual de 1,4 mil milhões de euros nos últimos sete anos até 2022.

Além disso, face aos mais de 102 mil alojamentos familiares transacionados nos primeiros nove meses de 2023 (últimos dados disponibilizados pelo INE), que movimentaram cerca de 21 mil milhões de euros, os fundos imobiliários nacionais continuam a mostrar pouco impacto no setor da habitação nacional.

“Não acho que os fundos tenham verdadeiramente expressão no mercado”, refere Victor Reis, ex-presidente do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), ao ECO.

Mesmo que no último trimestre o mercado volte a registar uma correção homóloga na ordem dos 14,5% (média dos três trimestres anteriores), o volume de transações de alojamentos familiares em 2023 ascenderá a mais de 27 mil milhões de euros, segundo cálculos do ECO.

Isto fará com que os imóveis de habitação na carteira dos fundos imobiliários nacionais representem cerca de 9,5% da totalidade dos alojamentos familiares transacionados no último ano. Mesmo assim, e considerando que nem todos estes imóveis possam estar localizados em Portugal, trata-se de uma percentagem acima dos 4,9% registados em 2022.

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Frente a frente: Montenegro aponta irrealismo de medidas do Chega, Ventura defende forças de segurança

  • ECO
  • 12 Fevereiro 2024

Num debate marcado por várias interrupções, Montenegro criticou o custo das medidas do Chega enquanto Ventura acusou o líder do PSD de não fazer compromissos sobre os cenários eleitorais.

A segunda semana de confrontos entre os líderes partidários arrancou com um dos debates mais aguardados à direita: Luís Montenegro, líder da Aliança Democrática (AD), e André Ventura, presidente do Chega, estiveram durante mais de meia hora num frente a frente, transmitido na RTP1, marcado por temas como as medidas dos partidos para o combate à corrupção e para as forças de segurança, passando também pelas pensões.

Montenegro voltou a reforçar que não se junta a André Ventura, após as eleições de março, enquanto recordou que o líder do Chega já foi seu apoiante. Ventura acusou, por seu turno, Montenegro de ser “o idiota útil da esquerda”.

O presidente do Chega acusou ainda Montenegro de arrogância e de não se comprometer com o que fará após as eleições, reiterando a disponibilidade do partido para o diálogo e defendendo medidas de combate à corrupção e para as forças de segurança.

O presidente dos social-democratas salientou várias vezes o custo irrealista das medidas do Chega e evitou a questão sobre a viabilização de um governo minoritário do PS.

Leia abaixo o resumo do debate:

Balanço:

Futuras coligações, custo das propostas do programa do Chega e forças de segurança marcaram o debate entre os partidos da direita que, segundo as sondagens, têm maiores intenções de voto nesse espetro político. “É indiscutível que há instrumentalização das forças de segurança no discurso do Chega”, atirou Montenegro a Ventura.

Além disso, as propostas dos partidos para o combate à corrupção e também para a subida das pensões foram outros temas quentes que figuraram no debate entre Montenegro e Ventura. “A grande proposta” do Chega passa pela “apreensão e confisco de bens”, defendeu Ventura.

Leilão:

Luís Montenegro: A nossa proposta é exequível: fazer equivaler o valor de referência do Complemento Solidário para Idosos com 820 euros. É realista, está estudado e temos meios financeiros para fazer isso”.

André Ventura: “Pode haver greve [das forças de segurança], tem de estar regulamentada, há limites e serviços mínimos”.

Bottom line:

Luís Montenegro: “Não pactuo com a linguagem” do Chega, que é o “grau zero da política”.

André Ventura: “O PSD não quer vencer nem modernizar, está preocupado em continuar a dar liberdade para o PS governar”.

Número:

Luís Montenegro: 25.525 milhões de euros é o valor que o líder do PSD calcula que custem as medidas incluídas no programa do Chega.

André Ventura: 7% de aumento, em seis anos, da despesa do Estado, face ao PIB que tivemos este ano é quanto vai custar a medida do Chega para colocar as pensões equivalentes ao salário mínimo, segundo André Ventura.

