Montenegro mantém liderança do protagonismo televisivo em agosto. Ventura cai para o 4º lugar

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  • 20 Setembro 2024

Miguel Albuquerque surge na segunda posição e o líder do Chega desce para o quarto lugar. Rúben Amorim, treinador do Sporting Clube de Portugal, protagonizou 55 notícias nos telejornais.

Luís Montenegro manteve-se na liderança do top de exposição mediática agosto. O primeiro-ministro protagonizou 99 notícias, com 4h38 de duração, nos telejornais dos quatro canais generalistas em sinal aberto.

Num mês que ficou marcado pelos incêndios na Madeira, o presidente da Região Autónoma da Madeira, Miguel Albuquerque, surge na segunda posição, com 61 notícias e 3h18 de exposição.

Marcelo Rebelo de Sousa registou a terceira posição, com o Presidente da República a protagonizar 62 notícias de 2h35 de duração. Já o presidente do Chega, André Ventura, desceu do segundo para o quarto lugar, com 59 notícias de 2h23, mostra a análise mensal do serviço Telenews, da MediaMonitor.

A quinta posição é ocupada por Rúben Amorim, treinador do Sporting Clube de Portugal, protagonista em 55 notícias, com 1h54 minutos de duração.

Ana Paula Martins (ministra da Saúde), Vítor Bruno (treinador do FC Porto), Pedro Nuno Santos (secretário-geral do PS), Roger Schmidt (à data treinador do SL Benfica) e António Leitão Amaro (ministro da Presidência) completam a lista dos 10 nomes que protagonizaram notícias de maior duração total durante o mês de agosto de 2024.

 

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Crescimento da dívida acelera 3% nas empresas e 1,5% nas famílias

O endividamento do setor público diminuiu 3,6 mil milhões em julho, de acordo com dados do Banco de Portugal. Crescimento está a acelerar nas empresas e famílias.

O endividamento público diminuiu em 3,6 mil milhões em julho face ao mês anterior, o equivalente a um recuo de 1%. Já nas famílias e empresas o crescimento da dívida está a acelerar, mostram os dados revelados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal.

O endividamento do setor privado aumentou em mil milhões de euros, “resultado do aumento do endividamento das empresas privadas, de 0,7 mil milhões de euros, maioritariamente perante o exterior, e do endividamento dos particulares, de 0,3 mil milhões de euros, junto do setor financeiro”, indica o regulador da banca.

Esta é uma tendência que se tem vindo a evidenciar nos últimos meses. No caso das empresas, a dívida cresceu pelo terceiro mês consecutivo, enquanto nas famílias foi já a quinta subida.

Face a julho de 2023, o endividamento cresceu 3% nas empresas, o ritmo mais elevado desde dezembro de 2022, e 1,5% nas famílias, o que não acontecia desde abril. O Banco de Portugal observa que “o endividamento das empresas privadas e dos particulares tem vindo a acelerar desde o final de 2023“.

Em sentido contrário, a dívida do Estado recuou em 3,6 mil milhões em relação a junho. Face ao mesmo mês do ano passado, a dívida do Estado encolheu 2,38 milhões de euros ou 0,65%. Uma evolução que se deveu “sobretudo à redução das responsabilidades do Tesouro em depósitos e à amortização líquida de títulos de dívida pública”.

Tudo somado, “o endividamento do setor não financeiro (administrações públicas, empresas e particulares) diminuiu 2,5 mil milhões de euros, para 808,8 mil milhões de euros”.

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“Não há margem de erro nem qualquer folga para imprevistos” na execução do PRR. Regime especial vai passar no Parlamento

Com votos do PS, Parlamento vai aprovar proposta do Executivo para estabelecer regime de fiscalização preventiva especial do Tribunal de Contas para os contratos PRR e permitir o recurso à arbitragem.

Não há margem de erro, nem qualquer folga para imprevistos” a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), reconheceu esta sexta-feira o ministro Adjunto e da Coesão Territorial. O Parlamento vai votar a proposta de alteração do Executivo para estabelecer um regime de fiscalização preventiva especial do Tribunal de Contas; permitir que, em caso de impugnação de atos de adjudicação que se destinem à execução do PRR, a Administração Pública possa solicitar ao Tribunal o levantamento provisório do efeito suspensivo automático, e ainda permitir o recurso à arbitragem ou de tentativa de conciliação extrajudicial, quando a delonga dos litígios judiciais possa colocar em risco o cumprimento dos prazos contratuais ou a perda de fundos.

“Estamos cientes, desde o início, que não será possível executar cabalmente o PRR se não fizermos alterações nas regras e práticas habituais e se não aumentarmos os recursos atualmente existentes. É o que estamos a fazer”, disse Manuel Castro Almeida. “Nenhuma das alterações legislativas que propomos ao Parlamento coloca em risco a fundamental preocupação de rigor e eficiência na aplicação dos recursos públicos”, sublinhou ainda.

