Governo aprova financiamento de 83 milhões para 22 projetos de hidrogénio renovável

  • Capital Verde
  • 1 Outubro 2024

22 projetos vão ter um financiamento comunitário de 83 milhões de euros e vão contribuir em grande parte para atingir a meta de capacidade adicional instalada que está prevista para 2026.

O Ministério do Ambiente e Energia, através do Fundo Ambiental, aprovou 22 projetos para a produção de hidrogénio renovável. Estes projetos têm um financiamento 83 milhões de euros disponibilizados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

As 22 candidaturas aprovadas vão permitir alcançar uma capacidade total de 178,5 megawatts (MW) na produção de hidrogénio e de outros gases renováveis, contribuindo desta forma para a meta de 200 MW de capacidade adicional instalada, prevista até ao primeiro trimestre de 2026.

As iniciativas que beneficiam deste financiamento abrangem diferentes tecnologias e setores, desde a produção de hidrogénio a partir de fontes renováveis até à sua utilização nos transportes e na indústria. O objetivo, lê-se na nota de imprensa, é colocar Portugal na vanguarda deste setor.

“Com este investimento, estamos a dar um passo decisivo para a transição energética em Portugal, promovendo a produção de hidrogénio renovável e outros gases renováveis, que são essenciais para a descarbonização de diversos setores da economia”, afirma a Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, citada num comunicado enviado esta terça-feira às redações.

 

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Carlos Moedas: “O PRR está a falhar aos autarcas”

Autarca de Lisboa acusa IHRU de reter verbas dos fundos europeus. Teme ainda que não aprovação do Orçamento do Estado terá “consequências seguramente graves” na execução do PRR.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moeda, acusou o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) de estar a reter verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e admite a possibilidade de as autarquias do país terem de devolver dinheiro à Europa por atrasos na chegada das verbas que permitiriam avançar com a construção e entrega de casas até 1 de junho de 2026.

“Como autarca, sinto que algo está a falhar no PRR, e o que está a falhar é que sou eu, como autarca, que tenho de estar a avançar montantes que não devia estar a avançar, [porque] são dinheiros europeus”, afirmou, durante uma conferência realizada esta terça-feira pela Rádio Renascença, em Lisboa.

“Sinto-me desiludido em relação ao PRR, como autarca”, afirmou Moedas, referindo que, dos 560 milhões de euros assinados com a Europa, mais de um quinto está já inscrito no orçamento de 2024 da câmara, mas é dos cofres da autarquia que essa verba está a sair. “Em mais de 100 milhões de euros do PRR para habitação que temos no orçamento, só recebemos dez milhões, e isto é grave, porque quer dizer que são os lisboetas que têm de estar a avançar com o dinheiro, e Lisboa precisa desse dinheiro para a cidade”, alertou o autarca da capital.

A situação pode mesmo resvalar para uma situação de incumprimento involuntário da autarquia, levando-a a ter de devolver a Bruxelas verbas que o Governo venha a desbloquear demasiado tarde, alertou. Ora, explica, o bloqueio, que já era existente desde o anterior Governo, reside “nesta relação sempre difícil do dinheiro que chega da União Europeia e depois é distribuído pelas instituições locais, neste caso, o IHRU”. Assim, acusa “há nitidamente um bloqueio que vinha de trás no IHRU e esse bloqueio, pelos vistos, continua”, acusa.

O antigo comissário europeu apresenta ainda um problema que antevê: “Imagine que há uma casa que construímos, mas no dia 1 de junho de 2026 ainda não está completamente pronta, com as pessoas lá dentro, então é a câmara que fica a dever à Europa. Ou seja, temos que devolver o dinheiro, tudo aquilo que recebemos. Isto é um risco enorme para as autarquias. O Governo tem que nos garantir que isso não vai acontecer, porque se não a autarquia fica sem capacidade financeira. Vamos ter que devolver a totalidade do dinheiro quando a data se está a aproximar e quando nós não estamos a receber?” São, diz o social-democrata, “atrasos preocupantes”, embora frise que o Governo de Luís Montenegro “está a fazer um grande esforço e este bloqueio já vinha de anteriormente, mas agora temos que o resolver”.

Sinto-me desiludido em relação ao PRR, como autarca.

Carlos Moedas

Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

Moedas apela ao PS para que viabilize OE do lado “dos moderados”

As preocupações do autarca com a não execução atempada do PRR aprofundam-se perante a possibilidade de chumbo do Orçamento do Estado para 2025 na Assembleia da República. Na pista nacional, Carlos Moedas vê “perigo” na não aprovação do Orçamento: “Um dos maiores perigos de não se aprovar o Orçamento é que começamos a aproximar-nos do fim. O PRR é até junho de 2026. Se temos aqui uma situação de não Orçamento, isto ainda piora e é muito grave para o país”, avisa.

Ao ECO/Local Online, Carlos Moedas, que se congratula por já ter aprovado três orçamentos autárquicos em minoria, apela ao Partido Socialista para que se junte do lado “dos moderados”.

“Neste momento, as câmaras já estão a avançar com o dinheiro. Imaginem o que será esta situação sem aprovação do Orçamento do Estado. Esta situação pode ser muito mais grave”, afirma.

“Foi o Partido Socialista, na altura o primeiro-ministro António Costa, que insistiu muito com a União Europeia para que houvesse uma mutualização da dívida na Europa para o que era o PRR. Nós estivemos nessa luta europeia para que isto acontecesse. Seria inexplicável agora que, aquilo que todos queremos, não acontecesse, porque o Orçamento não é aprovado. Daí, mais uma razão para que o PS esteja do lado da razão, que é o lado daquilo que todos nós queremos, que é um Orçamento do Estado aprovado. Se não, as consequências serão seguramente graves”, prevê Moedas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mercado de trabalho estável. Desemprego mantém-se em 6,4% em agosto

  • Lusa
  • 1 Outubro 2024

Taxa de desemprego fixou-se em 6,4% no oitavo mês do ano, é o mesmo valor que o registado há um ano, o que sinaliza que o mercado de trabalho está estável.

A taxa de desemprego situou-se em 6,4% em agosto, 0,1 pontos percentuais abaixo da de julho e igual à do mesmo mês de 2023, segundo dados provisórios divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

“A taxa de desemprego situou-se em 6,4%, valor inferior ao do mês anterior (0,1 pontos percentuais), mas igual ao de três meses antes e ao de um ano antes“, avança o INE nas “Estimativas Mensais de Emprego e Desemprego”.

