Ex-diretora do YouTube e pioneira em tecnologia Susan Wojcicki morre aos 56 anos

  • Lusa
  • 10 Agosto 2024

Wojcicki passou quase duas décadas ligada às mudanças na Google, mecanismo de busca na Internet lançado na sua garagem, que se tornou um gigante global da tecnologia.

São Francisco, Estados Unidos, 10 ago 2024 (Lusa) — A ex-chefe do YouTube e pioneira em tecnologia Susan Wojcicki, que desempenhou um papel fundamental na ascensão da Google, morreu, aos 56 anos, vítima de cancro no pulmão, anunciou o marido na sexta-feira.

Susan Wojcicki passou quase duas décadas ligada às mudanças na Google, mecanismo de busca na Internet lançado na sua garagem, que se tornou um gigante global da tecnologia.

No YouTube, adquirido pela Google em 2006, Wojcicki administrou operações por quase uma década antes de deixar o cargo no ano passado para se concentrar nos seus projetos pessoais, familiares e na sua saúde.

O marido, Dennis Troper, escreveu no Facebook que a esposa lutava contra um cancro do pulmão há dois anos.

“Minha amada esposa há 26 anos e mãe dos nossos cinco filhos deixou-nos hoje”, escreveu.

“Susan não foi apenas a minha melhor amiga e parceira na vida, mas também uma mente brilhante, uma mãe amorosa e uma amiga querida para muitos. A sua influência na nossa família e no mundo foi imensurável”, acrescentou Dennis Troper.

Susan Wojcicki trabalhava na Intel quando os amigos Sergey Brin e Larry Page fundaram a Google na garagem da sua casa, em Menlo Park, Califórnia, em 1998.

Um ano depois, ingressou na empresa como 16.ª funcionária e primeira diretora de marketing.

Na Google, participou da criação do motor de busca de imagens e trabalhou nas aquisições do YouTube e da plataforma de publicidade DoubleClick.

“É difícil imaginar o mundo sem ela”, escreveu o diretor executivo da Google, Sundar Pichai.

Nomeada diretora executiva do YouTube em 2014, Susan Wojcicki introduziu novas formas de publicidade e ajudou a impulsionar o seu crescimento ao lançar um serviço de ‘streaming’ de televisão à medida que os telespetadores recorriam cada vez mais à Internet para programas e filmes.

Também é conhecida por abordar preocupações relacionadas à privacidade das crianças, ao discurso de ódio e à disseminação de desinformação, especialmente durante a pandemia de covid-19.

Grávida de quatro meses quando foi contratada, defendeu a licença parental remunerada.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tim Walz, a peça democrata para conquistar os “condados pivô” da América rural

  • Joana Abrantes Gomes
  • 10 Agosto 2024

Vinda da democrata Califórnia, Harris queria um parceiro forte nos 206 condados que votaram em Obama e depois em Trump. A escolha foi um ex-professor conhecido por vitórias-chave contra republicanos.

“Tim é um líder testado em combate que tem um legado incrível de fazer coisas para as famílias do Minnesota. Sei que ele trará essa mesma liderança de princípios para a nossa campanha e para o cargo de vice-presidente”, lia-se na mensagem de texto enviada por Kamala Harris aos seus apoiantes na passada terça-feira, em que anunciou a escolha de um governador de um estado solidamente democrata para ser o seu número dois na corrida às presidenciais de 5 de novembro.

A mensagem evidencia algumas das razões que levaram a atual vice-presidente dos EUA a decidir por Tim Walz. O “líder testado em combate” será uma referência, por um lado, aos 24 anos que esteve alistado na Guarda Nacional do Exército, mas, num sentido metafórico, também à eleição, em 2006, para deputado na Câmara dos Representantes, por um distrito do sul do Minnesota que tinha votado duas vezes no republicano George W. Bush para a Casa Branca. Foi reeleito cinco vezes, permanecendo durante 12 anos no Congresso, período após o qual o lugar voltou para mãos republicanas.

Já do “historial incrível de fazer coisas para as famílias do Minnesota” — algumas das quais Kamala Harris quer replicar se for eleita Presidente –, consta, por exemplo, uma lei que garante refeições gratuitas nas escolas, metas para combater as alterações climáticas, reduções dos impostos sobre a classe média, a descriminalização do uso recreativo da canábis, a proteção dos cuidados de saúde das pessoas transexuais, restrições à posse de armas, o alargamento do direito de voto para 55 mil residentes que estiveram presos e a inscrição do direito ao aborto na legislação estadual.

Além das vitórias consecutivas num distrito tradicionalmente republicano e do legado de dois mandatos como governador do Minnesota, para o qual foi eleito pela primeira vez em 2018 por 11 pontos percentuais contra Jeff Johnson, também o seu passado no ensino — deu aulas na China, na Reserva Indígena de Pine Ridge no Dakota do Sul e em escolas do Minnesota — e como treinador de futebol americano influenciaram a escolha de Kamala Harris. Walz é “o tipo de professor e mentor que todas as crianças na América sonham ter”, afirmou a candidata democrata na terça-feira, no primeiro comício ao lado do seu companheiro de corrida.

Na verdade, antes de se reunirem no domingo na residência de Kamala Harris, em que a ligação entre ambos foi instantânea, segundo descreveram à imprensa norte-americana fontes próximas do processo de seleção, os dois mal se conheciam. Os seus caminhos haviam-se cruzado anteriormente em março deste ano, quando o governador do Minnesota acompanhou a vice-presidente numa visita a uma clínica de aborto, ocasião em que ela o elogiou como um “grande amigo e conselheiro”.

“Gosto muito dele”, terá confidenciado a candidata democrata aos aliados mais próximos após o encontro em privado do último fim de semana com Walz, cuja “alegria” e “afabilidade” também pesou na hora do desempate face aos outros dois nomes apontados ao lugar. “Ela queria alguém que compreendesse o papel, alguém com quem tivesse uma ligação e alguém que trouxesse contraste ao ticket“, explicou Cedric Richmond, um antigo conselheiro da Casa Branca que fez parte da equipa que analisou os candidatos a vice de Kamala Harris.

A vice-presidente e candidata do Partido Democrata à Presidência dos EUA, acompanhada pelo seu número 2 na corrida à Casa Branca, num evento de campanha na cidade de Eau Claire, Wisconsin, em 7 de agosto. EPA/CRAIG LASSIGEPA/CRAIG LASSIG 7 Agosto, 2024

Casado e com dois filhos, Tim Walz também tem inscrita no currículo a liderança da Associação Nacional de Governadores Democratas, posição à qual renunciou após aceitar o convite de Harris. E, embora o seu papel na política norte-americana tenha sido sempre em representação do Minnesota, nasceu e viveu no Nebraska até 1996, onde se licenciou em Ciências Sociais no Chadron State College em 1989 — curso que iniciou na Universidade de Houston, no Texas –, e concluiu um Mestrado em Liderança Educativa na Minnesota State University, Mankato, em 2001.

