Cerveira cria centro de inovação e prepara centro de negócios para 2025

  • Lusa
  • 29 Outubro 2024

Vila Nova de Cerveira formaliza, esta quarta-feira, o protocolo de cooperação com as empresas Brunswick, Ezpeleta, Vanguard Marine e Pralisa/MarFrio, no âmbito do projeto futuro centro de inovação.

Vila Nova de Cerveira vai ter um Centro de Inovação empresarial até ao fim do ano e um Centro de Negócios e ‘Coworking’ em 2025, num investimento superior a um milhão de euros, revelou esta terça-feira o presidente da autarquia, Rui Teixeira.

Queremos ser uma referência em investigação e desenvolvimento. Dados da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte colocam Vila Nova de Cerveira como o 15.º concelho mais exportador da região Norte, entre 86 municípios. Queremos agora captar investimento e recursos humanos especializados”, explicou, em declarações à Lusa, Rui Teixeira, presidente daquela câmara do distrito de Viana do Castelo.

O Centro de Inovação junta já quatro empresas “a trabalhar em projetos de inovação” e, “até ao fim do ano”, deve ocupar o espaço que lhe está destinado no edifício da antiga escola superior Galaecia, atualmente a sofrer “obras de adaptação” de cerca de 100 mil euros.

Queremos ser uma referência em investigação e desenvolvimento. Dados da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte colocam Vila Nova de Cerveira como o 15.º concelho mais exportador da região Norte, entre 86 municípios.

Rui Teixeira

Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira

“Já temos demonstração de interesse de mais empresas e podemos alargar a todas as empresas de Vila Nova de Cerveira ou de outros concelhos”, explicou o autarca, que na quarta-feira formaliza o protocolo de cooperação Centro de Inovação – Clube dos Fundadores, entre o município e as empresas Brunswick, Ezpeleta, Vanguard Marine e Pralisa/MarFrio, as quatro firmas que desde o início se associaram ao projeto.

De acordo com a autarquia de Vila Nova de Cerveira, o Clube dos Fundadores vai ser gerido “por um Conselho Diretivo composto por representantes da câmara e do tecido empresarial, responsáveis pela definição de estratégias e aprovação de projetos”.

O clube deve reunir-se “com uma periodicidade mínima de três meses” e o protocolo terá uma vigência de 36 meses.

Também no âmbito do Centro de Inovação, o Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP) da Universidade do Minho, sediado em Guimarães, vai ter um núcleo em Vila Nova de Cerveira, ao abrigo de um protocolo assinado em abril, acrescentou o autarca.

Já o Centro de Negócios e ‘Coworking’, que representa um investimento de um milhão de euros do município, tem conclusão prevista para maio de 2025, adiantou Rui Teixeira. “Será um espaço para empresas ou para jovens empresários que precisem, por exemplo, de uma sala de reuniões”, esclareceu.

A intenção do autarca é “apoiar as empresas na inovação e desenvolvimento”, levando ao crescimento de Vila Nova de Cerveira, nomeadamente no centro da vila.

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Exportações portuguesas aumentaram 10% no terceiro trimestre, acima das importações

  • Joana Abrantes Gomes
  • 29 Outubro 2024

Entre julho e setembro, as exportações e importações de bens terão crescido 9,9% e 6,6%, respetivamente. Trabalhos por encomenda explicam estimativa rápida do INE.

As exportações de bens terão aumentado 9,9% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, uma estimativa que fica acima da previsão de crescimento para as importações (6,6%), segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

A estimativa rápida, divulgada esta terça-feira pelo gabinete estatístico, ressalva, porém, que “estas variações refletem, em grande medida, acréscimos significativos nas transações de bens com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda, sem mudança de propriedade”.

Variação homóloga trimestral das exportações e importações

Fonte: INE

A confirmarem-se os dados do INE, significa que as transações de bens aumentaram entre julho e setembro pelo segundo trimestre consecutivo, depois de nos três meses anteriores as exportações e importações terem registado aumentos homólogos de 2,9% e de 0,8%.

O aumento nas transações de bens no período entre abril e junho inverteu um período de quatro trimestres consecutivos de variações negativas, quer nas exportações quer nas importações, segundo o INE.

No arranque do ano, as exportações portuguesas de bens ficaram 4,2% abaixo do registado nos primeiros três meses de 2023, enquanto as importações registaram uma diminuição de 6,2%, o que fez com que, no primeiro semestre, o saldo da balança comercial acumulasse um défice de 5.692 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 12h03)

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Moody’s atribui rating de Ba3 a obrigações que TAP pretende emitir

Agência americana considera que a nova emissão de obrigações que a companhia pretende realizar é "neutra" em termos de classificação de crédito.

