PGR diz que investigação na Madeira abrange concursos entre 2020 e 2024

  • Lusa
  • 19 Setembro 2024

A investigação da PJ relacionada com suspeitas de criminalidade económica e financeira na Madeira, que tem oito detidos, abrange pelo menos 25 concursos efetuados entre 2020 e 2024.

A investigação da Polícia Judiciária relacionada com suspeitas de criminalidade económica e financeira na Madeira, que tem oito detidos, abrange pelo menos 25 concursos efetuados entre 2020 e 2024, informou a Procuradoria-geral da República.

O comunicado inicial da PGR referia que a investigação abrangia o período entre 2014 e 2020, que totalizam mais de um milhão de euros (sem IVA).

A Polícia Judiciária desenvolveu na terça-feira uma operação que visou no início a execução de sete mandados de detenção, que passaram depois a oito, envolvendo autarcas, empresários, funcionários públicos, titulares de cargos políticos e de altos cargos públicos.

No âmbito da operação foram também realizadas 43 buscas domiciliárias e não domiciliárias, duas das quais efetuadas em sedes de municípios e quatro em secretarias regionais.

Segundo a PJ, em causa estão suspeitas da prática dos crimes de participação económica em negócio, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, prevaricação e financiamento proibido de partidos políticos.

Ainda de acordo com a PJ, a investigação foi desencadeada em 2020 pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção e pelo Departamento de Investigação Criminal da Madeira e incide “sobre condutas consideradas como criminalidade altamente organizada”.

Fonte judicial indicou também à Lusa que a investigação está relacionada com as buscas e detenções efetuadas no início do ano, na ilha da Madeira, envolvendo, entre outros, o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado. O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, também foi constituído arguido.

“Em causa estão adjudicações efetuadas por entidades públicas regionais, através dos seus representantes, titulares de cargos políticos e funcionários, a sociedades controladas por um único indivíduo, bem como, com outras empresas geridas por pessoas com quem o mesmo tem relações de amizade, em violação das regras dos concursos públicos”, é referido numa nota divulgada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Entre os detidos na terça-feira estão o presidente da Câmara da Calheta e da Associação de Municípios da Madeira (AMRAM), Carlos Teles, o antigo secretário regional da Agricultura Humberto Vasconcelos, o presidente do conselho diretivo do Instituto da Administração de Saúde da Madeira (IASAÚDE), Bruno Freitas, o ex-diretor regional da Agricultura, Paulo Santos, bem como Humberto Drumond e Miguel Nóbrega, administradores da empresa Dupla DP, uma agência de comunicação, publicidade e marketing, e duas funcionárias públicas.

A operação denomina-se “AB INITIO” e mobilizou 110 elementos da PJ, quatro procuradores do Ministério Público, dois juízes do Tribunal Judicial do Funchal e seis elementos do Núcleo de Assessoria Técnica, indicou a Polícia Judiciária.

Os detidos ficaram no Estabelecimento Prisional do Funchal e deram hoje entrada no Tribunal do Funchal para serem sujeitos a primeiro interrogatório judicial.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Remessas de emigrantes sobem 1% para 1.989 milhões de euros no primeiro semestre

  • Lusa
  • 19 Setembro 2024

Mais de 25% das remessas enviadas por portugueses a trabalhar no estrangeiro foram provenientes de França, mas os 536,87 milhões de euros enviados ficaram 0,22% abaixo do primeiro semestre de 2023.

As remessas dos emigrantes subiram 1,01% no primeiro semestre, para 1.989,14 milhões de euros, ao passo que as verbas enviadas pelos estrangeiros em Portugal aumentaram quase 5%, para 298,38 milhões de euros.

De acordo com os dados do Banco de Portugal, compilados esta quinta-feira pela Lusa, os trabalhadores portugueses no estrangeiro enviaram, durante os primeiros seis meses deste ano, 1.989,14 milhões de euros, o que revela um aumento de 1,01% face aos 1.969,24 milhões de euros enviados no primeiro semestre do ano passado.

Em sentido inverso, as verbas enviadas pelos trabalhadores estrangeiros em Portugal subiram 4,97%, passando de 284,25 milhões de euros, nos primeiros seis meses do ano passado, para 298,38 milhões, de janeiro a junho deste ano.

