Ikea adapta música das Doce em nova campanha para alertar sobre a importância do sono

A Ikea dá seguimento à sua estratégia de chamar à atenção para a importância de uma boa noite de descanso com uma nova campanha. Mónica Sousa, country marketing manager da Ikea, explica a ideia.

A Ikea está a lançar uma nova campanha onde alerta para importância do sono. Para isso optou por adaptar a canção “Amanhã de Manhã”, das Doce, para “Até Amanhã de Manhã”, uma “música de embalar para adultos”.

A campanha parte do conceito da “Acordem! É preciso dormir”, lançado em agosto deste ano, que pretende alertar os portugueses para a importância do sono, explica Mónica Nogueira de Sousa, country marketing manager da Ikea.

“A ideia partiu de um clássico da música portuguesa que, durante anos, nos incentivou a ficar acordados. A partir de ‘Amanhã de Manhã’ das Doce, reescrevemos uma letra bem-humorada, invertendo a ideia da original, com as regras necessárias para uma boa noite de sono. Já o videoclip de lançamento é construído com uma narrativa de contradição entre os visuais e a letra da música“, refere ao +M.

Com esta campanha a marca pretende “chamar a atenção para o facto de que 52% dos portugueses dormem mal”, segundo dados da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e que “o sono deve ser uma prioridade para todos”.

Numa sociedade cada vez mais conectada, queremos celebrar a ideia do JOMO (joy of missing out), para contrariar a ideia de que temos de acompanhar tudo e ter toda a informação, alimentada pelos nossos telemóveis. Acima de tudo, queremos convidar as pessoas a não adiar a ida para a cama e a criar condições para dormirem melhor“, diz Mónica Nogueira de Sousa, adiantando que a Ikea vai dar “especial atenção” a esta área de produtos nas suas atividades ao longo de 2025.

Além disso, a marca de mobiliário pretende ainda “reforçar” que existem seis elementos essenciais para uma boa noite de sono, que são o conforto, a temperatura, a luz, a qualidade do ar, o som e a arrumação.

Assinada pela Uzina, a campanha marca presença em televisão (SIC e TVI), em rádio (RFM, Renascença, Rádio Comercial e M80) e plataformas digitais. O planeamento de meios foi da responsabilidade da Essence Mediacom e a ativação de influenciadores da Nei. A produção musical ficou a cargo de Joaquim Albergaria e Ivo Costa – Estúdio Barulho.

Mónica Nogueira de Sousa, country marketing manager da Ikea.

A campanha agora lançada insere-se assim numa estratégia mais abrangente, onde o foco é “criar um movimento para que os portugueses durmam melhor“. Nesse sentido, ao longo do ano têm sido desenvolvidas várias iniciativas para continuar a chamar a atenção para este tema e conseguir alcançar públicos diferentes.

Para isso, no início de agosto, a marca lançou “uma grande campanha de awareness“, tanto na rua como no digital, tendo, no mesmo mês, realizado uma festa do pijama, na qual convidou clientes e influenciadores a passar a noite nas suas lojas e, ao mesmo tempo, a “experienciar as vantagens e condições necessárias para uma boa noite de sono”, recorda a country marketing manager da Ikea. “Esta ação teve resultados muito positivos em termos de notoriedade e alcance” diz Mónica Nogueira de Sousa.

Agora, queremos relembrar o tema num registo muito Ikea – divertido e memorável –, mostrando como podemos levar o sono mais a sério, sem nos levarmos demasiado a sério. A geração que sabia que tinha de ir para a cama ao som do Vitinho ou dos patinhos, ao ouvir a música da Ikea às 23h00, fará a ‘ligação’ e perceberá o reminder – não queremos impor regras a ninguém“, afirma.

Embora sem divulgar valores, Mónica Sousa revela que a campanha sobre o sono – que é ativada em vários meios e formatos para “promover a consistência da mensagem e ser mais eficiente” – será “uma das de maior investimento deste ano“.

Num futuro próximo, os portugueses “podem esperar campanhas e iniciativas que reflitam os nossos valores e a nossa forma de estar na vida: rirmos de nós próprios e falarmos dos nossos produtos e serviços de forma descontraída e próxima das pessoas“, refere ainda a responsável, adiantando que “o próximo ano trará muitas surpresas”.

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Volume de negócios nos serviços cresce em setembro à boleia dos transportes

Em setembro, volume de negócios nos serviços aumentou 5,5% com o setor dos transportes e armazenagem a dar o maior impulso. Só os serviços de consultoria e científicas prestaram contributos negativos.

O volume de negócios nos serviços aumentou 5,5% em setembro face ao período homólogo, com o setor dos transportes e armazenagem a representar o maior contributo, revelam os dados publicados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O boletim do gabinete nacional de estatísticas indica ainda que no terceiro trimestre, o índice aumentou 5,2% face ao mesmo período de 2023 (variação de 3,9% no trimestre anterior).