Parecer:

Montenegro fez xeque-mate a Ventura

Luís Montenegro recordou a André Ventura que, há uns anos, o líder do Chega defendeu a sua liderança no PSD. Foi uma espécie de ‘xeque-mate’ a Ventura que nunca conseguiu afirmar-se, mesmo nos seus temas mais caros, como a corrupção ou o subsídio aos polícias. No frente-a-frente mais importante para Montenegro travar Ventura acabou por se perder cerca de 15 minutos iniciais com uma discussão que não trouxe nada de novo sobre coligações, a não ser a clarificação, olhos nos olhos, de que Montenegro não fará alianças com Ventura. Isso retirou tempo para outras áreas de políticas públicas, mas Montenegro foi ainda mais longe. Quer trabalhar para uma maioria absoluta e acaba a lembrar os eleitores de que a AD é a única alternativa para ‘despejar’ o PS do poder.

António Costa, diretor do ECO

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Ex-CEO da TAP acusa Fernando Medina de “chantagem” e companhia aérea de mentir

Christine Ourmières-Widener afirma em entrevista à TVI que a resposta da TAP ao seu processo "estava cheia de mentiras, ataques e insultos".

A ex-CEO da TAP acusa o ministro das Finanças, Fernando Medina, de a chantagear para que apresenta-se a demissão do cargo. Em entrevista à TVI/CNN Portugal, Christine Ourmières-Widener acusa ainda a companhia aérea de a retratar como um “monstro” na resposta ao seu pedido de indemnização de 5,9 milhões de euros.

A gestora francesa, que liderou a companhia entre 2021 e 2023, afirma, como já tinha feito na Comissão Parlamentar de Inquérito, que teve uma reunião com Fernando Medina na véspera da sua demissão, em que o ministro das Finanças lhe transmitiu que “não fez nada de mal”, mas que a tinha de afastar por “motivos políticos”. “Ele aconselhou-me veementemente a demitir-me por causa da minha reputação. Chamo a isso chantagem e estar a ameaçar-me e foi o que ele fez“. Reiterou que é “o bode expiatório de uma história política“.

A demissão, com justa causa, da ex-CEO foi anunciada a 6 de março de 2023 pelos ministros das Finanças, Fernando Medina, e das Infraestruturas, João Galamba. A decisão foi tomada na sequência da divulgação da auditoria da Inspeção-Geral de Finanças que considerou ilegal o processo de rescisão de Alexandra Reis, por iniciativa de Christine Ourmières-Widener, que resultou na atribuição de uma indemnização bruta de 500 mil euros à antiga administradora. Montante, entretanto, já parcialmente devolvido.

Como se pode confiar em alguém que nos pede para nos demitirmos. Que ameaça a nossa reputação. Senti-me humilhada, insultada. Foi horrível.

Christine Ourmières-Widener

Ex-CEO da TAP

“Quando nos demitimos perdemos todos os direitos”, disse na entrevista a ex-CEO, justificando porque não aceitou. Segundo a gestora francesa, Fernando Medina disse-lhe que “podia receber um bónus que podia ser discutido após a minha demissão”. “Como se pode confiar em alguém que nos pede para nos demitirmos. Que ameaça a nossa reputação. Senti-me humilhada, insultada. Foi horrível”, acrescentou.

Resposta da TAP “cheia de mentiras”

A CEO da TAP tem-se mantido em silêncio desde a sua demissão formal. Decidiu quebrá-lo por causa da resposta da TAP ao seu pedido de indemnização. A defesa da companhia aérea, avançada em primeira mão pelo ECO, aponta várias irregularidades ao contrato e salário de Christine Ourmières-Widener e à sua gestão, incluindo a suspeita dos alegados crimes de “tráfico de influência, de oferta indevida de vantagem ou mesmo de corrupção”.

“A razão porque convenci a minha advogada a deixar-me falar hoje, é porque queria falar após a resposta da TAP ao meu processo. E a resposta da TAP estava cheia de mentiras, ataques e insultos“, justifica a ex-CEO.

Sou um mostro para eles. Um verdadeiro monstro. A questão é como acreditam sequer que isso é verdade.

Christine Ourmières-Widener

Ex-CEO da TAP

“Estão a tentar destruir a minha reputação, destruir o meu passado. Dizem todo o tipo de coisas a meu respeito que não são verdade, que não tive nada que ver com o sucesso da empresa e com os resultados positivos”, aponta. “Estão a tentar convencer as pessoas de que o meu percurso na indústria está repleto de fracassos e que não sou uma pessoa honesta”, acrescenta.