Segundo detalha o instituto estatístico, em agosto, a população desempregada (347,7 mil) “diminuiu em relação ao mês anterior (0,4%), mas aumentou em relação a três meses antes (0,3%) e a um ano antes (1,8%)”.

O INE divulgou também hoje as estimativas definitivas do emprego e desemprego relativas ao mês de julho, tendo revisto em alta a taxa de desemprego desse mês para 6,5% (6,2% nas estimativas provisórias), valor igual ao de junho, superior em 0,2 pontos percentuais ao de abril de 2024 e em 0,1 pontos percentuais ao de julho de 2023.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Riscos globais crescentes são ameaça para PME

  • SegurosPME
  • 1 Outubro 2024

O futuro das PME depende da sua capacidade de enfrentar desafios de forma proativa e integrada, garantindo que todos os cidadãos possam prosperar mesmo em tempos de crise.

O mundo enfrenta um crescendo alarmante de crises globais, com riscos interligados que se intensificam a cada dia. Como podemos compreender a magnitude do desafio? Devemos ter como ponto de partida estudos ou eventos concretos?

O Global Risks Report 2024, publicado pelo World Economic Forum, pode servir como introdução a uma análise abrangente aos desafios globais. À medida que eventos extremos e mudanças climáticas moldam o nosso futuro, a necessidade de ação coordenada torna-se mais premente.

O impacto das alterações climáticas

Um exemplo marcante das consequências das alterações climáticas é o ciclone Idai, que devastou Moçambique em março de 2019, deixando um rastro de destruição. Este tipo de evento extremo não é isolado. Fenómenos naturais, como as cheias que afetaram Lisboa no final de 2022 e a persistente seca no interior e sul de Portugal, são sinais de uma realidade mais ampla de riscos interligados. A crise da água, agravada por secas e desastres naturais, coloca em risco a segurança hídrica de várias regiões.

Além disso, a crescente onda de cibercrimes ameaça tanto as empresas quanto os cidadãos comuns, revelando uma fragilidade na segurança digital.

Os riscos ambientais continuam a dominar o panorama global, com especialistas a apontarem para uma perda crescente de biodiversidade e um aumento da frequência de desastres naturais, como as erupções vulcânicas em La Palma e no Etna, que evidenciam a vulnerabilidade do nosso planeta.

Riscos emergentes e desafios estruturais em Portugal

O Global Risks Report 2024 revela que Portugal enfrenta uma série de riscos significativos, começando pela inflação, seguida pela crise do custo de vida, a crise da dívida, choques severos nos preços das mercadorias e estagnação económica prolongada. Enquanto os fenómenos climáticos e as tensões geopolíticas definem o contexto global, é a dimensão económica que pesa mais sobre o nosso país.

  • Inflação persistente: A inflação continua a ser uma preocupação central em todo o mundo, resultante de crises geopolíticas, interrupções nas cadeias de abastecimento e políticas monetárias restritivas. Em Portugal, esta realidade pressiona as famílias, dificultando o acesso a bens essenciais.
  • Crise do custo de vida: A combinação de preços elevados e estagnação salarial tem levado ao aumento da pobreza e desigualdade, exigindo uma resposta imediata das autoridades. A crise do custo de vida, considerada um risco societal, revela-se profundamente interligada com os problemas económicos.
  • Crise da dívida: A elevada carga da dívida pública e privada limita a capacidade de investimento em áreas fundamentais, como saúde, educação e infraestrutura, afetando a confiança dos cidadãos nas instituições.
  • Choques nos preços das mercadorias: a volatilidade nos preços das mercadorias, especialmente nos setores energético e alimentar, impacta diretamente a inflação e a qualidade de vida das populações. A dependência das importações torna Portugal particularmente vulnerável.
  • Estagnação económica prolongada: os riscos económicos interligados podem resultar numa estagnação prolongada da economia portuguesa, dificultando a recuperação e o crescimento. Esta incerteza torna complicado para empresas e cidadãos planearem o futuro.

Um futuro incerto e a necessidade de ação coletiva

Diante desta realidade, o relatório sublinha a importância de preparar Portugal para os riscos emergentes e a urgência de uma resposta coordenada entre o governo, o setor privado e a sociedade civil. Como afirmava Saadia Zahidi, Managing Director do World Economic Forum: “Os líderes globais devem unir-se para enfrentar as crises de curto prazo e estabelecer as bases para um futuro mais resiliente.”

Além das ações globais, a resposta a esses desafios requer um foco em soluções locais. Campanhas de literacia digital podem ajudar a combater a desinformação, enquanto o investimento em tecnologias climáticas é essencial para acelerar a transição energética. Os cidadãos, empresas e governos devem agir de forma integrada para mitigar os riscos e garantir um futuro seguro.

Uma responsabilidade coletiva

À medida que olhamos para o futuro, torna-se claro que a capacidade de resposta a estes riscos não é apenas uma questão de resiliência individual, mas uma responsabilidade coletiva. O Global Risks Report 2024 é um chamado à ação, um apelo para que todos os setores da sociedade se mobilizem na construção de um Portugal mais forte e mais seguro. A estabilidade e o bem-estar da sociedade portuguesa dependem da nossa capacidade de enfrentar os desafios de forma proativa e integrada, garantindo que todos possam prosperar, mesmo em tempos de crise.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Gestão de Risco: PME e seguradoras uma aliança estratégica

  • SegurosPME
  • 1 Outubro 2024

Com estratégias adequadas e um apoio especializado, as PME podem navegar de forma mais segura nas incertezas do futuro, transformando riscos em oportunidades estratégicas.

O sucesso das empresas, independentemente da sua dimensão, está cada vez mais ligado à capacidade de antever e mitigar riscos. No contexto das Pequenas e Médias Empresas (PME), esta necessidade torna-se particularmente premente. A globalização e a digitalização ampliaram as oportunidades de negócio, mas também expuseram as PME a um ambiente de incertezas sem precedentes.

Atualmente, é imperativo que as PME desenvolvam um processo contínuo de monitorização dos múltiplos fatores de risco que podem ameaçar a sua sustentabilidade. Estes riscos podem ser operacionais, financeiros, tecnológicos, regulatórios ou de mercado, e têm o potencial de provocar danos significativos.