Não é esse o entendimento do Bloco de Esquerda, que anunciou logo no início do debate que vai votar contra. Marisa Matias considera que o regime especial elimina a fiscalização prévia, já que os contratos arrancam mesmo sem o visto do Tribunal de Contas e que em casos de fiscalização concomitante é “virtualmente impossível travar os contratos”, já que os casos em que a cessação imediata dos contratos é possível são “limitadíssimos”. Também o PCP anunciou que não ia votar a favor.

Apesar de esta ser já a 20.ª alteração ao Código dos Contratos Públicos, o deputado do PSD, Silvério Regalado, questionou o ministro da Coesão sobre a possibilidade de estas alterações serem aplicadas aos restantes fundos europeus, nomeadamente ao Portugal 2030. Castro Almeida reconheceu que o Executivo ponderou fazê-lo, mas não quis “arriscar” por receio de que isso pudesse “ferir um princípio de legalidade perante as regras europeias do contencioso pré-contratual”.

No entanto, Castro Almeida adiantou que se aplica também ao Portugal 2030 a possibilidade de recurso à arbitragem ou de tentativa de conciliação extrajudicial, quando a delonga dos litígios judiciais possa colocar em risco o cumprimento dos prazos contratuais ou a perda de fundos. E recordou que está nas mãos do Parlamento alargar estas novas regras a todos os fundos.

Não vale de nada proclamar a importância de executar o PRR se não tivermos a coragem de adotar as medidas que o permitam.

Castro Almeida

Ministro Adjunto e da Coesão Territorial

A alteração parece estar destinada ao sucesso, já que a deputada Marina Gonçalves disse que o Partido Socialista vai acompanhar este “esforço de simplificação”, desde que aliado à transparência e ao rigor, porque é necessário para cumprir o PRR. Sublinhando a “postura de responsabilidade do PS”, defendeu que no debate na especialidade sejam analisadas algumas das propostas apresentadas.

Castro Almeida sublinhou que só existem quatro países na União Europeia que têm visto prévio do Tribunal de Contas e que “nem o todo-poderoso Tribunal de Contas Europeu o tem”. “Todos os demais Parlamentos desistiram de cumprir a lei?”, questionou ironicamente. “Se calhar somos nós que estamos errados. Temos de nos alinhar com os países mais modernos” atirou.

“Não vale de nada proclamar a importância de executar o PRR se não tivermos a coragem de adotar as medidas que o permitam”, concluiu o governante, num apelo à aprovação do diploma por parte dos deputados.

Nota: O Parlamento aprovou a medida na votação desta sexta-feira, após a publicação desta peça.

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AIP apresenta nova identidade virada para um futuro mais digital

  • + M
  • 20 Setembro 2024

Assinada pela SKA Brand Development, a identidade herda da anterior a forma circular que atua enquanto símbolo do associativismo empresarial,

A Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) tem uma nova identidade visual. “Não é uma rutura com o passado, antes uma celebração de tudo o que foi feito até aqui pelos meus antecessores e, ao mesmo tempo, o assumir de uma identidade mais atual, mais tecnológica”, descreve José Eduardo Carvalho, Presidente da AIP. “Os nossos valores estão impressos nesta nova assinatura, mas de uma forma mais estilizada, mais conceptual”, acrescenta, citado em comunicado.

Assinada pela SKA BrandDevelopment, a identidade herda da anterior a forma circular que atua enquanto símbolo do associativismo empresarial. Da união de três rodas, a dos associados, a da dinamização e a da cooperação, nasceu esta nova ‘roda dentada’, descreve a AIP, explicando que esta linguagem foi buscar inspiração às engrenagens da atividade industrial, mas recorrendo a uma linguagem que introduz inovação, expansão, sustentabilidade e economia circular e digitalização. “São novos valores que se juntam aos que sempre defendemos, assumindo-se a AIP como agente impulsionador da mudança de paradigma do tecido empresarial português”, aponta José Eduardo Carvalho.

A AIP, que representa cerca de 6.900 empresas portuguesas, começou por adotar a nova imagem na comunicação digital, sendo o rebranding implementado de forma progressiva nos próximos meses nos suportes físicos.

 

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Preços das casas sobem 7,8% no segundo trimestre, ritmo acelera novamente

Depois de um trimestre de abrandamento, o ritmo subida dos preços das casas voltou a acelerar entre abril e junho deste ano: 7,8% em termos homólogos e 3,9% face aos primeiros três meses de 2024.

Os preços das casas em Portugal subiram 7,8% no segundo trimestre deste ano, em termos homólogos, retomando uma aceleração do ritmo de crescimento após um trimestre de abrandamento, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

“No segundo trimestre de 2024, o Índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 7,8% em termos homólogos, mais 0,8 pontos percentuais (p.p.) que no trimestre anterior” informou o INE, em comunicado. “No trimestre de referência, a taxa de variação dos preços das habitações existentes foi 8,3%, acima da observada nas habitações novas (6,6%)”.