Sou um mostro para eles. Um verdadeiro monstro. A questão é como acreditam sequer que isso é verdade”, diz Christine Ourmières-Widener, acrescentando que “durante o tempo que tive na TAP só tive felicitações de todas as partes, incluindo daquele que me despediu“.

Gestora admite acordo judicial

A ex-CEO deu entrada em setembro com um processo contra a TAP, contestando a sua demissão, onde pede uma indemnização de 5,9 milhões de euros.

Acho que é um valor alto, mas que serve também para realçar todas as dificuldades porque tive de passar e os danos à minha reputação são enormes. E também me prejudicaram a mim, à minha família e a todos os meus amigos”, justifica. “As pessoas nem se apercebem como esta experiência foi difícil. Não o desejo a ninguém nem ao meu pior inimigo“.

Christine Ourmières-Widener não afasta a possibilidade de um acordo amigável para resolver o processo. “Acredito na justiça. Pessoas razoáveis poderão ter uma discussão produtiva. Vamos ver”, diz.

“Faço isto pelos meus filhos. Espero que a minha reputação seja limpa. Isso é o mais importante para mim”, afirma a CEO, acrescentando que “não tem nada contra Portugal. É um grande país”.

A maior lição deste processo: “Nunca mais trabalhar para uma companhia aérea do Estado”.

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Concessionária da mina de Neves-Corvo confirma morte de trabalhador soterrado

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2024

A Somincor, empresa concessionária da mina de Neves-Corvo, anunciou "uma investigação às causas do incidente" e que a empresa está "a colaborar com as entidades competentes".

A Somincor, empresa concessionária da mina de Neves-Corvo, confirmou esta segunda-feira a morte do trabalhador que estava soterrado naquele complexo mineiro localizado no concelho de Castro Verde, no distrito de Beja. “A Somincor informa, com pesar, o falecimento de um trabalhador da nossa empresa, como consequência de uma queda de terreno isolada, enquanto operava um equipamento no fundo da Mina de Neves-Corvo”, disse a empresa, em comunicado enviado à agência Lusa.

A concessionária do complexo mineiro alentejano, que é detida pelo grupo sueco-canadiano Lundin Mining, revelou que está a ser desenvolvida “uma investigação às causas do incidente” e que a empresa está “a colaborar com as entidades competentes”. Assinalando que lamenta a morte do trabalhador neste “incidente registado na mina”, a empresa indicou que “decidiu voluntariamente suspender as atividades” no complexo mineiro “até indicação contrária”.

“Neste momento de dor partilhada, a Somincor endereça à família do trabalhador e ao concelho de Castro Verde o testemunho do mais sentido pesar pela perda e a reafirmação da solidariedade com os familiares, com todos aqueles que trabalham na nossa operação e com as nossas comunidades”, pode ler-se também no comunicado. Além disso, a empresa disse estar a “dar todo o apoio possível” à família do trabalhador que morreu.

Em declarações à Lusa, também Hugo Vazeira, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) confirmou a morte do trabalhador, após a equipa de resgate ter chegado à vítima. O trabalhador, de 42 anos, natural de Albernoa, no concelho de Beja, mas residente em Castro Verde, estava a operar “uma máquina giratória”, quando ficou soterrado, hoje à tarde, devido a uma derrocada ocorrida no fundo da mina, disse o sindicalista.

Fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Baixo Alentejo indicou à Lusa que o alerta foi para o incidente foi dado aos bombeiros às 14:08. A mesma fonte acrescentou, cerca das 21:00, que “a vítima já tinha sido resgatada da mina” e que “o óbito do trabalhador” foi declarado pelo médico da viatura médica de emergência e reanimação (VMER) de Beja.

Hugo Vazeira, confirmou à Lusa, que “os trabalhos de resgate” estiveram “a cargo de uma equipa de intervenção da Somincor”, empresa concessionária do complexo mineiro. Hugo Vazeira lembrou que, antes desta morte, as últimas duas vítimas mortais na mina de Neves-Corvo ocorreram ambas em 2022, uma em março e outra em outubro.