De acordo com os dados, o setor dos transportes e armazenagem foi o maior contribuidor para esta variação. No período em análise, a variação deste setor foi de 8,4%, acima dos 6,4% em agosto, sendo esta “a secção que mais contribuiu (2,2 p.p.) para a variação do índice total”, informa o INE.

Volume de Negócios nos Serviços cresceu 5,5% – setembro de 2024.Instituto Nacional de Estatíscia (INE)

Já o alojamento, restauração e similares apresentou o segundo maior contributo (1,4 p.p.) originado pelo aumento homólogo de 6,9%, (2,5 p.p. superior ao período anterior.) O alojamento subiu de 6,5%, em agosto, para 6,9% em setembro e a restauração e similares passou de uma variação de 3,1% em agosto para 7% no mês em análise;

Por seu turno, “as atividades administrativas e dos serviços de apoios também contribuíram de forma positiva” (1,1 p.p.) para a variação do índice total, em resultado da variação homóloga de 6,6% em setembro (3,6% em agosto), revela o INE.

Em sentido contrário, as atividades no setor de consultoria, científicas, técnicas e similares “registaram o único contributo negativo” (-0,2 p.p.), em resultado da redução de 1,0%, taxa inferior em 15,8 p.p. à observada no mês anterior.

Olhando para o conjunto dos meses do terceiro trimestre, o INE indica que o volume de negócios nos serviços aumentou 5,2% em termos homólogos (3,9% no trimestre anterior).

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Portugal quer alargar conversão de dívida dos países lusófonos em investimento climático

Até à data, os compromissos de financiamento climático internacional de Portugal totalizam 68,5 milhões de euros.

Portugal leva para a 29.ª Conferência das Partes pelo Clima (COP29) a ambição de ampliar as parcerias que tem para a conversão de dívida em investimento climático após 2025, especialmente com países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Até à data, os compromissos de financiamento climático internacional de Portugal totalizam 68,5 milhões de euros. Parte desse valor, 12 milhões de euros, encontra-se na conversão da dívida de Cabo Verde em investimento climático e outros 3,5 milhões de euros na conversão da dívida de São Tomé e Príncipe.

Os resultados deste acordo de conversão da dívida em financiamento climático são muito positivos”, afirma a ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, citada num comunicado enviado pelo seu gabinete às redações.

Neste momento está já a decorrer um procedimento concursal para a manifestação de interesse para o repowering [transformação da fonte de energia] da Central Fotovoltaica de Palmarejo, em Cabo Verde, “o que demonstra os efeitos práticos do memorando assinado pelos dois países”, considera a mesma governante.

Em termos de prioridades de Portugal para a conferência do Clima que se inicia esta segunda-feira, em Baku, no Azerbaijão, as finanças voltam a estar presentes, num sentido mais lato. “É crucial elevar a ambição sobre o Novo Objetivo Coletivo Quantificado (NCQG) para o financiamento da luta contra as alterações climáticas, que se encontra fixado nos 100 mil milhões dólares por ano”, defende o ministério no comunicado.

Do ponto de vista do Governo português, “é da maior importância” ampliar a base de doadores que contribuem para o financiamento. Este desígnio deve chegar não só aos países desenvolvidos, mas também aos países em desenvolvimento com maior produto interno bruto (PIB) e nível de emissões per capita, entende a mesma entidade.

Outro dos objetivos passa por garantir que o financiamento público constitui uma componente central, devendo ser complementado com mais investimento privado, incluindo fontes inovadoras de financiamento.

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Construtoras espanholas alinham consórcios para segundo troço da Alta Velocidade

Sacyr, Acciona, FCC e e Ferrovial vão avançar com propostas para o concurso de construção e desenvolvimento do segundo troço da Alta Velocidade, entre Oiã e Soure.

As principais construtoras espanholas já têm alinhados os consórcios para concorrer à construção do segundo troço da linha de Alta Velocidade entre o Porto e Lisboa. Sacyr, Acciona, FCC e e Ferrovial vão concorrer com o agrupamento liderado pela Mota-Engil, noticia o El Economista.

O jornal espanhol, que cita fontes conhecedoras do processo, avança que a Sacyr, que em Portugal detém a Somague e a Neopul, mantém a associação à DST (Domingos da Silva Teixeira e à ACA (Alberto Couto Alves). A construtora espanhola ficou fora do concurso para o primeiro troço, depois de não ter conseguido entregar a proposta dentro do prazo.

O outro agrupamento espanhol junta três grandes grupos espanhóis: Acciona, FCC e Ferrovial, que acabaram por não ir ao primeiro concurso.