Apesar de ser “alguém com experiência vivida comparável a tantas pessoas na América rural”, nas palavras da ex-senadora democrata Heidi Heitkamp, do Dakota do Norte, o valor estratégico de Tim Walz para a candidatura presidencial de Kamala Harris reside noutro fator.

Com as eleições norte-americanas a decidirem-se nos swing states — estados que tendem a mudar de partido a cada eleição, vistos como determinantes para o resultado eleitoral, e onde a atual vice-presidente de Joe Biden não tem tanta força por ser natural da Califórnia, de bandeira democrata –, previa-se que a escolha do running mate de Harris recaísse sobre uma figura do partido popular nesses estados. O governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, e o senador Mark Kelly, do Arizona, eram vistos com melhores possibilidades de ganharem o lugar em comparação com Tim Walz.

Mas, não sendo de um dos swing states, o governador do Minnesota é um “produto” dos “condados pivô” (pivot counties, em inglês), assim chamados por terem votado no democrata Barack Obama em 2008 e em 2012 e depois mudarem o voto em 2016 para os republicanos, encabeçados por Donald Trump e o seu vice Mike Pence, explica Luís Tomé, professor catedrático de Relações Internacionais na Universidade Autónoma de Lisboa, em declarações ao ECO.

De acordo com os dados da Ballotpedia, uma plataforma digital que reúne estatísticas das eleições norte-americanas, há 206 condados pivô distribuídos por 34 estados dos EUA, dos quais mais de metade (120) se concentram em dez estados do Midwest: 31 no Iowa; 23 no Wisconsin; 19 no Minnesota; 12 no Michigan; 11 no Illinois; nove no Ohio; cinco no Indiana; cinco no Dakota do Sul; quatro no Dakota do Norte; e um no Nebraska.

Walz pode ser uma grande ajuda na missão de recuperar alguns desses condados pivô que podem vir a ser decisivos no resultado das eleições de 5 de novembro.

Luís Tomé

Professor catedrático e diretor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Autónoma de Lisboa

Nessa região, “a população é, por norma, mais branca, menos rica e até com menos instrução do que a média dos Estados Unidos, vivendo em zonas rurais e pequenas cidades. Precisamente o tipo de locais que os democratas perderam nos últimos anos para os republicanos”, assinala Luís Tomé, que também é investigador no Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa (IPRI-NOVA) e dá aulas no Instituto da Defesa Nacional (IDN).

Ora, oito dos 19 pivot counties do Minnesota localizam-se no distrito que Tim Walz representou na Câmara dos Representantes entre 2007 e 2019, o que, aos olhos de Kamala Harris e da sua equipa, confere ao governador de 60 anos o perfil ideal para o Partido Democrata ganhar nesses condados, inclusive nos estados vizinhos.

Walz “tem a habilidade de contactar com esse tipo de eleitorado” e “pode ser uma grande ajuda na missão de recuperar alguns desses condados que podem ser decisivos“, até porque “sobreviveu à derrocada [das midterms] de 2010″ — uma das maiores derrotas dos democratas no período pós-guerra, que reduziu a bancada do partido em seis lugares no Senado e em 68 assentos na Câmara dos Representantes — e “resistiu depois à vitória de Trump sobre Hillary Clinton em 2016 no sul de Minnesota”, aponta Luís Tomé.

Se, nas eleições de 2020, a preocupação do moderado Joe Biden na escolha do seu vice era unir as várias fações do Partido Democrata — daí que tenha optado por Kamala Harris, mais à esquerda –, agora o que se pretende é mobilizar os eleitores nos swing states e nos condados pivô que podem cair para um lado ou para o outro a votarem no ticket democrata.

Walz recebeu o convite de Harris via telefone, por volta das 10 horas de terça-feira. Alegadamente, não atendeu o primeiro telefonema, por ter sido feito a partir de um número privado. “Vamos fazer isto juntos”, disse ela. Ao final desse dia, a nova dupla do ticket do Partido Democrata estava a subir ao palco de uma arena lotada em Filadélfia. “Temos 91 dias [até 5 de novembro, dia da eleição]. Meu Deus, isso é fácil! Dormiremos quando estivermos mortos“, afirmou Tim Walz perante os cerca de 10 mil apoiantes presentes.

“Mini-primárias”

A procura pelo running mate de Kamala Harris arrancou nos dias após o Presidente Joe Biden anunciar a sua retirada da corrida à Casa Branca. Uma equipa que incluía o antigo procurador-geral Eric Holder Jr., a presidente da campanha, Jen O’Malley Dillon, a chefe de gabinete da campanha, Sheila Nix, a antiga conselheira da Casa Branca Dana Remus, e Tony West, cunhado de Harris, foi responsável por recolher e analisar as declarações financeiras e os antecedentes de uma dúzia de nomes, com os quais reuniram por videochamada até ao final de julho, segundo o Politico.

A 2 de agosto, a lista já estava reduzida a metade: além do governador do Minnesota, o senador Mark Kelly, do Arizona; o secretário dos Transportes, Pete Buttigieg; e outros três líderes estaduais, nomeadamente Andy Beshear, do Kentucky, J. B. Pritzker, do Illinois, e Josh Shapiro, da Pensilvânia. Os seis foram novamente entrevistados, desta vez por um painel composto pelo ex-secretário do Trabalho Marty Walsh, o conselheiro de campanha de Harris, Cedric Richmond, e a senadora Catherine Cortez Masto, do Nevada. No dia seguinte, apresentaram à atual vice-presidente dos EUA os prós e os contras de cada um dos candidatos.

Porém, os finalistas viriam a ser apenas três — Tim Walz, Josh Shapiro e Mark Kelly. De acordo com o The New York Times, a equipa de aliados de Kamala Harris concluiu que ela poderia ganhar as eleições de 5 de novembro com qualquer um deles. A escolha resumiu-se àquele que se saiu melhor no “teste de química” — como foram descritos os encontros presenciais entre a candidata a Presidente e os seus possíveis número 2, realizados no domingo, no Observatório Naval (a sua residência oficial) –, tendo Harris ainda procurado aconselhar-se junto de figuras como Joe Biden, o ex-presidente Obama e o casal Clinton.

"Temos 91 dias [até 5 de novembro, dia da eleição]. Meu Deus, isso é fácil! Dormiremos quando estivermos mortos.”