Para o local do sinistro de hoje, foram mobilizados elementos dos bombeiros de Castro Verde e militares da GNR, assim como meios do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), incluindo um helicóptero e a VMER. Contactada pela Lusa, fonte da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) disse ter mobilizado para o local uma equipa de três inspetores para proceder às necessárias averiguações.

 

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França quer Europa com “segundo seguro de vida” além da NATO

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2024

"Precisamos de um segundo seguro de vida, não como substituto da NATO, não contra a NATO, mas em complemento da NATO", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros francês.

O chefe da diplomacia francês defendeu esta segunda-feira uma Europa da Defesa, um “segundo seguro de vida” além da NATO, em resposta às polémicas afirmações do ex-presidente norte-americano Donald Trump sobre Estados-membros que não pagam a sua parte. “Precisamos de um segundo seguro de vida, não como substituto da NATO, não contra a NATO, mas em complemento da NATO”, afirmou Stéphane Séjourné numa conferência de imprensa conjunta com os homólogos alemão e polaco.

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês insistiu na necessidade de agir em relação ao pilar europeu da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) e de construir uma indústria da Defesa. “Para comprarmos europeu no âmbito das nossas indústrias da Defesa e para nos prepararmos em caso de conflito”, sublinhou.

“É o sentido da história”, observou, acrescentando que não se trata de ingerência nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, mas que é necessário a Europa preparar-se para a possibilidade de o ex-presidente e atual pré-candidato presidencial republicano Donald Trump regressar à Casa Branca, exortando a que “se passe de uma guerra de posições a uma guerra de soluções”.

Questionado sobre as críticas de Donald Trump, segundo quem nem todos os países contribuem com a sua quota-parte para a NATO, Stéphane Séjourné recordou que França duplicou o seu orçamento para a Defesa. “O movimento já se iniciou e o meu país não faltará ao compromisso”, declarou.

“A Aliança Atlântica não é um contrato com uma empresa de segurança”, afirmou, por sua vez, o chefe da diplomacia polaca, Radoslaw Sikorski.

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“Para mudar de governo, tem de se concentrar o voto naqueles que são verdadeira alternativa do PS”, diz Montenegro

Presidente do PSD debateu com líder do Chega, num encontro de mais de 35 minutos onde os candidatos se focaram em temas como o combate à corrupção, as pensões e as forças de segurança.

A época de debates no caminho para as eleições legislativas antecipadas de 10 de março continua, chegando agora a vez do frente a frente entre Luís Montenegro, líder da coligação Aliança Democrática, e André Ventura, presidente do Chega. Numa altura em que as sondagens mostram o Chega a ganhar terreno, foi um dos debates decisivos na disputa do eleitorado indeciso e na afirmação das diferenças.

Temas como o combate à corrupção, as pensões e as forças de segurança marcaram o debate. Veja aqui como decorreu o debate entre os líderes do PSD e do Chega, que se prolongou por mais de 35 minutos, quando era suposto ter entre 25 e 30 minutos.

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Exportações de componentes automóveis sobem 14% para recorde em 2023

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2024

Mas em dezembro, as exportações de componentes automóveis tiveram uma quebra de 2,8% para 735 milhões de euros.

As exportações de componentes para automóveis subiram quase 14% para um recorde de 12.433 milhões de euros em 2023, segundo os dados divulgados esta segunda-feira pela AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel. “As exportações de componentes para automóveis atingiram os 12.433 milhões de euros no acumulado do ano de 2023, registando uma subida de 13,7% face a 2022”, indicou, em comunicado, a AFIA.

Segundo a associação, estas exportações atingiram um nível recorde pelo segundo ano consecutivo. No entanto, só em dezembro as exportações de componentes automóveis tiveram uma quebra de 2,8% para 735 milhões de euros. Esta evolução foi justificada pela diminuição do consumo e pelos conflitos geopolíticos, contrariando “a tendência de crescimento que se vinha a registar há 19 meses consecutivos”.

No quarto trimestre de 2023, verificou-se um acréscimo de 7,4%, em comparação com o mesmo período do ano anterior, para 3.096 milhões de euros. Espanha mantém-se como o principal destino dos componentes automóveis fabricados em Portugal (27,9% das exportações), seguido pela Alemanha (22,6%) e França (10,4%).

