O valor da marca LALIGA cresce 15%, de acordo com o ranking BrandZ

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  • 26 Janeiro 2024

Atinge a pontuação máxima na lista elaborada pela Kantar, onde continua a ser a única empresa de entretenimento, com um valor de 1,653 bilhões de dólares.

A LALIGA aumentou seu valor de marca em 15% em relação ao ano passado, segundo o ranking Kantar BrandZ, a lista anual com as 30 marcas espanholas mais valiosas.

De acordo com os dados da consultora, a LALIGA atingiu agora o seu valor máximo de marca nos últimos quatro anos, desde quando entrou pela primeira vez neste ranking das marcas mais valiosas da Espanha. Na verdade, a Kantar estima que o valor de marca da empresa é de 1,653 bilhões de dólares.

Ángel Fernández, diretor de Marca e Estratégia Global da LALIGA, afirmou que “a revolução estratégica que nossa empresa e nossa marca experimentaram no ano passado permitiu-nos consolidar no top of mind do consumidor, como uma marca de entretenimento referência para eles. Na LALIGA, vamos continuar a trabalhar nessa linha, inspirando os nossos adeptos e fazendo com que eles façam parte desse grande ecossistema do futebol que temos hoje”.

Em geral, o valor das 30 marcas espanholas mais valiosas do ranking Kantar BrandZ 2024 cresceu 12% em relação ao ano anterior, ultrapassando os 100 bilhões de dólares, o que representa a maior taxa de crescimento anual registada na classificação espanhola nos últimos cinco anos. As empresas que lideram o ranking continuam a ser a Zara (com um valor de 24,966 bilhões de dólares), Movistar (13,024 bilhões de dólares) e Iberdrola (9,709 bilhões de dólares). Para elaborar este ranking, a Kantar leva em consideração tanto os resultados financeiros de cada marca quanto a avaliação que os consumidores fazem do seu ‘equity’.

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As barreiras à expansão das energias renováveis

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  • 26 Janeiro 2024

Cerca de 85% dos executivos relataram atrasos substanciais e apenas 36% estão confiantes que as energias renováveis irão substituir os combustíveis fósseis até 2050.

Cerca de 85% dos executivos relataram atrasos substanciais e, em alguns casos, até mesmo abandono de projetos na área das energias renováveis, devido aos desafios atuais do mercado, e apenas 36% estão confiantes que as energias renováveis irão substituir os combustíveis fósseis até 2050. Estas são algumas das conclusões do estudo da KPMGMudar a maré na expansão das energias renováveis”, realizado recentemente junto de gestores, no mundo inteiro.

Recentemente na COP28, foram reassumidos compromissos quanto às metas climáticas, no âmbito do acordo histórico para a transição de combustíveis fósseis para fontes energéticas alternativas.

Em 2015, cerca de 200 países em todo o mundo subscreveram o Acordo de Paris, o qual foi desenhado com vista a manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2°C e limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Para alcançar estes objetivos é necessário reduzir em 50% as emissões de gases de efeito de estufa até 2030 e atingir a neutralidade carbónica até 2050, o que depende, entre outros fatores, de um aumento da capacidade renovável a nível mundial até ao final da década, complementando o atual cabaz energético, em que as fontes de energia tradicionais continuam a desempenhar um papel significativo para garantir a estabilidade e a fiabilidade do aprovisionamento energético. Os objetivos são ambiciosos, o compromisso é notório, mas o caminho para atingir os desígnios apresenta ainda muitas barreiras.

A maioria dos promotores de energias renováveis enfrenta vários desafios que podem colocar em risco o rápido crescimento das energias renováveis. Alguns destes são bem conhecidos, como sejam infraestruturas e flexibilidade inadequadas das redes, capacidade insuficiente de armazenamento de energia e atrasos nos processos de planeamento e licenciamento.

Adicionalmente verificam-se questões decorrentes de preocupações com a natureza e a biodiversidade, a crescente ênfase na licença social para construir novos projetos e desafios de acesso ao capital necessário para financiar estes projetos.

O financiamento da transição energética implica o acesso a capital. Recentemente, as taxas de juro elevadas e a inflação na cadeia de abastecimento, incluindo o preço das principais matérias-primas usadas nestes projetos, bem como dos custos de transporte e a redução dos preços nos mercados grossistas tiveram impactos nas avaliações dos projetos dificultando a atratividade dos investimentos nestes projetos.

Existem diversas respostas possíveis a este desafio e à necessidade de escalar as renováveis, aumentando a atratividade dos projetos, tais como:

  • i) aumentar as ofertas de projetos integrados de renováveis com soluções de armazenamento,
  • ii) escalar o investimento em projetos eólicos offshore,
  • iii) alargar os mercados para as renováveis incluindo outras fontes de energia renovável como o hidrogénio, a amónia e o metanol,
  • iv) planear estrategicamente as ligações às redes,
  • v) implementar processos e políticas que simplifiquem os processos de licenciamento e
  • vi) providenciar suporte específico à cadeia de abastecimento.

Em conclusão, os obstáculos descritos são significativos e colocam verdadeiros desafios e riscos para o progresso crítico da transição energética. De notar que ao longo da última década a indústria demonstrou a sua capacidade para contornar, ultrapassar ou superar obstáculos difíceis, sejam guerras comerciais, uma crise energética, conflitos geopolíticos ou uma pandemia global.

Mas a identificação das barreiras à expansão das energias renováveis permite uma compreensão abrangente, para uma melhor definição de políticas e tomada de decisões informadas por parte dos agentes do mercado de modo que as energias renováveis atinjam o seu potencial e gerem valor económico.

Susana Abreu, Partner de Audit & Assurance da KPMG Portugal

 

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5 coisas que vão marcar o dia

INE publica as perspetivas de exportação de bens relativas a 2024 e o Banco de Portugal divulga dados sobre empréstimos e depósitos bancários. Começa 19.º congresso nacional da Anafre.