Em relação ao trimestre anterior, o IPHab cresceu 3,9% (variação de 0,6% no trimestre precedente), adiantou. Por categoria, os alojamentos existentes registaram um aumento nos preços semelhante ao observado nos alojamentos novos, 3,9% e 3,8%, respetivamente.

Entre abril e junho de 2024 foram transacionadas 37.125 habitações, no valor total de 7,9 mil milhões de euros, o que representa um aumento, face ao mesmo período do ano anterior, de 10,4% e 14,1%, respetivamente, explicou o INE.

No trimestre de referência, as aquisições de habitação pelo setor institucional das famílias corresponderam a 31.948 unidades (86,1% do total), que perfizeram um total de 6,7 mil milhões de euros (85,4% do total).

No segundo trimestre de 2024, os compradores com um domicílio fiscal fora do território nacional adquiriram 2.464 alojamentos (6,6% do total), o que representa uma redução homóloga de 2,8%.

Norte vale quase um terço

Em termos regionais, o Norte, com um total de 10.995 transações, concentrou 29,6% do total das vendas de habitações, mais 1,0 p.p. face ao período homólogo.

“A par do Norte, o Centro e o Alentejo, com 5.885 e 1.945, respetivamente, foram as outras regiões a apresentar incrementos nas respetivas quotas regionais, 0,5 p.p. e 0,2 p.p., pela mesma ordem”, sublinhou.

“As transações de habitações localizadas na Grande Lisboa fixaram-se em 7.031 unidades, ou seja, 18,9% do total, percentagem idêntica à do mesmo período do ano transato”, explicou, adiantando que entre abril e junho de 2024, as habitações transacionadas na Grande Lisboa totalizaram 2,5 mil milhões de euros, 32,2% do total, menos 0,7 p.p. em termos homólogos.

No Norte, o valor das habitações transacionadas ascendeu a 1,9 mil milhões de euros, enquanto no Algarve atingiu 912 milhões de euros, observando-se, no primeiro caso, um aumento homólogo do respetivo peso relativo de 1,3 p.p., e, no segundo caso, uma redução da quota relativa na mesma amplitude (-1,3 p.p.)

 

(Notícia atualizada às 11h36)

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Taxa Euribor cai a três, seis e 12 meses para novos mínimos de ano e meio

  • Lusa
  • 20 Setembro 2024

Esta sexta-feira, as taxas Euribor caíram para 3,436% a três meses, para 3,184% a seis meses e para 2,918% a 12 meses.

A taxa Euribor desceu esta sexta-feira a três, a seis e a 12 meses para novos mínimos, respetivamente, desde maio e março de 2023 e dezembro de 2022. Com estas alterações, a taxa a três meses, que baixou para 3,436%, continuou acima da taxa a seis meses (3,184%) e da taxa a 12 meses (2,918%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro de 2023, recuou para 3,184%, menos 0,039 pontos que na anterior sessão e um novo mínimo desde 21 de março de 2023.
  • no prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, caiu para 2,918%, menos 0,018 pontos que na quinta-feira e um novo mínimo desde 15 de dezembro de 2022.
  • A Euribor a três meses também caiu, ao ser fixada em 3,436%, menos 0,019 pontos e um novo mínimo desde 24 de maio de 2023.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a julho apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 37,1% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,2% e 25,4%, respetivamente.

Na mais recente reunião de política monetária, em 12 de setembro, o Banco Central Europeu (BCE) desceu a principal taxa diretora em 25 pontos base para 3,5%, depois de em 18 de julho ter mantido as taxas de juro diretoras.

Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

Na quarta-feira, em 18 de setembro, foi a vez da Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que é a primeira descida desde 2020.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 17 de outubro na Eslovénia. Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.

A média da Euribor em agosto voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas mais acentuadamente no prazo mais longo, tendo baixado 0,137 pontos para 3,548% a três meses (contra 3,685% em julho), 0,219 pontos para 3,425% a seis meses (contra 3,644%) e 0,360 pontos para 3,166% a 12 meses (contra 3,526%).

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Governo alemão oferece ajuda à Volkswagen para evitar fecho de fábricas

  • Joana Abrantes Gomes
  • 20 Setembro 2024

Volkswagen tinha admitido a possibilidade de encerrar fábricas na Alemanha. Apesar da oferta de ajuda, Governo diz que "grande parte das tarefas tem de ser resolvida pela própria empresa”.

O ministro alemão da Economia, Robert Habeck, afirmou esta sexta-feira que pretende ajudar a Volkswagen a ultrapassar o período de redução de custos, que inclui a rescisão de vários acordos coletivos de trabalho na Alemanha, sem encerrar fábricas da empresa.

