“Não queria que a Casa do Douro fosse politizada”, afirma líder da Federação Renovação do Douro

  • Lusa
  • 28 Agosto 2024

Federação Renovação do Douro espera que a instituição "seja uma âncora" para o Douro e para a sustentabilidade da região que atravessa uma grave crise.

O presidente da Federação Renovação do Douro considerou esta quarta-feira importantíssimo haver eleições para a Casa do Douro, marcadas para 19 de dezembro, esperando que a nova instituição seja uma âncora para a região.

As eleições para a direção da Casa do Douro, reinstituída como associação pública de inscrição obrigatória, e para o Conselho Regional de Viticultores foram marcadas para 19 de dezembro.

“É importantíssimo haver eleições para a Casa do Douro porque precisamos de ter uma estrutura que defenda os viticultores, mas que tenha a tal capacidade por trás de know-how e financeira para poder arranjar as melhores soluções e fazer esse trabalho”, afirmou à agência Lusa Rui Paredes, presidente da Federação Renovação do Douro.

O parlamento aprovou em janeiro a restauração da Casa do Douro como associação pública de inscrição obrigatória, com os votos a favor do PS, PCP, BE e do então deputado social-democrata Artur Soveral de Andrade.

“Não queria que a Casa do Douro fosse politizada e é isso que eu tenho algum medo que possa acontecer. Uma politização da Casa do Douro e que depois não vá, de alguma forma, cumprir aquilo que é o seu objetivo, que é defender a viticultura e os viticultores durienses”, considerou.

Rui Paredes espera que a instituição “seja uma âncora” para o Douro e para a sustentabilidade da região que atravessa uma grave crise de vendas de vinhos e de dificuldades dos produtores em escoar as uvas.

Com sede instalada no Peso da Régua, distrito de Vila Real, a Casa do Douro foi criada em 1932 para defender os viticultores e a viticultura duriense e viu alterados os seus estatutos para associação com gestão privada e inscrição facultativa em 2014, durante o Governo PSD/CDS-PP de Pedro Passos Coelho.

Em 2020, entrou em vigor a lei que a reinstitucionalizou como associação pública e inscrição obrigatória e chegaram a ser marcadas eleições, mas, em 2021, o Tribunal Constitucional apontou inconstitucionalidades à lei, nomeadamente uma insuficiência na definição de competências de natureza pública.

O processo regressou ao parlamento em 2023 e a nova lei procede à restauração da Casa do Douro enquanto associação pública de inscrição obrigatória e determina a entrega a esta entidade do edifício sede.

Até à realização de eleições e início de funções dos novos órgãos, a gestão corrente do edifício-sede da Casa do Douro mantém-se a cargo da Federação Renovação do Douro, que ganhou o concurso para a gestão privada da organização duriense.

O diploma que restaura a Casa do Douro determina a entrega da sede a esta “nova” entidade.

“A Casa do Douro não é da federação. A Casa do Douro é dos viticultores”, salientou Rui Paredes, que disse esperar que a nova instituição possa requalificar o edifício, que está deteriorado, e pô-lo “à serventia da região e dos viticultores”.

A direção da Casa do Douro, que será composta por um presidente e dois vogais, vai ser eleita por sufrágio direto pelo universo dos associados singulares

O mandato dos órgãos da Casa do Douro é de três anos.

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Douro “tem de avançar” com destilação de excedentes para vinho do Porto

  • Lusa
  • 28 Agosto 2024

Para ajudar este setor em crise, a Federação Renovação do Douro propõe medidas como a destilação do vinho excedente da região e o aproveitamento dessa aguardente para introdução no vinho do Porto.

A Federação Renovação do Douro defendeu que tem de avançar a destilação de excedentes para aguardente a introduzir no vinho do Porto, mais promoção e fiscalização rigorosa nesta vindima em que produtores sentem dificuldades no escoamento da uva.

O Douro deu início à vindima perspetivando uma boa produção que contrasta com as preocupações de muitos viticultores.

“Estamos numa fase em que têm que fazer a colheita e não sabem a quem vão entregar essas uvas“, disse esta quarta-feira à agência Lusa Rui Paredes, presidente da Federação Renovação do Douro.

Pelo segundo ano consecutivo, alguns operadores alegam quebras nas vendas e stocks cheios e, por isso, não estão a comprar uvas ou estão a fazer propostas de compra a baixos preços.

Rui Paredes falou numa situação dramática para pequenos e médios produtores e considerou que, se não foram tomadas medidas que invertam a situação, 2025 pode vir a ser um ano em que “as pessoas vão abandonar mesmo a atividade”.

“Porque não é comportável vivermos nesta senda, não ter onde vender ou vender com preços que não comportam os custos de produção da maior região de montanha do mundo”, justificou.

Para ajudar este setor em crise, a organização propõe medidas como a destilação do vinho excedente da região e o aproveitamento dessa aguardente para introdução no vinho do Porto.

“Vai ter que avançar, tem que ser uma realidade”, afirmou Rui Paredes.

O preço dessa aguardente será mais caro e não há produção na região para dar resposta a toda a aguardente necessária para o vinho do Porto.

“Mas se conseguirmos ir buscar uma percentagem que poderá andar na ordem dos 20%, conseguimos retirar já alguns excedentes e não precisamos de recorrer a destilações de crise”, justificou, acreditando que, com esta medida, em dois a três anos se poderia resolver a questão do vinho excedente neste território.

E para a sua implementação, argumentou, “basta estar vertida numa autorização de produção”.

“Aquilo que nós temos vivido nos últimos anos foi um empurrar com a barriga o problema”, realçou, apontando como exemplo a entrada de vinhos importados na região, nomeadamente provenientes de Espanha.

Em maio, o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) anunciou a proibição da entrada a granel na Região Demarcada do Douro de uvas, mostos, vinhos e outros produtos vínicos ou afins não abrangidos pelo estatuto das Denominações de Origem Protegidas (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP).

“Penso que essa malha devia ser mais apertada porque deveria passar para outras regiões vitivinícolas. Ou seja, não deve ficar só no Douro, deve ficar nas regiões demarcadas que têm uma denominação de origem e tem que a proteger. O Douro fez esse trabalho, esse caminho, fez este ano, deveria já ter feito há mais tempo”, realçou.