Esta sexta-feira fica marcada pela publicação das perspetivas de exportação de bens referentes a 2024 pelo INE, assim como dos indicadores sobre empréstimos e depósitos bancários pelo Banco de Portugal. A Anafre reúne-se em congresso nacional enquanto os trabalhadores da Altice reivindicam melhores salários.

Concentração de trabalhadores da Altice

Os trabalhadores da Altice manifestam-se das 16h à meia-noite desta sexta-feira, em frente à sede da operadora, em Lisboa, para reivindicarem aumentos salariais. Já em dezembro de 2023 o Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Altice em Portugal (STPT) disse que a proposta da empresa, no âmbito das negociações do acordo coletivo de trabalho (ACT), deixa todos os trabalhadores “com perda de poder de compra”.

Infraestruturas de Portugal reúne-se com sindicatos

A administração da Infraestruturas de Portugal reúne-se esta tarde com vários representantes dos trabalhadores da empresa públicas, num encontro para discutir o acordo de empresa, nomeadamente aumentos salariais.

Congresso Nacional da Anafre

Decorre até este sábado o 19.º Congresso Nacional da Associação Nacional de Freguesias (Anafre), na Figueira da Foz, subordinado ao tema “Freguesias 50 Anos de Liberdade” que conta com a intervenção do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e do autarca Pedro Santana Lopes. Em apreciação vai estar o Relatório de Atividades e em debate as linhas gerais de atuação desta associação.

INE e Banco de Portugal

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica, esta sexta-feira, uma primeira previsão sobre as perspetivas de exportação de bens relativas a 2024 assim como indicadores da procura turística dos residentes referente ao terceiro trimestre enquanto o Banco de Portugal divulga os dados sobre os empréstimos e depósitos bancários. Já Eurostat vai dar conta das contas setoriais da segunda publicação (famílias) do terceiro trimestre de 2023, e dos preços dos terrenos e rendas praticados em 2022.

Congresso da Ordem dos Engenheiros

Termina o 23.º do Congresso Nacional da Ordem dos Engenheiros, sob o tema “Engenharia para o Desenvolvimento”, com as participações de André Pina (EDP), Pedro Cabral (REN), Fernando Leite (Lipor), Pedro Oliveira Machado (Grupo AGEAS Portugal), Ângelo Ramalho (EFACEC) e Pedro Carreira (Continental).

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APB teve de mudar estatutos para receber Banco de Fomento

Associação que representa a banca teve de alterar estatutos para que os bancos de fomento nacionais pudessem ser associados. E assim o Banco Português de Fomento se tornou no 25.º membro da APB.

O Banco Português de Fomento é o mais recente associado da Associação Portuguesa de Bancos (APB). Mas, para receber o novo membro, a associação que representa o setor bancário teve de alterar os seus estatutos para admitir como seus membros os bancos de fomento nacionais.

Na última revisão parcial dos seus estatutos, realizada em setembro passado, entre outras alterações, a APB alargou o leque de instituições financeiras que podem tornar-se suas associadas. Até então podiam ser associados da APB, para além dos atuais, os bancos com sede ou sucursal em Portugal e as filiais de bancos estabelecidas no país e ainda outras instituições de crédito desde que fossem aprovadas em assembleia geral.

Com as mudanças nos seus estatutos, a associação liderada por Vítor Bento passou a incluir como potenciais associados os “bancos de fomento nacionais, aos quais seja conferido mandato, a nível central, regional ou local, para o exercício de atividades de fomento ou desenvolvimento”.

A alteração teve como propósito específico a admissão do Banco Português de Fomento, segundo confirmou a APB ao ECO, adiantando que a instituição liderada por Celeste Hagatong (presidente não executiva) e Ana Carvalho (CEO) se tornou associado desde 26 de setembro do ano passado, cerca de três anos depois de ter sido lançada pelo Governo (e quatro dias depois da revisão dos estatutos).

Maria Celeste Hagatong, Ana Carvalho, do Banco Português de Fomento.ESTELA SILVA/LUSA 18 novembro, 2022

Com a entrada do Banco Português de Fomento, que teve de ser aprovada em assembleia geral com o voto favorável de três quartos dos associados e três quartos do número de votos atribuídos a cada associado, a APB passou a contar com 25 membros, representando “mais de 90% do ativo do sistema bancário português”.

A APB nasceu em 1984 com 17 bancos fundadores, dando continuidade à Associação de Formação Bancária criada quatro anos antes, e atualmente tem entre os sócios os principais instituições nacionais como a Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander, BPI e Novobanco.

A associação tem como objetivo defender os interesses dos bancos, representando o setor bancário perante o Governo, os reguladores e a sociedade em geral. Faz parte da Federação Bancária Europeia, que junta 32 associações bancárias nacionais que, no seu conjunto, representam cerca de 3.500 bancos na Europa.

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Prosegur cresce 10% no seu negócio de Segurança

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  • 26 Janeiro 2024

O Centro Inteligente de Operações de Segurança (iSOC) da Prosegur em Lisboa, inaugurado há pouco mais de um ano, destacou-se pela sua contribuição para esse crescimento.

O crescimento de mais de 10% em 2023 também se deve ao fato de que as soluções de segurança híbridas da Prosegur já terem sido adotadas por mais de 32% dos clientes da empresa a nível global. O modelo de segurança híbrida da empresa combina talento humano (pessoas), tecnologia avançada e gestão estratégica de dados, oferecendo aos clientes uma solução de segurança abrangente, com o iSOC no centro das suas operações.

A rede de iSOC da Prosegur atualmente conta com 14 centros em países como Brasil, Chile, China, Colômbia, Portugal, Estados Unidos, Espanha, México, Paraguai, Peru, Singapura e Uruguai. A partir dos iSOC, são gerenciados anualmente mais de 1,5 milhão de eventos e dados de segurança contextualizados.