No entanto, os obstáculos que as PME enfrentam nesta jornada são evidentes. Enquanto as grandes empresas podem contar com equipas especializadas em análise de risco, muitas PME lidam com limitações financeiras e humanas que dificultam a implementação de estruturas equivalentes.

A ausência de recursos dedicados não deve, porém, ser uma desculpa para negligenciar uma área que, cedo ou tarde, se revela crítica. Ignorar a gestão de risco pode deixar estas empresas vulneráveis a choques externos, desde crises económicas a ciberataques ou alterações súbitas na regulação.

Um plano robusto de gestão de risco não só permite minimizar perdas, mas também identificar oportunidades. Gerir riscos não se resume a evitar o negativo; trata-se também de explorar o potencial positivo que advém de uma maior resiliência e capacidade de adaptação. Um exemplo prático é o caso de uma pequena empresa agrícola que, ao diversificar a sua produção e implementar técnicas de cultivo sustentáveis, conseguiu não só sobreviver a períodos de seca severa, mas também capitalizar sobre a crescente procura por produtos ecológicos. As PME que consigam integrar esta abordagem nas suas operações diárias estarão, assim, posicionadas para crescer de forma sustentável, mesmo num cenário de crescente volatilidade.

Num mundo em constante mudança, a capacidade de adaptação e a gestão eficaz de riscos não são apenas diferenciais competitivos, mas sim condições essenciais para a sobrevivência e o sucesso a longo prazo das PME. A adoção de uma cultura de gestão de risco poderá, em última análise, ser o fator determinante que distingue as empresas que prosperam daquelas que sucumbem perante a adversidade. Num ambiente empresarial em que a resiliência é mais importante do que nunca, as PME têm a responsabilidade de se preparar para o inesperado, e transformar os desafios em oportunidades de inovação e crescimento.

Não subestime riscos numa cultura em mudança

Apesar dos crescentes desafios, muitos empresários ainda tendem a subestimar os riscos que enfrentam. Em muitos casos, deve-se à perceção de que, por serem de menor dimensão, estão menos expostos a determinadas ameaças, como fraudes financeiras ou ataques cibernéticos. No entanto, esta perceção pode ser perigosa. De acordo com o estudo “A Visão das Empresas Portuguesas sobre os Riscos 2024“, realizado pela Marsh Portugal, muitos empresários em Portugal continuam a subestimar os riscos que enfrentam, sobretudo na área da cibersegurança. O relatório revela que, apesar da crescente consciencialização sobre ciberataques, as medidas de proteção implementadas são frequentemente inadequadas. Além disso, a inflação e a estagnação económica surgem como outros riscos significativos que preocupam as PME, mas nem sempre recebem a devida atenção estratégica.

O número crescente de incidentes de cibersegurança, por exemplo, demonstra que até os pequenos negócios estão na mira dos atacantes. O impacto de um ciberataque numa PME pode ser devastador, resultando em perda de dados sensíveis, interrupções nas operações e, em casos extremos, até no encerramento do negócio.

Em 2024, o aumento do número de incidentes de cibersegurança é uma preocupação crescente, conforme indicado por vários relatórios. O relatório Allianz Risk Barometer 2024 revela que eventos cibernéticos se tornaram o principal risco global para os negócios, refletindo a natureza cada vez mais interconectada e digitalizada das operações empresariais. De acordo com o estudo, 35% dos líderes empresariais destacaram os ataques cibernéticos como a maior ameaça, um aumento significativo em relação aos anos anteriores​.

Esses dados evidenciam que as empresas devem focar-se em estratégias de resiliência cibernética e a proteção de seus dados para se prepararem para um cenário em que as ameaças digitais continuarão a evoluir.

A questão do custo também pesa fortemente nas decisões empresariais. A implementação de medidas de segurança, contratação de seguros ou adoção de políticas de conformidade com regulamentações são frequentemente vistas como um encargo financeiro difícil de suportar. No entanto, os danos financeiros que advêm da falta de preparação podem ser incomparavelmente maiores. O investimento preventivo, por mais dispendioso que pareça à partida, tende a compensar quando comparado com as consequências financeiras de um risco que se concretiza.

O papel fundamental das seguradoras

As seguradoras assumem um papel fundamental, tanto como fornecedoras de apólices, como também como parceiras estratégicas na educação e preparação das PME. A relação entre as pequenas empresas e as seguradoras deve ser encarada como uma aliança que beneficia ambas as partes. Muitas seguradoras oferecem, além das apólices tradicionais, serviços adicionais como consultoria em gestão de risco e auditorias preventivas. Estas ferramentas permitem às PME identificar e mitigar potenciais ameaças antes que estas se transformem em crises, ajudando a reduzir a ocorrência de sinistros e, consequentemente, a manter os prémios de seguro mais acessíveis.

Um exemplo relevante desta colaboração estratégica é o desenvolvimento de apólices específicas para riscos cibernéticos, que estão em crescimento acelerado devido à digitalização dos negócios. A pandemia impulsionou esta digitalização, expondo ainda mais as PME a vulnerabilidades no mundo virtual.

Apólices focadas na proteção contra ciberataques oferecem às PME uma rede de segurança vital, cobrindo desde perdas de dados até interrupções operacionais e contingências legais que podem surgir de um incidente de grande escala.

Crie um caminho sustentável

Para que esta relação entre PME e seguradoras seja verdadeiramente produtiva, é essencial que as pequenas e médias empresas adotem uma visão estratégica sobre a gestão de risco, encarando-a não como um custo adicional, mas como um investimento fundamental para a sua longevidade. Ao mesmo tempo, as seguradoras devem continuar a desenvolver produtos flexíveis e acessíveis, ajustados às necessidades e capacidades financeiras das PME.

A capacidade de prever, gerir e mitigar riscos é determinante para a continuidade dos negócios em tempos de incerteza crescente. As PME que adotam uma abordagem proativa à gestão de risco colocam-se numa posição mais forte para enfrentar adversidades, enquanto as seguradoras que as apoiam neste processo garantem a viabilidade dos seus próprios modelos de negócio. Neste jogo, todos ganham: as empresas protegem-se contra perdas catastróficas, e as seguradoras fortalecem a sua base de clientes, criando uma relação de confiança e benefício mútuo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Como o setor segurador pode apoiar a sua PME em 2025

  • SegurosPME
  • 1 Outubro 2024

A evolução e a inovação do setor segurador português revelam-se mais importantes do que nunca. Descubra algumas ferramentas para garantir a segurança da sua PME no novo ano.