A Moody’s atribuiu esta terça-feira um rating de Ba3 à emissão de 350 milhões de euros em obrigações que a transportadora pretende colocar no mercado. A classificação é a mesma já atribuída à companhia aérea.

“A TAP responde às próximas necessidades de refinanciamento com a transação proposta, enquanto os seus indicadores de crédito permanecerão praticamente inalterados. Não esperamos uma mudança significativa nos custos de juros da empresa, mas vemos um risco de aumento dos títulos propostos”, afirma a nota da Moody’s, acrescentando que considera “que a transação é neutra em termos de crédito“.

A companhia aérea anunciou na segunda-feira a intenção de emitir e vender títulos no montante global de 350 milhões de euros, com maturidade em 2029. A Moody’s antecipa que o financiamento será usado para “refinanciar 375 milhões em obrigações [que chegam à maturidade em dezembro] e 76 milhões em empréstimos bancários.

A Moody’s reviu em alta o rating da TAP em julho, para Ba3, um nível considerado de elevado risco. Já depois da decisão, a companhia aérea apresentou os resultados do primeiro semestre, que a agência americana considera que, “de um modo geral, foram ao encontro das expectativas”.

“A empresa conseguiu aumentar a receita em 3% na primeira metade de 2024 em comparação com o mesmo período em 2023, com base num maior número de passageiros e rendimentos ligeiramente superiores”, destaca a Moody’s.

“No entanto, os custos de pessoal mais elevados devido a novos acordos coletivos de trabalho, bem como custos pontuais com pessoal, levaram a sua rentabilidade, medida pela margem EBIT ajustada da Moody’s, a diminuir para 10,5% face aos 11,5% nos últimos 12 meses até junho de 2024”, nota a agência. A rentabilidade “mantém-se estruturalmente mais elevada em comparação com o período pré-pandemia, devido a várias medidas implementadas”, acrescenta.

A Moody’s espera que o rácio entre a dívida líquida e o EBITDA se mantenha abaixo de 4 vezes nos próximos 12 a 18 meses e destaca o “perfil de liquidez muito mais robusto“, com 1,2 mil milhões de euros no balanço, o que compara com 426 milhões em 2019.

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Valor dos instrumentos de controlo da despesa equivale a 1,5% do PIB, estima CFP

CFP estima que total desses instrumentos ascende a 4.13,2 milhões de euros em 2025 e assinala que parte é explicada por a proposta orçamental não prever um conjunto de exceções. 

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) calcula que o valor total dos instrumentos de controlo da despesa pública em 2025 mais do que duplica face ao aprovado em 2024, para um valor equivalente a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Na análise à proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), divulga esta terça-feira, a instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral explica que parte é explicada por a proposta orçamental não prever um conjunto de exceções.

O CFP estima que o total desses instrumentos ascende a 4.13,2 milhões de euros em 2025 e que compara com os 2.480,2 milhões de euros em 2024.

“Trata-se de um acréscimo de 1.833 milhões de euros que decorre sobretudo do aumento das cativações iniciais (de 1.244,1 milhões de euros, maioritariamente nos programas de Infraestruturas, Defesa e Finanças) e da dotação centralizada destinada à regularização de passivos e aplicação de ativos (aumento de 588,9 milhões de euros na despesa com ativos financeiros)”, explica.

Os técnicos dão ainda nota que para o aumento das cativações iniciais terá contribuído não só o aumento das dotações inscritas, mas também o facto de o OE2025 “não prever um conjunto de exceções que existiam anteriormente, reforçando assim o poder discricionário dos ministros setoriais”.

Assinala ainda que foi também eliminada a norma que limitava a aplicação de cativações iniciais, resultantes do OE2025 e do decreto-lei de execução orçamental, a um máximo equivalente a 90% dos cativos iniciais aprovados em 2017.

“A eliminação desse limite (que correspondia a cerca de 1,7 mil milhões de euros e que vigorou desde o OE2018) permite que as cativações iniciais para 2025 atinjam um novo máximo de 2,5 mil milhões de euros, um valor que supera os 1,9 mil milhões de euros, registados em 2017 e que corresponde a mais do dobro do montante aprovado para 2024″, indica.

Na segunda-feira, ao longo de uma audição no Parlamento, a generalidade dos partidos, à exceção dos que suportam o Governo, questionaram o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, sobre o valor das cativações. O governante repetiu diversas vezes que os valores de 2024 e 2025 não são comparáveis e que ao fazê-lo se “está a comparar maçãs com peras“.