O iSOC de Lisboa abriu suas portas em outubro de 2022 e desde então tem contribuído para o crescimento global da empresa. Contou com um investimento de mais de um milhão de euros e o potencial de gerar 100 novos postos de trabalho, dos quais mais de 50% já haviam sido preenchidos até o final de 2023. Este centro supervisiona mais de 3.500 instalações de clientes, seus eventos e dados de segurança contextualizados, além de realizar mais de 50.000 rondas virtuais por ano.

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Como navegar entre os tarifários indexados da luz? Conheça algumas dicas

Os tarifários que variam consoante o preço a que é eletricidade é vendida pelos produtores aos comercializadores são uma novidade recente, nem sempre fácil de entender. Simplifique, com algumas dicas.

Os tarifários da luz mais baratos, em 2024, continuam a ser os indexados. No entanto, os consumidores não estão tão familiarizados com este tipo de oferta, cujos preços mudam consoante o preço a que a eletricidade é vendida aos comercializadores, em vez de se fixar um valor que se mantém o ano inteiro. Saiba ao que deve estar atento se considerar aderir a um destes tarifários.

Os tarifários indexados são apenas mais um tipo de ofertas da luz entre as muitas que estão disponíveis. Atualmente, já existem mais de 100 tarifários deste tipo, sendo que o primeiro só foi lançado em 2018. Entretanto ganharam popularidade porque, num contexto de preços crescentes da eletricidade, conseguiram afirmar-se como a opção mais barata e até chegaram a devolver dinheiro aos clientes em vez de cobrar.

No entanto, nada garante que esta seja a melhor oferta para si, agora e a todo o momento. Dependerá de fatores como o seu consumo e disponibilidade para estar atento às oscilações, assim como, claro, das próprias oscilações do preço de mercado da eletricidade e, em última instância, de como evoluam as ofertas mais tradicionais.

O primeiro passo é fazer uma simulação, com o máximo de detalhe sobre o seu consumo, por exemplo no site do regulador. Só assim saberá se algum tarifário indexado é, de facto, a melhor opção para o seu caso, em termos do preço a pagar. Se chegar à conclusão que sim, então faz sentido informar-se nas próximas perguntas sobre como melhor tirar partido do mesmo.

Como não ser surpreendido por aumentos abruptos?

Os preços dos tarifários indexados oscilam. E, para não existirem surpresas desagradáveis, como subidas abruptas no preço que está a pagar, convém estar atento ao que faz mexer estes preços.

Primeiro, é então preciso entender: o que faz oscilar os preços dos tarifários indexados? Geralmente, variam consoante o preço médio mensal a que a eletricidade é vendida no mercado diário. E este está disponível na plataforma do OMIE, a entidade que opera os mercados (diários e intradiários) para toda a Península Ibérica.

O site do OMIE é a principal plataforma que os consumidores devem ter em conta para acompanhar tudo aquilo que diz respeito ao tarifário indexado, onde poderão acompanhar todas as oscilações que o mercado irá ditar ao longo dos tempos – com um período de avanço de 24 horas”, explica André Pedro, diretor do Comparajá.

Como é que posso retirar partido das horas mais baratas do dia?

Embora muitos tarifários indexados variem os seus preços mensalmente, com base no preço médio mensal do mercado, há alguns que podem ser mais sofisticados e que, desde que o consumidor possua um contador inteligente, podem cobrar consoante o preço que o mercado marcava na hora em que o cliente usou a eletricidade. Pedro Silva, especialista na área de energia da Deco Proteste, indica que, a partir de abril de 2024, se prevê que estas ofertas sejam difundidas no setor doméstico, já que vai passar a ser obrigatório que comercializadores com volume de clientes acima de 200.000 apresentem este tipo de ofertas.

Caso tenha contador inteligente e opte por um destes tarifários mais sofisticados, pode consultar na plataforma do OMIE o preço da eletricidade vendida para cada hora. O preço é atualizado de hora a hora. No entanto, pode ter acesso no dia anterior aos preços para o dia seguinte e planear assim os seus consumos com antecedência.

Se souber qual a hora a que o preço está mais baixo e se conseguirmos mudar consumos para essa hora, então estamos a poupar dinheiro“, resume a Coopérnico, uma das empresas que oferece tarifários indexados. Exemplos de consumos que pode valer a pena concentrar nas horas mais baratas são o carregamento de um veículo elétrico ou o pôr a funcionar a máquina de lavar a roupa.

A Coopérnico também recomenda o acompanhamento dos preços a partir do site do OMIE ou da aplicação móvel (app), mas alerta que, em ambos os casos, a hora apresentada é a espanhola, pelo que para sabermos o valor do preço em Portugal temos de descontar uma hora.

Faz sentido definir alertas de preços? Como?

“Faz todo o sentido o consumidor definir um alerta para quando o preço no mercado indexado se torne superior ao menor preço praticado no mercado livre”, considera o diretor do Comparajá. De momento, “este trabalho ainda é muito manual, mas acreditamos que num futuro próximo o consumidor tenha acesso a plataformas que o ajudem a monitorizar este mercado de forma constante”, indica a mesma fonte.

Na ausência de um alerta automático, há alguns intervalos que a Deco Proteste sugere como referência para ter em conta. “No atual contexto, preços no mercado grossista sustentadamente acima ou próximos de 100 euros por megawatt-hora (MWh) são um sinal de alarme para quem opte por um tarifário indexado“, aponta Pedro Silva, enquanto “abaixo dos 80 euros por MWh o ganho poderá ser significativo”. Já se o preço médio estabilizar perto dos 90 euros por MWh, então a diferença para tarifas fixas tende a esbater-se, ou seja, os preços indexados não deverão apresentar diferenças relevantes face aos fixos.

Claro que tudo isto são balizas gerais que, para consumos mais elevados devem ser analisadas com maior acuidade pois o risco/benefício estará exponenciado“, ressalva o especialista.