O Governo e o agrupamento liderado pela Mota-Engil já antecipavam concorrência espanhola na Parceria Público Privada (PPP) para o troço entre Oiã (Aveiro) e Soure (Coimbra), como noticiou o ECO. A menor complexidade de construção desta segunda PPP é apontada pelas fontes contactadas pelo ECO como um fator que atrairá candidatos, sendo que o valor concurso é apenas 3,6% mais baixo do que na primeira PPP.

A conceção, construção e manutenção do primeiro troço, entre a Campanhã (Porto) e Oiã (Aveiro), foi adjudicado no mês passado ao consórcio Lusolav, que integra as construtoras Mota-Engil, Teixeira Duarte, Casais, Gabriel Couto, Alves Ribeiro e Conduril. O grupo entregou a única proposta validada pelo júri.

O El Economista avança outras empresas interessadas, que também não chegaram a avançar com propostas. A concessionária portuguesa Ascendi juntou-se com a italiana Webuild, a andaluza Azvi e o fundo britânico TIIC, mas a saída da Webuild levou à dissolução do consórcio. As espanholas OHLA y Comsa uniram-se às francesas NGE e TSO e poderão avançar no segundo concurso, lançado em julho e que decorre até janeiro.

O segundo troço incluirá apenas a adaptação da atual Estação de Coimbra às necessidades da Alta Velocidade, a quadruplicação da Linha do Norte entre Taveiro e a entrada sul da Estação de Coimbra e uma subestação de tração elétrica na zona de Coimbra. O preço base do concurso, em valor atual líquido, é de 1.604 mil milhões de euros, com a IP a referir um investimento total de 1.918 milhões.

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Região de Setúbal cria categoria de vinhos Castelão Extreme

Após o registo definitivo e a aprovação do regulamento, "em breve" serão certificados os primeiros vinhos habilitados a ostentar a marca, sob controlo da Comissão Vitivinícola Regional da Península.

Com o objetivo de “preservar e valorizar as vinhas velhas da casta Castelão, em que a região é pródiga”, a Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal (CVRPS) anunciou a criação de uma nova categoria de vinhos da região: o Castelão Extreme.

Esta casta, uma das mais plantadas no país, ocupa atualmente 9.159 hectares, 40% dos quais estão na Península de Setúbal, o que a torna na casta dominante nesta região: preserva 342 parcelas de vinha velha de Castelão, com mais de 40 anos, que perfazem 600,28 hectares, 16% do total.

“O conselho geral decidiu que tínhamos de avançar para a preservação desta “mais-valia”, sob a forma de criação duma ‘marca coletiva’, da qual a CVRPS seria o detentor e o guardião, o que aconteceu no verão deste ano”, afirma o presidente da CVRPS, citado em comunicado.

Henrique Soares adianta que “após o registo definitivo da marca e a aprovação do seu regulamento de utilização, em vinhos de Denominação de Origem Palmela e Indicação Geográfica Península de Setúbal, dentro em breve poderemos vir a certificar os primeiros vinhos habilitados a ostentar esta marca, sob o estrito controlo da Comissão Vitivinícola da Península de Setúbal, em parceria com o parceiro vitícola: a Associação dos Vitivinicultores de Palmela (AVIPE)”.

O uso desta nova marca, “Castelão Extreme” só pode ser utilizada em vinho oriundo duma parcela de vinha integralmente plantada com a casta, isto é: 100% Castelão. O vinho assim obtido terá de cumprir um estágio mínimo de 36 meses, dos quais, poderão ser, pelo menos, 12 meses em garrafa.

Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal

Em comunicado, a comissão vitivinícola lidera por Henrique Soares explica que “segundo o regulamento que define as condições de uso desta nova marca, “Castelão Extreme”, a mesma só pode ser utilizada em vinho oriundo duma parcela de vinha integralmente plantada com a casta, isto é: 100% Castelão. O vinho assim obtido terá de cumprir um estágio mínimo de 36 meses, dos quais, poderão ser, pelo menos, 12 meses em garrafa”.

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Euribor cai a 12 meses para mínimo desde outubro de 2022

  • Lusa
  • 11 Novembro 2024

Esta segunda-feira, a Euribor caiu para 2,528% no prazo mais longo (12 meses), mas subiu a três e a seis meses, para 3,040% e 2,831%, respetivamente.

A Euribor subiu esta segunda-feira a três e seis meses e desceu a 12 meses para um novo mínimo desde outubro de 2022. Com estas alterações, a taxa a três meses, que avançou para 3,040%, continuou acima da taxa a seis meses (2,831%) e da taxa a 12 meses (2,528%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro de 2023, avançou para 2,831%, mais 0,009 pontos.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, recuou para 2,528%, menos 0,006 pontos do que na sexta-feira e um novo mínimo desde 6 de outubro de 2022.
  • Noutro sentido, a Euribor a três meses subiu, ao ser fixada em 3,040%, mais 0,008 pontos do que na sessão anterior.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a setembro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,26% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 33,37% e 25,46%, respetivamente.