Tim Walz

Candidato democrata à vice-presidência dos EUA

Embora a decisão tenha recaído sobre Tim Walz, o nome de Shapiro era apontado como o favorito, e mesmo Mark Kelly surgia à frente do governador do Minnesota nas apostas. Mas os dados recolhidos pela equipa de Kamala Harris não sugeriam que Shapiro ou Kelly garantissem uma vantagem decisiva para os democratas nos seus estados de origem, respetivamente Pensilvânia e Arizona, dois dos swing states — o primeiro dos quais é o maior em termos de grandes eleitores, num total de 19.

No caso de Shapiro, várias pessoas familiarizadas com o processo de seleção relataram ao NYT que o governador da Pensilvânia se mostrou menos seguro em aceitar o cargo, tendo feito perguntas acerca das responsabilidades que teria caso fosse o escolhido. Além disso, é visto como uma pessoa que ambiciona ser Presidente, o que poderia complicar a sua relação com Kamala Harris, e seria uma escolha que não agradaria às fações democratas progressistas, em particular pelas críticas aos protestos pró-Palestina, numa altura em que o partido estava a começar finalmente a unir-se em torno da sua candidata presidencial.

Trump sem estratégia adaptada à nova dupla

Logo no dia em que foi anunciado o nome do governador do Minnesota para número 2 do ticket democrata, a campanha de Donald Trump e de J. D. Vance enviou um e-mail de angariação de fundos em que fez acompanhar a frase “Tim Walz vai desencadear o inferno na Terra!” de imagens da violência nas ruas daquele estado na sequência do assassinato de George Floyd em 2020. Estava dado o tiro de partida para uma enxurrada de acusações e insultos semelhantes aos já usados contra Kamala Harris.

“Não podia estar mais entusiasmado” por Kamala Harris ter feito esta “escolha chocante”, disse Donald Trump na quarta-feira, em entrevista à estação televisiva norte-americana Fox News. O ex-presidente alegou que Tim Walz é mais radical do que a atual vice-presidente em questões como a imigração e o crime e acusou os democratas de antissemitismo porque Harris escolheu Walz em vez de Josh Shapiro, que é judeu.

O candidato republicano à Casa Branca acusa também os rivais do Partido Democrata de serem “perigosos radicais de esquerda” e partilharem as ideias do senador Bernie Sanders, um dos mais progressistas do Congresso dos EUA. “Essa candidatura quer que este país se torne comunista imediatamente, se não antes“, declarou Trump.

Enquanto J. D. Vance não acrescenta nada a Donald Trump e pode ser um bocadinho tóxico, até ver, o Walz tem todas as condições para acrescentar e complementar a candidatura de Kamala Harris e chegar ao eleitorado onde esta não consegue chegar. Desse ponto de vista, a escolha é mais feliz do lado do ticket democrata do que é a do Partido Republicano.

Luís Tomé

Professor catedrático e diretor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Autónoma de Lisboa

Para o professor catedrático Luís Tomé, estes argumentos são a “prova” de que o Partido Republicano ainda não adaptou a sua estratégia a Kamala Harris e, entretanto, ao candidato escolhido para vice-presidente. “Continuarem na mesma linha em relação a Walz, conservando a linha de insultos pessoais, é contraproducente”, avalia o docente da Universidade Autónoma de Lisboa, notando que alguns dos argumentos que usavam para Joe Biden, como a questão da idade, funcionam agora ao contrário.

A campanha de Donald Trump já chegou a cometer uma gafe ao criticar uma medida implementada por Tim Walz no Minnesota que alargou o direito de voto a cerca de 55.000 residentes ex-presidiários, quando o candidato republicano foi o primeiro ex-presidente da história dos Estados Unidos a ser condenado na Justiça — ainda que seja mais provável ser-lhe aplicada uma multa e não uma pena de prisão.

Mas o GOP (Grand Old Party, como também é conhecido o Partido Republicano) pode também ser prejudicada pelo facto de Tim Walz ter o perfil de muito do eleitorado republicano (ou que pode tender para o lado republicano): vem da América rural, onde a população é menos instruída e predominantemente branca. Portanto, “vão ter que agarrar em algo que não seja um insulto pessoal ou chamar-lhe comunista”, pois “isso é pouco para quem está indeciso”, diz Luís Tomé.

Comparando os números 2 escolhidos por Kamala Harris e Donald Trump, o analista de Relações Internacionais distingue o mensageiro “hábil” e “eficaz” no caso de Walz dos discursos “sem o carisma e a chama” do ex-presidente republicano no caso de J. D. Vance — apesar de este ser “uma cópia” de Trump. O facto de Tim Walz ter cunhado, em poucas semanas, o mais recente slogan da campanha democrata contra os republicanos, quando chamou Trump e J. D. Vance de “estranhos”, prova essa diferença.

São os candidatos a presidente que pesam na hora do voto. Mas, “até ver, o Walz tem todas as condições para acrescentar e complementar a candidatura de Kamala Harris e chegar ao eleitorado onde esta não consegue chegar, enquanto J. D. Vance não acrescenta nada a Donald Trump e pode ser um bocadinho tóxico”, resume o investigador, para quem, “desse ponto de vista, a escolha [para vice-presidente] é mais feliz do lado do ticket democrata do que é a do Partido Republicano”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Garantia do Estado nos créditos à habitação espera regulamentação para poder avançar

  • Lusa
  • 10 Agosto 2024

A garantia pública para viabilizar o financiamento na aquisição da primeira habitação por jovens ainda não pode ser aplicada pois, apesar de o decreto-lei estar em vigor, precisa de regulamentação.

A garantia pública nos créditos à habitação a jovens ainda espera a regulamentação necessária para ser posta em prática e deve, segundo o projeto de portaria a que a Lusa teve acesso, durar até final de 2026.

No início de agosto entrou em vigor a isenção do Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e do Imposto do Selo (IS) na compra da primeira habitação própria e permanente para os jovens até 35 anos à data da compra.

Já a medida de garantia pública para viabilizar o financiamento bancário na aquisição da primeira habitação por jovens – que consta do mesmo pacote do Governo (Construir Portugal) para facilitar o acesso à habitação – ainda não pode ser aplicada pois, apesar de o seu decreto-lei estar em vigor, precisa de regulamentação para ser posta em prática.

Segundo fontes do setor financeiro, este tema não tem tido desenvolvimentos e só deverá avançar depois de agosto. Desde logo, disseram, tem de ser acordado com o Banco de Portugal como é que a medida se integra no cumprimento pelos bancos de regras macroprudenciais (um tema para que o regulador já alertou várias vezes).