Os brasileiros representam a comunidade que mais verbas enviou para o seu país, sendo responsável por mais de metade das remessas enviadas, com 153,33 milhões de euros nos primeiros seis meses deste ano, o que representa uma subida de 9,85% face aos 139,58 milhões enviados no período homólogo de 2023.

No que diz respeito aos portugueses a trabalhar no estrangeiro, o maior volume de remessas foi proveniente de França, com mais de 25% do total — os emigrantes em França enviaram 536,87 milhões de euros, apenas 0,22% abaixo dos 538,08 milhões que enviaram nos primeiros seis meses do ano passado.

Olhando apenas para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), regista-se um aumento de 6,14% no acumulado de janeiro a junho, fruto da subida das remessas dos africanos a trabalhar em Portugal, de 21,84 milhões de euros, para 23,18 milhões.

Já os portugueses a trabalhar nos PALOP enviaram mais 1,65% no mesmo período, resultado da subida registada entre o primeiro semestre do ano passado, com 154,66 milhões, e os primeiros seis meses deste ano, período em que enviaram 157,21 milhões de euros.

No que diz respeito apenas ao mês de junho, o mais recente sobre o qual há dados disponíveis, registou-se uma ligeira redução nas remessas recebidas, de 0,66%, para 346,06 milhões de euros, e uma subida também ligeira, de 0,91%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Manpower procura candidatos para 100 vagas na EDP

EDP tem vagas abertas para chefes de loja, subchefes de loja, gestores de solar e assistentes comerciais. Recrutamento será feito até ao final do ano pela Manpower.

A EDP tem uma centena de vagas de emprego abertas no Norte e Centro do país para chefes de loja, subchefes de loja, gestores de solar e assistentes comerciais. O recrutamento está a cargo da Manpower, que procura, especificamente, candidatos com “bom conhecimento do setor”, ainda que não detalhe quantos anos de experiência são requisitados.

“A Manpower tem 100 vagas para preencher até ao final do ano para a EDP Energias, uma das principais empresas do setor energético em Portugal. As vagas são nas regiões do norte e centro do país, nomeadamente Braga, região do Grande Porto, Santa Maria da Feira e Castelo Branco“, foi anunciado esta quarta-feira, numa nota enviada às redações.

No que diz respeito aos chefes e subchefes de loja, os candidatos devem ter “experiência comprovada em gestão de loja ou em funções de liderança comercial“, de referência no setor de energia ou retalho. É requisitada também experiência prévia em gestão de equipas e vendas comerciais, bem como “uma forte capacidade de liderança e competências analíticas”.

Já para a função de gestor de solar, é necessária experiência em vendas business-to-consumer (isto é, vendas diretas ao consumidor), preferencialmente no setor de energias renováveis ou tecnologia solar. “Autonomia, proatividade, orientação para objetivos e interesse em soluções sustentáveis e inovação no setor de energia são também alguns dos requisitos valorizados“, explica a Manpower.

Quanto à função de assistente comercial, a EDP procura candidatos com “gosto por vendas, experiência em ambiente de loja e ainda fortes competências de comunicação e negociação, bem como uma orientação clara para resultados”.

As candidaturas podem ser feitas online, sendo que “estas posições oferecem a possibilidade de crescer dentro de uma empresa inovadora, com impacto ambiental positivo e orientada para a sustentabilidade e transição energética”, segundo a Manpower.

“Estas funções proporcionam ainda o acesso a oportunidades de formação e progressão de carreira, bem como desafios profissionais que promovem o desenvolvimento contínuo”, é acrescentado na nota enviada às redações.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Francisco Mendes da Silva é o novo cocoordenador de Fiscal da Morais Leitão

O sócio Francisco Mendes da Silva assume a posição de cocoordenador do departamento de Fiscal da Morais Leitão, juntando-se a Bruno Santiago.

A Morais Leitão nomeou o sócio Francisco Mendes da Silva como novo cocoordenador do departamento de Fiscal, juntando-se a Bruno Santiago.

“O departamento de Fiscal da Morais Leitão é marcado por um legado único e por uma tradição de excelência. Esta nova fase representa a continuidade da nossa abordagem, focada em soluções abrangentes e adaptadas às necessidades dos nossos clientes, mantendo o nível de aconselhamento especializado a que se habituaram”, referem os dois coordenadores.

Segundo o escritório, “esta nova coordenação reflete o compromisso da Sociedade em acompanhar a evolução do setor e as novas responsabilidades que daí decorrem”.