A média da Euribor em outubro desceu a três, a seis e a 12 meses, mais acentuadamente do que em setembro e com mais intensidade nos prazos mais curtos.

Em 17 de outubro, o Banco Central Europeu (BCE) cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar “no bom caminho” e a uma atividade económica pior do que o previsto.

Depois do encontro de 17 de outubro na Eslovénia, o BCE tem marcada para 12 de dezembro a última reunião de política monetária deste ano.

Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Trabalho a tempo parcial cresce. É mais frequente entre mulheres com filhos

Cerca de 7% dos trabalhadores portugueses estão em regime de "part-time". Fatia está bem abaixo da média europeia, mas aumentou em comparação com o último ano.

O trabalho a tempo parcial aumentou no último ano tanto em Portugal, como no conjunto da União Europeia (UE), de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Eurostat. Esta modalidade de trabalho é mais frequente entre as mulheres, especialmente as trabalhadoras que têm filhos.

“Em 2023, a fatia de trabalhadores a tempo parcial na UE foi de 17,1%, um aumento ligeiro face aos 16,9% registados em 2022″, informou o gabinete de estatísticas, num destaque publicado esta manhã.

Já em Portugal, 7% da população empregada cumpriu as suas funções em regime de part-time em 2023, um valor abaixo da média comunitária, mas acima dos 6,6% registados no ano de 2022.

Apesar destes aumentos homólogos, o Eurostat realça que nos últimos dez anos o trabalho a tempo parcial tem diminuído “de forma lenta, mas consistente”. Se em 2014, 19,1% dos trabalhadores da União Europeia estavam nessa situação, hoje, como já vimos, 17,1% estão a tempo parcial nos seus empregos.

Em Portugal, a tendência verificada na última década foi semelhante. Em 2014, 8,5% dos trabalhadores exerciam as suas funções em regime de part-time, o que compara com a fatia de 7% registada em 2023, conforme já referido.

Por outro lado, o gabinete de estatísticas destaca que há diferenças significativas entre géneros, no que diz respeito à adesão ao trabalho a tempo parcial.

Em 2023, 31,8% das mulheres europeias empregadas e com filhos estavam nessa situação, o que contrasta com 20% das mulheres empregadas sem filhos. Compara também com 5% dos homens empregados com filhos empregados a tempo parcial e com 7,3% dos homens empregados sem filhos nessa situação.

A diferença no trabalho a tempo parcial entre homens e mulheres com filhos foi, portanto, significante: 26,8 pontos percentuais em 2023. E entre os homens e as mulheres sem filhos foi menos de metade: 12,7 pontos percentuais”, sublinha o Eurostat.

Os maiores fossos entre trabalhadores e trabalhadores com filhos foram registados na Áustria, na Alemanha e nos Países Baixos: 61,2 pontos percentuais, 57,2 pontos percentuais e 54,8 pontos percentuais, respetivamente. Esses são também os três países da União Europeia com as maiores fatias de mulheres com filhos empregadas a tempo parcial.

Em contraste, a Roménia foi o único país do bloco comunitário onde a fatia de homens (com ou sem filhos) a trabalhar em part-time foi maior do que a fatia feminina. Nesse país, 2,9% dos homens com filhos e 3,5% dos homens sem filhos trabalham a tempo parcial, contra 2,4% das mulheres com filhos e 2,7% das mulheres sem filhos.

E em Portugal? Por cá, 4,3% dos homens trabalharam a tempo parcial em 2023 e 9,7% das mulheres estiveram nessa situação. É o correspondente a um fosso de 5,4 pontos percentuais, bem distante do registado no norte do Velho Continente.

É que nesses países (por exemplo, na Alemanha e nos Países Baixos, conforme mencionado), o trabalho a tempo parcial das mulheres após o nascimento entre os filhos é mesmo mais comum do que noutros Estados-membros (ver gráfico acima), como Portugal, onde os baixos salários, inviabilizam esse caminho, de acordo com os especialistas.

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Mota-Engil fecha contratos de 1,4 mil milhões na mineração de ouro em África

Com estes novos contratos, a carteira de encomendas do grupo português aumenta para cerca de 15,5 mil milhões de euros. Ações reagem em alta: títulos seguem a valorizar 2,82% para 2,624 euros.

A Mota-Engil, através da sua participada Mota-Engil África, fechou seis contratos com a empresa de mineração de ouro Allied Gold Corporation, no valor de 1,4 mil milhões de euros, para a “operação de todos os seus ativos em produção (Mali e Costa do Marfim) e uma adjudicação” de uma nova mina na Etiópia.