O decreto-lei da garantia pública na habitação foi publicado em 10 de julho e já aí era referido que os membros do Governo responsáveis pelas finanças, habitação e juventude têm até setembro para aprovar a regulamentação necessária.

A garantia destina-se a pessoas entre 18 e 35 anos de idade (inclusivé), residentes em Portugal, com situação regularizada nas Finanças e Segurança Social, com rendimentos até ao 8.º escalão (81.199 euros de rendimento coletável anual), e que estejam a comprar a primeira de habitação própria permanente cujo valor não exceda 450 mil euros. Os beneficiários não podem ser proprietários de prédio urbano ou fração de prédio urbano.

De acordo com o projeto de portaria a que a Lusa teve acesso, a garantia é válida para contratos assinados até 31 de dezembro de 2026 e terá o prazo de 10 anos. A medida poderá vir a ser prorrogada para além de 2026 após a avaliação do seu impacto.

O prazo de amortização do empréstimo tem de ser pelo menos superior a cinco anos e a garantia pessoal do Estado “destina-se a viabilizar que o banco financia a totalidade do valor”.

Os bancos têm de aderir à garantia pública para que os seus clientes beneficiem deste instrumento. O projeto da legislação refere ainda que os bancos não podem cobrar comissões ou encargos pela garantia.

O projeto de portaria, que regulamenta o decreto-lei, indica ainda que o montante da garantia na carteira de crédito à habitação de cada banco pode ser objeto de revisão, podendo ser aumentada ou diminuída por acordo entre as partes.

Apesar de a informação ser pouco clara, tal parece indicar que cada banco terá um ‘plafond’ para o montante de carteira de crédito à habitação que pode ser garantido.

A garantia do Estado vai assegurar o pagamento do capital em caso de incumprimento durante os 10 primeiros anos do contrato de crédito. Caso o cliente não pague o crédito, é o Estado que “fica obrigado a reembolsar até 15% desse montante”, refere o projeto de portaria.

Quando é executada a garantia, o Estado fica detentor dos direitos correspondentes que os bancos possuam e os bancos devem informar das diligências para recuperar os montantes executados pelo Estado. A parte que os bancos venham a recuperar relativa às garantias executadas deve ser devolvida ao Estado até ao valor por este pago.

Se o cliente fizer o reembolso parcial antecipado do financiamento, a garantia do Estado reduz-se proporcionalmente. Já em caso de venda da habitação pelo cliente, a garantia do Estado cessa nessa data.

A Inspeção-Geral de Finanças irá fazer auditorias aos montantes garantidos e eventuais acionamentos da garantia, ainda segundo o projeto de diploma.

Desde que esta medida foi apresentada pelo Governo, o Banco de Portugal alertou publicamente, várias vezes, que os bancos não podem aliviar o cumprimento das regras de concessão deste crédito mesmo com a garantia pública.

Segundo o governador, Mário Centeno, o Banco de Portugal é sempre favorável a medidas que ajudem a população mais jovem a aceder a habitação, mas nesta medida é preciso “cautela” pois há que assegurar tanto que os clientes conseguem pagar a dívida como a estabilidade financeira da banca.

Segundo Centeno, a garantia pública não diminui o esforço que os clientes têm de fazer e considerou ainda um risco se o montante do empréstimo concedido aumentar devido à garantia pública.

“Se o montante [do crédito] aumenta e se rendimento não aumenta significa que há maior possibilidade de as pessoas excederem o rácio do serviço da dívida” face ao rendimento, disse em junho.

Em julho, o ministro das Finanças, Miranda Sarmento, afirmou no parlamento que não existem diferendos com o Banco de Portugal sobre a garantia pública e que o processo de regulamentação decorre “sempre em auscultação com o regulador”.

As regras macroprudenciais atualmente em vigor determinam que o crédito não pode ir além de 90% do valor da casa (sendo, para este feito, considerado o valor mais baixo entre o valor de aquisição e o valor da avaliação) de habitação própria e permanente. Indicam ainda que, em regra, um cliente não deve despender mais de 50% do seu rendimento na prestação da casa ao banco (a chamada taxa de esforço).

Na semana passada, o presidente executivo do Santander Totta considerou que a garantia pública é positiva, mas vai ter um impacto muito limitado e não resolve o problema da habitação.

“Acreditamos que o impacto desta medida vai ser muito limitado”, disse Pedro Castro e Almeida, na conferência de imprensa apresentação dos resultados semestrais do banco.

O gestor avisou que é necessário “ajustar as expectativas”, porque esta medida “não vai permitir a todos os jovens, de repente, começarem a comprar casa”, mas sim apenas aqueles que têm capacidade para pagar a prestação ao banco, ou seja, cuja taxa de esforço seja abaixo do permitido pelo supervisor bancário.

“Há muitos países da Europa que adotaram medidas parecidas e o impacto foi em menos de 1% dos empréstimos feitos. [A medida] vem ajudar jovens que tenham capacidade para o serviço da dívida, mas que lhes falte os 10% iniciais para comprar casa”, afirmou.

O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), em outra conferência de imprensa, elogiou a ideia da garantia pública, mas registou que é preciso clarificar detalhes.

“Como é do conhecimento geral, há conversas nesse sentido entre autoridades, e a Caixa cá estará para financiar esses imóveis para quem estiver nessas condições”, disse Paulo Macedo.

Pelo Governo, o ministro das Infraestruturas e Habitação disse, na semana passada, que espera que os bancos façam a sua parte na medida da garantia bancária.

Esperemos agora que os bancos [façam a sua parte], porque a garantia bancária que é concedida para a componente que não era possível por parte dos jovens garantir, o Governo também se substitui”, afirmou Miguel Pinto Luz.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BES: Cerca de 300 processos continuam na Justiça contra Banco de Portugal e Fundo de Resolução

  • Lusa
  • 10 Agosto 2024

Estão em causa essencialmente ações para a anulação de deliberações do Banco de Portugal, em particular a da medida de resolução e a da 'retransmissão' de dívida do Novo Banco para o BES.

Cerca de 300 processos continuam atualmente nos tribunais quer contra o Banco de Portugal quer contra o Fundo de Resolução contestando decisões tomadas no processo da resolução do BES, disse à Lusa fonte oficial do supervisor e regulador bancário.

Dez anos após a resolução do Banco Espírito Santo (BES), a Lusa questionou o Banco de Portugal (BdP) sobre a contestação que ainda está pendente na Justiça, pois houve muitas decisões legais que motivaram processos, sobretudo colocados por investidores do BES e do GES (Grupo Espírito Santo).

Em resposta, o BdP disse que “continuam pendentes quase três centenas de processos, quer contra o Banco de Portugal quer contra o Fundo de Resolução”.