E além de acompanhar os preços, a que mais posso estar atento?

Outros indicadores que pode ter em conta são os períodos de mais forte procura de eletricidade, como é o caso dos meses mais rigorosos do inverno, que podem levar a uma pressão em alta dos preços no mercado da eletricidade e, consequentemente, nos tarifários a eles indexados. Períodos de seca também podem pressionar os preços no mercado, pois pode afetar a capacidade de produzir eletricidade a partir das barragens. Pelo contrário, no verão será de esperar que alivie a pressão. Assim, deve estar atento e verificar como é que o mercado de eletricidade está a comportar-se nestas situações, aconselha a Deco Proteste.

Em paralelo ao normal funcionamento do mercado, existem os chamados “cisnes negros“, alerta ainda Pedro Silva, que são “eventos imprevisíveis, mas de grande impacto”. Ora, como o próprio recorda, estes têm sido frequentes nos últimos anos. São exemplos de cisnes negros a pandemia de covid-19 ou conflitos geopolíticos como a guerra na Ucrânia.

Como posso saber se tenho um contador inteligente?

Para um consumidor saber se tem um contador inteligente, o qual lhe vai permitir usufruir de tarifários cujo preço varie de hora a hora, deve inscrever-se no Balcão Digital da E-Redes. A E-Redes é o operador de distribuição de eletricidade em Portugal, logo é comum a todas as comercializadoras. Caso o contador tenha sido trocado nos últimos dois anos será, à partida, um contador inteligente, indica a Comparajá.

Além dos preços, a que outros aspetos devem os consumidores ter atenção quando escolhem um tarifário indexado?

Sendo o comportamento do mercado imprevisível, convém certificar-se de que não existem cláusulas de fidelização para que possa mudar de tarifário ou comercializador sempre que desejar. O período de fidelização nos contratos com consumidores, caso exista, não pode ser superior a 12 meses, sublinha a Deco Proteste.

Quantas vezes posso mudar de tarifário num ano?

Com tanta incerteza quanto à evolução destes tarifários, é natural que se pergunte se é fácil mudar. “Os consumidores têm o direito a mudar de comercializador, não havendo quaisquer encargos associados nem qualquer número máximo de mudanças estabelecido“, esclarece o especialista da Deco Proteste.

No entanto, continua a mesma fonte, conte com os prazos administrativos associados a uma mudança de comercializador. A mudança deve ficar concluída até três semanas depois de fazer novo contrato.

Caso tenha aceitado um contrato com fidelização, contudo, pode ter de pagar uma penalização pela rescisão antecipada.

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BCE deve manter juros em máximos (pelo menos) mais quatro meses

Lagarde não fechou a porta a um corte de juros em abril, tal como estão a prever os investidores, mas o discurso da presidente do BCE está mais alinhado com uma descida em junho ou nos meses de verão.

Quase tudo na mesma. Após a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e a conferência de imprensa da presidente Christine Lagarde, as perspetivas para a evolução das taxas de juro da Zona Euro praticamente não se alteraram. Os investidores continuam a estimar o primeiro corte em abril, enquanto o consenso dos economistas aponta para o início do alívio da política monetária em junho.

Após a reunião em que manteve os juros pela terceira vez, o BCE reiterou que as taxas de juro têm de permanecer nos atuais níveis “por um período suficientemente longo” e que a política monetária vai continuar restritiva “pelo tempo que for necessário”. Validou assim que não tem pressa em remover a política monetária restritiva, ao mesmo tempo que mantém várias opções em aberto.

Na conferência de imprensa, Lagarde reiterou o discurso das últimas semanas. O banco central considera prematuro o debate sobre o timing da descida das taxas de juro, reconhece a evolução positiva da inflação em direção à meta dos 2% e que o crescimento económico da Zona Euro é mais frágil do que o estimado (PIB terá estagnado no quarto trimestre).

A presidente do BCE destacou que o banco central vai continuar “dependente dos dados” e “não quer ficar dependente nas datas”. Contudo, também reiterou a declaração efetuada em Davos na semana passada, quando classificou de “provável” um corte de juros no verão. A conferência de imprensa foi dominada pelo debate sobre a evolução dos salários, que tem uma grande importância para o BCE devido ao impacto na evolução da inflação. E o calendário para o corte de juros está diretamente ligado a esta dinâmica nos salários e a inflação.

Na reunião de 7 de março o staff do BCE vai atualizar as suas projeções económicas, que podem abrir caminho para uma alteração de política monetária, pois devem passar por uma revisão em baixa nas perspetivas para a inflação e atividade económica, que dará maior conforto para uma descida de juros. Contudo, na reunião seguinte (7 de abril), o BCE ainda não terá na sua posse todos os dados sobre a evolução dos salários e os acordos entre patrões e trabalhadores para 2024. Daí que junho comece a ganhar cada vez mais força como a data chave para a inversão da política monetária.

A confirmar-se a descida de juros a 18 de junho, só daqui a quatro meses o BCE vai retirar a taxa dos depósitos do atual máximo histórico de 4%. O espaço temporal em que vai persistir a atual política monetária dependerá da evolução da inflação, mas é certo que atividade económica continuará a ser restringida pelos juros altos em todo o ano de 2024, uma vez a transmissão da política monetária demora a ter impacto na economia e potenciais cortes de juros só serão sentidos na plenitude em 2025.

Enquanto a inflação estiver mais perto de 3% do que de 2%, o BCE não vai pensar em cortes de juros. Será necessária uma recessão severa, ou uma queda acentuada nas perspetivas de longo prazo da inflação claramente abaixo de 2% para assistirmos a um corte de juros nos próximos meses.