Mas Rui Paredes advertiu ainda: “Temos também de ter atenção à entrada de vinhos de outras regiões do país. Isto é uma porta giratória em que entram por um lado e saem por outro”.

Por isso mesmo, defendeu uma fiscalização “muito mais rigorosa”, realçando as reuniões recentes nesse sentido que têm envolvido a GNR, ASAE e também o IVDP.

E reclamou ainda uma forte aposta na promoção para reposicionar o vinho do Porto como o “grande embaixador do país”.

“Precisamos de ir para os mercados fazer campanhas de promoção, socorrermo-nos de pessoas com alguma projeção, escolher os países grandes consumidores e, com isso, tentar estancar a quebra nas vendas que tem vindo a acontecer nos últimos 20 anos”, apontou.

O que não é possível, na sua opinião, é o vinho do Porto estar a ser vendido a, por exemplo, quatro euros a garrafa. “Não comporta os custos e não dá imagem de um produto de excelência”, frisou.

Quanto à vindima em verde, medida que poderá vir a ser implementada no próximo ano, Rui Paredes disse que o “produtor não produz uvas para deitar para o chão”.

“Mas, numa situação destas de dramatismo em que nós não conseguimos fazer o escoamento do produto, esta medida pode minorar esse problema e é para utilizar quando for necessário, não mais do que isto”, referiu.

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Coesão, Economia, Pescas ou Habitação. Em que pastas pode Portugal brilhar mais na Comissão?

Apesar dos rumores, Montenegro tem conseguido manter segredo do nome que será proposto para integrar o colégio de comissários. Além da identidade, resta saber para que pasta será proposto.

Em que pastas pode Portugal brilhar mais na Comissão?

Habitação, Oceanos e Pescas, Economia ou Coesão. Estes são alguns dos pelouros na próxima Comissão Europeia para os quais Portugal poderá estar melhor posicionado para ter um comissário na liderança. O nome ainda não é conhecido. Luís Montenegro e o seu núcleo têm feito questão de não abrir o jogo, deixado até perto do último dia do prazo (30 de junho) definido pela presidente da Comissão Europeia para dar a conhecer um candidato. Um e não dois, tal como von der Leyen pediu.

À semelhança dos restantes Estados-membros, Portugal também deverá ignorar parte do pedido von der Leyen de apresentar uma dupla, reservando apenas a possibilidade de sugerir uma mulher para a corrida em nome da paridade. Mas não é certo que o fará.

Há cinco anos, António Costa cedeu ao pedido de Bruxelas e sugeriu Elisa Ferreira para gerir a pasta da Coesão ao invés da primeira sugestão, Pedro Marques, dado que a líder alemã desejava presidir um colégio paritário. Cumprida uma vez essa promessa, não é líquido que Montenegro queira fazer novamente essa vontade, embora isso possa trazer mais vantagens.

As hipóteses de haver uma candidata portuguesa que tenha boas chances de ter um bom pelouro são maiores face ao desequilíbrio de género na Comissão”, admite Paulo Sande, especialista em assuntos europeus e ex-conselheiro do Presidente da República ao ECO.

Ao gabinete de Ursula von der Leyen, em Berlaymont, já chegaram cerca de 20 nomes que se juntam ao de Kaja Kallas, indicada pela Estónia para a chefe da diplomacia. Deste grupo, três deles são apenas de mulheres — Jessika Roswall da Suécia; Henna Virkkunen da Finlândia e Dubravka Šuica da Croácia — longe da paridade praticamente total alcançada no último mandato.

Este claro desequilíbrio não preocupa, para já, Bruxelas que nas últimas conferências de imprensa tem reservado detalhes sobre o processo negocial que tem sido levado a cabo entre a presidente da Comissão e os 27, assegurando que o processo decorre com normalidade.

Certo é que a indicação dos países não é meramente suficiente para assegurar uma pasta no executivo. Depois de indicados pelos Estados-membros, serão entrevistados por von der Leyen e caso recebam luz ‘verde’ da alemã, segue-se um processo de audições exigente no Parlamento Europeu que deverá ocorrer entre setembro e outubro. Só depois do crivo dos eurodeputados é que a próxima Comissão Europeia é votada em bloco, estando previsto que entre em plenas funções a 1 de novembro.

Qual será o nome português e para que pasta será indicado?

Economia e Finanças

O atual cenário poderá dar a Montenegro mais margem para negociar uma pasta de maior peso. Desde logo, uma económico-financeira que aos olhos do eurodeputado do PS Pedro Marques ganhará “um peso brutal no próximo ciclo” uma vez que será a primeira vez que serão implementadas as novas regras orçamentais, aprovadas na legislatura anterior.

“Estas novas regras dão ainda mais importância à avaliação que deve de ser feita pela Comissão Europeia àquilo que são as trajetórias de sustentabilidade das dívidas públicas dos Estados-Membros. As regras deixaram de ser tão cegas. O comissário para a economia vai ser muito importante”, considera o ex-ministro das Infraestruturas.

Nesta matéria, o nome que tem sido mais falado é o de Maria Luís Albuquerque. A antiga ministra das Finanças do Governo já tinha sido proposta, em 2014, por Pedro Passos Coelho para integrar o colégio de comissários. A sugestão agradou o presidente do executivo comunitário da altura, Jean Claude Juncker. Mas sem uma garantia de um compromisso concreto do luxemburguês quanto ao cargo específico que seria dado a Portugal, Passos recuou e propôs Carlos Moedas que acabou por presidir a pasta da Investigação, Ciência e Inovação.

Além de ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque foi Secretária de Estado do Tesouro e Finanças (2011- 2012) e Secretária de Estado do Tesouro (2012-2013). Nestas funções, seguiu os assuntos do Eurogrupo e do Ecofin substituindo o então Ministro de Estado e das Finanças.Paula Nunes / ECO

Antes de ter sido ministra das Finanças, Albuquerque foi Secretária de Estado do Tesouro e Finanças, acompanhando de perto os assuntos do Eurogrupo e do Ecofin. Agora, a antiga governante volta a estar na calha, podendo as suas competências mais técnicas ter utilidade em Bruxelas na próxima legislatura, sobretudo considerando que von der Leyen pretende concretizar a união de mercado de capitais, tema há vários anos à espera de ser concretizado.