Segundo o BdP, estão em causa essencialmente ações que visam a anulação de deliberações do Banco de Portugal, em particular a anulação das deliberações da medida de resolução e a anulação da deliberação de ‘retransmissão’ de dívida do Novo Banco para o BES.

Há também ações de responsabilidade civil ou de pretensão indemnizatória e ações que se relacionam com o procedimento de venda do Novo Banco.

Apesar do elevado contencioso, frisa o BdP que, até hoje, as sentenças conhecidas lhe “têm sido favoráveis”, pelo que ainda não foi condenado a pagar qualquer montante.

O BdP destaca a sentença de março de 2023, em que o Supremo Tribunal Administrativo considerou que não foi ilegal a resolução do BES e declarou constitucional o regime jurídico da resolução.

O BES desapareceu no domingo 03 de agosto de 2014, uma notícia que nesse dia caiu com estrondo, apesar da sucessão de escândalos que vinham sendo conhecidos no BES e em outras empresas do GES.

Perto das 23:00 desse domingo, o então governador do BdP, Carlos Costa, anunciou ao país uma solução “urgente” para o BES.

O BES tornava-se o ‘banco mau’, em que ficaram os ativos considerados ‘tóxicos’ e depósitos de administradores e membros da família. Ao mesmo tempo, foi criado o banco de transição Novo Banco para onde passaram os ativos ‘bons’ (muitos revelar-se-iam problemáticos) e os depósitos dos clientes.

A rápida e estrondosa queda deixou na mira auditores, poder político, mas sobretudo reguladores, em especial o Banco de Portugal e o seu governador, Carlos Costa.

Nos meses seguintes, seria acusado de supervisão ineficaz, de não ter afastado Ricardo Salgado (o presidente do BES) atempadamente, de ter feito pequenos acionistas e clientes do retalho acreditar no banco, apesar de já saber dos problemas. Surgem então muitas críticas de diversos quadrantes parlamentares, manifestações de lesados e centenas de processos em tribunal.

Segundo cálculos feitos pela Lusa, até agora, a resolução do BES custou cerca de 8.000 milhões de euros aos cofres públicos, resultado sobretudo da capitalização inicial do Novo Banco e das recapitalizações feitas pelo Fundo de Resolução no Novo Banco.

Mas as contas não estão fechadas. Por um lado, o Fundo de Resolução terá de pagar aos credores do BES e terá de assumir eventuais indemnizações decididas pelos tribunais. Por outro lado, numa venda do Novo Banco o Fundo de Resolução e o Estado diretamente ficarão com parte das receitas, valor que se deduzirá aos custos públicos com a resolução do BES.

Dez anos depois da queda do BES, o principal processo-crime contra Ricardo Salgado (o julgamento do caso BES/GES), em que é acusado de 65 crimes, deverá arrancar em 15 de outubro. No âmbito do processo-crime, cerca de 2.000 clientes lesados conseguiram em tribunal o estatuto de vítima e também querem ser indemnizados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mais de um terço dos presidentes de câmara estão de saída nas próximas autárquicas

  • Lusa
  • 10 Agosto 2024

A pouco mais de um ano das autárquicas, neste momento são 105 (do total de 308) os presidentes de câmara que não se podem recandidatar nas próximas autárquicas devido ao limite imposto por lei.

Mais de um terço dos 308 presidentes de câmara estão impedidos de uma recandidatura nas próximas eleições autárquicas devido à limitação de mandatos, a maior parte dos quais de municípios socialistas.

A pouco mais de um ano das autárquicas, neste momento são 105 (do total de 308) os presidentes de câmara que não se podem recandidatar nas próximas autárquicas devido ao limite imposto por lei de eleição em três mandatos consecutivos à frente do mesmo município.

Pelo menos outros 28 que estavam nesta situação de fim de ciclo deixaram entretanto o cargo livre para a sucessão dos seus vice-presidentes, já a pensar nas eleições do próximo ano, um fenómeno que tem vindo a acontecer sobretudo nos últimos meses.

Do total de presidentes em final de mandato, 54 são socialistas, 30 do PSD (sozinho ou coligado), 12 do PCP-PEV (de um total de 19 câmaras desta coligação), três do CDS-PP (de seis municípios), um é o único presidente do Juntos Pelo Povo (JPP), Filipe Sousa, autarca em Santa Cruz, na Madeira, e cinco são independentes, entre os quais Rui Moreira, que está de saída da presidência da Câmara do Porto.

Nas principais autarquias do país, o PSD precisa de encontrar um candidato que substitua Carlos Carreiras em Cascais (no distrito de Lisboa), Ricardo Rio em Braga, Rogério Bacalhau em Faro e Ricardo Gonçalves em Santarém, autarca que nos últimos dias foi apontado para dirigir o Instituto Português do Desporto e Juventude, com o próprio a confirmar o convite, embora ainda sem uma decisão oficial.

O PSD tem ainda de encontrar um sucessor para José Ribau Esteves, com três mandatos à frente de Aveiro, depois de já anteriormente ter cumprido o limite de mandatos na Câmara de Ílhavo (entre 1997 e 2013).

Entre outros, o PS tem em fim de mandato Basílio Horta em Sintra (Lisboa), Eduardo Vítor Rodrigues em Vila Nova de Gaia (Porto) e Rui Santos em Vila Real.

A CDU (PCP-PEV) terá de arranjar sucessores para os presidentes de Cuba (Beja), Arraiolos (Évora), Évora, Sobral de Monte Agraço (Lisboa), Avis e Monforte (Portalegre), Benavente (Santarém), Grândola, Palmela, Santiago do Cacém e Alcácer do Sal (Setúbal) e Silves, no Algarve, onde em 2013 Rosa Palma retirou a câmara ao PSD.

Vítor Proença, o comunista à frente de Alcácer do Sal desde 2013, tinha anteriormente cumprido o limite de mandatos como presidente da Câmara de Santiago do Cacém, enquanto Carlos Pinto de Sá, outro ‘dinossauro’ do PCP, não se pode recandidatar a Évora pelos mesmos motivos, mas já anteriormente tinha sido presidente de Montemor-o-Novo (Évora), entre 1993 e 2013.

O CDS-PP, que sozinho tem atualmente a presidência de seis câmaras municipais, vai ter de encontrar substitutos para três: António Loureiro e Santos, de Albergaria-a-Velha, e José Pinheiro e Silva, de Vale de Cambra, ambos no distrito de Aveiro, e Luís Silveira, presidente da Câmara de Velas, nos Açores.