O setor segurador em Portugal, com cerca de seis dezenas de empresas, maioritariamente sociedades anónimas de direito nacional, representa um papel essencial na proteção e gestão de riscos para as pequenas e médias empresas (PME). Nos últimos anos, a adesão a seguros de vida e saúde atingiu números impressionantes, refletindo uma crescente confiança neste setor como pilar de estabilidade para empresas e cidadãos. Mas o que significa, na prática, para uma PME contar com o apoio do setor segurador? Vamos explorar alguns exemplos reais de como as soluções de seguro podem não só proteger, mas também impulsionar o crescimento das empresas.

Seguros como pilar de proteção e segurança

Em Portugal, mais de 5,2 milhões de pessoas estão cobertas por seguros de vida risco, uma forma de garantir a proteção financeira dos colaboradores em caso de imprevistos. Para as PME, esta é uma ferramenta valiosa para criar um ambiente de trabalho seguro e produtivo. Quando um colaborador tem a segurança de que a sua família estará protegida em caso de falecimento, ou de que as suas despesas com tratamentos de saúde serão cobertas, a sua motivação e desempenho tendem a melhorar.

A adesão crescente a seguros de saúde, que cobriam 3,7 milhões de pessoas em 2023, é também uma tendência crescente, com especial destaque para as PME que buscam oferecer benefícios aos seus trabalhadores. O seguro de saúde vai além da simples proteção médica. Trata-se de uma estratégia focada no bem-estar e na fidelização de colaboradores, tão importante para os desafios do novo ano.

Proteção de ativos e riscos empresariais

Para as PME, a proteção do património é uma prioridade, e o setor segurador tem várias soluções para atender a essa necessidade. Em 2023, mais de 3,3 milhões de habitações estavam cobertas por seguros, um número que reflete a conscientização crescente sobre a importância da proteção patrimonial. Mas as PME não devem parar por aí. O seguro de incêndio e multirriscos comerciais, por exemplo, pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso para uma empresa. Imagine o caso da Lume e Cia, uma loja de produtos de decoração que sofreu um incêndio em 2022. Graças ao seguro multirriscos, a empresa conseguiu reaver os prejuízos e danos materiais em tempo recorde, permitindo que continuassem a operar sem interrupções significativas.

O setor também oferece seguros especializados, como o seguro de crédito, que protege as empresas contra a inadimplência de clientes. Um exemplo claro é a Móveis Gama, uma PME que enfrentava problemas de pagamento por parte de grandes clientes. Após a implementação de um seguro de crédito, a empresa viu uma redução de 40% nas perdas devido a incumprimentos.

A emergência dos seguros cibernéticos

Num mundo cada vez mais digital, pautado pelas revoluções de IA que se avizinham, os riscos cibernéticos tornaram-se uma preocupação crescente. Embora ainda não seja possível cobrir todos os tipos de ataques cibernéticos, as soluções de seguro estão a evoluir. Em 2023, a PixelFactory, uma empresa de design gráfico, sofreu um ataque de ransomware que paralizou os seus sistemas durante dias. Felizmente, a empresa tinha um seguro cibernético, que cobriu os custos de recuperação, evitando perdas financeiras e danos à reputação.

Seguros de Vida, saúde e acidentes: proteção completa

O seguro de acidentes de trabalho, obrigatório por lei, continua a ser uma das principais apólices contratadas pelas PME. Este seguro não só garante a recuperação física dos trabalhadores acidentados, mas também assegura pensões em caso de incapacidades permanentes. Além disso, a crescente procura por seguros de saúde, motivada pela pandemia e pelas limitações do Serviço Nacional de Saúde, tem levado muitas PME a reforçar as suas ofertas.

O seguro de vida, por sua vez, vai além da mera proteção de riscos. Apólices que incluem tanto coberturas de risco, como morte ou invalidez, quanto soluções de poupança financeira, têm um impacto significativo na estabilidade financeira das empresas e dos seus trabalhadores.

O setor segurador português está a evoluir rapidamente, e, em 2025, as PME devem aproveitar as novas soluções disponíveis para proteger os seus negócios e colaboradores. Com uma oferta diversificada que vai desde seguros patrimoniais e de responsabilidade a seguros de vida, saúde e cibernéticos, as PME podem enfrentar os desafios do futuro com confiança, promovendo a resiliência e o crescimento sustentável. Em 2025, mais do que nunca, a segurança e a gestão de riscos serão fatores-chave para o sucesso das empresas em Portugal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo, patrões e UGT assinam acordo de Concertação “perante risco de instabilidade política”

Do "grande benefício da dúvida" de Francisco Calheiros ao alerta para o "risco de instabilidade política" de Armindo Monteiro, parceiros assinaram acordo na Concertação com OE2025 em pano de fundo.

O Governo conseguiu convencer as quatro confederações empresariais e a UGT a assinarem um novo acordo tripartido sobre valorização salarial e crescimento económico, mas todos deixaram reparos ao entendimento celebrado esta manhã, frisando o “momento complexo” que o país atravessa, numa altura em que decorrem (difíceis) negociações em torno do Orçamento do Estado para o próximo ano.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro (C), durante a foto de familia com os parceiros que assinaram o acordo Tripartido de Valorização Salarial e Crescimento Económico no Conselho Económico e Social em Lisboa, 01 de outubro de 2024.FILIPE AMORIM/LUSA

É um acordo celebrado num momento complexo“, frisou Mário Mourão, secretário-geral da UGT e o primeiro dos parceiros sociais a intervir na cerimónia desta terça-feira. “É um acordo em que os parceiros sociais apostam no Governo e nas oposições para garantir a estabilidade do país“, avisou, logo de seguida, Álvaro Mendonça e Moura, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).

E, no mesmo sentido, Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), argumentou que “este acordo é um grande benefício da dúvida“. Já o presidente da Confederação Empresarial de Portugal, Armindo Monteiro, salientou que o país está “perante o risco de instabilidade política“, daí que esta confederação tenha entendido que é o momento de “ser parte dos consensos e não das divisões”.

O primeiro-ministro, na intervenção que encerrou a assinatura do novo acordo, não ignorou estes comentários e elogiou a postura dos parceiros sociais na negociação deste entendimento. “Só quando há boa fé e sentido de responsabilidade é que os processo negociais podem ter sucesso“, assinalou Luís Montenegro, que prometeu ter, na negociação do Orçamento do Estado, o mesmo “espírito de cedência” que patrões e sindicatos demonstraram na Concertação Social.