Porém, com António Costa na presidência do Conselho Europeu, mandato que começará a 1 de dezembro, a margem negocial de Portugal fica reduzida, não sendo provável que ao candidato português lhe seja atribuída uma pasta com um pelouro com tanta visibilidade. Afinal de contas, um dos critérios para a escolha de um candidato é o equilíbrio geográfico, político e de género.

Pedro Marques não partilha da mesma opinião, argumentando que “não existe um jogo de equilíbrios entre a validação de pastas e outros cargos”, sobretudo o da presidência do Conselho Europeu que representa outra instituição. Para o eurodeputado, a decisão está “dependente da capacidade de influência do Governo”, mas sobretudo “do perfil do candidato” e das necessidades da futura Comissão.

Ainda assim, o facto de Maria Luís Albuquerque ser das poucas mulheres na lista de candidatos à Comissão Europeia poderá agradar a líder do executivo comunitário que poderá com isso recompensar Portugal, conferindo-lhe uma maior visibilidade política face aos seus pares.

“Se Portugal apresentar uma mulher com esse perfil, podemos sair beneficiados e as hipóteses de termos um bom pelouro aumentam. Von der Leyen pode com isto querer dar um sinal forte aos [Estados-membros] que não cumpriram o pedido que fez”, aponta Paulo Sande.

Oceanos, Pescas e Mar

Durante a campanha eleitoral para as eleições europeias (e para a sua reeleição enquanto presidente da Comissão Europeia), Ursula von der Leyen passou por Portugal para anunciar que pretende na próxima legislatura ter um comissário dedicado à pasta das pescas.

No próximo mandato, terei um comissário só dedicado às pescas para nos certificarmos que estas permanecem um meio sustentável para as gerações futuras”, anunciou a alemã ao lado de Luís Montenegro, num comício no Porto, em junho.

Não é claro que aquando do anúncio, que von der Leyen estivesse a pensar num português para o cargo, certo é que o tema voltou a marcar a agenda durante o encontro entre os membros do Partido Popular Europeu (PPE), em Cascais, no qual esteve presente Ursula von der Leyen.

Mais do que um sinal, o anúncio de Von der Leyen pode ser entendido como um convite para Portugal”, considera o politólogo José Filipe Pinto. “É uma pasta que nos diz muito dada a nossa extensão marítima e temos pessoas com competências”, aponta o professor catedrático de Relações Internacionais pela Universidade Lusófona.

Aliás, de acordo com o presidente da Tiago Pitta e Cunha, a intenção da líder do executivo ter um comissário somente dedicado às pescas resulta de um esforço levado a cabo pela Fundação Oceano Azul e do think tank Europe Jacques Delors que, em julho, apresentaram um manifesto com o objetivo de transformar a indústria dos oceanos na Europa. A iniciativa foi apoiada por 29 personalidades antigos comissários e governantes.

“Deste manifesto, nasceu um pacto que foi defendido pela própria Ursula von der Leyen nas linhas políticas que apresentou no seu discurso de eleição para a presidente. A pasta para as Pescas foi ‘cozinhada’ aqui em Portugal na reunião do PPE”, explica o presidente da fundação ao ECO.

Para o responsável, “um comissário só de pescas é altamente reducionista”, e por isso defende que a pasta tenha “uma visão holística, integrada e abrangente” e que olhe não só para a atividade económica das pescas, mas que combine a sustentabilidade económica, ambiental e social numa só.

Assim, segundo Pitta e Cunha, a ideia será criar uma pasta multidisciplinar que junte as pescas, enquanto atividade económica, à gestão ambiental dos oceanos e do mar. Neste cenário, um nome português poderia ser o mais indicado entre os restantes 27 Estados-membros. Afinal de contas, Portugal conta com um espaço marítimo de cerca de quatro milhões de quilómetros quadrados, conferindo-nos o estatuto de maior Estado costeiro da UE e também um dos maiores do mundo, segundo a Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM).

Neste cenário, nomes como o de Assunção Cristas, antiga Ministra da Agricultura, Mar, Manuel Pinto de Abreu, antigo secretário de Estado do Mar e eventualmente Tiago Pitta e Cunha são apontados para o cargo. Mas partindo do princípio que Montenegro quererá cair nas boas graças da presidente alemã, propondo uma mulher para a Comissão, a governante do CDS-PP e ministra do Governo de Passos Coelho passa a ter maiores chances de chegar a comissária das Pescas, ainda que tenha pouca visibilidade e influência política a nível europeu.

“Foi igual com Carlos Moedas, também não tinha reconhecimento a nível europeu e no final acabou por tê-lo por causa do trabalho que fez”, avalia o politólogo.

Assunção Cristas em entrevista ao ECO - 02SET19
Jurista e docente, com uma carreira académica em áreas ligadas à economia do Mar, Assunção Cristas foi Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (2011-2013) e Ministra da Agricultura e do Mar (2011 e 2015).Hugo Amaral/ECO

Coesão

Também não se exclui que Luís Montenegro recorra à opção mais fácil e proponha um nome que procure dar continuidade ao mandato de Elisa Ferreira enquanto comissária para a Coesão e Reformas.

Para um país como nós, que tem sido liderante nas políticas de defesa da Coesão, [esta pasta] é absolutamente prioritária”, considera Pedro Marques, recordando que estará em cima da mesa nos próximos cinco anos a programação de um novo quadro comunitário que poderá, “porventura, já ter inscritas verbas relacionadas com o alargamento”.

Neste caso, o nome de Miguel Poiares Maduro, antigo ministro do Desenvolvimento Regional de Portugal ganha força. Afinal de contas, o governante foi responsável pela execução dos fundos europeus durante o seu mandato e tem experiência política a nível europeu. No entanto, além do facto de ser homem – algo que colocaria Portugal em desvantagem face às exigências de von der Leyen para uma Comissão paritária – o ECO sabe que o próprio não estará a considerar o cargo.

Ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional (2013 – 2015), Miguel Poiares Maduro ficou responsável pela execução de fundos comunitários durante o seu mandato. Entre 2003 e 2009 foi Advogado Geral no Tribunal Europeu de Justiça no Luxemburgo.PAULA NUNES / ECO

Habitação

Em 2023, António Costa, ainda primeiro-ministro, enviou para Von der Leyen uma carta na qual pedia ajuda à Comissão Europeia para ajudar a resolver a crise da habitação.

“A falta de oferta imobiliária é um problema em muitas cidades, e os encargos com habitação têm vindo a subir, ocupando já um espaço muito significativo no rendimento mensal das famílias europeias”, escreveu, na altura, o governante. Por isso, “a Comissão Europeia deve estar atenta ao problema da escassez e dos altos custos da habitação”, pedia o primeiro-ministro.

Um ano depois, os europeus foram chamados às urnas e da esquerda à direita o tema marcou a campanha eleitoral. A Aliança Democrática também fez do tema uma das suas bandeiras, chegando mesmo a defender a inscrição do direito à habitação na Carta dos Direitos Fundamentais, no seu programa para as eleições europeias de junho.

Os apelos foram ouvidos. No discurso que proferiu no Parlamento Europeu, antes da sua reeleição, Von der Leyen afirmou que a habitação seria uma questão prioritária para a próxima Comissão. Assim, prometeu nomear o primeiro comissário para gerir diretamente este portefólio e apresentar um plano para aumentar o investimento público e privado na construção de casas em todo o bloco, agilizando também uma revisão das regras dos auxílios estatais uma vez que os Estados-membros podem recorrer de fundos públicos para a construção de habitação social.

Para um país como Portugal, a habitação pode ser interessante, ainda que a União Europeia não tenha competências próprias porque a questão da habitação depende das políticas de cada país“, explica Paulo Sande. “Esta pasta estará focada em desenvolver de políticas de incentivo e desenvolvimento de projetos”, simplifica.

Pedro Marques partilha da mesma opinião, vincando que “o anterior Governo deu muita importância à área da habitação”. “Se o novo [Executivo] tiver essa prioridade, pode lutar por essa possibilidade”, acrescenta o europutado, vincando que embora a pasta “não tenha competências específicas, nem significativas, para já, podem ser construídas dado o grande consenso europeu na área da habitação”.

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Ursula von der Leyen deverá apresentar nova Comissão Europeia em setembro

  • Lusa
  • 28 Agosto 2024

A proposta da presidente da Comissão Europeia para composição do seu novo colégio de comissários deverá ser divulgada em meados de setembro, após nomeações pelos países e entrevistas pela responsável

A proposta da presidente da Comissão Europeia para composição do seu novo colégio de comissários deverá ser divulgada em meados de setembro, após nomeações pelos países e entrevistas pela responsável, visando tomada de posse até final do ano.

A poucos dias de terminar o prazo para os Estados-membros da União Europeia (UE) apresentarem os seus candidatos – idealmente dois (um homem e uma mulher) – para o posto de comissário europeu no próximo mandato (2024-2029), cinco países entre os 27 ainda não anunciaram as suas escolhas ou as comunicaram a Bruxelas: Portugal, Bélgica, Bulgária, Itália e Dinamarca.

Ainda assim, de acordo com fontes europeias ouvidas pela Lusa, a intenção da líder do executivo comunitário que foi reconduzida no cargo, Ursula von der Leyen, é a de apresentar a sua equipa em meados de setembro, tendo já começado as entrevistas a alguns dos nomes propostos.

Apesar de o prazo oficial terminar a 30 de agosto, próxima sexta-feira, as propostas de nomes ainda serão aceites por Von der Leyen até ao início de setembro, segundo as mesmas fontes.

Previsto está que, entre setembro e outubro, se realizem audições públicas no Parlamento Europeu aos nomes propostos para novos comissários europeus, cabendo à assembleia europeia dar o aval final em plenário para, mais tarde, a nova Comissão Europeia tomar posse.

Se todos os nomes propostos tivessem ‘luz verde’ imediata do Parlamento Europeu, o novo colégio de comissários poderia tomar posse já a 01 de novembro, mas com uma rejeição esse prazo já passaria para 01 de dezembro, dado o tempo necessário para o país em causa propor um novo nome e esse candidato ser entrevistado por Ursula von der Leyen e ouvido em audição na assembleia europeia.

As fontes europeias ouvidas pela Lusa esperam, por isso, que a tomada de posse aconteça até ao final deste ano.

No que toca à sua equipa executiva, a presidente da Comissão Europeia é responsável pela escolha e pela atribuição das diferentes pastas tendo em conta a dimensão geográfica do país, as competências dos candidatos e as suas preferências, após nomeações feitas pelos países.

O pedido para os países apresentarem nomes foi feito em cartas enviadas no final de julho pela presidente da Comissão Europeia aos chefes de Governo e de Estado da UE, nas quais a responsável defendeu um “colégio de comissários equilibrado em termos de género”.

Ursula von der Leyen foi reeleita, em julho passado, presidente da Comissão Europeia por mais cinco anos.

A política alemã de centro-direita é presidente da Comissão desde dezembro de 2019, sendo a primeira mulher no cargo, e foi a candidata cabeça de lista do Partido Popular Europeu nas eleições europeias de junho.

Aquando da reeleição pelo Parlamento Europeu, a responsável indicou, precisamente, que se iria focar agora na constituição da sua equipa de comissários, começando as entrevistas em meados de agosto “para escolher os candidatos mais bem preparados e que partilhem o compromisso europeu”.

“Mais uma vez, o meu objetivo será conseguir uma quota-parte igual de homens e mulheres no colégio de comissários”, adiantou na altura.

 

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São escassos os candidatos a comissário com perfil financeiro e todos homens, o que pode abrir portas a Portugal

Termina na sexta-feira o prazo para os países proporem a von der Leyen o nome para comissário europeu. Hipóteses de Maria Luís Albuquerque conquistar serviços financeiros teria um contexto favorável.

Entre os 20 nomes propostos a Ursula von der Leyen pelos Estados-Membros para o colégio de comissários, são parcos os que têm um perfil económico-financeiro, sendo todos do género masculino, uma vantagem para Portugal caso aponte baterias a uma pasta nesta área com um nome feminino.