Francisco Mendes da Silva é sócio da Morais Leitão desde 2021, exercendo advocacia no escritório desde 2006. O advogado centra a sua atividade em matérias tributárias, com ênfase especial no contencioso de elevada complexidade, ao nível administrativo, judicial, arbitral, constitucional e europeu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Operação “AB INITIO”: Oito detidos em operação da PJ na Madeira estão no tribunal para interrogatório

  • Lusa
  • 19 Setembro 2024

Os oito detidos pela PJ na Madeira no âmbito da operação "AB INITIO" deram entrada no Tribunal do Funchal para serem submetidos a primeiro interrogatório judicial.

Os oito detidos pela Polícia Judiciária na Madeira no âmbito da operação “AB INITIO”, relacionada com suspeitas de criminalidade económica e financeira, deram entrada esta quinta-feira no Tribunal do Funchal para serem submetidos a primeiro interrogatório judicial.

Os detidos, que estavam no Estabelecimento Prisional do Funchal desde terça-feira, na Cancela, foram transportados em vários carros e carrinhas celulares, em alguns casos juntamente com alegados membros de uma rede de droga que estão a ser julgados, constatou a agência Lusa no local.

A entrada dos oito detidos — algemados – em tribunal aconteceu antes das 09h00. A segurança no local foi reforçada, tal como na estrada de acesso às instalações do tribunal.

Entre os suspeitos estão o presidente da Câmara da Calheta, Carlos Teles, o antigo secretário regional da Agricultura Humberto Vasconcelos e o presidente do conselho diretivo do Instituto da Administração de Saúde da Madeira (IASAÚDE), Bruno Freitas, bem como Humberto Drumond e Miguel Nóbrega, sócios da Dupla DP, uma agência de comunicação, publicidade e marketing, o ex-diretor regional da Agricultura Paulo Santos e duas funcionárias públicas.

A Polícia Judiciária desenvolveu na terça-feira uma operação que visou também a execução de mandados de detenção e 43 de busca domiciliárias e não domiciliárias e de detenção.

Em causa estão suspeitas da prática dos crimes de participação económica em negócio, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, prevaricação e financiamento proibido de partidos políticos.

Os detidos, segundo a PJ, são autarcas, empresários, funcionários públicos, titulares de cargos políticos e de altos cargos públicos.

Duas das buscas foram efetuadas em sedes de municípios e quatro em secretarias regionais.

A investigação foi desencadeada em 2020 pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção e pelo Departamento de Investigação Criminal da Madeira e incide “sobre condutas consideradas como criminalidade altamente organizada”.

Fonte judicial indicou também à Lusa que esta investigação está relacionada com as buscas e detenções efetuadas no início do ano, na ilha da Madeira, e que envolvem entre os suspeitos o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, e o então presidente do município do Funchal, Pedro Calado.

“Em causa estão adjudicações efetuadas por entidades públicas regionais, através dos seus representantes, titulares de cargos políticos e funcionários, a sociedades controladas por um único indivíduo, bem como com outras empresas geridas por pessoas com quem o mesmo tem relações de amizade, em violação das regras dos concursos públicos”, refere uma nota entretanto divulgada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Estão a ser investigados pelo menos 25 concursos efetuados entre 2020 e 2024 (inicialmente a PGR tinha indicado tratar-se do período entre 2014 e 2020), totalizando mais de um milhão de euros (sem IVA).

“Investigam-se, igualmente, suspeitas de simulação de procedimentos e de empolamento de custos nos procedimentos adjudicados de forma a saldar dívidas de um partido político resultantes de campanha eleitoral”, indicou a PGR sobre o inquérito, que corre termos no Departamento de Investigação e Ação Penal Regional de Lisboa e está sob segredo de justiça.

A operação denomina-se “AB INITIO” e mobilizou 110 elementos da PJ, quatro procuradores do Ministério Público, dois juízes do Tribunal Judicial do Funchal e seis elementos do Núcleo de Assessoria Técnica, indica a mesma informação da Polícia Judiciária.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Taxas do crédito da casa registam maior descida em mais de dez anos

Queda histórica das Euribor conduziu as taxas do crédito à habitação para a maior descida desde janeiro de 2013, há mais de uma década.