Além de Rui Moreira, no Porto, há ainda outros quatro municípios que estão a ser dirigidos por movimentos independentes e que terão de mudar de presidente: Maria Teresa Belém, em Anadia (Aveiro), António Anselmo, autarca em Borba (Évora), Décio Natálio Pereira, na Calheta (Açores), e o madeirense Ricardo Nascimento, eleito pelo movimento Ribeira Brava em Primeiro, embora com o apoio do PSD.

distritos onde as mudanças de presidentes têm de ocorrer na maioria dos concelhos, com destaque para Castelo Branco, onde sete dos atuais 11 presidentes de câmara estão em fim de ciclo (Fernando Jorge, autarca de Oleiros em terceiro mandato, já tinha renunciado em maio de 2023 por motivos de saúde), e para a Madeira, onde ainda têm de sair seis do total de 10 autarcas (o presidente de Câmara de Lobos, Pedro Correia, estava no terceiro mandato e já saiu por ter sido eleito deputado).

Onze municípios mudam de presidente em Santarém (sete do PS, três do PSD e um do PCP-PEV), nove no Porto (cinco do PS, três do PSD e o independente Rui Moreira), oito em Viseu (cinco socialistas e três do PSD), sete em Portalegre (três do PS, dois do PSD e dois do PCP) e outros sete nos Açores (quatro do PS, um do PSD, um do CDS-PP e outro independente).

No distrito de Aveiro estão de saída seis autarcas (três do PSD, dois do CDS-PP e uma independente), em Coimbra outros seis (todos socialistas) e ainda mais meia dúzia em Lisboa (três do PS, dois do PSD e um da CDU).

Braga tem cinco autarcas em final de ciclo (quatro social-democratas e um socialista) e em Faro outros cinco (três socialistas, um do PSD e uma do PCP).

Com quatro autarcas no limite estão Évora (dois são do PCP, um do PS e o independente de Borba), Guarda (dois PSD e dois PS) e Setúbal (três do PCP-PEV e o socialista de Sines, Nuno Mascarenhas, envolvido na operação Influencer).

Em Viana do Castelo há três autarcas que não se podem recandidatar (dois socialistas e um social-democrata), em Vila Real outros três (dois do PS e um do PSD) e em Leiria está nesta situação apenas José Abreu (PS), de Figueiró dos Vinhos.

Bragança é o único distrito sem presidentes em final de ciclo, depois da saída dos três autarcas que tinha nestas condições.

Dos eleitos para um terceiro mandato em 2021, já saíram por diversos motivos pelo menos 28 presidentes, muitos dos quais na sequência das últimas eleições legislativas e europeias.

Em Aveiro foram eleitos deputados do PSD os então presidentes de Vagos, Santa Maria da Feira e Ovar, além dos autarcas de Valpaços e Vila Pouca de Aguiar (Vila Real) e de Moncorvo (Bragança).

Também são agora deputados os autarcas socialistas de Arruda dos Vinhos (Lisboa), de Vendas Novas (Évora) e da Nazaré (Leiria).

Quando estava no terceiro mandato na Câmara de Bragança, Hernâni Dias foi eleito deputado e é atualmente secretário de Estado do Poder Local, e Rui Ladeira, presidente de Vouzela, é agora secretário de Estado das Florestas.

Nas europeias, Hélder Sousa (PSD), Carla Tavares (PS) e Isilda Gomes (PS) foram eleitos eurodeputados e deixaram a presidência das câmaras de Mafra e Amadora (Lisboa) e Portimão, respetivamente.

Outros autarcas deixaram os cargos para dirigir outras entidades: Raul Almeida já tinha deixado a câmara social-democrata de Mira (Coimbra) para presidir ao Turismo do Centro, Nuno Canta (PS) deixou a Câmara do Montijo para dirigir a AMARSUL e mais recentemente, António Martins, que era presidente de Vimioso, suspendeu o seu terceiro mandato para dirigir a Segurança Social de Bragança.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ministério mantém manuais digitais por enquanto, mas vai avaliar impacto do projeto-piloto

  • Lusa
  • 10 Agosto 2024

O projeto-piloto dos manuais escolares digitais vai entrar na quinta fase no próximo ano letivo, depois de, este ano, ter envolvido cerca de 24 mil alunos a partir do 3.º ano em 103 escolas.

O Ministério da Educação, Ciência e Inovação vai manter os manuais escolares digitais no próximo ano letivo, mas com a avaliação do seu impacto nas aprendizagens para decidir a continuidade do projeto-piloto que não convenceu todas as escolas.

O projeto-piloto dos manuais escolares digitais vai entrar na quinta fase no próximo ano letivo, depois de, este ano, ter envolvido cerca de 24 mil alunos a partir do 3.º ano em 103 escolas.

No entanto, segundo o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), os impactos do formato digital na aprendizagem dos alunos ainda não foram avaliados e, por isso, a tutela vai pedir um estudo de avaliação de impacto que poderá ditar a continuidade do projeto a partir de 2025/2026.

Para já, esclareceu o ministério em resposta à Lusa, mantêm-se os mesmos moldes para os alunos do 2.º e 3.º ciclos, com a possibilidade de novas turmas aderirem aos manuais digitais, mas não serão integradas novas turmas do 1.º ciclo e do ensino secundário.

Do lado das escolas, nem todas parecem estar convencidas com a transição digital a esse nível e estabelecimentos de ensino que no ano passado aderiram ao projeto-piloto estão agora a recuar.

Muitas escolas estão a colocar os projetos em banho-maria“, disse à Lusa o presidente Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep) que, sem precisar, explicou que várias decidiram não alargar a mais turmas.

Noutras, o projeto parece mesmo ter sido suspenso e na região de Lisboa há, pelo menos uma escola onde os encarregados de educação de alunos que utilizavam manuais digitais receberam indicação para ir levantar os livros em papel para o próximo ano letivo.

O problema está sobretudo na falta de condições técnicas, considerou Filinto Lima, que relatou que a ligação à Internet falha com frequência e que nem todos os alunos têm computador.

“Temos de começar a construir o edifício digital pelos alicerces”, defendeu o representante dos diretores escolares, considerando que a aposta, neste momento, deveria ser o reforço das condições antes de os alunos largarem os manuais em papel.

A opção de adiar a transição digital também não desagrada aos pais.

Em maio, um inquérito sobre o projeto-piloto dos manuais digitais, realizado pelo Movimento Menos Ecrãs, Mais Vida revelou que mais de quatro em cada cinco encarregados de educação estão insatisfeitos e defendem o fim da iniciativa.

Entre as 462 respostas, 90% dos encarregados de educação dizia preferir os livros em papel por permitirem uma maior concentração dos alunos e apenas 8% preferem os manuais digitais. Quase um terço continuava a comprar os manuais em papel, apesar da transição.