São 25 os países que têm de indicar a Ursula Von der Leyen os nomes propostos para comissários, faltando apenas cinco países fazê-lo, entre os quais Portugal. A lista de nomes que circula pelos corredores de Bruxelas precisa ainda da validação de von der Leyen, que pode pedir que os Estados-membros apresentem outro candidato.

Sexta-feira termina o prazo para que os países submetam o nome proposto e foram poucos os que responderam ao apelo de von der Leyen para que remetessem um nome masculino e um feminino.

O objetivo seria facilitar a atribuição de pastas num colégio paritário. A típica balança de poder, que procura respeitar o equilíbrio geográfico, é desfavorável este ano a Portugal. Com o ex-primeiro-ministro António Costa a conquistar o cargo, para o qual o seu nome circulava há anos, de presidente do Conselho Europeu, a expetativa é que o país lhe veja atribuída uma pasta com menos peso.

Ainda assim, há terreno para ‘jogar’. Dos 20 nomes (já excluindo von der Leyen e Kallas) e tendo em conta que ainda falta conhecer os nomes de Bélgica, Bulgária, Dinamarca e Itália e confirmar o de Espanha, contam-se pelos dedos de uma mão os nomes com um perfil económico-financeiro.

Um destes é o de Magnus Brunner, atual ministro das Finanças austríaco. O governante austríaco “é um político experiente com um elevado nível de especialização em política financeira, económica e de concorrência a nível nacional e europeu”, segundo o primeiro-ministro daquele país aquando do anúncio. O perfil de Magnus Brunner sinaliza que a Áustria almeja uma pasta na área financeira ou económica, tal como a Irlanda, que também escolheu o ministro que tutela as Finanças, Michael McGrath.

A esperança do irlandês, que foi responsável pela criação de dois novos fundos soberanos no ano passado para fazer faces a futuros encargos com pensões, saúde e infraestruturas enfrenta, contudo, o desafio de a última comissária europeia de Estabilidade Financeira, Serviços Financeiros e Mercado de Capitais, Maired McGuinness, ser precisamente irlandesa.

Outro nome em cima da mesa é o do atual comissário europeu da Ação Climática. Wopke Hoekstra não seria a escolha óbvia, mas segundo meios de comunicação dos Países Baixos noticiam que von der Leyen não deverá querer repetidamente o país naquela pasta e que o responsável europeu tenha como objetivo, desta forma, uma pasta económica e financeira.

Wopke Hoekstra tem experiência na área, já que foi ministro das Finanças do seu país entre 2017 e 2022, período durante o qual António Costa considerou o seu discurso “repugnante” por ter proposto uma investigação a países como Espanha por afirmarem não ter capacidade orçamental para responder à pandemia sem o apoio financeiro europeu.

Não confirmado, mas a circular está também o nome do italiano Raffaele Fitto, segundo meios de comunicação social em Itália, que apontam para almejar um lugar à mesa dos assuntos económicos ou orçamentais. Já a Polónia apontou o nome do diplomata Piotr Srafin com o objetivo de obter a pasta do Orçamento, segundo meios de comunicação social polacos.

O facto de todos os candidatos serem masculinos pode abrir a porta a que Portugal conquiste a Estabilidade Financeira, Serviços Financeiros e Mercado de Capitais, caso aponte Maria Luís Albuquerque. Nos bastidores tem circulado o nome da ex-ministra das Finanças portuguesa durante o mandato de Pedro Passos Coelho e que chegou a ser falada para comissária nessa altura, possibilidade que ficou pelo caminho com a queda do BES.

Nos bastidores tem circulado o nome de Maria Luís Albuquerque, que chegou a ser falada para comissária em 2014, possibilidade que ficou pelo caminho com a queda do BES.

A economista é atualmente membro do Conselho de Supervisão da subsidiária europeia do gigante financeiro americano Morgan Stanley, tendo passado anteriormente pelo Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP e pela Arrow.

Até ao momento, não contando com von der Leyen e Kallas, apenas três países indicaram mulheres: a Croácia, a Finlândia e a Suécia, além de Espanha, que ainda não confirmou oficialmente Teresa Ribera. No entanto, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, tem optado pela reflexão silenciosa e pode surpreender.

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Investimento publicitário global deve crescer 10,5% em 2024, diz a WARC. Pode ultrapassar um bilião de dólares pela primeira vez

A Alphabet (dona do Google e do YouTube), a Amazon e a Meta (dona do Facebook e Instagram) vão captar 43,6% de todo o investimento publicitário este ano, apontam as estimativas.

O investimento publicitário a nível global deve crescer 10,5% este ano. Se as previsões da WARC se concretizarem, o mercado publicitário pode ultrapassar, pela primeira vez, a marca de um bilião de dólares de investimento, atingindo os 1,07 biliões de dólares (cerca de 958 mil milhões de euros).

Esta previsão da WARC traduz assim um aumento de 2,3 pontos percentuais face à sua última previsão, que preconizava um aumento do investimento publicitário de 8,2% para 2024. Segundo o relatório “Global Ad Spend Outlook 2024/25”, a empresa estima ainda que exista um crescimento de 7,2% em 2025 e de 7% em 2026.

O volume de investimento publicitário a nível global mais do que duplicou ao longo dos últimos 10 anos, sendo que as empresas Alphabet (dona do Google e do YouTube), Amazon e Meta (dona do Facebook e Instagram) atraíram mais de 70% deste aumento de investimento. Espera-se também que este trio seja responsável por 43,6% de todo o investimento publicitário este ano.

No total, 88,5% deste investimento publicitário vai ser aplicado online, sendo que 52,9% é também recolhido pelas mesmas três empresas: Alphabet, Amazon e Meta.

De acordo com as projeções, o retail media (21,3%) deve ser o canal de publicidade que vai apresentar um maior crescimento no digital este ano, seguido pelo das redes sociais (14,2%) e search (12,1%). Estes três canais, em conjunto, são responsáveis por mais de 85% de todo o investimento online.

O retail media pode representar este ano 14,3% dos investimentos globais (duas vezes mais do que o registado em 2019). No entanto, o maior canal continua a ser o das redes sociais, que colhe 22,6% de todo o investimento global e que deve somar 241,8 mil milhões de dólares este ano.