A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação caiu para 4,417% em agosto, refletindo uma descida de 7,0 pontos base em comparação com o mês anterior. Foi a maior queda em mais de dez anos, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

É preciso recuar a janeiro de 2013 (-8,0 pontos base) para se observar uma queda mais acentuada. A culpa foi da descida histórica das Euribor, que são usadas na maioria dos contratos da casa em Portugal. Estas taxas tiveram no mês passado a maior descida em 15 anos.

Segundo o INE, nos contratos celebrados nos últimos três meses, deu-se uma queda de 4,8 pontos base nas taxas de juro, fixando-se nos 4,010%. Nos contratos fechados nos últimos 12 meses a descida foi de 9,3 pontos base para 3,865%.

Taxas em queda

Há vários meses que os custos do empréstimo da casa estão em queda, traduzindo o desagravamento da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) em face do alívio das pressões inflacionistas na Zona Euro. É expectável que a tendência se mantenha nos próximos meses.

Em agosto, a prestação média da casa fixou-se em 404 euros, reduzindo um euro em relação ao mês anterior, mas agravando-se 25 euros se compararmos com agosto de 2023. Destes 404 euros, 60% corresponderam à parcela de juros e os restantes 40% à amortização de capital. O capital médio em dívida para a totalidade dos créditos à habitação aumentou 345 euros para 66.874 euros, refere o gabinete de estatísticas.

(Notícia atualizada às 11h29)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Deco e associações de doentes apresentam queixa à Provedora de Justiça sobre lei do esquecimento

  • Lusa
  • 19 Setembro 2024

“Esta lei foi um passo importantíssimo, mas o processo está incompleto”, disse jurista Margarida Moura da DECO, questionando: “Para que serve um direito que não se consegue exercer”.

A Deco e organizações de doentes apresentam esta quinta-feira uma queixa à Provedora de Justiça a exigir a regulamentação da lei do “direito ao esquecimento” que assegura o acesso ao crédito e seguros associados a pessoas que superaram doenças graves.

“É uma lei do final de 2021, que entrou em vigor [1 de janeiro] em 2022, que visa reforçar o acesso ao crédito e a contratos de seguro que estão associados a contratos de crédito à habitação e também a contratos de crédito ao consumidor por parte de pessoas que tenham superado ou mitigado situações de risco agravado de saúde”, disse à agência Lusa a jurista Margarida Moura, da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco).

Contudo, a lei ainda não foi regulamentada, o que levou a Deco, a Acreditar – Associação de Pais e Amigos das Crianças com Cancro, associação de pais e amigos das crianças com cancro, a Liga Portuguesa Contra o Cancro, o Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) e a SER+ Associação Portuguesa para a prevenção e Desafio à Sida a apresentar a queixa, na semana em que é celebrado o Dia Mundial da Segurança do Doente.

Os subscritores pedem na queixa à Provedora de Justiça que emita uma recomendação ao Governo para regulamentar, por decreto-lei, a Lei do Esquecimento.

A lei previa que a regulamentação fosse feita através de um acordo nacional celebrado entre o Estado e as “partes envolvidas” (associações representativas das instituições financeiras e seguradoras e organizações de doentes). Na falta de acordo, a regulamentação seria aprovada por decreto-lei, mas não se estabelecia qualquer prazo para o efeito.

“O legislador ainda tentou corrigir a situação, porém, fê-lo de forma incompleta e tardia: a Lei do Orçamento do Estado para 2024 veio fixar um prazo de seis meses para a celebração do acordo, findo o qual, na sua ausência, a regulamentação deveria ser aprovada por decreto-lei. Esse prazo terminou a 30 de junho. Até hoje, nem acordo, nem decreto-lei”, alertam as organizações em comunicado.

À Deco e às organizações de doentes continuam a chegar pedidos de informação de pessoas que são sobreviventes de cancro ou que vivem com VIH e enfrentam dificuldades na contratação do seguro de vida associado ao crédito para habitação.

“Esta lei foi um passo importantíssimo, mas o processo está incompleto”, disse Margarida Moura, questionando: “Para que serve um direito que não se consegue exercer”.

“Se continuarmos a ter uma pessoa que seja, que superou ou mitigou uma situação de risco agravado de saúde (…) discriminada, é porque ainda falta alguma coisa por fazer”, sustentou.

Margarida Moura explicou que a lei “veio proibir que estas pessoas vejam os seguros agravados” e as garantias desses mesmos seguros excluídas.