Carsten Brzeski, economista do ING

Investidores esperam corte em abril

A mensagem transmitida por Lagarde e seus colegas do BCE nos últimos dias conseguiu demover os investidores de aguardarem por cortes de juros já em março. Apesar do discurso adotado esta quinta-feira não ter trazido surpresas, os investidores ficaram um pouco mais agressivos nas expectativas para a evolução dos juros do BCE.

O mercado está a descontar um corte de mais de 50 pontos base até junho (42 pontos base antes da reunião de quinta-feira), com a probabilidade de a primeira redução surgir em abril a subir de 60% para 80%. Os investidores aguardam um total de 140 pontos base de descidas de juros em 2024 (130 pontos base antes), o que implica cinco cortes de 25 pontos base e a probabilidade de 60% de um sexto.

Além desta perspetiva agressiva no mercado de futuros, as yields das obrigações aliviaram de forma significativa (taxa dos títulos da Alemanha a dois anos recuou quase 10 pontos base) e o euro perdeu terreno face ao dólar. Sinal de que os investidores gostaram do que ouviram a partir de Frankfurt e continuam convictos de que o BCE vai ser célere a começar a reduzir os juros apesar da narrativa atual do banco central não apontar nesse sentido.

“Embora os cortes de juros ainda não estejam em discussão, Lagarde deixou a porta aberta para o BCE mudar rapidamente de rumo se os dados o justificarem. Se a nossa visão de um crescimento e inflação mais baixos do que o esperado pelo BCE se concretizar, prevemos que os cortes terão início em abril.

Peter Sidorov, economista sénior do Deutsche Bank

Economistas apontam a junho

Entre os economistas o posicionamento é mais cauteloso. “O BCE manteve o argumento de que um primeiro corte nas taxas é mais provável no verão. Um alívio mais precoce ainda é possível se os dados de inflação forem fracos nos próximos meses, mas os riscos estão a mudar no sentido de que as taxas permaneçam no nível atual por mais tempo do que os investidores preveem”, comenta Jack Allen-Reynolds, vice economista-chefe da Capital Economics.

“Como se esperava, não houve qualquer surpresa e o BCE manteve as taxas de juro inalteradas” e Lagarde “manteve o discurso assertivo que tem marcado as suas intervenções públicas dos últimos tempos”, assinalando que “é prematuro discutir cortes nos juros”, refere Ricardo Evangelista.

O diretor executivo da ActivTrades Europe destaca que Lagarde foi “algo evasiva” quando confrontada com cenários específicos de cortes em março ou abril, preferindo vincar que o Conselho do BCE analisa a situação e decide “uma reunião de cada vez”, no que “terá sido talvez o comentário mais bem recebido por aqueles que desejam o início dos cortes nas taxas de juro”.

David Brito, diretor-geral da Ebury em Portugal, considera que o “tom das mensagens da reunião do BCE foi ligeiramente mais dovish”, realçando que Lagarde “não tentou explicitamente lutar contra as expetativas do mercado, nem fechado a porta a uma descida na primavera”. Embora o corte de juros em abril seja uma “possibilidade realista”, David Brito salienta que “a falta de progressos no combate à inflação durante os próximos meses pode adiar o primeiro corte até à reunião de junho”.

O Deutsche Bank também interpretou o discurso do BCE como mais suave (dovish), pois o banco central reconheceu a evolução negativa da inflação e do crescimento económico face ao previsto em dezembro. “Embora os cortes de juros ainda não estejam em discussão, Lagarde deixou a porta aberta para o BCE mudar rapidamente de rumo se os dados o justificarem”, refere Peter Sidorov, economista sénior do banco alemão, assinalando que “se a nossa visão de um crescimento e inflação mais baixos do que o esperado pelo BCE se concretizar, prevemos que os cortes terão início em abril”.

O BCE manteve o argumento de que um primeiro corte nas taxas é mais provável no verão. Um alívio mais precoce ainda é possível se os dados de inflação forem fracos nos próximos meses, mas os riscos estão a mudar no sentido de que as taxas permaneçam no nível atual por mais tempo do que os investidores preveem.

Jack Allen-Reynolds, vice economista-chefe da Capital Economics

Só “recessão severa” vai antecipar cortes de juros

O ING tem uma perspetiva diferente. “Enquanto a inflação estiver mais perto de 3% do que de 2%, o BCE não vai pensar em cortes de juros. Será necessária uma recessão severa, ou uma queda acentuada nas perspetivas de longo prazo da inflação claramente abaixo de 2% para assistirmos a um corte de juros nos próximos meses”, refere Carsten Brzeski, economista do banco dos Países Baixos, que continua a prever a “primeira redução não antes do verão”.

Lagarde reiterou a importância dos desenvolvimentos nos salários para os próximos passos do BCE e assinalou que alguns indicadores já apontam para um abrandamento. “Declarações que podem ser vistas como uma alteração para um posicionamento mais suave”, mas “Lagarde também enfatizou a necessidade de a inflação seguir uma tendência descendente sustentável”, acrescenta Brzeski, que “não vê motivos para o BCE reagir a um crescimento económico mais lento com corte de taxas”.

Se um corte de juros em abril significará que a economia da Zona Euro está a enfraquecer a um ritmo acentuado em 2024, adiar para depois de junho poderá indicar que a região recuperou da provável recessão da segunda metade de 2023. Se o alívio da política monetária só chegar em setembro, a Zona Euro estará um ano completo com a taxa de juro em máximos.

As dinâmicas que condicionam a política monetária do BCE podem alterar-se rapidamente e na próxima reunião de 7 de março o número de meses que se espera faltarem para o primeiro corte de juros pode ser diferente dos atuais quatro. Para cima, ou para baixo. E o discurso que o BCE transmitiu esta quinta-feira estará sempre alinhado com qualquer um dos cenários.

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Energia renovável representou 87% da produção total da EDP em 2023

A EDP adianta igualmente que os níveis de reservatórios hídricos em Portugal atingiram, em dezembro de 2023, um máximo histórico dos últimos 10 anos, posicionando-se nos 78%.