No início deste mês, a gigante alemã — produz carros na fábrica da Autoeuropa, em Palmela — admitiu pela primeira vez a possibilidade de encerrar fábricas na Alemanha, numa tentativa de poupar milhares de milhões de euros. Em 87 anos de história, a Volkswagen nunca fechou as portas de uma unidade industrial no seu país de origem.

Esta manhã, numa visita à unidade da fabricante alemã de automóveis em Emden, o governante alertou, por outro lado, para a importância de garantir que o despedimento de pessoal acontece dentro do quadro normal de negociação coletiva, depois de a Volkswagen ter rescindido o acordo coletivo de garantia de emprego, que vinha sendo renovado desde 1994.

Foi a 10 de setembro que a Volkswagen notificou o sindicato IG Metall da rescisão do acordo, que excluía os despedimentos por motivos operacionais e expira no final do ano. Pelo que os despedimentos serão possíveis a partir de julho de 2025, se o sindicato e a empresa não chegarem a um acordo antes dessa data.

Citado pela Reuters, Robert Habeck ressalvou, porém, que há limites para o que o Governo alemão pode fazer para apoiar a empresa, sublinhando que “uma grande parte das tarefas tem de ser resolvida pela própria Volkswagen”, nomeadamente no que toca à estrutura e à viabilidade do negócio.

“Os políticos podem ajudar [as empresas] ao melhorar o enquadramento e ao enviar os sinais certos ao mercado, o que inclui incentivar à produção de carros com motores elétricos”, acrescentou o ministro alemão da Economia.

Mercedes volta a baixar previsões de lucro

Outro grande fabricante alemão do setor automóvel, a Mercedes-Benz, também enfrenta perspetivas complicadas. Na quinta-feira à noite, a construtora reduziu o objetivo para a margem de lucro anual pela segunda vez em menos de dois meses, culpando a quebra nas vendas de veículos na China.

Face ao abrandamento do crescimento do PIB na China, penalizado pelo enfraquecimento do consumo e pela recessão no setor imobiliário, a empresa reduziu as suas perspetivas de lucros para 2024 tanto para a Mercedes-Benz Cars como para o Grupo Mercedes-Benz, o que levou esta sexta-feira de manhã às ações da empresa caírem quase 8%.

Segundo a agência de notícias, a Mercedes-Benz Cars espera agora que a rendibilidade ajustada das vendas se situe entre 7,5% e 8,5% em 2024, quando antes as expectativas se situavam em 10% a 11%. O que implica uma rendibilidade ajustada das vendas de cerca de 6% para o segundo semestre deste ano.

“Há uma enorme cautela, estou a tentar dizer isto diplomaticamente. Quanto tempo é que isso vai durar? Não sei, mas mantenho-me cauteloso num futuro próximo em relação à China“, afirmou o CEO da Mercedes-Benz, Ola Kaellenius, afirmando-se pouco surpreendido que neste contexto as famílias estejam a reduzir os gastos com automóveis caros.

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Jingles são o ativo de marca com melhor desempenho, revela estudo

Há alguns fatores comuns às marcas com melhor desempenho no que diz respeito ao uso dos seus ativos, como a priorização, consistência ou criatividade, revela o estudo.

Os ativos das marcas têm o poder de acionar a memória humana e levar os consumidores a recordá-la, seja através de elementos verbais, visuais, auditivos ou outros, como logos, slogans, jingles ou personagens/mascotes.

Mas nem todos os ativos têm o mesmo impacto. De acordo com o estudo “The DNA of Distinctive Brands“, da Distinctive Bat, os jingles são o tipo de ativos que superam os outros com mais frequência, alcançando uma pontuação de 126 pontos, sendo que o máximo é 200 (o que significaria que 100% das pessoas identificavam corretamente o ativo e o atribuíam corretamente à marca em questão).

Aos jingles seguem-se as personagens/mascotes (105 pontos) enquanto ativo com melhor desempenho, graças à capacidade humana de recordar rostos, as embalagens (86), os logos (82) e os produtos (76).

O estudo, que analisou centenas de marcas, apurou ainda quais os fatores comuns entre as marcas com melhores desempenhos, no que diz respeito ao uso dos seus ativos.

Desde logo, é preciso que as marcas consigam priorizar. Ou seja, que tenham a capacidade de identificar os seus ativos mais distintivos e dar-lhes a liderança ou destaque, uma vez que uma “ampla gama de ativos pode ser benéfica mas também levar à falta de foco e à diluição do alcance dos ativos nos pontos de contacto”.

No entanto, o número de ativos distintivos varia de acordo com a marca. Enquanto algumas marcas, como a McDonald’s, conseguem ter muitos ativos fortes, “a maioria das outras terá de se concentrar mais na identificação de alguns ativos-chave”, refere-se no estudo, onde se adianta que a maior queda nas pontuações de distintividade acontece para as marcas quando estas passam dos três ativos.