Também vem proibir que, após determinado tempo de terem terminado os tratamentos ou de terem desenvolvido determinados tratamentos, sejam recolhidas informações médicas relativas à situação de risco agravado de saúde ou de deficiência, em contexto pré-contratual.

A regulamentação irá definir, entre outros, a informação obrigatória a divulgar nos sítios da internet pelas instituições de crédito e seguradoras e fixar uma grelha de referência que permitirá definir termos e prazos mais favoráveis do que os definidos na legislação, para cada patologia ou incapacidade.

A ausência de regulamentação tem favorecido a adoção de práticas discriminatórias para com as pessoas que a lei do Esquecimento, supostamente, deveria proteger e beneficiar. Além disso, gera insegurança jurídica: estes cidadãos, quando vão contratar créditos e seguros associados, nunca sabem o que os espera”, realçam.

Para Margarida Moura, seria importante que as associações de doentes e Deco fossem também ouvidas no âmbito da aprovação desta regulamentação, “que é urgente”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Conselho das Finanças Públicas prevê crescimento abaixo da meta do Governo para 2024

Conselho das Finanças Públicas prevê crescimento da economia portuguesa de 1,8% em 2024. Apesar da revisão em alta, taxa fica abaixo da prevista pelo Executivo. No entanto, para 2025 aponta para 2,4%.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) melhorou esta quinta-feira a previsão de crescimento da economia portuguesa este ano, para 1,8%, taxa que ainda assim se fixa abaixo dos 2% esperados pelo Governo. No entanto, está mais confiante para o próximo ano, para o qual espera uma subida do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,4%.

No relatório de atualização das perspetivas económicas e orçamentais para o período 2024 a 2028, num cenário de políticas invariantes, a instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral mostra-se mais otimista face à previsão de 1,6% em 2024 e de 1,9% em 2025 divulgada em abril.

Ainda assim, a taxa prevista para este ano situa-se ligeiramente abaixo dos 2% que o Governo sinalizou aos partidos políticos nas reuniões de negociação do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) e projetada pelo Banco de Portugal. O Fundo Monetário Internacional (FMI) oficialmente aponta para um avanço do PIB de 1,7%, mas numa nota divulgada em julho, na sequência da visita ao país para avaliar a economia nacional, ao abrigo do Artigo IV, os técnicos do FMI indicam esperar “um crescimento de cerca de 2% em 2024, recuperando ligeiramente para 2,25% em 2025″.

Entre as restantes principais organizações económicas internacionais, a Comissão Europeia projeta uma taxa de 1,7%, enquanto a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) é a mais pessimista, apontando para 1,6%.

Fonte: Perspetivas Económicas e Orçamentais 2024-2028, do Conselho das Finanças Públicas

Após o abrandamento do ritmo de crescimento para 1,8%, o CFP prevê um crescimento médio da atividade de 2,4% em 2025, uma taxa acima da esperada pelo Executivo (cerca de 2%).

Para este desempenho é determinante a expetativa de aceleração do investimento público, impulsionada por uma maior execução dos fundos associados ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em 2025 e 2026, execução que no ano de 2024 se espera ser inferior à subjacente ao OE/2024 [Orçamento do Estado para 2024]”, pode ler-se no relatório.

Medidas do Governo ajudam consumo privado

O CFP acredita num crescimento do consumo privado no final de 2024 (1,8%) e 2025 (2,5%), resultado das medidas de política recentemente adotadas pelo Governo e da redução gradual das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE), bem como “um elevado dinamismo das exportações, em linha com a expetativa de crescimento da procura nos principais mercados de exportação” e dissipação gradual de choques na oferta.

“Esta projeção encontra-se, no entanto, condicionada pela permanência de um enquadramento externo pautado por elevada incerteza, incluindo a persistência de fortes tensões geopolíticas, com conflitos militares e a realização de eleições determinantes em grandes economias”, adverte.

O CFP reviu ainda em baixa de uma décima a taxa de inflação, medida pelo índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC), em 2024. Segundo as novas previsões deverá desacelerar para 2,7% este ano, caindo para 2,2% em 2025 e estabilizar em torno de 2% a partir de 2027.