Entre as redes sociais, a Meta representa 62,6% do mercado atualmente, com a plataforma chinesa TikTok a atrair 20,1% dos investimentos, numa clara subida face há cinco anos , quando recolheu apenas 9,3%.

Não muito longe, o investimento em search (excluindo retail media), deve alcançar os 223,8 mil milhões de dólares este ano, com a Google a continuar a liderar em termos de receita, representando quatro quintos do mercado global de search. Prevê-se que o motor de busca ultrapasse a marca dos 200 mil milhões de dólares de receita pela primeira vez em 2025.

a connected tv deve crescer 19,6% este ano – atingindo um total de 35,2 mil milhões de dólares – e 15,4% no próximo ano. Em dois anos, este canal deve representar quase um quarto (23,9%) de todo o investimento publicitário em vídeo, alcançando os 46,3 mil milhões de dólares.

o investimento nos media mais tradicionais – como as publicações impressas, rádio, televisão linear, cinema ou out-of-home – representa, no seu conjunto, cerca de 25,3% da publicidade global. O mesmo deve crescer 1,5% em relação ao ano passado, para cerca de 270,5 mil milhões de dólares.

Entre os meios tradicionais, a televisão linear (12,7%), o out-of-home (7,2%) e o cinema (6,1%) registam crescimentos, ao contrário da rádio, que nas previsões regista um recuo de 2,3%, e dos jornais e revistas cujo investimento cai, respetivamente, 3,3% e 3,4%.

Em termos de regiões, a América do Norte é aquela que deve crescer mais (8,6%), para um total de 347,5 mil milhões de dólares, bastante impulsionada pelas eleições presidenciais norte-americanas. Se for retirado da equação o investimento em política, o crescimento deste ano aponta para uma subida de apenas 4%.

No entanto, note-se que a Índia é o mercado que deve mesmo crescer de forma mais acentuada este ano, na ordem dos 11,9%, para 12,8 mil milhões de dólares.

Ainda à frente da Europa, em termos de crescimento do investimento publicitário, surge a região da América Latina, que deve crescer 6,2% este ano para 32,1 mil milhões de dólares.

a Europa, que surge como a terceira região com maior crescimento de investimento, deve aumentar na ordem dos 5%, para 164,9 mil milhões de dólares, com os países onde há mais investimento a apresentarem resultados positivos. É o caso do Reino Unido (8%) — que é o maior mercado publicitário no continente europeu –, França (8%), Itália (5,4%) e Alemanha (4%).

A previsão da Warc é mais otimista do que a do grupo IPG Mediabrands. Num relatório divulgado em junho, o grupo antecipava que o mercado global publicitário crescesse 10% este ano, em termos homólogos, para 927 mil milhões de dólares, impulsionado pela estabilidade da economia e o seu desenvolvimento mais forte em mercados como a Espanha (14%), Índia e Reino Unido (ambos com 12%), França e EUA (ambos com 11%).

A IPG Mediabrands previa ainda que o mercado publicitário português aumentasse cerca de 10% este ano, estimando receitas na ordem dos 880 milhões de euros.

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Portuguesa Topbrands investe 6 milhões em novas instalações e aponta mira a Polónia

Depois da entrada em Angola, a empresa, que fornece brinquedos, produtos de puericultura e outdoor living para várias cadeias de retalho, tem na mira oito novos mercados, entre os quais a Polónia.

A portuguesa Topbrands vai investir seis milhões de euros em novas instalações no Montijo, criando 50 novos postos de trabalho. O novo espaço com 12.000 metros quadrados será construído ao longo de cinco anos, aumentando a área de produção para 2.000 metros. Depois da entrada em Angola, a empresa, que fornece brinquedos, produtos de puericultura, churrasco e outdoor living para várias cadeias de retalho, tem na mira a entrada em oito novos mercados como Polónia, França, Alemanha ou Holanda.

Após fechar o ano passado com 6,9 milhões de euros de volume de negócios, a empresa estima atingir este ano 10 milhões de euros de faturação, uma subida das receitas com o contributo da expansão internacional.

“Este ano concluímos o primeiro contrato em Angola, com o retalhista Arreiou, com 300 lojas, para a comercialização de produtos para a época de Natal (brinquedos e jogos)”, adianta João Saramago Tavares, CEO da empresa, ao ECO.

Nesse processo de expansão, a empresa conta tirar partido da ligação com retalhistas com quem trabalha no mercado nacional, como é o caso do Pingo Doce, Auchan, Intermarché, Worten, FNAC, Continente ou Aldi.

João Saramago Tavares, CEO da Topbrands

“O objetivo é aproveitar algumas sinergias. Estamos em contacto tanto com a Biedronka (JM), como com a Alcampo e a Auchan internacional. Desta forma, tentamos sempre tirar partido do histórico de vendas dos nossos artigos cá para demonstrar que são apostas seguras e que os consumidores gostam”, adianta o CEO.

Polónia, Roménia, Marrocos, França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Chipre e Moçambique são os mercados externos em que a empresa mira entrada no curto e médio prazo.

“Concluímos o primeiro semestre com uma faturação de três milhões de euros, o que nos dá ainda mais indicativos de que conseguiremos alcançar um volume de negócios de 10 milhões de euros até ao final deste ano. Temos um objetivo ambicioso de alcançar vendas 20 milhões de euros em 2026, e para tal, a expansão internacional que arrancou este ano terá também um papel significativo”, diz João Saramago Tavares.

O objetivo é aproveitar algumas sinergias. Estamos em contacto tanto com a Biedronka (JM), como com a Alcampo e a Auchan internacional. Desta forma, tentamos sempre tirar partido do histórico de vendas dos nossos artigos cá para demonstrar que são apostas seguras e que os consumidores gostam.

“Estimamos que as vendas nos mercados internacionais venham a representar cerca de 10% da faturação no final de 2024″, adianta o responsável ao ECO.

Investimento em novas instalações

Hoje num espaço com 1.500 metros quadrados (m2) no concelho da Moita, a empresa conta investir seis milhões de euros num espaço de 12.000 m2 de área construída (+700%) no Montijo. O espaço, a ser construído em quatro fases ao longo de cinco anos, com a primeira a iniciar ainda este ano, levará a um aumento de 500 m2 para 2.000 m2 da área de produção.