Os números divulgados pela AFIA têm por base as estatísticas do comércio internacional de bens do Instituto Nacional de Estatística (INE). A indústria de componentes para automóveis em Portugal tem 350 empresas e 63.000 trabalhadores diretos. Esta indústria representa 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e 9,1% do emprego da indústria transformadora.

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Ministro da Habitação israelita ordena expropriação da UNRWA em Jerusalém leste

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2024

A medida abrange os gabinetes da ONU em Maalot Dafna e Kafr Aqab, Jerusalém leste, anexada por Israel desde 1967 mas considerado, a par da Cisjordânia ocupada, território palestiniano.

O ministro da Habitação de Israel ordenou esta segunda-feira ao diretor-geral da Autoridade das Terras de Israel (ILA) a expropriação dos terrenos ocupados em Jerusalém leste pelo gabinete da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA).

Numa carta dirigida ao diretor-geral Yaakov Quint, o ministro Yitzhak Goldknopf, um rabino e dirigente do partido ultraortodoxo Agoudat Israel, exige-lhe que termine “imediatamente” com todos os acordos firmados entre a ILA e a UNRWA com o objetivo de desalojar a agência de todos os territórios “arrendados ao Estado”, indicou o diário The Times of Israel.

Desta forma, a medida exigida por Goldknopf abrange os gabinetes da ONU em Maalot Dafna e Kafr Aqab, situada em Jerusalém leste, anexada por Israel desde 1967 mas considerado, a par da Cisjordânia ocupada, território palestiniano em termos de Direito internacional. Goldknopf considerou que a UNRWA “atuou ao serviço” do Movimento de Resistência Palestiniana (Hamas) “e inclusive participou no brutal massacre de 7 de outubro”.

“A minha intenção é pôr fim a isto e expulsá-los de Israel”, acrescentou o rabino e dirigente político israelita. Israel acusou 12 elementos da UNRWA, que possui 13.000 funcionários, de terem participado nos ataques do Hamas de 07 de outubro, um número posteriormente reduzido para metade e com o chefe da Agência, Philippe Lazzarini, a considerar inconsistente esse documento acusatório.

Israel tem a decorrer no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, uma acusação de genocídio que foi interposta pela África do Sul. Diversos países decidiram suspender o financiamento à UNRWA, com destaque para os Estados Unidos, Austrália, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Países Baixos, Finlândia e Japão.

Portugal foi um dos países a assumir uma posição distinta e anunciou inclusive um aumento do contributo para esta agência das Nações Unidas. O secretário-geral da ONU, António Guterres, designou uma Comissão de investigação independente, liderada pela ex-ministra francesa dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, com a colaboração de três institutos escandinavos.

O relatório só estará concluído em abril, quando a situação humanitária na Faixa de Gaza está à beira do colapso. O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 7 de outubro. Nesse dia, 1.139 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 134 permanecem na Faixa de Gaza.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas pelo menos 29.000 pessoas – na maioria mulheres, crianças e adolescentes — e feridas mais de 67.000, também maioritariamente civis.

As agências da ONU indicam ainda que 156 funcionários foram mortos em Gaza desde 7 de outubro. A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade. Desde 7 de outubro, pelo menos 392 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de se terem registado 6.650 detenções e mais de 3.000 feridos.

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PCP defende que programa do PS só será possível com orçamento retificativo

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2024

Se as medidas do programa do PS "forem para serem concretizadas, com medidas no concreto, então o que é preciso afirmar claramente é que é preciso um orçamento retificativo", diz PCP.

O secretário-geral do PCP defendeu esta segunda-feira que será necessário um orçamento retificativo para concretizar as medidas que constam do programa eleitoral do PS, insistindo no reforço da CDU para pressionar os socialistas a “cumprirem algumas coisas positivas”.

Paulo Raimundo falava aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, após uma reunião com a UNICEF Portugal, altura em que foi questionado sobre o programa eleitoral do PS para as legislativas antecipadas de março, começando por lhe apontar uma “aparente contradição”.