No que toca ao mercado de trabalho, a taxa de desemprego deverá diminuir de 6,5% em 2024 para cerca de 6% em 2028. “Juntamente com um crescimento continuado dos salários reais, antecipam-se assim ganhos reais no rendimento disponível das famílias no horizonte de projeção”, prevê.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Conselho das Finanças Públicas estima regresso ao défice em 2026 se IRS Jovem avançar

Entrada em vigor do IRS Jovem irá reduzir excedente projetado para o próximo ano em três décimas e conduzirá o país ao défice em 2026, segundo estimativas do Conselho das Finanças Públicas.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) está mais otimista sobre o excedente orçamental previsto para este ano, esperando agora 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), e embora para os anos seguintes projete saldos positivos, estima que se o IRS Jovem entrar em vigor as contas públicas sofrerão um grande impacto, levando ao regresso ao défice em 2026.

As previsões, num cenário de políticas invariantes, ou seja, só tem em conta as políticas em vigor, constam da atualização ao cenário económico e orçamental para o período 2024 a 2028, divulgado esta quinta-feira pela instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral.

O CFP prevê um excedente orçamental de 0,7% em 2024, de 0,4% em 2025 e de 0,1% em 2026, o que compara com as anteriores projeções de 0,5% este ano e de 0,6% no próximo. A melhoria para este ano — que coloca o rácio acima dos 0,3% esperados pelo Governo — “resulta do melhor desempenho da receita fiscal e contributiva e dividendos que mais do que compensa o impacto das novas medidas de política e a atualização das medidas de resposta à inflação e ao choque geopolítico“.

Aproximadamente 80% desse contributo da receita de impostos e contribuições sociais é devido aos impostos diretos, “concretamente à receita proveniente do imposto sobre o rendimento de pessoas coletivas (IRC), devendo-se o restante (0,2 pontos percentuais do PIB) às contribuições sociais”.

No entanto, face ao saldo ajustado de efeitos não recorrentes (one-off) de 2023 estima-se uma redução em um ponto percentual (pp.) do PIB, refletindo o impacto das medidas de política económica aprovadas tanto no OE2024 como já em 2024.

Para 2025, o CFP revê em baixa o excedente orçamental para 0,4% do PIB. “O impacto das novas medidas de política associadas à redução de receita e de aumento da despesa, assim como o impacto da atualização das pensões, dos salários e das progressões e o maior volume da despesa financiada por empréstimos do PRR serão determinantes para esta redução do excedente projetado não obstante a revisão em alta do crescimento económico”, justifica.

As projeções, num cenário de políticas invariantes, não incluem o impacto da alteração do regime de IRS Jovem anunciada pelo Governo para o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025). O CFP estima ainda assim que a concretizar-se iria ocorrer “uma revisão em baixa do saldo de 0,3 pp. do PIB de 2025 a 2028, implicando o regresso a uma situação de défice em 2026 (-0,2% do PIB)“.

Fonte: Conselho das Finanças Públicas

Questionada sobre o tema, durante a conferência de imprensa de apresentação do relatório, Nazaré da Costa Cabral assinalou que embora exista o efeito “multiplicador do imposto”, “há impactos negativos dessa medida em termos de perda receita”. No entanto, considera que o avanço da medida “é uma decisão política”, cuja “avaliação” de benefício “cabe ao Governo fazer”.

O IRS Jovem é uma das medidas linhas vermelhas do PS para viabilizar o Orçamento do Estado para 2025, a par da redução do IRC. As medidas entraram como diplomas autónomos no Parlamento, numa estratégia do Governo para que os socialistas deixassem passar o Orçamento, contudo, o partido liderado por Pedro Nuno Santos tem-se mostrado indisponível para viabilizar um documento orçamental que inscreve os efeitos das duas medidas. O Executivo já se mostrou disponível para modelar a proposta, mas as negociações estão agora em pausa devido aos incêndios.

A instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral destaca que, em políticas invariantes, “a evolução da trajetória do saldo orçamental é determinada principalmente pela crescente utilização de empréstimos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) até 2026 e posterior dissipação dos mesmos, num período em que a conjuntura económica deverá beneficiar menos o saldo orçamental e os encargos com juros continuarão a elevar a despesa pública“.

Já o saldo primário, que exclui os encargos com juros, permanecerá excedentário ao longo do horizonte de projeção, superior em média a 2,5% do PIB.