“Assumindo progressivamente a atividade de serviços de engenharia de suporte aos diversos ativos da Alllied Gold, na Costa do Marfim, Mali e Etiópia, a Mota-Engil acresce desta forma cerca de 1,4 mil milhões de dólares à sua carteira de encomendas em projetos com duração variável, entre os 38 e 60 meses, que terminarão, no caso do projeto na Etiópia, em 2030″, aponta a empresa liderada por Carlos Mota dos Santos, em comunicado à CMVM.

A empresa portuguesa refere que “estes novos contratos e a relação de verdadeira parceria com a Allied Gold, reforçam o posicionamento da MOTA-ENGIL ÁFRICA como empresa líder de relevo nos serviços de apoio à atividade de mineração no continente africano e permitem o aumento da carteira de encomendas nesta área para cerca de 4 mil milhões de euros e do Grupo para cerca de 15,5 mil milhões de euros.”

O grupo de construção e de engenharia português tem vindo a fechar vários contratos nos últimos meses, que têm permitido à empresa, que fechou o primeiro semestre do ano com uma subida dos lucros de 65% para 49 milhões de euros milhões, reforçar a sua carteira de encomendas.

Em julho, assinou um contrato com a Pemex Transformación Industrial, subsidiária da empresa petrolífera estatal mexicana, Petróleos Mexicanos, para a construção de uma unidade industrial de fertilizantes no país, um contrato no valor de 1,2 mil milhões de dólares, que integra a sua associada Duro Felguera. Ainda no mesmo mês, fechou a extensão de um contrato em Guiné por 290 milhões de euros e, em setembro, Mota-Engil estendeu o contrato de mineração em Moçambique com a Vulcan, subsidiária do Grupo Jindal, até 31 de dezembro de 2027, por 576 milhões de euros.

Grupo compra 24% de espanhola Remo

A expansão internacional é uma das prioridades da empresa portuguesa, que, no final da semana passada, informou que a sua subsidiária Mota-Engil Renewing, a cleantech do grupo, comprou uma participação de 24% do capital da espanhola Remo Sustainable Mobility, uma empresa do setor de infraestruturas de carregamento para veículos elétricos.

“Com o objetivo de apoiar a concretização do seu plano de expansão internacional, a Mota-Engil Renewing irá inicialmente deter uma participação de 24% na sociedade de direito espanhol, podendo aumentá-la de acordo com o plano de crescimento previsto para os próximos anos nas áreas de mobilidade”, explica a empresa em comunicado.

O mesmo comunicado adianta que “este investimento é mais um passo na estratégia da Mota-Engil Renewing de entrada no mercado espanhol, reforçando o seu posicionamento como um player internacional de referência, que tem por meta alcançar os 7.500 postos de carregamento até 2028 em Portugal, Espanha e Polónia.”

As ações da empresa estão a reagir em alta a estes dois anúncios. Os títulos seguem a valorizar 2,82% para 2,624 euros.

(Notícia atualizada às 11h45)

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Há mais autarquias a suspender registos de alojamento local, além de Lisboa e Porto

  • ECO
  • 11 Novembro 2024

Sintra, Viana do Castelo e Vila Nova de Gaia já congelaram registo de novos alojamentos locais, enquanto Cascais, Odivelas, Vila do Conde e Braga preparam regulamentos no mesmo sentido.

Nas últimas semanas, Lisboa e Porto, as duas maiores autarquias do país e que reúnem um quarto do total de alojamentos locais em Portugal continental, congelaram temporariamente o registo de novos estabelecimentos em algumas das zonas mais pressionadas das cidades. Mas há outros municípios a implementar regulamentos para controlar a criação destes espaços, depois de a alteração à lei do Governo de Luís Montenegro, em vigor desde 1 de novembro, ter dado esta possibilidade às autarquias.

De acordo com o Jornal de Notícias (acesso pago), Sintra tem congelada a abertura de novos processos, Vila Nova de Gaia vai manter as autorizações suspensas, o que já está em vigor desde janeiro, e em Viana do Castelo estão “suspensos os registos de alojamento local na modalidade de apartamento”. Outros concelhos dos distritos do Porto e Lisboa preparam-se para seguir o mesmo caminho, como Cascais, Odivelas, Vila do Conde e Braga. Aveiro, por sua vez, discorda de um travão municipal.

O presidente da Associação de Alojamento Local em Portugal (ALEP), Eduardo Miranda,espera que “os regulamentos sejam feitos com calma e o mais rápido possível” e que “sigam as regras, os estudos e os rácios”, garantindo que o “alojamento local não é o problema da habitação” e que é possível “uma convivência” entre ambos. O alojamento local “é fundamental para se poder dispersar o turismo pelo país”, afirma o responsável.