Na apreciação do OE2025, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) voltou a criticar a utilização dos instrumentos de controlo de despesa não convencionais, alertando que são opacos e entrópicos e se sobrepõem aos tetos de despesa aprovados pelo Parlamento. A unidade coordenada por Rui Baleiras alertou para o impacto negativo nos serviços públicos.

Os instrumentos não convencionais, tal como as cativações, são exemplos deprimentes da Administração Pública a trabalhar para si própria“, pode ler-se no relatório entregue no fim de semana ao Parlamento pelos técnicos que dão apoio aos deputados.

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Acusação a Mexia e Manso Neto é “uma fuga para a frente”

É uma acusação que surge "porque tinha de surgir, sob pena de os titulares da investigação perderem a face", sublinham os advogados João Medeiros, Inês Almeida Costa e Rui Costa Pereira.

A defesa de António Mexia e João Manso Neto considera que a acusação do processo dos CMEC é “frágil e sem fundamento”.
Ao fim de mais de 12 anos de inquérito e depois de mais de 24 adiamentos para a conclusão da investigação, o Ministério Público proferiu “inevitavelmente um despacho de acusação relativo ao Caso EDP-CMEC. É uma acusação que surge porque tinha de surgir, sob pena de os titulares da investigação perderem a face”, sublinham os advogados João Medeiros, Inês Almeida Costa e Rui Costa Pereira.

AS equipa de defesa garante que estamos perante “uma acusação sem fundamento: as regras relativas à implementação
dos CMEC e à extensão do Domínio Público Hídrico foram fixadas em momento anterior à entrada de António Mexia e João Manso Neto no Conselho de Administração da EDP, não geraram qualquer benefício à empresa, as decisões foram sempre colegiais; e foram devida e amplamente escrutinadas, em particular pela Comissão Europeia”, diz a equipa de defesa da MFA Legal, em comunicado.

António Mexia e João Manso Neto são acusados pelo Ministério Público (MO) de terem corrompido Manuel Pinho, ex-ministro socialista da Economia, para obter 840 milhões de euros de benefícios para a EDP, segundo explica o comunicado enviado pela Procuradoria-Geral da República. O MP pediu ainda a perda de bens dos arguidos e de duas empresas do Grupo EDP (EDP, SA e EDP Gestão de Produção de Energia, SA) no valor desses mesmos 840 milhões de euros a favor do Estado.

De acordo com a acusação, os factos ocorreram entre 2006 e 2014 e, em síntese, relacionam-se com a transição dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE) para os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), designadamente com a sobrevalorização dos valores dos CMEC, bem como com a entrega das barragens de Alqueva e Pedrógão à Eletricidade de Portugal (EDP) sem concurso público e ainda com o pagamento pela EDP da ida de um ex-ministro para a Universidade de Columbia dar aulas.

Não tendo um Ministério Público persecutório sido capaz de tomar a única decisão objetivamente sustentável – o arquivamento do processo –, saudamos, no entanto, que, 12 anos depois, o processo possa transitar para a Magistratura Judicial. Desta forma e finalmente, António Mexia e João Manso Neto terão, pela primeira vez, a oportunidade de provarem a sua inocência e de se pronunciarem perante um interlocutor isento sobre os erros da “investigação” levados à acusação, de contribuírem para a clarificação de perceções públicas erróneas e de contarem com a análise de uma entidade competente e imparcial. Terminou a fase do arbítrio. Agora, é o momento da Justiça”

João Medeiros, Rui Costa Pereira e Inês Almeida Costa, advogados de Mexia e Manso Neto

O comunicado destaca assim cinco pontos que dizem ter sido ignorados pelo MP:

  • “A legislação relativa à transição do regime dos CAE (Contratos de Aquisição de Energia) para os CMEC (Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual) – supostamente lesiva do Estado português – foi aprovada em 2004 e, nessa altura, nenhum dos arguidos estava na Administração da EDP”;
  • “A implementação da legislação de 2004, feita em 2007 pelo Governo que Manuel Pinho integrou como Ministro da Economia, não só não beneficiou a EDP como a prejudicou em benefício do Estado. Isto porque introduziu um fator corretivo não antecipado em 2004, que obrigou a EDP a proceder a um pagamento suplementar não previsto no valor de 755 milhões de euros (que acresceu aos 1356 milhões de euros, relativos ao valor residual das centrais, que a EDP tinha direito a receber no
    final dos CAE, mas do qual abdicou, como forma de pagamento pela extensão do domínio público hídrico, tal como já estava previsto desde 2004)”;
  • “O acerto das decisões quanto à avaliação dos CMEC e do domínio público hídrico, e respetivos pressupostos – que o Ministério Público coloca em xeque na acusação –, já foi confirmado a posteriori pela Comissão Europeia em duas decisões proferidas no âmbito de processos de investigação: (i) Decisão de 18.09.2013, que confirmou a legalidade do regime dos CMEC (já antes assegurada por Decisão da mesma Comissão de 22.09.2004); (ii) Decisão de 15.05.2017, que declarou que o processo levado a cabo a propósito da (inerente) extensão da utilização dos recursos hídricos para a produção da energia hidroelétrica também não apresentava qualquer dúvida de legalidade, seja em procedimento, seja em valor, considerando adequados os critérios de avaliação adotados e justo o valor pago”;
  • “A atribuição à EDP dos direitos de exploração das centrais do Alqueva e de Pedrogão, sem realização de concurso público, mais não foi do que a concretização de direitos reconhecidos à EDP desde há vários anos, designadamente desde a publicação do Decreto-lei 116/73 de 22 de março”;
  • “Todas as decisões que o Ministério Público aponta como ilegais foram decisões colegiais, ratificadas pelo Conselho Geral de Supervisão (órgão máximo da companhia) e que era presidido pelo representante designado pelo próprio Estado,
    e nunca apenas tomadas por qualquer um dos arguidos”.

Segundo os advogados, o Ministério Público sempre negou o óbvio, “varrendo para debaixo do tapete as múltiplas provas que
existem no processo e que demonstram a legalidade da atuação dos arguidos, que se limitou à defesa dos interesses da EDP e do Estado, seu, então, principal acionista, circunstância que não é, de forma alguma, despicienda”, diz o mesmo comunicado.

António Mexia, CEO da EDP, em entrevista ao ECO - 22JAN20
Esta acusação é uma “fuga para a frente”, que assenta numa investigação não isenta, que se foi arrastando e que nunca teve como propósito o real apuramento da verdade. Não tendo um Ministério Público persecutório sido capaz de tomar a única decisão
objetivamente sustentável – o arquivamento do processo –, saudamos, no entanto, que, 12 anos depois, o processo possa transitar para a Magistratura Judicial. Desta forma e finalmente, António Mexia e João Manso Neto terão, pela primeira vez, a
oportunidade de provarem a sua inocência e de se pronunciarem perante um interlocutor isento sobre os erros da “investigação” levados à acusação, de contribuírem para a clarificação de perceções públicas erróneas e de contarem com a análise de uma entidade competente e imparcial. Terminou a fase do arbítrio. Agora, é o momento da Justiça.

Assistimos a tudo isto “num processo declarado acelerado, onde a atividade do Ministério Público foi periodicamente escrutinada pela hierarquia que, não podendo tolerar mais desculpas para o prolongamento do inquérito, fixou um prazo máximo para que fosse proferido um despacho final. Agora, ao fim de mais de uma década, o embaraço da enormidade dos recursos canalizados para investigação ou o esgotamento da tolerância hierárquica ou ambos, não permitiram ao Ministério Público continuar a protelar a acusação, sem mais indícios do que aqueles que tinha em 2017 e autonomizando do processo os assuntos que para ele
tinham sido artificialmente transferidos”, acrescentaram os advogados.

Quais os crimes imputados a cada arguido?

  • António Mexia — Ex-presidente executivo da EDP: um crime corrupção ativa para ato ilícito de titular de cargo político.
  • João Manso Neto — Ex-presidente da EDP Renováveis e ex-administrador da EDP: um crime corrupção ativa para ato ilícito de titular de cargo político.
  • Manuel Pinho — Ex-ministro da Economia do Governo socialista de José Sócrates: um crime corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político.
  • João Conceição — Ex-assessor do ministro Manuel Pinho no Ministério da Economia: um crime corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político.
  • Miguel Barreto — Ex-diretor-geral da Energia: um crime corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político.
  • Rui Cartaxo — Ex-assessor de Manuel Pinho no Ministério da Economia: um crime corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político.

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Reino Unido sanciona três agências de relações públicas russas por manipulação de informação sobre a Ucrânia

  • Lusa
  • 29 Outubro 2024

As empresas e os seus dirigentes são acusados de gestão de divulgação de mentiras nas redes sociais em grande escala. As sanções implicam a proibição de operarem e entrarem no Reino Unido.