O projeto inclui também a criação de cerca de 15 mil m2 de espaços verdes, espaços exteriores que irão incluir áreas de lazer e atividade física, promovendo o equilíbrio entre o trabalho, a saúde e o bem-estar dos trabalhadores.

A primeira fase das novas instalações deverá estar concluída até ao próximo verão, permitindo que a mudança gradual para as novas estruturas comece ainda em 2024.

Hoje com 35 profissionais, distribuídos entre o concelho da Moita, na Zona Industrial Alto do Carvalhinho (escritório e logística), e Alcochete (fábrica de enchimento de carvão, da nossa marca BBQ Lovers), com estas novas instalações e expansão internacional a empresa vai criar 50 postos de trabalho, elevando para 85 pessoas, em cinco anos, o número de trabalhadores.

“Neste momento estamos já a fazer algumas contratações nas áreas de Vendas, Logística, Desenvolvimento de Produto e IT, são cerca de oito pessoas para dar resposta ao aumento dos contratos que estamos a celebrar no mercado nacional, e também face ao aumento de trabalho derivado da expansão internacional, que arrancou este ano”, adianta João Saramago Tavares.

“Quanto ao modelo de trabalho, neste momento estamos a apostar no modelo presencial tendo em conta que a empresa é recente e estamos ainda numa fase de desenvolvimento de cultura e valores”, explica.

Conheça futuras instalações:

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Governo substitui um terço dos diretores distritais da Segurança Social

  • ECO
  • 28 Agosto 2024

Desde que tomou posse, o Governo nomeou novos dirigentes para seis dos 18 centros distritais da Segurança Social, ao que se soma uma recondução. Cinco dos nomes têm ligações ao PSD.

Depois de ter nomeado dois dirigentes para lugares de topo da instituição, o Governo está agora a substituir diretores dos centros distritais da Segurança Social (ISS). Segundo avança o Jornal de Negócios, até agora, foram publicadas cinco nomeações em Diário da República e pelo menos duas foram noticiadas pela imprensa local, ainda que uma delas seja uma recondução e outra uma nomeação por ausência prolongada. Significa que foram substituídos seis dos 18 dirigentes dos centros distritais. Cinco dos novos nomes têm ligações claras ao PSD e os escolhidos nem sempre têm currículo na área da Segurança Social.

Embora nem todos os casos sejam iguais, grande parte destas nomeações em regime de substituição seguem-se à não recondução dos anteriores dirigentes, que ocupavam o cargo na sequência de um concurso da CReSAP. Foram então designados novos nomes para os centros dos distritos de Bragança, Santarém, Viana do Castelo, Viseu e Évora — todos com ligações ao PSD –, bem como para Beja e Vila Real (neste último caso, a nomeação ocorreu mediante concurso da CReSAP).

Fonte oficial do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) disse que os únicos “critérios e circunstâncias” para as nomeações foram profissionais. “Os diretores de Segurança Social nomeados, em regime de substituição, detêm formação académica, experiência e competências profissionais, que os habilitam ao desempenho da função”, além de “um elevado conhecimento dos territórios e das instituições do setor social e solidário, com quem o ISS desenvolve uma intensa relação de cooperação”. Os lugares “serão sujeitos a concurso através da CReSAP”, acrescentou.

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SNS vai chamar 265 mil utentes para atualizarem dados pessoais

Inscrição ativa nos centros de saúde exige todos os dados biográficos preenchidos no SNS. Há ainda 58 mil pessoas sem contacto nos ficheiros e que só serão abordadas numa fase posterior.

Existem 323 mil utentes com informação incompleta no Registo Nacional de Utentes (RNU) do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que, por esse motivo, estão em risco de perderem a inscrição ativa nos centros de saúde e o acesso ao médico de família.

Para evitar ao máximo que isso aconteça, mais de 80% destas pessoas serão contactadas por SMS ou email a partir desta quarta-feira, para que se desloquem a uma unidade do SNS e atualizem os seus dados pessoais. Se não o fizerem, deixam de ter inscrição ativa nos cuidados de saúde primários.

A informação foi avançada na terça-feira pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e representa uma segunda ‘limpeza’ da base de dados do SNS, depois da que foi iniciada no ano passado pelo anterior Governo e que conduziu a quase menos 300 mil inscritos nas listas dos centros de saúde.

A atualização que arranca esta quarta-feira vai decorrer de forma diferente da anterior. Dos 323 mil utentes identificados, cerca de 265 mil pessoas (82%) com contacto telefónico ou endereço de email identificados serão contactadas, alertando-as “para a necessidade de se dirigirem às respetivas unidades de saúde e completarem a informação em falta”.

O comunicado da ACSS não explica o que acontece aos restantes 58 mil sem contactos identificados. Mas o Público avança, citando uma fonte da ACSS, que estas pessoas serão abordadas numa segunda fase, num processo mais complexo e demorado e que implicará recorrer “a juntas de freguesia”, ou, no limite, bater à porta das pessoas.

Segundo a administração central, para se manterem ativamente inscritas nas listas dos centros de saúde, é obrigatório “o preenchimento completo dos dados biográficos do utente e a apresentação de documentação de identificação e residência”. “Para cidadãos estrangeiros, é necessária a apresentação de uma autorização de residência válida, exceto para menores de idade”, acrescenta ainda a ACSS.

O organismo estatal está ainda consciente de que o processo poderá suscitar “possíveis ideias de tentativas de fraude muitas vezes associadas a contactos por SMS e email”. Numa circular, apela, por isso, “à colaboração de todas as entidades no sentido da divulgação dos materiais de comunicação” nos respetivos sites e redes sociais.

De acordo com o Público, o número total de inscrições ativas no RNU ultrapassava os 10,4 milhões em julho, estando a registar novamente uma tendência de crescimento acentuado.

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Reclamações em seguros de Vida: CA a melhor, Ageas Vida a pior

Em 2023, houve 1.054 queixas de clientes de seguros de vida, revelou a ASF. Veja o ranking da melhor para a pior entre as 14 companhias analisadas.