A produção de energias renováveis da EDP teve um crescimento de 8% em 2023, o que representa 87% da produção total, quando comparado com os 74% de 2022, avança a empresa, em comunicado publicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A EDP securitizou dois mil milhões de euros de défice tarifário em dezembro de 2023.

A produção hídrica na Península Ibérica, líquida de bombagem, atingiu 8,2 TWh, em linha com a média histórica, em comparação com a seca extrema de 2022 (produção 4TWh abaixo da média), ainda de acordo a empresa. A EDP adianta igualmente que os níveis de reservatórios hídricos em Portugal atingiram, em dezembro de 2023, um máximo histórico dos últimos 10 anos, posicionando-se nos 78% (22p.p. acima da média). Por isso mesmo, a empresa antecipa “boas perspetivas de produção hídrica para o início de 2024”.

A EDP revela ainda que, em 2023, adicionou mais 2,7 GW de capacidade solar e eólica – incluindo solar distribuído na Europa e Brasil –, tendo alcançado uma capacidade instalada de 16,9GW (EBITDA + Equity). Atingiu ainda uma capacidade instalada de
1,1GW no Solar distribuído, ou seja, cerca de 36% do portfólio solar e se traduz num aumento de 60% face ao igual período de 2022.

A EDP dá ainda conta da conclusão de três operações de rotação de ativos, em julho em Espanha, em outubro na Polónia e em dezembro no Brasil.

“Após a alienação de 80% dos 720 MW da central a carvão de Pecém no Brasil, e da nova parceria 50%/50% na termoelétrica da Aboño na Espanha (desconsolidada em dezembro de 2023), é esperado que o peso do carvão na geração total seja imaterial em 2024, proporcionando visibilidade adicional ao compromisso da EDP coal-free (livre de carvão) em 2025″, destaca a empresa.

Por fim, a EDP avança que o volume de eletricidade comercializado no mercado Ibérico baixou 10% em termos homólogos, “refletindo a diminuição dos volumes vendidos a clientes industriais em Espanha”. Já no gás, completa, “os volumes vendidos diminuíram 28% em relação a 2022.

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PAN Madeira pede demissão de Albuquerque e ameaça fazer cair Governo Regional

  • ECO
  • 25 Janeiro 2024

PAN avisa: ou Miguel Albuquerque se demite ou rompe com o acordo firmado após as eleições regionais de 2024 e que permitiu ao PSD formar um executivo com maioria absoluta, em coligação com o CDS.

A Comissão Política Regional do PAN Madeira pediu, esta quinta-feira, a demissão de Miguel Albuquerque, mas apoia a coligação PSD/CDS com outro presidente do governo regional, avança o Diário de Notícias da Madeira. O PAN, que tem um acordo de incidência parlamentar com o PSD, viabilizando desta forma o Governo Regional, retira, assim, a confiança ao Presidente do Governo Regional.

Na sequência da crise política a reboque da mega operação judicial em curso na Madeira e que atinge as duas principais figuras do PSD-M, o PAN avisa que ou Miguel Albuquerque se demite ou rompe com o acordo firmado após as eleições regionais de 2024 e que permitiu ao PSD formar um executivo com maioria absoluta, em coligação com o CDS, na Assembleia Legislativa da Madeira.

Tendo em conta as suspeitas que recaem sob o Presidente do Governo Regional da Madeira de alegado crime de corrupção, prevaricação, abuso de poder e atentado contra o Estado de Direito, “a Comissão Política Regional do PAN Madeira e a Comissão Política Permanente do PAN consideram que o Miguel Albuquerque não tem condições para se manter no cargo”.

Mesmo assim, o partido assegura que está “disponível para continuar a viabilizar o acordo de incidência parlamentar com o PSD Madeira, caso seja indigitado, e aceite, um novo titular para o cargo de Presidente do Governo Regional da Madeira e estejam reunidas as condições para a estabilidade governativa na Região e para a continuação do cumprimento do acordo celebrado entre o PAN Madeira e o PSD Madeira”.

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Passos avisa que perda de memória “na política é fatal”

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2024

"Quando se perde a memória, somos todos iguais e isso na política é uma coisa terrível – na economia também – porque se tudo é igual não há diferença", disse Passos Coelho.

O antigo primeiro-ministro Passos Coelho avisou esta quinta-feira que “em política é fatal” quando se perde a memória e todos parecem iguais, e, questionado sobre atualidade, repetiu que este não é o seu tempo no PSD, mas de Luís Montenegro. No lançamento do livro “Lendas e Contos Populares Transmontanos – Tesouros da Memória (Vol. I: Bragança e Vinhais)”, de Alexandre Parafita, que conheceu na infância em Vila Real, Passos Coelho nunca falou de partidos, mas deixou vários alertas sobre a realidade política atual.

“Quando se perde a memória, somos todos iguais e isso na política é uma coisa terrível – na economia também – porque se tudo é igual não há diferença. Não se apura nada, não há razão para a competição, para apurar mais eficiência, mais bem-estar”, considerou. E acrescentou: “Na política é fatal se formos todos iguais, tanto faz lá estarem uns como outros, é tudo igual”.

“A memória, o passado é muito importante para nos definir e a maneira como o vemos ainda mais. É muito importante que cada um saiba interpretar esse passado e essa herança de maneira a renovar a sua identidade e comunicar com os outros”, defendeu o antigo primeiro-ministro entre 2011 e 2015. À saída da sessão, Passos Coelho escusou-se a fazer declarações aos jornalistas, dizendo que “acompanha tudo”, mas não deseja intervir.

Este não é o meu tempo, o PSD tem um líder, o dr. Luís Montenegro, e é ele que está a dirigir a estratégia do PSD e a preparar a campanha eleitoral, ele tem de ser a voz autorizada que deverá conduzir o PSD nesta fase”, afirmou. Dizendo que não fez “voto de silêncio”, admitiu, contudo, que dadas as anteriores funções de líder do PSD e primeiro-ministro tudo o que diga pode ter “uma leitura diferente”.