Importa explicar que, na semana passada, o primeiro-ministro e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, estiveram reunidos, mas os sinais que saíram desse encontro não foram os mais otimistas, quando ao futuro do Orçamento do Estado.

O líder socialista deixou claro que não quer no Orçamento do Estado qualquer redução do IRC nem alargamento do IRS Jovem, medidas que o Governo incluiu no acordo de Concertação Social assinado esta manhã e do qual não está disposto a abdicar. Ainda assim, Luís Montenegro sinalizou que irá apresentar contrapropostas ao PS, para tentar uma aproximação entre partidos.

Sem maioria absoluta no Parlamento, o Governo depende da aprovação do PS ou da abstenção do Chega para viabilizar o seu primeiro Orçamento do Estado. O acordo celebrado esta manhã com patrões e sindicatos pode facilitar essa negociação, conforme reconheceu o presidente do Conselho Económico e Social (CES), Luís Pais Antunes, em entrevista ao ECO no arranque desta semana.

Novo acordo? Sim, mas entendimento anterior não é para esquecer

As confederações empresariais e a UGT assinaram esta manhã um novo acordo de Concertação Social, mas deixaram um recado ao Governo: as medidas previstas no entendimento similar com o Governo anterior não são para esquecer.

“É um novo acordo celebrado com um novo Governo, mas não esquece os anteriores, que continuam vivos, válidos e têm de continuar a ser implementados“, argumentou o secretário-geral da UGT. Já do lado dos patrões, o presidente da CAP, por exemplo, alertou que “não podemos esquecer” que o acordo agora assinado é “a continuação de acordos anteriores”.

Por outro lado, os empresários aproveitaram também a cerimónia desta terça-feira para deixar claro que o Governo poderia ter ido mais longe, nomeadamente em termos fiscais. “O acordo poderia ser mais ambicioso e deveria ter sido mais preciso e empático nalguns aspetos fiscais, que são cruciais”, atirou João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP).

“O acordo ficou aquém da ambição que a CIP tem para Portugal”, concordou Armindo Monteiro, que deixou também uma crítica a uma das medidas que o Governo desenhou em resposta a direta a esta confederação, a isenção fiscal dos prémios de produtividade. “Infelizmente, esta medida surge com um conjunto de amarras, que na prática tornam a medida quase impraticável“, afirmou o patrão dos patrões.

Em reação, o primeiro-ministro explicou que esta isenção fiscal não poderia ser posta em prática sem um conjunto de condições, uma vez que é assim que se garantirá que não há confusão entre essa medida e o aumento geral dos salários.

De resto, Luís Montenegro frisou que o acordo alcançado valoriza o trabalho e perspetivou que, nos próximos meses, serão encontradas novas “plataformas de entendimento”, nomeadamente no que diz respeito à formação profissional e à segurança e saúde no trabalho.

No entendimento assinado esta manhã, está previsto, nomeadamente, um aumento do salário mínimo para 870 euros em janeiro, um reforço do benefício em IRC para as empresas que subam os salários e um alívio da tributação do trabalho extraordinário.

A CGTP ficou de fora, por considerar que as medidas perpetuam as políticas de baixos salários e não respondem às necessidades dos trabalhadores. Esta central sindical exige um aumento do salário mínimo para mil euros e uma subida de 150 euros dos demais ordenados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“PS quer utilizar 80% da margem que o Governo tem” no Orçamento para 2025, contabiliza Montenegro

Primeiro-ministro diz que "é falsa a ideia" de que o Executivo tem "margem plena e completa", indicando que os socialistas já aprovaram 800 milhões em medidas com o Chega e querem mais 970 milhões.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, contabilizou esta terça-feira que “o PS quer utilizar 80% da margem que o Governo” tem no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), contestando ainda que “é falsa a ideia” de que o Executivo “tem um leque de margem pleno e decisório”.

“A margem orçamental verdadeira é um pouco superior a 2.000 milhões de euros e as oposições já decidiram, em 2024, o suficiente para consumir cerca 800 milhões, cerca de 40% dessa margem ao abrigo não das nossas ideias, mas do entendimento gerado na Assembleia da República pelo PS e Chega. Da nossa margem disponível, 40% está condicionada por eles”, atirou o líder social-democrata no encerramento das jornadas parlamentares conjuntas do PSD e CDS, no Parlamento.

O líder social-democrata referia-se a medidas como a descida do IRS, o alargamento da taxa reduzida do IVA (6%) da luz ou o fim das portagens nas ex-SCUT.

Além disso, o PS exige mais “970 milhões de euros de despesa para viabilizar o Orçamento, em cima dos outros 800 milhões de euros, o que significa que o PS quer utilizar cerca de 80% da margem que o Governo tem à sua disposição”.

“Não, não há margem orçamental para executar 80% [desse valor] à conta das ideias do PS. E não insistam em querer dizer que este Governo não é um governo dialogante e que o primeiro-ministro é arrogante”, atirou ainda Montenegro.

O primeiro-ministro considera que as exigências do PS não são aceitáveis. “Se há alguém no país que acha isto razoável, que entende o critério de respeito democrático pela circunstância de termos ganho as eleições e de, na discussão do programa, o Governo ter dito que a não rejeição do programa implicava dar ao Governo o mínimo de condições para o executar. Isto tem de ser denunciado”, criticou.

Montenegro acusou ainda o líder do PS, Pedro Nuno Santos, de mentir quando disse que “o Governo é responsável por 99% das propostas orçamentais” e que apenas “1% fica para a apreciação do Parlamento”. “É uma meia verdade que deve ser corrigida. Esses 99% só podem referir-se aos condicionamentos orçamentais de qualquer Governo, desde logo despesa com salários, pensões, despesas com o funcionamento de toda a Administração Pública e de todos os departamentos, das despesas de investimentos que já vêm de Governos anteriores”, esclareceu.

O chefe do Executivo referiu ainda que “muita desta despesa está segura por compromissos que passam de Governo para Governo, de ano para ano, e depois há projetos que estão em execução que não é suposto que os governos parem ou deixem a meio”. “É a lei da vida democrática”, ressalvou.

“É falsa a ideia de que temos um leque de margem decisória pleno e completo. Como se pudéssemos chegar e dizer que agora vamos despedir os funcionários públicos, que não vamos pagar penões. Esse país não existe, não vamos contribuir para que o debate fique inquinado pela deturpação. Isto é uma falácia”, reforçou.