O Reino Unido sancionou três agências de relações públicas russas e três indivíduos por tentativa de desestabilizar a Ucrânia e a sua democracia, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, em comunicado.

Tratam-se da Agência de Desenho Social (SDA, na sigla em Inglês), financiada diretamente pelo Estado russo, que, com a sua empresa associada Structura, procurou atacar o regime ucraniano e enfraquecer o apoio internacional que lhe é dirigido, e ainda da Ano Dialog.

O Ministério detalhou que a também procurou incentivar, durante este ano, protestos em vários Estados europeus.

Os indivíduos em causa são Ilya Andreevich Gambashidze, fundador da SDA, Nicolai Tupikin, diretor executivo da SDA e proprietário da Structura, e Andrei Perla, diretor de projetos da SDA.

O titular da pasta, David Lammy, disse que o presidente russo, Vladimir Putin, “está tão desesperado para conseguir reduzir o apoio europeu à Ucrânia que está a recorrer a manobras torpes”.

No texto, acusam-se as empresas e os seus dirigentes de gestão de divulgação de mentiras nas redes sociais em grande escala. Estas táticas estão concebidas para ocultar a verdade sobre a invasão ilegal da Ucrânia pela Federação Russa e escamotear a sua verdadeira natureza, acrescenta-se.

As sanções implicam em geral a proibição dos sancionados operarem ou entrarem no Reino Unido.

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Fundador do TikTok é a pessoa mais rica da China

  • Lusa
  • 29 Outubro 2024

A fortuna de Zhang ascende a 350 mil milhões de yuan (45,36 mil milhões de euros), o que faz dele o primeiro bilionário nascido na década de 1980 a chegar ao topo da lista.

Zhang Yiming, fundador da ByteDance, empresa-mãe da aplicação de partilha de vídeos TikTok, ascendeu pela primeira vez a pessoa mais rica da China, segundo uma lista de bilionários de 2024 publicada esta terça-feira.

De acordo com a revista Hurun, conhecida como “Forbes chinesa”, a fortuna de Zhang ascende a 350 mil milhões de yuan (45,36 mil milhões de euros), o que faz dele o primeiro bilionário nascido na década de 1980 a chegar ao topo da lista, depois de ter subido quatro lugares, em relação à classificação de 2023.

A Hurun observou que a riqueza do empresário aumentou 105 mil milhões de yuan (13,6 mil milhões de euros), em relação ao ano anterior, um aumento de 43%, impulsionado pelo sucesso global das suas plataformas digitais, especialmente o TikTok.

Zhang, que fundou a ByteDance em 2012, transformou o setor do entretenimento e das redes sociais tanto na China como a nível internacional.

No entanto, o TikTok, a sua plataforma mais conhecida a nível mundial, enfrenta forte escrutínio nos Estados Unidos devido a alegações de danos para a saúde mental das crianças, violações da privacidade e riscos de segurança ligados à empresa-mãe chinesa, a ByteDance, e a possível influência do Governo chinês.

O relatório da Hurun revelou que, apesar do crescimento da ByteDance, a lista geral reflete um cenário económico mais desafiador: apenas 1.094 empresários ultrapassaram os 5 mil milhões de yuan (648 milhões de euros) em riqueza pessoal, uma queda de 12%, em relação a 2023.

A riqueza total dos empresários incluídos nesta lista diminuiu 10%, para 21 biliões de yuan (2,7 biliões de euros).

O “rei da água engarrafada”, Zhong Shanshan, com uma fortuna de 340 mil milhões de yuan (44,07 mil milhões de euros), cedeu o primeiro degrau do pódio dos milionários chineses, depois de quatro anos no topo da lista.

Em terceiro lugar está Ma Huateng, fundador da empresa de videojogos e redes Tencent, com 315 mil milhões de yuan (40,8 mil milhões de euros), após um aumento de 13% da sua riqueza.

Huang Zheng, fundador da Pinduoduo, o gigante chinês do comércio eletrónico e operador da aplicação internacional Temu, caiu para o quarto lugar, com 245 mil milhões de yuan (31,75 mil milhões de euros), afetado por uma diminuição de 9% do seu património.

Entre os novos nomes, destaca-se a família do magnata do imobiliário Li Ka-shing, que entrou pela primeira vez no top 10 com 175 mil milhões de yuan (22,68 mil milhões de euros).

Lei Jun, fundador da tecnológica Xiaomi, aumentou a sua fortuna em 38%, atingindo 130 mil milhões de yuan (16,85 mil milhões de euros).

Por cidades, Pequim, Xangai e Shenzhen têm o maior número de empresários na lista, com 115, 112 e 108, respetivamente.