O CFP prevê ainda que o rácio da dívida pública caia de 99,1% do PIB em 2023 para 92,4% em 2024, reduzindo-se para 88% em 2025 e para 78,3% em 2028. “Esta trajetória será determinada pelos excedentes primários e, em menor escala, por um efeito dinâmico favorável decrescente em resultado do menor contributo do efeito preço”, considera. Com o impacto do novo regime do IRS Jovem, o rácio da dívida pública situar-se ia em 88,3% em 2025, 85% em 2026 e 79,4% em 2028.

Ministério das Finanças não respondeu ao pedido do CFP

O CFP solicitou ao Ministério das Finanças a quantificação e confirmação do impacto plurianual de um conjunto de medidas previstas pelo Governo, mas informa que “até à data de fecho do relatório não foi possível obter uma resposta”.

A ausência dessa informação é uma condicionante deste exercício de projeção“, indica.

A análise do CFP incorpora as novas medidas de política económica aprovadas ou consideradas suficientemente especificadas após a promulgação do OE2024, assim como os impactos esperados este ano e nos seguintes de medidas implementadas em anos anteriores.

(Notícia atualizada às 12h09)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ex-ministro do Ambiente Duarte Cordeiro cria consultora de sustentabilidade com filho de Centeno

Antigo ministro do Ambiente de António Costa junta-se a Tiago Centeno e Alexandra Domingos para lançar uma consultora focada na sustentabilidade, a Shiftify.

O ex-ministro do Ambiente de António Costa, Duarte Cordeiro, é agora sócio da empresa Shiftify – Estratégias de Sustentabilidade, que será lançada esta quinta-feira. Ao seu lado, como sócio e administrador financeiro, tem o filho de Mário Centeno, Tiago Centeno, e Alexandra Domingos, ex-técnica do seu gabinete, que assume as funções de CEO.

“Somos uma empresa de consultoria que surge no mercado com o propósito de acelerar a descarbonização e a transformação das organizações e dos países, impulsionando a criação de valor a longo prazo”, apresenta-se a empresa na nota sobre o evento de lançamento.

Duarte Cordeiro foi ministro do Ambiente e da Ação Climática entre março de 2022 e abril de 2024, depois de ter desempenhado o cargo de secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, desde 2019. O nome de Duarte Cordeiro aparece ligado à Operação Influencer, que levou à queda do Governo, sem que seja conhecida a suspeita contra si ou tenha sido ouvido.

Entre 2013 e a incursão nos governos socialistas foi vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa e era apontado como um potencial candidato a autarca da capital, nas listas do PS, nas próximas eleições, agendada para o outono de 2025. No entanto, Duarte Cordeiro tem vindo a afastar essa hipótese, que se adensa com o anúncio deste novo projeto.

 

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Rede social X alega que acesso no Brasil foi “involuntário e temporário”

  • Lusa
  • 19 Setembro 2024

Mudança do servidor permitiu ao antigo Twitter contornar o bloqueio ordenado pela justiça brasileira e o acesso a alguns utilizadores. “Esperamos que a plataforma volte a estar inacessível em breve".

A rede social X (antigo Twitter) garantiu que o acesso a alguns utilizadores no Brasil, apesar do bloqueio ordenado pela justiça brasileira, deveu-se a questões técnicas involuntárias e será temporário.

A mudança de servidor “resultou no restabelecimento involuntário e temporário do serviço para os utilizadores brasileiros”, disse, na quarta-feira, a rede social do milionário Elon Musk. “Esperamos que a plataforma volte a estar inacessível em breve,” acrescentou.

A rede social efetuou na noite de terça-feira uma alteração técnica no Brasil que lhe permitiu contornar o bloqueio ordenado pela justiça brasileira e permitir o acesso a alguns utilizadores, disse a associação provedora de internet.

A mudança foi feita porque o bloqueio no Brasil afetou o serviço para a América Latina como um todo, explicou a X. A alteração “resultou numa mudança significativa na estrutura”, frisou, em comunicado divulgado na quarta-feira, a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint).

“A mudança para o Cloudflare torna o bloqueio da aplicação muito mais complicado”, já que, ao contrário “do sistema anterior, que usava IP [endereço de protocolo de internet] específicos e passíveis de bloqueio, o novo sistema faz uso de IP dinâmicos que mudam constantemente”, indicou. De acordo com o jornal O Globo, a Cloudflare opera em 330 cidades de mais de 120 países e serve grandes instituições, como bancos.