Governo promete apresentar “proposta irrecusável” ao PS

O primeiro-ministro quis depois deixar claro que irá “apresentar ao PS uma proposta que à luz de princípio elementar de boa-fé, da lealdade, da responsabilidade, da primazia do interesse nacional será uma proposta irrecusável”.

“Só não haverá OE se houver uma falha na boa-fé negocial dos dois maiores partidos com representação parlamentar”, referindo-se a PSD e PS, “se não houver sentido de responsabilidade e se não houver lealdade”, defendeu. Montenegro assegurou que, do lado do Governo, “desde o primeiro minuto” houve um “comportamento de absoluta lealdade com todos os nossos parceiros”. “Não enganamos ninguém”, rematou.

As declarações do primeiro-ministro antecedem a reunião do Conselho de Estado que o Presidente da República convocou para as 17h desta terça-feira. Um encontro que servirá para Marcelo Rebelo de Sousa exercer pressão máxima sobre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos para a viabilização do Orçamento do Estado para 2025.

(Notícia atualizada às 13h16)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Empresas vão ter incentivos fiscais para reforçar capitais próprios

O novo acordo tripartido inclui várias medidas para promover a capitalização dos capitais próprios das empresas. Os aumentos de capital passam a ser passíveis de dedução ao lucro tributável.

As empresas que aumentem os seus capitais próprios vão beneficiar de incentivos fiscais. Os aumentos de capitais próprios poderão ser deduzidos ao lucro tributável, recorrendo a uma taxa que tem como referência a Euribor a 12 meses acrescida de um spread de 2%. O Governo propõe ainda, no novo acordo tripartido sobre valorização salarial, avaliar o atual regime de reforços do capital próprio da empresa para efeitos de abatimento à matéria coletável, em sede de IRC.

O Executivo pretende incentivar as empresas a recorrer mais ao capital próprio, propondo uma revisão do Regime Fiscal de Incentivo à capitalização das Empresas, equiparando, em termos fiscais, a entrada de capital próprio e de capital alheio. Significa isto que os aumentos de capital poderão passar a ser passíveis de dedução ao lucro tributável das sociedades, como acontecia com o acesso a capital alheio, e era uma medida há muito pedida pelos agentes do mercado.

“A taxa a aplicar aos montantes dos aumentos líquidos dos capitais próprios elegíveis será aumentada por forma a que, na determinação do lucro tributável, produza efeitos pelo menos iguais aos que resultariam do recurso a capitais alheios em igual montante, tomando como referência Euribor 12 meses com spread de 2%“, detalha o acordo tripartido.

A proposta revista, após novas reuniões com os parceiros sociais, inclui ainda a avaliação do atual regime de reforços do capital próprio da empresa para efeitos de abatimento à matéria coletável, em sede de IRC, nomeadamente no caso das empresas que se encontrem ao abrigo do artigo 35º do Código das Sociedades Comerciais, ou seja quando há perda de metade do capital social.

O Executivo vai ainda “incentivar o investimento de pessoas singulares na capitalização das empresas através da dedução em IRS aos dividendos e às mais-valias realizados, de 20% das entradas de capital, sujeito aos limites aplicáveis”.

Por fim, o Executivo propõe-se rever o Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI), para promover o desenvolvimento económico através do incentivo em inovação produtiva.

À exceção da intenção de equipara capital próprio a capital alheio em termos fiscais, concedendo às empresas que recorrem aos capitais próprios os mesmos benefícios fiscais de que já usufruem quando recorrem a financiamento, todas as outras medidas para incentivar a capitalização resultam do novo entendimento, que foi assinado esta manhã pelas quatro confederações empresariais e pela UGT (a CGTP ficou de fora).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“PS quer deitar o Governo abaixo e o pretexto é querermos baixar impostos”, acusa Castro Almeida

Ministro Adjunto e da Coesão Territorial adverte que "se alguém pensar em introduzir eleições antecipadas no percurso do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), ele não será executado".

Para o Governo, o Partido Socialista (PS) está apostado em derrubar o Executivo e a crise que se está a gerar em torno da proposta de Orçamento do Estado para 2025 não é mais do que um exercício para assegurar a sobrevivência política de Pedro Nuno Santos. Nas jornadas parlamentares do PSD, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, o ministro dos Assuntos Parlamentares e o ministro da Defesa afinaram os discursos e criticaram a “instabilidade” que o PS está a criar em torno de um documento que pretende descer impostos.

“Somos um Governo de diálogo, apesar de por vezes nos quererem colar a uma imagem diferente”, disse Pedro Duarte. “Não um diálogo anestesiante, mas um diálogo para fazermos”, frisou, recordado o acordo assinado esta terça-feira a concertação social. “O Governo tem a abertura para conversar e procurar pontos de aproximação entre as partes. Haja o mesmo do outro lado e o país tem a ganhar”, acrescentou.

O ponto da discórdia é a proposta de descida do IRC e do IRS Jovem. “Se o PS apresentou uma proposta que parece inflexível, temos de apresentar uma contraproposta para garantir a estabilidade do país, que não quer instabilidade, nem quer uma crise”, disse, por seu turno, Manuel Castro Almeida. “Somos um Governo minoritário e, por isso, sabemos que temos sempre de negociar no Parlamento. Temos de fazer tudo o que está ao nosso alcance para garantir a estabilidade do país”, frisou o governante.

“Os nossos amigos socialistas desde 2011 tentam colar o PSD à ideia de que é um grupo de deputados que fala de cortes de despesa e de investimento, que ataca funcionários públicos e os reformados, que protagoniza o brutal aumento de impostos”, ironiza Castro Almeida. Mas perante os acordo assinados com professores, enfermeiros, forças de segurança, com a redução de impostos e com as contas certas, “o PS não consegue olhar e ver destruir a imagem que criaram” do PSD por isso, “o melhor é deitar o Governo abaixo ou encostá-lo irremediavelmente à direita”.

O PS quer deitar o Governo abaixo”, repetiu, em jeito de conclusão. “E o pretexto é porque queremos baixar os impostos. É disso que estamos acusados: baixar o IRS para os jovens e o IRC”, completou.

Pedro Nuno Santos no fim de semana disse que prefere perder eleições a abdicar das suas convicções. “A melhor forma de o fazer é pensar menos em eleições e respeitar mais a vontade dos portugueses”, atacou o ministro da Defesa. “A tática casuística de um partido não deve sobrepor-se ao interesse de um povo”, disse Nuno Melo.