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Mais otimista que Governo, CFP prevê excedente de 0,6% este ano e 0,4% em 2025

Conselho das Finanças Públicas considera previsões "plausíveis", apesar de existirem riscos e mostra-se mais confiante sobre o saldo e o rácio da dívida pública.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) está mais otimista do que o Governo e prevê um excedente orçamental de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e de 0,4% em 2025. A instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral acredita também num rácio da dívida pública abaixo do previsto pelo Ministério das Finanças.

Na análise à proposta do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), publicada esta terça-feira, o CFP considera que as previsões do Governo para o saldo e para o rácio da dívida pública são “plausíveis”, apesar de existirem riscos. A instituição dá nota que reviu em baixa a previsão de saldo orçamental para este ano em um ponto percentual face a setembro, devido à informação da nova série estatística do Instituto Nacional de Estatística (INE) e a incorporação de nova informação do Ministério das Finanças.

Ainda assim, as projeções fixam-se acima das inscritas pelo Governo na proposta orçamental, na qual aponta para um excedente de 0,4% este ano e 0,3% no próximo ano.

A justificar a diferença para 2024 está, segundo o CFP, “um menor valor nominal projetado para a despesa pública (sobretudo despesa corrente primária e de investimento) e um maior crescimento nominal projetado para a receita de impostos indiretos e contribuições“.

O CFP mostra-se também mais confiante do que o Governo numa maior redução do peso da dívida pública, prevendo que caia de 97,9% do PIB em 2023 para 92,3% em 2024 e 88,3% em 2025, enquanto o Ministério das Finanças estima um rácio de 95,9% este ano e 93,3% no próximo.

“No que se refere à dívida pública, o efeito do crescimento dos preços (implícitos no PIB) muito superior ao estimado pelo Ministério das Finanças induz um efeito dinâmico mais favorável acompanhado por um menor efeito do ajustamento défice-dívida”, explica relativamente aos dados de 2024. No que toca a 2025, a diferença resulta sobretudo um efeito ajustamento défice-dívida menos desfavorável, refletindo um menor volume de acumulação de depósitos face ao Ministério das Finanças, e um efeito dinâmico mais robusto.

Para o conjunto da receita, a projeção do CFP aponta para que eleve o seu peso para 44% do PIB em 2025, inferior em 1,4 pontos percentuais (pp.) ao previsto pelo Governo. Já para o peso da despesa primária (sem juros) no PIB projeta que atinja 41,5%, um valor abaixo dos 43% previstos pelo Ministério das Finanças.

Riscos orçamentais

O CFP alerta, contudo, que existem riscos associados às previsões orçamentais, entre os quais a receita fiscal e contributiva fixar-se abaixo do esperado devido à evolução da economia. “Na medida em que a receita pública é composta, em mais de 80%, pelo conjunto da receita fiscal e contributiva, e que as suas rubricas dependem da dinâmica apresentada pelas variáveis macroeconómicas sobre as quais incidem os impostos e taxas que as originam, a não concretização do cenário inscrito na POE/2025 [proposta do OE2025] poderá comprometer o nível de receita previsto pelo Ministério das Finanças”, indica.

Ademais, existe um risco de natureza descendente relacionado com “a falta de especificação da medida ‘combate à fraude e evasão fiscal’ em sede de IVA e IRC, que poderá ser de difícil concretização”.

Por outro lado, admite a “possibilidade de a carga fiscal nominal ficar acima da expectativa do Ministério das Finanças, caso o IRS, um imposto de natureza progressiva, apresente no mínimo uma dinâmica em linha com a evolução esperada para as remunerações, o que não confirmaria o aparente conservadorismo do Ministério das Finanças quanto a esta rubrica” e recorda que, desde 2020, a carga fiscal efetiva superou o valor esperado em todas as propostas de Orçamento de Estado apresentadas.

Do lado da despesa, identifica o risco das tensões geopolíticas, com impacto para o crescimento económico, bem como “a possibilidade de que a medida de alargamento da licença parental inicial possa impactar no OE2025, caso o respetivo diploma seja aprovado no Parlamento até ao final do corrente ano, bem como a eventual adoção de medidas de política adicionais”.

Sinaliza ainda o risco associado a passivos contingentes das Administrações Públicas e que podem materializar-se em despesa pública.

Por outro lado, refere que uma execução abaixo do previsto do investimento público “beneficiaria o saldo orçamental no curto prazo, embora com consequências adversas para o crescimento económico a médio prazo”. O CFP assinala ainda a notícia do ECO relativa à negociação de um acordo para o fim antecipado do mecanismo de capitalização contingente celebrado com o Novo Banco.