Depois de “escolhidos” estes ativos, o estudo indica que é também importante haver consistência, sendo indicado “maximizar repetidamente a exposição dos mesmos ativos, através de uma abordagem consistente em todos os pontos de contacto”, ao longo das várias campanhas.

Embora também seja importante ser criativo com estes ativos, é importante que tal não seja feito de forma “exagerada”. “Ganha-se o direito de amplificar os ativos somente depois de estes estarem incorporados”, refere-se no estudo, onde se acrescenta que é importante “compreender o património dos ativos e determinar como estes serão usados”.

Mas, embora a priorização e consistência sejam importantes, é a criatividade que tem a capacidade de elevar os ativos para outro patamar, “quando bem feita”, alerta-se no estudo. “A criatividade é uma grande alavanca que uma marca pode usar a seu favor”, sendo que no casos dos ativos esta é importante no seu próprio desenvolvimento mas também no uso destes ativos na publicidade.

Alcance e frequência são outras duas variáveis-chave a ter em conta e que contribuem para o sucesso de um ativo, defende-se no “The DNA of Distinctive Brands”, sendo que o dimensão da própria marca está fortemente correlacionado.

“Quanto maior for a marca, na maioria dos casos, maior será o orçamento. Além disso, quanto maior a escala dos pontos de contacto próprios, impulsionados pela disponibilidade física e pelo produto em mãos, mais fácil será para uma marca incorporar ativos distintivos”, refere-se no estudo.

Embora a forma como as marcas são ativadas varie de acordo com o tamanho e a categoria da marca, todas devem ter como objetivo garantir que os canais próprios, adquiridos e pagos, sejam maximizados de forma a incorporar ativos“, acrescenta-se.

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Chuva ajuda a apagar os fogos. Incêndio em Castro Daire “dominado”

  • ECO e Lusa
  • 20 Setembro 2024

Mudança no estado do tempo, com alguns aguaceiros registados em várias regiões do Norte e Centro do país, beneficia combate aos fogos. Incêndio em Castro Daire está "dominado”, anuncia autarca.

A chegada da chuva a várias zonas do Norte e Centro do país assoladas por incêndios ao longo dos últimos dias está a ajudar ao trabalho dos bombeiros. Ainda assim, às 7h ainda havia cerca de 2.700 operacionais, apoiados por 838 meios terrestres, a combater 44 incêndios (em curso, em conclusão ou resolução) em todo o território de Portugal continental.

Apesar da mudança no estado do tempo, com alguns aguaceiros registados na região, os dois incêndios em Castro Daire (em Mões/Soutelo e em Pinheiro, Moção), no distrito de Viseu, ainda preocupavam as autoridades ao início da manhã, mobilizando vários meios no terreno. de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

 

Entretanto, os bombeiros deram como controlados estes dois incêndios em Castro Daire, com o comandante Pedro Araújo, da ANEPC, a adiantar que foi possível durante a noite devido a condições meteorológicas mais favoráveis dominar um conjunto de incêndios.

Às 10h, o presidente do município, Paulo Almeida, confirmou aos jornalistas que “o incêndio foi dado como dominado” ao início da manhã, mas que isso não significa que o concelho está livre de perigo. Vai ser monitorizado através de uma câmara térmica para detetar zonas de maior risco de reacendimento para evitar novos focos.

“É verdade que durante a noite as condições meteorológicas e a chuva nos vieram ajudar (…), mas continua a haver perigo de reacendimentos”, afirmou.

Num ponto de situação, cerca das 00:50, o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Viseu Dão Lafões, Miguel Ângelo David, avisava ainda que “[havia] muito trabalho pela frente” no incêndio de Castro Daire, com as equipas a continuarem “a operar com maquinaria, com os grupos de combate e com linhas de progressão no terreno, que é muito escarpado”.

Postos de comando começam a ser desmantelados

Segundo a VOST Portugal, uma associação de voluntários digitais em situações de emergência, em Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria, Arouca e Baião, os postos de comando foram desmantelados e os grupos de combate estão a ser desmobilizados.

De acordo com a proteção civil, o incêndio em Penalva do Castelo, distrito de Viseu, entrou esta madrugada em fase de resolução. Também o incêndio que deflagrou na freguesia de Alvarenga na quarta-feira à tarde em Arouca, concelho do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto (AMP), entrou hoje em fase de resolução.

Em fase de resolução estavam também os dois fogos que deflagraram em Sabroso de Aguiar e em Veria de Jales e Quintã e que sofreram reativações na quinta-feira à tarde em Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real.

Os incêndios rurais que lavravam em Sedielos (Peso da Régua) e Alto de Fiães (Alijó), no distrito de Vila Real, entraram em resolução durante a noite de hoje, segundo o Comando Sub-regional do Douro da Proteção Civil. No terreno mantêm-se os operacionais em operações de rescaldo e de vigilância.