Recordando que o momento de votar o OE é possível aprovar, abster-se ou chumbar o documento, Nuno Melo sublinhou que aprovar ou abster-se na votação do OE “não significa concordar com a totalidade da visão programática do Governo”. Por isso, “quem votar contra só o fará se tiver intenção de derrubar o Governo e trazer para Portugal uma crise política”, disse.

Partidos com representação parlamentar devem ter capacidade de negociar com boa-fé e aproveitar para influenciar positivamente os destinos do país”, acrescentou ainda o líder do CDS, partido que integra a coligação governamental.

Pedro Duarte lamenta que esta crise esteja a ser criada pelos socialistas por “sobrevivência política” e, pondo água na fervura, apelou a que “haja sentido de responsabilidade, boa-fé e interesse em negociar”.

Eleições põem execução do PRR em risco

“Se alguém pensar em introduzir eleições antecipadas no percurso do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ele não será executado.” O aviso à navegação foi feito esta terça-feira pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial. Manuel Castro Almeida desafiou “qualquer especialista socialista” a contradizer esta avaliação. “Quem pensar mergulhar o país numa crise política tem de assumir a responsabilidade”, disse, acusando o PS de querer deitar abaixo o Governo.

“Não há folga nem margem de erro nenhuma para executar o PRR”, alerta Casto Almeida. “Significa que se alguém pensar em introduzir eleições antecipadas neste percurso do PRR ele não será executado. Garanto que não será possível executar o PRR”, afirmou perentório sob uma forte ovação da plateia das jornadas parlamentares do PSD.

Peça atualizada com as declarações do ministro da Defesa às 12h30

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Despesas das empresas com seguros de saúde vão valer mais 20% no IRC

Esta é uma das medidas que o Governo introduziu no novo acordo tripartido sobre valorização salarial após as reuniões com as confederações empresariais e as centrais sindicais.

As despesas suportadas pelos empregadores com os seguros de saúde dos trabalhadores vão passar a ser majoradas em 20% em sede de IRC. Esta é uma das medidas que o Governo introduziu no novo acordo tripartido sobre valorização salarial após as reuniões com as confederações empresariais e as centrais sindicais.

Na quarta-feira passada, o Governo apresentou aos parceiros sociais uma proposta de acordo, que inspirou críticas tanto do lado dos patrões, como dos sindicatos. Seguiram-se, então, novas reuniões e foram feitos ajustes ao entendimento, que foi assinado esta manhã pelas quatro confederações empresariais e pela UGT (a CGTP ficou de fora).

Uma dessas mudanças foi a introdução da majoração em 20% em sede de IRC das despesas suportadas pelo empregador relativas a seguros de saúde dos trabalhadores e agregado familiar. Na prática, as empresas verão o lucro tributável para efeitos deste imposto cair, o que corresponde ao que já vinha sendo pedido pelos empregadores.

O acordo que foi assinado esta manhã tem como horizonte o ano de 2028, e prevê a subida do salário mínimo em 50 euros por ano, a isenção fiscal dos prémios de produtividade e o reforço em sede de IRC do benefício para as empresas que subam os ordenados.

As negociações foram longas e os parceiros sociais frisaram que, apesar de assinarem, consideram que ficou aquém do que seria necessário. Decidiram, contudo, firmar este compromisso, perante o “risco de instabilidade política”, nas palavras do presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), numa altura em que a viabilização do Orçamento do Estado para 2025 ainda não está garantida.

Atualizada às 12h11

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal e EUA refletem sobre inovação e competitividade

  • Conteúdo Patrocinado
  • 1 Outubro 2024

Em 2023, os EUA foram o 4º principal destino para as exportações nacionais de bens. Câmara de Comércio Americana debateu, 3ª feira, desafios e oportunidades nas relações bilaterais entre os 2 países.

A relação entre Portugal e os Estados Unidos da América (EUA) é de longa data, mas mantém-se viva e cada vez mais próxima. Ao longo dos últimos mais de 240 anos, os dois países colaboraram e são, desde há muito, aliados – na economia, na segurança e até na cultura.

“Nem sempre temos a mesma forma de olhar para as situações. O que é notável é como, apesar dessas diferenças, os EUA e a Europa continuam a ser o parceiro económico e comercial regional mais bem-sucedido da história”, afirmou Douglas A. Koneff. O ministro conselheiro da Missão dos EUA em Portugal esteve esta terça-feira na quarta edição do Transatlantic Business Summit (TBS), em Lisboa, onde se debateram temas como a competitividade, a inovação e a geoestratégia.

O evento, organizado pela Câmara de Comércio Americana, promoveu “discussões ricas e bastante participadas” sobre “visões para o futuro, de inovação, de transformações e tendências”, destacou o presidente da instituição, António Martins da Costa.

"Nem sempre temos a mesma forma de olhar para as situações. O que é notável é como, apesar dessas diferenças, os EUA e a Europa continuam a ser o parceiro económico e comercial regional mais bem-sucedido da história.”

Douglas A. Koneff, Ministro Conselheiro da Missão dos EUA em Portugal

Ao longo do dia, passaram pelo auditório da Fundação Calouste Gulbenkian mais de três dezenas de oradores nacionais e internacionais, que destacaram a importância das relações bilaterais entre os dois países e sugeriram caminhos para o seu aprofundamento, nomeadamente por via do reforço das trocas comerciais. Vale a pena recordar que, em 2023, os EUA foram o quarto principal destino das exportações nacionais de bens, numa trajetória de crescimento que se regista há vários anos.

Entre as presenças na conferência, destaque para o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, que lembrou “o abalo gigantesco” sentido no setor da comunicação social, em particular com “o advento das plataformas digitais” e “a falência do modelo de negócio tradicional dos media”. Numa altura em que proliferam as notícias falsas e a desinformação, o ministro repetiu o anúncio feito há dias sobre “um plano de ação para os media”. “Vamos fazer um esforço para que isto seja o mais consensual possível na sociedade portuguesa”, garantiu, sublinhando que os detalhes serão conhecidos “nas próximas semanas”.