Segundo CFP desconhece-se “se a solução final garantirá que não ocorrerão novos pagamentos ou, em sentido contrário, um eventual recebimento de dividendos”.

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Lãnd Design Award desafia estudantes e profissionais a reinventar a lã

O concurso Lãnd Design Award Crédito Agrícola vai atribuir 6.500 euros a projetos de design que utilizem e reinventem a lã como matéria-prima principal.

Lãnd Design Award Crédito Agrícola29 outubro, 2024

Utilizar a lã como matéria-prima principal, de olhos postos na valorização deste produto endógeno, na sustentabilidade e na economia circular. É este o desafio lançado a estudantes e a profissionais da área de design para criarem peças inovadoras. Serão atribuídos prémios num valor total de 6.500 euros nesta segunda edição do concurso Lãnd Design Award Crédito Agrícola.

Este concurso divide-se em duas categorias: estudante de design — com a atribuição de um montante total de 1.500 euros — e sustentabilidade, destinado a profissionais de design ou de qualquer outra área criativa que serão premiados com 5.000 euros. Os vencedores serão conhecidos em junho, em Manteigas, na Serra da Estrela.

A iniciativa acontece no âmbito do Lãnd – Wool Innovation Week 2024, organizado pela Câmara Municipal de Manteigas e pela Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede de Aldeias de Montanha (ADIRAM). As duas entidades pretendem com este evento valorizar e reinventar a lã, os seus ciclos e recursos naturais, assim como incentivar o desenvolvimento da economia local enquanto valioso recurso endógeno.

Desde 2023 que Manteigas serve de cenário para o evento Lãnd Wool Inovation Week para celebrar a identidade da Serra da Estrela e a sua conexão natural com a lã e fomentar a inovação no design. Além de valorizar as paisagens de montanha, capacitar agentes e população e fortalecer as relações entre a montanha e a cidade.

A cerimónia de apresentação do Concurso Lãnd Design Award Crédito Agrícola 2024 acontece a 6 de novembro, na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.

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Portugal é dos países da UE com menos assimetrias regionais no emprego

A par da Dinamarca, Finlândia e Países Baixos, Portugal é dos países da UE com menos assimetrias regionais no que diz respeito à taxa de emprego. Já Itália destaca-se pelo motivo oposto.

Portugal é dos países da União Europeia (UE) onde as diferenças no emprego nas várias regiões são menos acentuadas, mostram os dados divulgados esta terça-feira pelo Eurostat. Já Itália, Bélgica e Roménia são os Estados-membros onde as assimetrias regionais são mais expressivas.

Comecemos pelo quadro global. De acordo com os dados divulgados esta manhã pelo gabinete de estatísticas, a taxa de emprego do bloco comunitário fixou-se em 75,3% no último ano, o correspondente a uma subida de 0,7 pontos percentuais face a 2022 e o valor mais elevado da série.

Mas há diferenças relevantes entre as regiões que compõem os vários Estados-membros. Uma das regiões da Polónia, por exemplo, registou uma taxa de emprego de 86,5%, a mais alta do bloco comunitário. Enquanto uma das regiões de Itália verificou uma taxa de emprego de 48,4%, a mais baixa da União Europeia, como mostra o mapa abaixo.

Já em Portugal, enquanto a região Norte contabilizou uma taxa de emprego de 76,8%, o Algarve ultrapassou a fasquia dos 80%.

Ainda assim, Portugal é dos países da União Europeia onde as diferenças regionais são menos acentuadas, de acordo com o Eurostat, a par da Dinamarca, Finlândia e dos Países Baixos. Em contraste, Itália registou as disparidades regionais mais expressivas, seguindo-se a Bélgica e a Roménia, indica o gabinete de estatísticas.

O Eurostat acrescenta que “todos os países da Europa oriental e os países bálticos, bem como a Dinamarca, a Irlanda, Espanha e Suécia reportaram taxas de emprego mais elevadas na região das cidades que são capitais”. Já na Alemanha, Bélgica e Áustria registaram das taxas mais baixas de emprego nessas regiões.

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Leitores preferem jornalismo de dados feito por jornalistas do que por IA, revela estudo

No geral, os leitores consideram os artigos produzidos através de IA "significativamente menos compreensíveis", sentindo que os mesmos contêm “palavras e frases inapropriadas, difíceis ou incomuns”.

Os leitores ainda preferem notícias baseadas em dados escritas por jornalistas em vez de textos criados através de inteligência artificial (IA), uma vez que os textos escritos de forma tradicional, por humanos, são mais fáceis de entender.