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Garantia pública para jovens na habitação teve a adesão de 17 instituições de crédito

  • Lusa
  • 11 Novembro 2024

Em audição parlamentar no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2025, a ministra da Juventude reiterou que a medida "vai estar em pleno funcionamento" até ao final do ano.

A garantia pública no crédito à habitação a jovens está a ser “um sucesso”, tendo aderido 17 instituições de crédito, disse esta segunda-feira a ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, numa audição no Parlamento no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), em que reiterou que a medida “vai estar em pleno funcionamento” até ao final do ano.

A garantia pública para crédito à habitação para a primeira casa de jovens entre os 18 e os 35 anos permitirá ao Estado garantir, enquanto fiador, até 15% do valor da transação, estando abrangidas compras até 450 mil euros e jovens que não obtenham rendimentos superiores ao do oitavo escalão do IRS (81.199 euros de rendimento coletável anual).

Segundo a governante, esta, a par com a isenção de IMT, imposto de selo e emolumentos na compra da primeira habitação para os jovens até aos 35 anos ou o reforço do Porta 65 são medidas que têm como intuito responder “diretamente a um dos maiores entraves” à emancipação dos jovens, que “é a habitação”.

Desde agosto, a isenção de IMT, imposto de selo e emolumentos na compra da primeira habitação para os jovens até aos 35 anos chegou a mais de 8.500 jovens” e a expectativa do Governo “é que chegue a muitos mais”, precisou Margarida Balseiro Lopes.

Já no que diz respeito à reformulação do programa Porta 65, a ministra lembra que o Executivo removeu o “limite máximo de renda”, simplificou o processo de candidatura e reforçou a dotação do programa de “37 para 63 milhões de euros”.

“Os resultados foram verdadeiramente positivos”, destacou, indicando que “desde setembro o número de candidaturas praticamente igualou o total registado entre janeiro e setembro“.

Atribuídos 2.355 cheques psicólogos e 1.019 cheques nutricionistas

A ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, revelou ainda que foram atribuídos até novembro 2.355 cheques psicólogos e 1.019 cheques nutricionistas, maioritariamente a mulheres de Lisboa e do Porto.

Em relação ao cheque psicólogo, Margarida Balseiro Lopes adiantou que foram pedidos 3.690 cheques, tendo sido atribuídos 2.355, enquanto em relação ao cheque nutricionista, foram pedidos 2.781 e atribuídos 1.019.

Segundo os dados apresentados pela ministra, em 75% dos casos são raparigas que pedem o cheque psicólogo, adiantando que mais de 50% dos cheques pedidos foram no Porto e em Lisboa, seguindo-se Coimbra, Braga e Aveiro, “com cerca de 250 a 400 pedidos cada um”.

“A maior parte destes pedidos vem de alunos de licenciatura, mas há também pedidos em menor número de mestrado ou alunos de mestrado integrado”, adiantou Balseiro Lopes. Acrescentou que os “números dos cheques nutricionistas são quase iguais”, sem concretizar.

Na sua intervenção inicial, a ministra anunciou que o programa Cuida-te foi reforçado com mais 2 milhões de euros, possibilitado a contratação de mais profissionais de saúde, entre psicólogos, nutricionistas e enfermeiros.

“Desde o dia 30 de setembro, os estudantes do Ensino Superior têm acesso, através do portal gov.pt, a mais de 100.000 consultas de psicologia e a mais de 50.000 consultas de nutrição por ano. Só no primeiro mês, já recebemos mais de 6.500 pedidos, o que reflete a urgência e a relevância desta medida”, revelou a governante.

A introdução de cheques-psicólogo a serem distribuídos pelas Instituições de ensino custa 1,5 milhões de euros este ano e 3,75 milhões de euros no próximo ano, enquanto os cheques-nutricionistas custarão 750 mil euros em 2024 e 1,875 milhões de euros em 2025.

O reforço do número de psicólogos, nutricionistas e enfermeiros do programa Cuida-te tem um impacto financeiro de 675 mil euros este ano e de dois milhões de euros em 2025, enquanto o plano de emergência para o alojamento estudantil de 15,5 milhões de euros este ano e de 39,9 milhões de euros em 2025.

Em matéria de apoio aos jovens, Margarida Balseiro Lopes disse que juntando IRS Jovem, IMT, alojamento estudantil ou respostas de saúde mental, o Governo destinou cerca de 629 milhões de euros.

A ministra admitiu que medidas isoladas não produzam efeitos, mas aproveitou para mostrar o impacto do IRS Jovem, dando como exemplo um jovem que ganhe mil euros e que num prazo de cinco anos poupa cerca de 3.828 euros.