Os provedores de internet encontram-se agora numa “posição delicada” já que “não podem tomar ações por conta própria sem uma orientação oficial da Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações brasileira], pois “um bloqueio equivocado podia afetar empresas legítimas”, explicou a Abrint. “Dessa forma, estão a aguardar uma análise técnica e instruções da Anatel para decidir quais medidas serão tomadas”, concluiu.

Na manhã de quarta-feira, o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro celebrou a retoma do acesso à rede social com uma publicação na X, em que demonstrou apoio a Musk. descreveu a proibição como um ato de censura.

Perante as reiteradas recusas de Musk de retirar da rede social perfis de pessoas investigadas por transmitir mensagens antidemocráticas, o juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil Alexandre de Moraes determinou a suspensão da X no Brasil como medida cautelar, a 30 de agosto.

Alguns utilizadores brasileiros da rede social também festejaram o restabelecimento do acesso à plataforma, com vários a sublinharem não estavam a usar uma rede privada virtual, conhecida como VPN, a sigla em inglês, para aceder à X.

Alexandre de Moraes impôs uma multa de oito mil euros a quem utilizar uma VPN ou um outro serviço de ocultação da localização para aceder à X, que tem cerca de 20 milhões de utilizadores no país. Não houve, até ao momento, relatos sobre a imposição de qualquer multa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ruído visual e vídeo é o que mais motiva o uso de bloqueadores de anúncios

Cerca de duas em cada cinco pessoas considerariam pagar por acesso sem anúncios aos seus sites preferidos. Já 15,20% preferiam ter de lidar com anúncios do que pagar por um acesso sem publicidade.

Menos ruído visual e a possibilidade de não permitir anúncios em vídeo é o que mais motiva os utilizadores a instalarem bloqueadores de anúncios. Já o apoio a sites e criadores de conteúdo que valorizam é a principal motivação para considerar desativar esses bloqueadores.

O motivo que mais leva à utilização de bloqueadores de anúncios passa mesmo, de acordo com um estudo da AdGuard que inquiriu 500 utilizadores nos EUA, pelo desejo de ter uma experiência de navegação na internet com menos ruído visual, sendo referido por 57,9% dos entrevistados.

A segunda razão, que passa por não permitir anúncios em vídeo, foi referida por 46,3% dos inquiridos, à qual se segue, de perto, conseguir acelerar o tempo de carregamento das páginas (46,1%).

Recorde-se que o carregamento de anúncios, que é geralmente feito através de serviços de terceiros, exige solicitações de rede adicionais para serviços externos, o que leva a que seja necessário um tempo extra para o carregamento completo da página (embora possa não fazer muita diferença quando se utiliza o computador, e seja mais significativo no uso de internet móvel), refere a AdGuard.

Já 44,8% dos entrevistados destacam o desejo de melhorar a privacidade como justificação para o uso destes bloqueadores, enquanto 42,6% referem motivos relacionados com melhorias de segurança, o que “indica que os utilizadores estão cientes dos potenciais riscos de segurança representados por anúncios online, como malware e tentativas de phishing”, segundo a AdGuard.

Por outro lado, cerca de dois em cada cinco (40,29%) dos inquiridos indicaram que considerariam pagar por acesso sem anúncios aos seus sites preferidos. Já 15,20% dos entrevistados revelaram que preferiam ter de lidar com anúncios do que pagar por um acesso sem anúncios.

O que poderia motivar uma desativação destes bloqueadores?

Cerca de 40,84% dos entrevistados admitem que considerariam desativar os bloqueadores de anúncios caso isso significasse apoiar sites e criadores de conteúdo que valorizam. Numa percentagem muito próxima, 40,29% dos inquiridos referiram considerar a desativação se os anúncios fossem limitados e não intrusivos, refere-se ainda no estudo da AdGuard, segundo o MediaPost.

Para considerarem que os anúncios não são intrusivos, os inquiridos sublinham a necessidade da existência de um claro entendimento sobre as políticas de anúncios do site, onde se incluem as medidas de segurança e as práticas de tratamento de dados.

Na verdade, 36,26% refere preferir anúncios genéricos que permitam manter a privacidade e evitar o rastreamento do seu comportamento online, enquanto 21,06% prefere ver anúncios personalizados. Já 15,75% mostra-se indiferente, desde que os anúncios não sejam intrusivos. No entanto, 26,92% dos inquiridos encara ambos os tipos de anúncios como indesejáveis, quer sejam genéricos ou personalizados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.