A conclusão é do estudo “Too many numbers and worse word choice: Why readers find data-driven news articles produced with automation harder to understand“, da Universidade Ludwig Maximilian de Munique, que entrevistou 3.135 leitores de notícias online no Reino Unido.

No âmbito do estudo, os entrevistados foram desafiados a classificar 24 textos jornalísticos baseados em dados, tendo metade sido produzidos com a ajuda de inteligência artificial e metade escritos manualmente por jornalistas.

No cômputo geral, os leitores acharam os 12 artigos produzidos através de inteligência artificial, significativamente menos compreensíveis, sentindo que os mesmos continham palavras e frases inapropriadas, difíceis ou incomuns”. Além disso, os leitores mostraram-se também insatisfeitos em relação ao uso de números e dados na construção dos textos escritos pela IA.

Os resultados mostram que “embora a perceção de notícias produzidas com automação não seja significativamente diferente daquela de notícias produzidas sem automação em relação ao tamanho de frases, parágrafos e estilo de escrita, as histórias produzidas com automação foram avaliadas como significativamente menos compreensíveis“, refere-se no estudo.

O uso de automação na produção de notícias baseadas em dados impacta assim negativamente a compreensão dos textos produzidos. No entanto, estes artigos podem ser tornados mais legíveis através da edição dos artigos automatizados, devendo para isso os jornalistas reduzir a quantidade de números e explicar melhor algumas palavras que os leitores provavelmente não entenderão, bem como alterar “palavras inapropriadas”.

Os resultados do estudo “indicam a importância não apenas de manter o envolvimento humano na produção de conteúdo de notícias baseado em dados, mas de refiná-lo“.

“As nossas descobertas sugerem que, ao criar inicialmente modelos ou, posteriormente, pós-editar histórias geradas automaticamente, os jornalistas devem ter como objetivo reduzir ainda mais a quantidade de números, explicar melhor as palavras que os leitores provavelmente não entenderão, alterar palavras inapropriadas e aumentar a quantidade de linguagem que ajuda o leitor a imaginar do que se trata a história“, acrescenta-se nas conclusões do estudo.

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Segredos comerciais da EDP e REN armazenados nos cofres do DCIAP

Processo dos CMEC é composto por 16 volumes, dois deles só relativos a aceleração processual. Acusação tem 1.070 páginas e surge 12 anos depois do início da investigação a Mexia e Manso Neto.

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) tem armazenado nos seus cofres o que chamou de segredos comerciais relativos à EDP e REN, que não poderão nem foram consultados pelos magistrados ou órgãos de polícia criminal, e que serão agora enviados ao Ticão, juntamente com todo o processo. “Apensos com os elementos que contêm segredos comerciais da EDP e REN e que, a pedido destas entidades, foi vedado o acesso”, diz a acusação assinada pelos magistrados Hugo Neto e Carlos Casimiro, a que o ECO teve acesso. “Importa não só dar o destino a essa informação como vedar o acesso externo a essa informação” que não está no despacho de acusação, entendem.

Na segunda-feira, o Ministério Público (MP) avançou com a acusação de corrupção contra seis arguidosno Caso EDP. Os seis acusados são António Mexia e João Manso Neto, ex-líderes do Grupo EDP; Manuel Pinho, ex-ministro da Economia; João Conceição e Rui Cartaxo, antigos assessores no Ministério da Economia; e Miguel Barreto, ex-diretor-geral da Energia. No total, o despacho de acusação tem 1.070 páginas e defende que Mexia e Manso Neto terão corrompido Manuel Pinho para obter 840 milhões de euros de benefícios para a EDP.

Mexia e Manso Neto estão, por isso, cada um, acusados de um crime de corrupção ativa para ato ilícito de titular de cargo político. Já Pinho — assim como os restantes arguidos — é acusado de um crime de corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político.

O MP pediu ainda a perda de bens dos arguidos e de duas empresas do Grupo EDP (EDP, SA e EDP Gestão de Produção de Energia, SA) no valor desses mesmos 840 milhões de euros, a favor do Estado.

De acordo com a acusação, os factos ocorreram entre 2006 e 2014 e, em síntese, relacionam-se com a transição dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE) para os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), designadamente com a sobrevalorização dos valores dos CMEC, bem como com a entrega das barragens de Alqueva e Pedrógão à Eletricidade de Portugal (EDP) sem concurso público e ainda com o pagamento pela EDP da ida de um ex-ministro para a Universidade de Columbia dar aulas.

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