Pela Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Mariana Carvalho reconheceu vantagens na utilização de manuais digitais, mas entende que não existem condições para a substituição dos livros em papel.

“Os manuais digitais poderiam ser uma alternativa caso o planeamento fosse um bocadinho diferente e se tivéssemos infraestruturas para ter uma boa implementação”, considerou a presidente da Confap.

Além da ligação à Internet nas escolas, Mariana Carvalho acrescentou que nas salas de aula não existem, por exemplo, tomadas para carregar o computador de todos os alunos e que, muitas vezes, os aparelhos não têm capacidade para que os manuais sejam descarregados e possam ser utilizados ‘offline’.

“Há vantagens, mas como não temos infraestrutura, não conseguimos apoiar a 100% a transição digital neste caso específico”, lamentou a representante dos pais.

No ano passado, os manuais digitais chegaram a 24.011 alunos, a maioria do 3.º ciclo (46,8%), seguido do 2.º ciclo (28,5%), secundário (16,3%) e 3.º e 4.º anos (8,4%), segundo dados da Direção-Geral da Educação.

Foi o ano mais participado do projeto-piloto que se iniciou em 2020/2021, em plena pandemia de covid-29, com cerca de mil alunos em nove escolas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cinco urgências de Ginecologia e Obstetrícia fechadas no fim de semana

  • Lusa
  • 10 Agosto 2024

Os encerramentos são maioritariamente em Lisboa e Vale do Tejo, segundo informação oficial, que indica também o fecho de três urgências pediátricas no fim de semana.

Cinco serviços de urgência de Ginecologia e Obstetrícia vão estar encerrados no sábado e no domingo, maioritariamente em Lisboa e Vale do Tejo, segundo informação oficial, que indica também o fecho de três urgências pediátricas no fim de semana.

Segundo as escalas de urgência publicadas no Portal do SNS, às 20:00 de sexta-feira, as urgências de Ginecologia e Obstetrícia fechadas no fim de semana são as do Hospital de São Bernardo, Setúbal, Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, Hospital de Vila Franca de Xira, Hospital das Caldas da Rainha e Hospital de Santo André, em Leiria.

Vão ainda estar fechadas no fim de semana as urgências pediátricas dos hospitais Beatriz Ângelo, Loures, Nossa Senhora do Rosário, Barreiro, e de Chaves.

Segundo a mesma informação, estarão referenciadas também no sábado e no domingo as urgências de pediatria dos hospitais de Viseu (das 09:00 às 23:00) e no hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) no período noturno.

No Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, a urgência de Ginecologia e Obstetrícia também está referenciada, ou seja, encontra-se apenas reservada às urgências internas, aos casos referenciados pelo Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e pela linha SNS 24.

Nos hospitais Santa Maria, em Lisboa, e no Garcia de Orta, em Almada, também serão recebidos apenas os casos referenciados.

A Direção Executiva do SNS apela à população para “ligar sempre para a Linha SOS Grávida [808 24 24 24] antes de se deslocar a um serviço de urgência de Ginecologia”.

Segundo dados dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) avançados na sexta-feira à Lusa, a Linha SNS Grávidas, que faz parte do SNS 24, atendeu 16.141 chamadas, entre os dias 01 de junho e 26 de julho, sendo que 8.268 chamadas se referem às triagens realizadas no mês de junho.

Em dois meses, cerca de 2.490 utentes foram referenciadas para os cuidados de saúde primários e 11.209 para os serviços de urgências hospitalares, refere a SPMS, indicando ainda que 246 foram referenciadas para o INEM.

Os dados indicam também que mais de 13,5% das grávidas foram aconselhadas a ficar em autocuidados.

Quanto ao número de atendimentos realizados pelo SNS 24 nos primeiros oito meses do ano, os dados referem que totalizaram 1.875.56, menos 9.493 relativamente ao período homólogo de 2023.

Segundo os números, 610.941 utentes foram reencaminhados para urgências hospitalares e 461.379 para os cuidados de saúde primários.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EUA anunciam novo pacote de ajuda militar a Kiev

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

Este é o décimo pacote de assistência a Kiev autorizado por Joe Biden, com o objetivo de ajudar a Ucrânia "a proteger as suas tropas, o seu povo e as suas cidades da Rússia".

Os Estados Unidos anunciaram esta sexta-feira um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia, de 125 milhões de dólares (115 milhões de euros), que inclui munições para sistemas de rockets e artilharia ou armas antitanque. O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, realçou, em comunicado, que este é o décimo pacote de assistência a Kiev autorizado pelo Presidente, Joe Biden, com o objetivo de ajudar a Ucrânia “a proteger as suas tropas, o seu povo e as suas cidades da Rússia”.

Para Blinken este é “um novo pacote significativo de armas e equipamento urgentemente necessário para apoiar as suas forças militares na sua defesa contra os ataques em curso da Rússia”. Entre o material, que será fornecido o “mais rapidamente possível”, incluem-se “intercetores de defesa aérea, munições para sistemas de foguetes e artilharia, radares ‘multimissão’ e armas antitanque”.

“Tal como o Presidente (…) deixou claro, os Estados Unidos e a coligação internacional que reunimos continuarão a apoiar a Ucrânia”, pode ler-se na nota assinada pelo secretário de Estado norte-americano.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). As informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser confirmadas de imediato de forma independente.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país. Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Exportações de componentes automóveis caem 3,8% até junho

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

"A tendência de queda da produção para o mercado externo continua a ser negativa”, indica AFIA. As “encomendas provenientes da Europa continuam a ser menores do que foram no ano anterior”, acrescenta.

As exportações de componentes automóveis caíram 3,8% no primeiro semestre deste ano, para 6.400 milhões de euros, em termos homólogos, devido à “queda das vendas da indústria europeia”, adiantou a AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel. Num comunicado, divulgado esta sexta-feira, a entidade deu conta ainda de uma queda, no mês de junho, face ao período homólogo, de 11% para 1.000 milhões de euros.

“A tendência de queda da produção para o mercado externo continua a ser negativa”, explicou, indicando que as “encomendas provenientes da Europa continuam a ser menores do que foram no ano anterior”.

Desta forma, “as exportações de componentes nacionais para a indústria automóvel totalizaram em junho 1.000 milhões de euros, registando uma derrapagem de 11% face ao mesmo mês do ano passado”, sendo que no acumulado das exportações até junho, o setor atingiu os 6.400 milhões de euros, uma diminuição de 3,8% em comparação com o mesmo período de 2023.