Sete pessoas morreram e 161 ficaram feridas devido aos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas. A ANEPC contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, de acordo com o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares, 83% da área ardida em todo o território nacional.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e sexta-feira dia de luto nacional.

(Notícia atualizada às 10h45)

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Incêndios: ambientalistas pedem “emergência” na estabilização dos solos e pontos críticos para evitar erosão

  • Lusa
  • 20 Setembro 2024

Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) e associação Zero alertam para as consequências dos incêndios desta semana no Norte e Centro do país.

A organização ambientalista GEOTA defendeu hoje um plano de estabilização de emergência dos solos, na sequência dos incêndios no Norte e Centro do país, alertando que as chuvas previstas potenciam contaminações e resultam das alterações climáticas.

“Em primeiro lugar, há que desenvolver um plano de ações de estabilização de emergência. Obviamente que aqui temos outra agravante que é, na mesma semana em que acontecem os incêndios, estão previstas chuvas fortes”, afirmou Miguel Jerónimo, coordenador de projetos de reflorestação do Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA).

O especialista, em declarações à Lusa, acrescentou que, tendo em conta o espaço temporal, é muito difícil de que as ações de estabilização “tenham efeito” antes das chuvas porque “são quase coincidentes” e, por isso, este cenário “é uma consequência de alterações climáticas”.

“A semana passada estávamos naquilo que era um dos melhores anos da última década em termos de incêndios, de ignições. Agora já passámos para aquilo que pode ser talvez o terceiro pior, isto as contas fazem-se no fim. E, de repente, na mesma semana que temos esta catástrofe de incêndios, temos a previsão de chuvas fortes, portanto, o resultado das alterações climáticas está aí”, vincou.

Temos de garantir que não temos fenómenos de contaminação dos solos pelas cinzas, as linhas de água, não termos derrocadas.

Miguel Jerónimo

Coordenador de projetos de reflorestação do GEOTA

O que levou Miguel Jerónimo a defender que, nos locais onde os incêndios já foram extintos e terminou a fase de rescaldo, devia ser desenvolvido imediatamente “um plano de estabilização de ações de emergência” para evitar derrocadas e proteger infraestruturas.

“Em segundo lugar, é garantir que não temos fenómenos de contaminação dos solos pelas cinzas, as linhas de água, não termos derrocadas”, enumerou o especialista, bem como proteger um “bem essencial para o futuro, que é o solo”, pois a recuperação da catástrofe dos fogos só será viável olhando “para o solo” e conseguindo “trabalhá-lo”.

As ações de estabilização de emergência servem para criar condições para trabalhar o solo, mas para o GEOTA também é preciso “apurar responsabilidades” e compreender o que motivou centenas de incêndios, com situações específicas que devem ser avaliadas, como nos casos de autoestradas abertas com “chamas dos dois lados”, por uma comissão técnica independente, como tem sido prática no continente.

“Depois desta fase, há que olhar para o futuro e é preciso começar a desenvolver aquilo que são os planos de recuperação e revitalização daquelas áreas ardidas. Muito em linha com aquilo que são as políticas da reforma da floresta, que surgiu depois de 2017 e, portanto, essa reforma da floresta já indica caminhos a seguir”, apontou Miguel Jerónimo.

O especialista disse esperar que “não haja a tentação com um novo Governo de reinventar a roda”, pois “um dos grandes problemas em Portugal” passa pela “não implementação de políticas”.

“Quando falamos de transformação da paisagem, em gestão, é [preciso] uma transformação física, é preciso fazê-la, não basta decretá-la”, frisou, admitindo obviamente “ajustes específicos aos territórios que foram afetados”, mas que “haja uma efetiva implementação daquilo que era a visão pós-2017” e dos incêndios de Pedrógão.

No entanto, nos últimos anos, Jerónimo constatou que “houve um certo relaxar” nas medidas de prevenção dos fogos rurais, como aliás a própria AGIF – Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais constatou no seu mais recente relatório, com “um desacelerar” de programas como de transformação da paisagem, aldeia segura ou condomínios de aldeia.

O GEOTA, sublinhou Miguel Jerónimo, “defende há anos a criação de um Plano Nacional de Solos”, numa ótica transversal, não só da questão dos incêndios, mas com a noção de que “sem um solo produtivo” não se consegue “fazer absolutamente nada”.

“Infelizmente, com as alterações climáticas em Portugal nós estamos a viver processos acelerados de desertificação e, como o próprio nome indica, toda a gente sabe que não pode viver, ou que é muito difícil de viver ou sobreviver num deserto”, ilustrou, avaliando que o país tem “solos muito pobres” e que é necessária uma nova dinâmica de ocupação, de gestão e de cuidado com o solo.

Nesse sentido, destacou os Programas de Reordenamento e Gestão da Paisagem que, dos 20 previstos, ainda só tem um em vigor, em Monchique (Algarve), para reforçar que “o problema às vezes nem é tanto a criação de novas políticas, é a implementação daquelas que já existem”.