Questionado se irá participar na campanha para as legislativas de 10 de março, respondeu apenas: “É uma matéria que tem que ver com o PSD”. Na intervenção de meia hora que fez no lançamento do livro, Passos Coelho avisou que “quando as sociedades colapsam, algo se lhes segue, não é o fim do mundo”.

“Mas seria estranho que as pessoas assistissem passivamente a isso como se não fossem agentes da história, como se não tivessem vontade, e se entregassem ao que tem de ser”, afirmou. Neste ponto, o agora professor universitário deixou um apelo para que se contrarie o ditado de que “o que tem de ser, tem muita força”.

“Tem muita força, mas se não for do meu agrado, a gente tem de fazer qualquer coisa e nem sempre essa reação é atempada. Quando não é atempada, assume outras formas que depois nos apressamos a condenar. Quando é muito tarde, no fundo, estamos a condenar-nos por não termos agido quando devíamos”, disse, num aparente recado sobre o crescimento do partido Chega.

Perante uma pequena plateia, o antigo primeiro-ministro referiu-se “à ameaça que paira do nacionalismo e do extremismo, venha ele da direita ou da esquerda” na Europa. “Há momentos que são quase definidores do perfil de União que se vem construindo, a dúvida está em saber onde se põe a fronteira e o limite. Aguentamos levar essa fronteira, esse limite um pouco além, sem perder a unidade, ou damos uns passos um pouco mais largos e as pessoas começarão a eleger governos que querem acabar com isso e que se querem descoser dessa urdidura europeia que vem fazendo há quase dezenas de anos”, questionou-se.

No final, deixou uma garantia: “É sempre o futuro que nos define mais do que o passado, mas sem passado não somos nada”. O presidente da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde decorreu a iniciativa, aproveitou para lhe deixar um convite: “Se em 2026 quiser apresentar a sua candidatura presidencial na nossa sede, estaremos de braços abertos”, afirmou, num repto que ficou sem resposta.

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Visalia junta energia e telecomunicações num só pacote em Espanha. E prepara entrada em Portugal

"O custo desta tarifa fixa dependerá do tipo de casa, da localização geográfica, do número de habitantes", diz o CEO da Visalia.

A espanhola Visalia vai lançar, em fevereiro, uma tarifa fixa de eletricidade, gás, fibra e telefone para os clientes domésticos em Espanha e prepara-se para entrar no mercado português, com a abertura de um escritório em Lisboa. Em entrevista ao jornal El Economista, Pablo Abejas, CEO da Visalia, adianta que o grupo se associou a um parceiro relacionado com a telefonia e antecipa faturar 50 milhões este ano em Portugal.

“Vamos abrir um escritório em Lisboa e vamos entrar em comunidades de proprietários e pequenas empresas. Em Portugal, contactámos a Hyperion e vários grandes promotores, que já têm um pipeline, e que precisam de fechar contratos de médio, curto e longo prazo”. Antecipa mesmo que “o mercado português traga [ao grupo espanhol] cerca de 50 milhões de euros de faturação até 2024, deixando uma margem de cinco ou seis milhões de euros”.

O grupo espanhol quer posicionar-se no mercado como um dos dez maiores maiores operadores de Espanha e aposta, por isso, no lançamento de uma tarifa fixa de eletricidade, fibra, gás e telefone para os clientes domésticos. “Sabemos que os utilizadores querem estar tranquilos em relação ao custo da energia e das telecomunicações nas suas casas. Por isso, vamos oferecer-lhes um pacote completo que inclui tudo”, avançou Pablo Aveias.

“Para a fibra, chegámos a um acordo com um grossista que nos dá minutos, mas é a Visalia que fatura e dá o resto da cobertura“, esclarece durante a entrevista. Mas, acautela, “o custo desta tarifa fixa dependerá do tipo de casa, da localização geográfica, do número de habitantes”. Garante que o cliente pagará sempre o mesmo todos os meses. Em contrapartida, o cliente terá de ficar durante um ano com a operadora.

O grupo prevê atingir entre 15.000 e 20.000 clientes para chegar depois aos 130.000. A empresa quer posicionar-se como líder do setor no fornecimento de energia a comunidades residenciais e PME, assim como na instalação de painéis solares nos telhados de edifícios residenciais e nos telhados e coberturas de PME e armazéns industriais, lê-se no site do grupo espanhol.

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CDU quer semana de 35 horas em todos os setores

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2024

Paulo Raimundo propõe "uma aposta clara do investimento público em 5% do PIB ao ano" e a criação de uma rede pública de creches que assegure “a disponibilização de 100 mil vagas até 2028”.

A CDU propõe no seu programa eleitoral a fixação das 35 horas semanais em todos os setores e que 5% do Produto Interno Bruto (PIB) seja dedicado a investimento público, anunciou esta quinta-feira o secretário-geral do PCP. Na apresentação do programa eleitoral da CDU, num hotel em Lisboa, Paulo Raimundo referiu que a coligação defende “o combate à desregulação dos horários de trabalho, ao abuso do trabalho por turnos, noturno e aos fins de semana”.

“A fixação das 35 horas semanais para todos os trabalhadores e o respeito efetivo dos direitos de maternidade e paternidade”, referiu. No programa eleitoral, a CDU considera que “é possível ir ainda mais longe e reduzir progressivamente a semana de trabalho para menos de 35 horas, particularmente onde esse limite já está em vigor”.

“A semana de quatro dias não pode ser aplicada à custa de outros direitos ou remunerações”, refere-se ainda. Na sua intervenção, o secretário-geral do PCP enquadrou estas propostas na necessidade de se garantir que o país promove “os direitos das crianças, dos pais e da juventude”, propondo igualmente a criação de uma rede pública de creches que assegure “a disponibilização de 100 mil vagas até 2028”, assim como a universalização do abono de família.