“Este comportamento é essencialmente determinado pela queda das vendas da indústria europeia”, destacou, indicando que representa 88,5% das vendas, e, com uma queda de 5,1%, condiciona “a produção da indústria nacional de componentes”, disse a AFIA. Segundo a associação, “Espanha continua a liderar a lista dos principais destinos dos componentes fabricados em Portugal, registando uma quota de 27,9%, seguida da Alemanha e França com 23,4% e 8,3%, respetivamente”.

A associação referiu, no entanto, que as exportações de componentes automóveis se mantêm responsáveis por 16% das exportações nacionais de bens transacionáveis.

Estes resultados deixam-nos pouco otimistas em relação aos tempos que se aproximam, reforçando a necessidade de rever em baixa as expectativas de crescimento que tínhamos inicialmente previsto para 2024”, disse o presidente da AFIA, José Couto, citado na mesma nota. Segundo o dirigente associativo, “esta situação afeta toda a Europa, logo por arrasto afeta Portugal”, porque o país está dependente da produção europeia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Esta é a chave do Euromilhões. Jackpot é de 50 milhões

  • ECO
  • 9 Agosto 2024

O jackpot desta sexta-feira ronda os 50 milhões de euros, depois de no último sorteio não ter havido vencedor.

O novo sorteio do Euromilhões decorreu esta sexta-feira, com jackpot de 50 milhões de euros depois de nenhum apostador ter acertado na chave da última terça-feira. Já o segundo prémio (121.482,33 euros) saiu em Portugal.

Veja a chave vencedora do sorteio desta sexta-feira, 9 de agosto:

Números: 21, 23, 25, 33 e 44

Estrelas: 4 e 10

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Confagri pede “solução equitativa e justa” para a destilação

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

O secretário-geral da Confagri defende ser urgente encontrar uma solução que consiga colmatar os prejuízos que as regiões irão sofrer, “de forma a abranger as características específicas de cada uma".

A confederação das cooperativas agrícolas pediu esta sexta-feira uma “solução justa” para a destilação de crise, notando que os 15 milhões de euros em causa têm de ser distribuídos de acordo com as especificidades de cada região.

“Tendo acompanhado, de perto, a preocupação da Fenadegas [Federação Nacional das Adegas Cooperativas de Portugal] nos últimos meses em relação aos excedentes de vinho, a Confagri [Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal] não pode deixar de considerar que a distribuição dos 15.000.000 euros autorizados para a destilação de crise tem de ser feita de forma mais equitativa e justa”, apontou, em comunicado.

Para a Confagri, esta distribuição deve compreender as especificidades de cada região e as dificuldades dos produtores. A confederação pediu ainda que não exista uma discriminação negativa entre regiões e produtores, lembrando que todos pagam quotas ao IVV – Instituto da Vinha e do Vinho.

Citado na mesma nota, o secretário-geral da Confagri, Nuno Serra, defendeu ser urgente encontrar uma solução que consiga colmatar os prejuízos que as regiões irão sofrer, “de forma a abranger as características específicas de cada uma”. Para Nuno Serra, existem “condições suficientes e ao alcance do Governo” para garantir um valor mais justo e equitativo, relembrando que a dotação total do apoio pode ser majorada em 200% pelo Estado.

A Fenadegas contestou o preço pago pelo litro de vinho destilado, notando ser um “total desrespeito” pelas denominações de origem, e antecipou a revolta dos agricultores. Na quinta-feira, o ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, disse que não quer “andar a pôr as regiões umas contra as outras” devido ao preço por litro da destilação do vinho, admitindo que há diferenças na produção.

“Eu não quero andar aqui a pôr as regiões umas contra as outras, mas é verdade que a produção de vinho numa região é diferente da de outra região”, referiu o governante, que falava aos jornalistas em Matosinhos. “Se perguntar a uma região se aceitava que o que ela paga e que está cativado pudesse ir para outra, tenho dúvidas que houvesse essa aceitação e é impossível termos um algoritmo que traduzisse com absoluta justiça” aquilo que é “o preço por litro”.

A Comissão Europeia anunciou, em julho, a atribuição de 15 milhões de euros da União Europeia (UE) para apoiar produtores de vinho portugueses com graves perturbações do mercado, num ‘bolo’ total de 77 milhões de euros para quatro países. Em comunicado, o executivo comunitário disse ter proposto aos Estados-membros, que o aceitaram, a mobilização de 15 milhões de euros da reserva agrícola da UE para “apoiar produtores de vinho portugueses que enfrentam graves perturbações do mercado”.

Este montante insere-se dentro de uma soma total de 77 milhões de euros que também apoiará agricultores dos setores frutícola, hortícola e vitivinícola da Áustria, da República Checa e da Polónia, recentemente afetados por acontecimentos climáticos adversos sem precedentes, acrescenta a instituição, sendo que os quatro países em causa podem complementar este apoio da UE até 200% com fundos nacionais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo português exige libertação “imediata” de ex-governador luso-venezuelano

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

Paulo Rangel afirma que Dávila Barrios foi detido "de modo arbitrário e com saúde precária" e exige a "libertação dos opositores políticos detidos".

O Governo português exigiu esta sexta-feira às autoridades venezuelanas “a libertação imediata e incondicional de Williams Dávila Barrios, político da oposição e ex-governador do Estado de Merida, com nacionalidade portuguesa”.

Numa declaração na rede social X, o ministro dos Negócios Estrangeiros português afirma que “Portugal insiste na libertação dos opositores políticos detidos, na garantia da liberdade de manifestação política e na transparência democrática, em contacto estreito com os Estados da região e com os parceiros da UE”. No texto, Paulo Rangel afirma que Dávila Barrios foi detido quinta-feira, “de modo arbitrário e com saúde precária”.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas disse à Lusa que dois luso-venezuelanos se encontram detidos na Venezuela devido à sua participação em manifestações contra Nicolás Maduro, estando o Governo português a acompanhar o caso.

Trata-se de um homem e uma mulher que foram detidos durante esta semana, quando participavam em atos que “o regime considera ilegais”, afirmou José Cesário. Os detidos têm nacionalidade venezuelana e portuguesa, sendo, para já, os únicos detidos de que o Governo tem conhecimento.

Entretanto, fonte familiar disse à Lusa que foi detido um outro luso-venezuelano, um jovem que se encontra numa dependência policial na localidade de Puerto Cabello, estado de Carabobo (centro-norte do país), depois de ter sido apanhado pela polícia, juntamente com outras pessoas, durante uma manifestação pacífica de contestação aos resultados das eleições presidenciais de 28 de julho.

A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, vive uma crise eleitoral após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter atribuído a vitória a Maduro, com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia, obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um “ciberataque” de que alegadamente foi alvo.

Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de cerca de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.