Em contracorrente, referiu o trabalho do GEOTA nos seus projetos de reflorestação de áreas ardidas, na Serra de Monchique e da Serra da Estrela, mas também no Pinhal de Leiria, “com financiamento 100% privado”, provando “que é possível fazer, é possível ter impacto, desde que haja financiamento” e “interesse no propósito da transformação da paisagem”.

Rapidez na identificação de pontos críticos para evitar erosão e derrocadas

Já a associação ambientalista Zero defendeu rapidez na identificação “dos pontos críticos mais suscetíveis à erosão” dos solos, nas zonas atingidas pelos incêndios no Norte e Centro, para evitar arrastamento de cinzas e derrocadas.

Segundo Paulo Lucas, da Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável, “setembro costuma ser um mês relativamente imprevisível” e, por isso, têm de se identificar “quais são os pontos críticos mais suscetíveis à erosão para, muito rapidamente” se fazerem intervenções “no sentido de conter a erosão nesses espaços e o arrastamento do solo, das cinzas”.

“Para prevenir que até haja derrocadas e outras coisas que podem acontecer agora nos próximos tempos, se efetivamente nós tivermos uma meteorologia que também seja desfavorável”, acrescentou, em declarações à Lusa.

Nesse sentido, defendeu que, após o rescaldo dos incêndios, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), em conjunto com municípios, associações florestais e outras entidades, deve avançar, no prazo de 15 dias, com o levantamento das situações e atuar no máximo após um mês pois, atrasando-se “as intervenções nos sítios mais críticos”, pode surgir “uma situação muito grave” a juntar à já existente.

“É muito importante que as autoridades não fiquem de braços cruzados, elaborem já estes relatórios”, salientou Paulo Lucas, com vista a tomar “medidas para evitar precisamente danos maiores”, principalmente no que tem a ver com arrastamento do solo ou de “cinzas poluentes para os cursos de água”.

“Temos que limitar ao máximo possível essas ocorrências, para não acrescentarmos catástrofe à catástrofe dos incêndios. O Estado, em primeiro lugar, tem que garantir que existem recursos financeiros de emergência, para além daqueles que vão ser dados para recuperar habitações”, e reparar os danos provocados pelos fogos, notou o dirigente da Zero, acrescentando que também tem de se investir na “estabilização do solo”.

É muito importante que as autoridades não fiquem de braços cruzados, elaborem já estes relatórios.

Paulo Lucas

Dirigente da Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável

Para Paulo Lucas, os recursos para recuperar os milhares de hectares afetados devem ser “disponibilizados o mais rapidamente possível”, através de mecanismos simplificados, sem “muitas burocracias associadas”, embora “garantindo a transparência” para evitar “situações menos corretas do ponto de vista da atribuição de empreitadas”.

O especialista, que coordena as áreas de sistemas de conservação, biodiversidade e florestas, admitiu que esta pode ser também “uma oportunidade para reordenar um pouco a paisagem”, mas sem avançar imediatamente para reflorestações, que só devem ocorrer no próximo ano, pois “o solo tem que estar estabilizado”.

Além das zonas com espécies de produção, como o pinheiro e o eucalipto, Paulo Lucas referiu “também a oportunidade para fazer outro tipo de floresta nas áreas ardidas”, nomeadamente plantando “carvalhais ou outras espécies autóctones nessas áreas” ou “deixar a natureza fazer o seu trabalho”.

“Há um discurso contra a natureza que não é muito correto neste país, em que há uma lógica de que tem que estar tudo limpinho, que nós temos que ter o país todo limpinho para não haver progressão dos fogos”, apontou o especialista, criticando que parece haver “uma cruzada contra a floresta” e “contra os matos”, quando “os incêndios não são causados nem pelos matos, nem pela floresta, são causados por pessoas”.

Seja por negligência ou incendiarismo haverá sempre fogos, mas o dirigente da Zero notou que estão em discussão pública vários planos de reordenamento e gestão da paisagem, que constituem uma oportunidade para “um trabalho sério de reordenamento”, tornando o território “mais resiliente” e resistente à propagação dos incêndios.

O responsável da organização não governamental (ONG) de ambiente advogou que, neste momento, é urgente “proteger o solo que há”, que “já é pouco e não podemos perder ainda mais”, e estabilizar os terrenos, com barreiras nas linhas de água, aproveitando os restos de árvores que arderam para criar estilha para cobrir o solo. “Não podemos ficar de braços cruzados à espera da chuva (…) isso é que é a pior coisa que pode acontecer, é ficarmos de braços cruzados”, rematou.

Sete pessoas morreram e 161 ficaram feridas devido aos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares, 83% da área ardida em todo o território nacional. O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e sexta-feira dia de luto nacional.