Na educação, Paulo Raimundo defendeu a reposição integral do tempo de serviço dos professores e, questionado pelos jornalistas, concorda que a coligação considera que deve ser feita em três anos, tal como proposto pela Fenprof. Considerando que “o país não se pode dar ao luxo de ver partir milhares e milhares de jovens todos os anos” para o estrangeiro, Paulo Raimundo propôs “o fim das propinas e garantia de alojamento estudantil”.

Por outro lado, considerando que os portugueses têm direito a um país desenvolvido, Paulo Raimundo sustentou que isso “exige uma política soberana de desenvolvimento e planeamento”.

Uma aposta clara do investimento público em 5% do PIB ao ano: do investimento na ferrovia à aquisição e produção de comboios no nosso país, da construção do novo aeroporto de Lisboa à requalificação e expansão da rede viária, da construção de hospitais, centros de saúde, creches e lares, à necessária aposta na ciência, nos laboratórios do Estado, nas instituições de ensino superior”, enumerou.

No programa eleitoral, a CDU defende em particular a nacionalização da ANA, “para a gestão e expansão da rede aeroportuária e a construção do novo aeroporto nos terrenos públicos do campo de tiro de Alcochete”. Propõe também a eliminação progressiva das portagens e o fim das parcerias público-privadas rodoviárias, além da redução do passe social para 20 euros, tal como já tinha proposto no Orçamento do Estado para 2024.

Paulo Raimundo defendeu ainda que se deve dar “acesso prioritário aos fundos comunitários” às micro, pequenas e médias empresas face aos grupos económicos, e reduzir “as tarifas e taxas na energia, telecomunicações, seguros, crédito com que os grupos económicos esmagam as micro, pequenas e médias empresas”.

CDU propõe reforma aos 65 anos e 50 mil novas habitações públicas

A CDU propõe ainda a reposição da idade da reforma aos 65 anos e 50 mil novas habitações públicas. Paulo Raimundo defendeu que os reformados e pensionistas “merecem uma vida melhor, incluindo com aumentos anuais que valorizem as pensões, em particular as mais baixas”.

Para tal, o líder comunista voltou a defender um aumento, já em 2024, de todas as pensões em 7,5%, com um mínimo de 70 euros e efeitos retroativos a janeiro, além da criação de “dois novos escalões de pensões mínimas do regime contributivo e aumento dos respetivos valores”. A par destas medidas, a CDU defende também “a reposição da idade da reforma nos 65 anos” e “a reforma sem penalizações aos 40 anos de descontos”.

A nível salarial, Paulo Raimundo voltou a insistir que o salário mínimo nacional deve ser aumentado para 1.000 euros já este ano, acompanhando esta medida igualmente de uma proposta para que todos os salários sejam aumentados num mínimo de 15%, não inferior a 150 euros. No programa eleitoral, a CDU quer também medidas para garantir que, nos próximos quatro anos, se alcancem “aumentos anuais do salário médio em Portugal superiores ao aumento do salário médio na zona euro”.

Estas medidas salariais foram igualmente acompanhadas por várias propostas a nível de impostos, que visam “pôr fim à injustiça fiscal” e incluem acabar “com os benefícios fiscais dados ao grande capital em sede de IRC, avançar com a taxação extraordinária dos lucros da banca, da energia e da grande distribuição”.

A CDU quer também o “englobamento obrigatório de todos os rendimentos para o último escalão do IRS e, ao mesmo tempo, fixar o IVA sobre a eletricidade, gás e telecomunicações nos 6%”. Propomos “uma política fiscal que reduza o IRS para os trabalhadores e os pensionistas, através do aumento da dedução específica em 1.035 euros, do aumento do número de escalões para dez e do desagravamento em três pontos percentuais nos três primeiros escalões”, acrescentou Paulo Raimundo.

Já no setor da habitação, o secretário-geral do PCP defendeu que “é preciso regulamentar um dos setores mais liberalizados da economia” e “criar um regime especial de habitação própria que coloque os lucros dos bancos a suportar as altas taxas de juro”. Considerou ainda necessário “revogar o aumento das rendas e, de uma vez por todas, pôr fim à lei dos despejos”, além de propor “avançar para a urgente estabilidade dos contratos na base dos dez anos” e “pôr fim aos benefícios” dos não residentes.

É preciso que o Estado assuma rapidamente as suas responsabilidades e avançar de forma decidida para um urgente Programa de oferta pública de habitação que assegure o valor médio anual de 1% do PIB para o investimento público em habitação, onde se inclui a disponibilização de 50 mil novas habitações públicas”, afirmou. Paulo Raimundo defendeu que o programa eleitoral da CDU é “justo, necessário e urgente” e “exige a rutura com o caminho para o qual o país se vê empurrado ao longo de décadas” e com a “política de direita”.

“As opções que expressamos neste programa eleitoral, neste compromisso que estabelecemos com o povo português, são opções de ruptura e, por isso, dificilmente encaixam na lógica neoliberal ou no espartilho da austeridade ou das mal chamadas contas certas”, disse, acrescentando que é realizável porque inclui medidas como o fim da transferência de recursos públicos para o setor privado, trava a “sangria de recursos nacionais para o estrangeiro” e “reorienta a política económica para o crescimento”.

O secretário-geral do PCP criticou o PS por “reafirmar a vontade de prosseguir o rumo errado”, mas também o PSD e CDS – que “querem voltar a 2011” – e o Chega e a IL, que “tentam apresentar-se com uma nova cara, mas com ideias muito velhas”. “De todos eles, agora é só promessas e intenções para amanhã, caso cheguem ao poder, virem justificar a impossibilidade de concretizar as promessas agora feitas”, criticou.

(Notícia atualizada às 21h41 com mais informação)

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