“Este jovem, em 10 anos, que é a proposta que consta do orçamento do Estado, vai poupar 7.274 euros. Se considerarmos, por exemplo, um jovem com rendimento de 1.500 euros, e estou obviamente a falar de brutos, este jovem poupa durante 5 anos 9.072 euros, mas se tivermos em consideração o horizonte de 10 anos, que é aquilo que consta da proposta do orçamento para 2025, vai poupar cerca de 7.545 euros”, explicou. Defendeu que é um contributo “no sentido correto” e acrescentou que em relação ao IMT “houve cerca de 8.500 jovens que desde agosto beneficiaram da medida”.

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É oficial. João Pereira substitui Ruben Amorim como treinador do Sporting

  • ECO
  • 11 Novembro 2024

O ex-futebolista João Pereira, que até agora treinava a equipa B do Sporting, rende Ruben Amorim no comando técnico da equipa de futebol que lidera o campeonato em Portugal.

O Sporting Clube de Portugal confirmou esta segunda-feira o nome de João Pereira como substituto de Ruben Amorim, que saiu para o Manchester United, no comando técnico da equipa de futebol.

O ex-futebolista era até agora treinador da equipa B dos leões, que disputa a Liga 3. O anúncio foi feito esta manhã em comunicado enviado à CMVM. Às 12h será apresentado no Hall VIP do Estádio José Alvalade pelo presidente do clube, Frederico Varandas.

Tiago Teixeira, José Caldeira, António Calça e Pina, Hugo Borges, Tiago Ferreira e Luís Neto completam a equipa técnica da equipa principal masculina de futebol profissional da Sporting SAD, “a qual assumirá de imediato o comando técnico”.

Os atuais campeões nacionais lideram a classificação da Liga Betclic com 33 pontos, mais seis do que o FC Porto e mais oito que o Benfica (menos um jogo), além de serem segundos na Liga dos Campeões.

Tenho muito poucas dúvidas de que daqui a quatro ou cinco anos [João Pereira] estará num dos clubes mais poderosos da Europa.

Frederico Varandas

Presidente do Sporting

Em conferência de imprensa, Frederico Varandas reconheceu que a ascensão de João Pereira ao cargo “acontece sete meses antes do planeado”. “É uma escolha simples, natural, mas que teve início há cerca de quatro anos. (…) Sempre demonstrou liderança, caráter e um entendimento do jogo anormal para um jogador”, completou.

O presidente leonino diz que tem agora “o mesmo sentimento” que teve quando apresentou Ruben Amorim, acrescentando ter “muito poucas dúvidas de que daqui a quatro ou cinco anos [João Pereira] estará num dos clubes mais poderosos da Europa”. Prometeu ainda que o clube vai “proteger e permitir que cresça enquanto treinador”.

(Notícia atualizada às 12h05 com declarações de Frederico Varandas)

 

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Empreendedorismo à procura da ‘receita’ para escalar. ECO magazine chega às bancas

  • ECO
  • 11 Novembro 2024

O ECO também é uma edição mensal, premium, em papel, com a assinatura “A ECOnomia nas suas mãos” e o mesmo compromisso com os leitores. A nova edição chegou às bancas.

Engenheira de telecomunicações, aos 24 anos Cristina Fonseca cofundou a Talkdesk, plataforma de contact center na cloud, um dos seis unicórnios nacionais, depois criou a Cleverly.ai, comprada pela multinacional Zendesk, onde é vice-presidente para a área de Produto. A ainda administradora não executiva na Galp é a entrevistada nesta edição especial do ECO magazine dedicada aos empreendedores nacionais.

Empreendedora e investidora — é sócia-fundadora da Indico Capital, empresa de capital de risco que tem 217 milhões de euros sob gestão e já investiu 90 milhões em 49 empresas —, Cristina Fonseca tem uma visão global sobre o empreendedorismo nacional — para o qual ainda se olha como se fosse “um festival” — e os obstáculos que enfrenta.

Não há incentivos para os privados colocarem capital sob a gestão dos fundos e se o SIFIDE (Sistema de Incentivos Fiscais em Investigação e Desenvolvimento Empresarial) trouxe maior liquidez ao ecossistema, a investidora receia que muito desse dinheiro não seja aplicado “de forma produtiva”.

Faltam mais unicórnios nacionais (empresas avaliadas em mil milhões de dólares) — mas duvida que nasçam em “fábrica” — e tecnológicas com dimensão no país. Mais do que o IRS Jovem, a forma de fixar talento no país.

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No momento em que se realiza mais uma edição da Web Summit Lisboa, mergulhamos a fundo no ecossistema de empreendedorismo português e falamos com os protagonistas — fundadores, investidores, incubadoras — para perceber quais os principais obstáculos para o ecossistema escalar. É o tema do Capital: “Nação startup à procura do ‘efeito Ronaldo’ para escalar”.

Na opinião, ouvimos os fundadores de unicórnios e scaleups Marcelo Lebre (Remote), Diogo Mónica (Anchorage Digital), José Sacadura (Powerdot) e Vasco Pedro sobre os desafios que enfrenta o ecossistema e o que mais pode ser feito para o dinamizar.