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Hoje nas notícias: TAP, incendiários e painéis solares

  • ECO
  • 20 Setembro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Citigroup deverá ser a escolha para assessorar financeiramente o processo de privatização da TAP. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, acusou “interesses” de estarem por trás dos incêndios dos últimos dias, mas as forças de segurança especializadas na investigação criminal de fogos florestais dizem não ter provas disso. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta sexta-feira.

Citigroup escolhido para assessorar privatização da TAP

O banco de investimento norte-americano Citigroup está em vias de ser escolhido para ser o assessor financeiro da privatização da TAP, que não se prevê que arranque antes da aprovação do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) e deverá incidir sobre menos de 50% do capital da transportadora aérea portuguesa. O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, já avisou que o partido apenas aceitará a venda a privados de uma posição minoritária.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Investigadores da PJ e da GNR desmontam tese de Montenegro sobre “interesses” nos incêndios florestais

Depois de o primeiro-ministro ter apontado o dedo a “interesses” que “sobrevoam” os incêndios florestais, sem especificar quais, e garantido que será implacável contra os “criminosos” que diz estarem por detrás de grande parte das ignições, quatro fontes policiais especializadas na investigação criminal aos incêndios florestais vieram desmentir Luís Montenegro, assegurando que tanto nos últimos anos como na última semana não foi detetado qualquer tipo de organização com interesses ocultos por detrás dos fogos em que há suspeitas de mão criminosa. “As declarações do primeiro-ministro não estão fundadas em factos diretos ou relatórios oficiais”, afirmou um militar da GNR.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

Fundo ambiental só pagou 5,7% dos apoios para janelas e painéis solares

Apenas 4.454 (5,6% do total) das cerca de 78 mil candidaturas ao Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis (PAE+S) — cujo aviso encerrou em 31 de outubro do ano passado — foram pagas até agora, num valor de 7,7 milhões de euros, quando, no início de julho, a ministra do Ambiente e da Energia garantiu que os subsídios em atraso deveriam estar “pagos até ao fim de setembro”. O envelope financeiro destinado pelo RepowerEU para uma nova edição do PAE+S em 2023 ascende a 100 milhões de euros.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Plano de 400 milhões de euros para expandir Lisnave

A Lisnave está a fazer um plano de investimento, juntamente com parceiros internacionais, num intervalo entre os 200 milhões e os 400 milhões de euros. O objetivo da companhia de Setúbal é expandir o seu negócio para a construção de eólicas marítimas (offshore) e para a desmontagem e reciclagem de navios. O aumento do estaleiro, para o que seria necessário aumentar a ilha artificial onde está localizado, na Mitrena, e a expansão da linha férrea (porque não chega ao estaleiro) estão entre os investimentos necessários.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Juiz critica ações de estafetas “totalmente infundadas” que “entopem” os tribunais

Um juiz do Tribunal do Trabalho de Lisboa criticou recentemente as “centenas de ações judiciais” avançadas por estafetas das plataformas digitais, a “reboque” da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), que “entupiram o andamento dos tribunais de trabalho em Portugal” e cujas alegações “nem fumo tinham, quanto mais fogo”. Na sentença proferida a 10 de setembro, em que é dada razão à Uber Eats, lê-se que “não é aceitável que quem trabalha quando quer, onde quer, como quer, quanto quer e sem consequências possa ter uma realidade de contrato de trabalho”.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

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João Paixão Moreira é o novo administrador do Novobanco para o retalho

Antigo senior partner na McKinsey entra no conselho de administração executivo do Novobanco, substituindo Luís Ribeiro como Chief Commercial Officer (CCO) para a área do retalho.

É oficial. João Paixão Moreira passou a integrar o Conselho de Administração Executivo do Novobanco no mandato em curso, que começou em 2022 e termina em 2025, na função de Chief Commercial Officer (CCO) para a área do retalho.

A entrada do antigo senior partner na McKinsey & Company, onde liderou o setor da banca para Espanha e Portugal, foi comunicada esta sexta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) pela instituição financeira liderada por Mark Bourke.

Em maio, quando, inserido na “execução da política de planeamento de sucessão”, comunicou a saída de Andrés Baltar, até então CCO da área corporate, do conselho de administração executivo, Mark Bourke destacou o “profundo conhecimento e experiência” de João Paixão Moreira, que “permitirá ao Novobanco continuar a desenvolver-se e a competir como um banco português forte e independente”.

João Paixão Moreira entra assim para o lugar de Luís Ribeiro, que, por sua vez, rendeu Andrés Baltar, cuja saída teve efeitos a partir de 30 de junho, como CCO da área corporate, uma das mais importantes para o antigo BES.

O fim antecipado do acordo de capital contingente (CCA, contingent capital agreement) no Novobanco, que permitirá avançar para a venda da instituição, é um dos dossiês, a par da privatização da TAP, que está neste momento condicionado pelo contexto político incerto em torno do Orçamento do Estado para 2025.

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