A seguradora CA Vida foi, no ano passado, a companhia com menos reclamações por cada 1.000 apólices de seguros de Vida temporários sem participação nos resultados, como são exemplo os seguros de vida ligados ao crédito à habitação ou ao consumo.

Os dados relativos a todo o ano de 2023 foram divulgados no Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado 2023, recentemente publicado pela ASF, entidade supervisora dos seguros, que apurou um rácio médio do conjunto do mercado de 0,28 reclamações por cada 1.000 pessoas seguras, considerando o universo de 1.054 reclamações para uma média anual de cerca de 3,7 milhões de pessoas seguras.

A ASF salienta ter classificado os 14 maiores operadores deste tipo de seguro, o mais comum, não incluindo companhias de pequena dimensão na comercialização deste tipo de produto.

Dimensão e bancassurance podem fazer diferença

A CA Vida, liderada por António Castanho, foi a melhor nesta análise com apenas 19 reclamações em 261 mil apólices ativas a que corresponde um rácio de 0,07. Seguem-lhe a BPI Vida e Pensões com um rácio de 0,13 em 200 mil apólices, e a Generali Tranquilidade com o mesmo rácio em 243 mil seguros ativos em média.

O grupo Ageas apresenta a Ocidental Vida no quarto lugar deste ranking, com 0,16 de rácio para 637 mil apólices, mas também tem a Ageas Vida que foi colocada em último lugar com 44 queixas nas suas 26 mil apólices, um rácio de 1,68.

Melhor que a média ficaram ainda a Fidelidade (0,18 em 916 mil apólices), Mapfre Vida (0,2 – 49 mil), MetLife (0,25 – 390 mil), GamaLife (0,25 – 404 mil) e Asisa Vida (0,28 – 35 mil).

Logo abaixo da média ficou classificada a Real Vida com 0,31 de rácio para 202 mil apólices e depois Prévoir, Liberty e Santander, para além da Ageas Vida que encerra o ranking.

A dimensão parece ajudar no rácio e entre as companhias com maiores carteiras neste tipo de seguro e o e a venda essencialmente através de bancassurance também parece baixar o nível relativo de queixas como são exemplo a CA Vida (Crédito Agrícola como parceiro principal), BPI, Ocidental (Millennium bcp), Fidelidade (Caixa Geral de Depósitos), Mapfre Vida (Bankinter) e GamaLife (Novobanco).

Veja o ranking ASF das companhias com menos reclamações em relação ao número de apólices ativas:

 

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Hoje nas notícias: Saúde, Segurança Social e não executivos

  • ECO
  • 28 Agosto 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

São 323 mil os cidadãos que não têm a informação completa no Registo Nacional de Utentes, mas, na primeira fase da atualização da base de dados do SNS, serão notificados apenas os 265 mil que têm número de telemóvel ou e-mail nos registos. São já seis os novos diretores nos 18 centros distritais da Segurança Social. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Mais de 300 mil utentes em risco de serem retirados das listas dos centros de saúde

Arranca esta quarta-feira uma nova atualização da base de dados do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Numa primeira fase, os cidadãos com informação incompleta nos centros de saúde vão ser contactados pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) para se deslocarem às suas unidades e preencherem os dados em falta, evitando, assim, que fiquem sem médico de família. No total, 323 mil pessoas não têm os dados completos no Registo Nacional de Utentes (RNU), mas por enquanto serão notificadas as 265 mil que têm número de telemóvel ou e-mail nos registos. Os restantes 58 mil sem contactos nos ficheiros serão contactados mais tarde, o que implicará recorrer “a juntas de freguesia e, eventualmente, in extremis, ir bater à porta das pessoas”, segundo uma fonte da ACSS. O regulamento do RNU exige que os utentes tenham todos os dados biográficos preenchidos e a apresentem identificação e o registo de residência nacional.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Governo está a substituir diretores distritais da Segurança Social

Por todo o país, o Governo está a substituir diretores dos centros distritais do Instituto da Segurança Social (ISS). Até agora, foram publicadas cinco nomeações em Diário da República e pelo menos duas foram noticiadas pela imprensa local, ainda que uma delas seja uma recondução e outra seja uma nomeação por ausência prolongada. Significa que já foram substituídos seis dos 18 dirigentes dos centros distritais. Cinco dos novos nomes têm ligações claras ao PSD e os escolhidos nem sempre têm currículo na área da Segurança Social.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Não executivos passam pouco tempo nos bancos

Um estudo publicado esta semana pelo Banco de Portugal (BdP) concluiu que os administradores não executivos dos bancos dedicam, em média, 15 horas semanais e 74 dias por ano às funções que aí desempenham. Já os vogais não executivos dedicam 51,7 dias anuais ao desempenho dos seus cargos, o que corresponde a uma média de 10,5 horas semanais. O supervisor bancário fala numa “tendência de as instituições e os candidatos propostos para as funções de membro não executivo — seja em órgão de administração ou em órgão de fiscalização — subestimarem o tempo necessário ao exercício efetivo das tarefas inerentes ao cargo”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Governo mantém ex-presidente da Parpública na administração da Estamo

José Realinho de Matos presidia à Parpública desde que foi nomeado em novembro do ano passado para o mandato de 2023-2025, mas, na semana passada, o Governo decidiu mudar a administração da holding do Estado que detém participações em empresas e nomear Joaquim Cadete para o lugar. No entanto, José Realinho de Matos vai manter-se como vogal do conselho de administração da Estamo, detida a 100% pela Parpública, até ao fim do mandato, que deverá acabar no final deste ano.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Quatro em cada dez concelhos ganharam crianças

Portugal fechou 2023 com mais 2.296 crianças até aos 14 anos, um crescimento que se verificou em 43% do território nacional. Ao todo, 132 concelhos registaram um aumento de residentes até aos 14 anos, de acordo com as estimativas de população do Instituto Nacional de Estatística (INE). No “top 10”, tirando Porto e Torres Vedras, todos os outros integram a Área Metropolitana de Lisboa (AML), enquanto imediatamente a seguir surge Portimão e Albufeira.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

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O dia em direto nos mercados e na economia – 28 de agosto

  • ECO
  • 28 Agosto 2024

Ao longo desta quarta-feira, 28 de agosto, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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