Nesta edição especial do ECO magazine dedicada aos empreendedores nacionais fomos ainda à cidade dos arcebispos visitar a Startup Braga, incubadora que tem planos para lançar um novo cluster temático, num investimento de cinco milhões de euros. Os planos podem ser lidos no Chão de Fábrica: “Braga acolhe novo cluster de BioMedTech”.

“Como as mulheres estão a transformar a riqueza global (e brevemente o mundo)” foi o assunto em análise nesta edição em Portefólio Perfeito.

O ECO magazine traz também os contributos das diversas marcas que fazem parte do universo ECO.

“Tecnologia abre a porta a fraudes no recrutamento” é o tema desta edição do Trabalho by ECO; enquanto no Local Online ouvimos empresários afetados pelos incêndios em setembro e o resultado é “Depois dos incêndios, empresários aguardam apoios do Estado para recuperar os negócios”.

“Insurtech. O que existe no mercado e o que aprenderam as incumbentes” é o tema proposto no ECO Seguros; e na Advocatus fomos conhecer dois novos projetos no setor: “De grandes escritórios para projetos de raiz. Estes players pretendem marcar pela diferença”.

“Petróleo e gás rendem mais que o ‘verde’. Mas há pressão para a transição” é o tema que pode ler nesta edição em Capital Verde; em Fundos Europeus fomos ver quais os “Projetos do PRR na corda bamba”; e a +M foi ouvir o mercado sobre o fim da publicidade da RTP, no âmbito do Plano de Ação para os Media, avançado pelo Governo: “RTP sem publicidade: prós e contras”.

E depois dos negócios, ficam as sugestões de business & leisure da Time Out, parceira editorial do ECO, com sugestões de espaços para relaxar. Nesta edição voltamos à estrada com o Auto ECO onde, todos os meses, testamos algumas das propostas do mundo automóvel.

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Editorial

O empreendedorismo morreu?

Quando a Web Summit se mudou para Portugal, viveu-se um tempo especial, de esperança, talvez até um pouco ingénua, na força e capacidade do empreendedorismo, especialmente o tecnológico, de mudar o país. Nasceram unicórnios com passaporte português — isto é, empresas que chegaram a uma valorização superior a mil milhões de dólares — a pensar de forma global, de tal maneira que quase todos acabaram por mudar as suas sedes para as capitais onde estavam, e estão, os grandes fundos de private equity. Passados estes anos, ainda temos empreendedorismo?

Nesta edição especial do ECO magazine, que antecipa mais uma edição da Web Summit, uma entrevista exclusiva com Cristina Fonseca, a engenheira de telecomunicações que, aos 24 anos, cofundou a Talkdesk, que é de leitura obrigatória. O fenómeno de criação de unicórnios abrandou em todo o mundo, e não apenas em Portugal. Por outro lado, é particularmente crítica sobre o regime SIFIDE e a aplicação desses fundos. Mas há uma reflexão ainda mais importante, de quem é hoje investidora: “A Talkdesk, a Feedzai, a Outsystems responderam a problemas complexos, agora há muita gente a tentar resolver problemas comuns. Precisamos de mais sofisticação.” A crítica é brutal: fomos tomados pela preguiça, talvez embalados por um cansaço de modelos tipo Web Summit e dos próprios sistemas de incentivos, e não há fábricas de unicórnios que nos salvem.

Os rankings internacionais não servem só para dar boas notícias. Infraestruturas sólidas, bom tempo, baixo nível de custo de vida, talento de engenharia de elevada qualidade e os benefícios para a instalação de startups para fundadores não europeus em Portugal não foram benefícios suficientes para travar “uma das maiores descidas do top 30 global” no “Global Startup Ecosystem Index 2024”, da StartupBlink. Em 100 países e mil cidades monitorizadas, Portugal recuou três lugares para a 29.ª posição a nível global, tendo sido ultrapassado por Itália, e para a 17.ª na Europa.

O ecossistema de startups está na fase de amadurecimento e precisa de encontrar novos modelos de intervenção e de crescimento. Há novos clusters, que podem significar novas oportunidades. A reportagem desta edição na Startup Braga, muito próxima da Universidade do Minho, evidencia também o que são as dores de crescimento ao fim de dez anos, à procura de caminhos. Um deles, que pode ser replicado, é a aposta em setores específicos, que estejam menos saturados, e com capacidade de criar valor e escalar. Em Braga, por exemplo, é na saúde.

A Web Summit perdeu o brilho — ainda não se fez as contas ao custo/benefício dos cerca de dez milhões de euros ano que custa a Portugal, sobretudo quando a promessa de evento exclusivo desapareceu —, mas o empreendedorismo não morreu.

António Costa

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