“Se as medidas são para ficarem ideias vagas, ideias gerais, uma lista de intenções, então o Orçamento de Estado que está em vigor serve. Se elas forem para serem concretizadas, com medidas no concreto, então o que é preciso afirmar claramente é que é preciso um orçamento retificativo. Porque as duas coisas não são compatíveis”, considerou.

O dirigente comunista, acompanhado por uma delegação que incluía a líder parlamentar, Paula Santos, insistiu que a “experiência dos últimos anos” demonstra que dar mais força à CDU (coligação PCP/Partido Ecologista ‘Os Verdes’) “fará o PS cumprir algumas coisas positivas que eventualmente avança agora” neste programa.

Paulo Raimundo salientou que o PCP é claro e diz “ao que vai”, defendendo a necessidade de um orçamento retificativo para cumprir com muitas das medidas propostas pelos comunistas, como o fim dos benefícios fiscais ou o aumento de salários e pensões.

“Não queria estar a alimentar expectativas sobre um programa eleitoral que é do PS e do qual é como digo: é um conjunto de promessas, que mesmo aquelas que eventualmente esta ou aquela possam ser positivas, daquilo que vi no fundamental tudo muito vago, mas mesmo essas, ou a CDU e o PCP têm mais força ou ficarão no vago ou então não serão concretizadas”, sublinhou.

O dirigente comunista, acompanhado por uma delegação que incluía a líder parlamentar, Paula Santos, insistiu que a “experiência dos últimos anos” demonstra que dar mais força à CDU (coligação PCP/Partido Ecologista ‘Os Verdes’) “fará o PS cumprir algumas coisas positivas que eventualmente avança agora” neste programa. Paulo Raimundo salientou que o PCP é claro e diz “ao que vai”, defendendo a necessidade de um orçamento retificativo para cumprir com muitas das medidas propostas pelos comunistas, como o fim dos benefícios fiscais ou o aumento de salários e pensões.

Não queria estar a alimentar expectativas sobre um programa eleitoral que é do PS e do qual é como digo: é um conjunto de promessas, que mesmo aquelas que eventualmente esta ou aquela possam ser positivas, daquilo que vi no fundamental tudo muito vago, mas mesmo essas, ou a CDU e o PCP têm mais força ou ficarão no vago ou então não serão concretizadas”, sublinhou. Raimundo lembrou que o primeiro-ministro António Costa “prometeu acabar com as portagens na Via do Infante, no Algarve” e apontou que, recentemente, o atual líder socialista Pedro Nuno Santos afirmou “numa intervenção calorosa” que vai acabar com as portagens no interior do país.

“Olhemos para os dois anos de maioria absoluta com tudo na mão. E pergunte-se porque é que esta ou aquela medida que agora é avançada com grande parangona não se concretizou. Qual era a dificuldade em acabar com as portagens nas ex-scuts? Qual foi a impossibilidade prática disso? Nenhuma, foi a opção de não acabar com as portagens e, portanto, quem está a prometer isso agora, desculpem a expressão, vai ter que levar connosco para cumprir essa promessa”, atirou.

O secretário-geral comunista foi também questionado sobre o aumento da taxa de inflação homóloga para 2,3% em janeiro, 0,9 pontos percentuais acima de dezembro, impulsionada pelos preços da eletricidade e pelo fim do IVA Zero, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), insistindo na necessidade de aumentar salários e fixar preços.

Da mesma forma que o Governo encontrou um cabaz alimentar sobre o qual aplicou a medida do IVA zero, então tendo por base esse cabaz alimentar aplique-se a fixação de preços. Isso tinha várias vantagens: de fixar e reduzir os preços, o que já não contribuía para o aumento da inflação”, considerou. Sobre os direitos das crianças, após a reunião com a UNICEF Portugal, Paulo Raimundo defendeu que “não se pode olhar a meios, nem a recursos”.

O dirigente comunista recorreu a um slogan da UNICEF Portugal para dizer que existem “um milhão e 800 mil razões” – número total de crianças que vivem no país – “para agir e ter esperança”. Quanto a medidas concretas, Paulo Raimundo defendeu o reforço dos direitos das crianças mas também dos pais, nomeadamente no que toca ao aumento de salários, o fim da “desregulação total dos horários de trabalho” ou o combate à precariedade, além da melhoria do acesso a serviços públicos como creches ou o Serviço Nacional de Saúde.

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