Competitividade sob ameaça

Duas semanas após a apresentação do relatório de Mario Draghi, antigo primeiro-ministro da Itália, o tema da competitividade europeia continua a ser motivo de debate em vários fóruns – e o TBS 2024 não foi exceção. “O diagnóstico é difícil de ignorar: a capacidade de inovação da Europa está a diminuir em comparação com outras economias mundiais e a concorrência da China, as tensões globais e a dependência da energia importada estão a enfraquecer ainda mais a competitividade e a produtividade da Europa”, assinalou Douglas A. Koneff.

"A capacidade de inovação da Europa está a diminuir em comparação com outras economias mundiais.”

Douglas A. Koneff, Ministro Conselheiro da Missão dos EUA em Portugal

É preciso “apelar a que a China jogue com as mesmas regras” que as restantes potências, uma ideia muitas vezes repetida ao longo de todo o dia – especialmente quando o tema são as novas tecnologias, as cadeias de abastecimento ou a transição energética. “Temos de produzir as coisas, temos de ser produtores e não podemos depender da China”, insistiu Deborah L. Wince-Smith. A presidente do Council on Competitiveness não ignora, porém, aquele que considera ser um dos grandes desafios para a economia europeia: “os elevados custos da eletrificação para as indústrias energeticamente intensivas”.

Disputas pelo poder afetam a economia

Embora os oradores concordem ser necessário reduzir a dependência da Europa em relação à China em produtos como painéis fotovoltaicos, baterias ou até mesmo de matérias-primas, muitas foram as vozes que lembraram que o protecionismo económico não deve ser o caminho. “Vimos que Trump impôs taxas aduaneiras em módulos solares, baterias e veículos elétricos [com origem na China], foram aumentadas por Biden e é expectável que se mantenham com Harris. Mas podem subir mais ainda com o regresso de Trump”, disse Antoine Vagneur-Jones, especialista em Comércio e Cadeias de Distribuição da BloombergNEF.

A Europa está a seguir um caminho semelhante no que respeita à taxação de veículos elétricos chineses, mas “estas disputas têm impacto direto no custo da descarbonização”. É preciso, acredita o perito, que a Europa reforce os incentivos dados à produção de clean tech.

O antigo embaixador da União Europeia (UE) nos EUA, na ONU e no Reino Unido, João Vale de Almeida, concorda que “não é com excesso de competição, com protecionismo e excesso de rivalidade que vamos proteger os nossos valores e objetivos”. O diplomata diz que a transição que o mundo atravessa, com uma “ordem mundial em declínio”, é um dos assuntos que mais o preocupa. Mas identifica cinco grandes “problemas” que devem estar no horizonte de cidadãos, empresários e, sobretudo, políticos. Desde logo a proliferação do poder nuclear com vários países a reforçar as suas capacidades bélicas a este nível, mas também “a instabilidade securitária na UE”. A guerra na Ucrânia, afirma, “não vai acabar tão cedo e ainda pode piorar antes de acabar”.

"Não é com excesso de competição, com protecionismo e excesso de rivalidade que vamos proteger os nossos valores e objetivos.”

João Vale de Almeida, antigo embaixador da União Europeia (UE) nos EUA, na ONU e no Reino Unido

Por outro lado, continua, a perturbação dos circuitos comerciais internacionais – em particular no estreito do Golfo e em Taiwan – pode resultar em danos graves para a economia mundial se não for atenuada. Mais uma vez, o protecionismo e a “reversão da globalização não são bons para o mundo”, em especial para economias abertas como a europeia e a norte-americana. Por fim, João Vale de Almeida fala nos conflitos invisíveis e na “situação humanitária catastrófica” no Sudão, onde se estima que até ao final deste ano possam morrer 2,5 milhões de pessoas.

Inovação, talento e a inteligência artificial

A disrupção foi tema comum a vários painéis e diferentes intervenções, em particular no debate “Visões do Futuro” que contou com Pedro Santa Clara (Tumo Portugal), João Bento (CTT e Business Roundtable Portugal) e João Maria Botelho (eleito na lista Forbes 30 Under 30), moderado pelo diretor do ECO António Costa. Os participantes concordaram com a “necessidade dramática de simplificar a regulação” na UE e que se facilite a criação de grandes empresas, de forma a permitir que as economias ganhem escala e possam ser mais competitivas a nível internacional. “É sabido e é factual que as maiores empresas são mais produtivas, pagam mais, investem mais”, sublinhou João Bento.

Mas a mudança deve ser também cultural e isso implica outras pequenas revoluções na sociedade portuguesa, como na educação e formação dos futuros líderes. Pedro Santa Clara diz estar “farto desta mediocridade coletiva” que se vive no ensino nacional por falta de inovação e abertura a novos modelos de educação. “Há possibilidade de construir outras formas de aprendizagem utilizando tecnologia bastante simples para desenhar uma experiência mais eficaz, mais escalável”, acredita.

"Temos de ter consciência que ainda estamos no nível 2 das capacidades da IA generativa, temos de chegar ao nível 5. Temos de levar isto às empresas, à nossa estrutura empresarial. Este caminho ainda está muito no início.”

Sofia Marques de Sousa (DXC Technology)

Num outro painel moderado pelo subdiretor do ECO, André Veríssimo, a inteligência artificial (IA) generativa foi mote para uma mesa-redonda que juntou António Vargas (Amazon Web Services), Sofia Marques de Sousa (DXC Technology) e Ricardo Chaves (Centro de Excelência de Inteligência Artificial do BPI). “Portugal está numa posição destaca na Europa no que respeita à IA”, assegura António Vargas, que em contracorrente acredita que a regulação da UE para a IA “tem muitos aspetos positivos”. No entanto, alerta: as PME, que compõem mais de 99% do tecido empresarial português, terão muita dificuldade em garantir o cumprimento da legislação se não tiverem ajuda.

Ricardo Chaves não tem dúvidas de que a IA generativa está a revolucionar o mundo do trabalho e setores como o da banca, mas faz questão de lembrar “o potencial” destas ferramentas ao serviço das PME. Há, porém, um entrave que deve ser ultrapassado – a formação e reskilling das equipas para que sejam capazes de tirar partido da tecnologia.

A saúde ou as utilities serão grandes beneficiados pelo poder da IA generativa, acrescenta Sofia Marques de Sousa, embora haja desafios a superar para que esse ganho possa ser conquistado. “Temos de ter consciência que ainda estamos no nível 2 das capacidades da IA generativa, temos de chegar ao nível 5. Temos de levar isto às empresas, à nossa estrutura empresarial. Este caminho ainda está muito no início”, apontou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.