CNA rejeita corte no benefício e reclama apoio para os viticultores do Douro

  • Lusa
  • 24 Julho 2024

O novo corte – de entre 10 a 20 mil pipas, tendo por base o valor de 2023 – “é mais uma forte machadada no rendimento dos pequenos e médios viticultores da RDD, que já enfrentam uma grave crise”.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) disse esta quarta-feira ser inaceitável o novo corte no benefício de vinho do Porto, alertando para a necessidade de ação do Governo para travar os problemas dos viticultores da Região Demarcada do Douro.

“[…] Chegou ao conhecimento da CNA que o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) se prepara para realizar mais um corte na produção beneficiada da Região Demarcada do Douro (RDD), de entre 10 a 20 mil pipas, tendo por base o valor de 2023, somando-se ao corte de 14 mil pipas já feito entre 2022 e 2023”, indicou, em comunicado.

O conselho interprofissional do IVDP volta a reunir-se na quinta-feira, depois de não ter obtido consenso na sexta-feira quanto ao montante do benefício, a quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar à produção de vinho do Porto, uma importante fonte de receita dos produtores do Douro.

Para a CNA, o novo corte “é mais uma forte machadada no rendimento dos pequenos e médios viticultores da RDD, que já enfrentam uma grave crise” que será agravada com a possibilidade de os “grandes agentes da transformação e comércio” não receberem a produção deste ano. “Este novo corte brutal no benefício é, por isso, inaceitável, e o Governo tem que atuar no sentido da sua não concretização”, reiterou.

A Confederação alertou também para a necessidade de travar as importações de vinho a granel, em especial no Douro, “com medidas concretas, e não meras proclamações para iludir os agricultores”. “O que se está a passar na RDD é um processo de destruição das características que tornam esta região única no mundo, e em que os pequenos e médios produtores de uva tiveram e têm um papel fundamental, que não pode ser vilipendiado desta forma”, defendeu.

De acordo com a CNA, “as políticas dos sucessivos governos apenas têm servido para favorecer os grandes interesses da transformação e comércio da região, empurrando cada vez mais agricultores para fora da produção vitícola”. “Toda esta situação é inaceitável para os pequenos e médios viticultores do Douro, que não deixarão de fazer ouvir bem alto o seu protesto e as suas reclamações”, afiançou.

A Associação dos Viticultores e da Agricultura Familiar Douriense (Avadouriense), em conjunto com a CNA, decidiu hoje avançar com uma manifestação que decorrerá no Peso da Régua, em 7 de agosto, e terá como propósitos ver assegurado o escoamento das uvas e travar os cortes no rendimento e no benefício.

A Confederação reclama, ainda, ao Governo “medidas concretas para travar a perda de rendimento dos agricultores” e ainda para “implementar um modelo de organização da produção e comercialização que vá ao encontro dos interesses da região e dos seus principais agentes: os pequenos e médios viticultores”.

O organismo considera também fundamental “concluir a reinstitucionalização da Casa do Douro, concretizando o processo eleitoral e dotando-a de instrumentos de gestão para que cumpra a sua função de regular a produção, o armazenamento e a comercialização, bem como a sua qualidade” para “gerar rendimentos dignos” para os produtores durienses.

A CNA alertou ainda para a necessidade de travar “o processo de aumento de direitos de plantação na União Europeia e o aumento especulativo dos preços dos fatores de produção”.

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Scholz anuncia recandidatura a chanceler nas legislativas de 2025 apesar das sondagens

  • Lusa
  • 24 Julho 2024

"Vou apresentar-me na qualidade de chanceler, para me tornar de novo chanceler", assegurou Olaf Scholz, apesar das sondagens revelarem uma acentuada queda de popularidade.

O chanceler alemão Olaf Scholz declarou esta quarta-feira que pretende candidatar-se a um novo mandato nas legislativas agendadas para finais de setembro de 2025, apesar das sondagens revelarem uma acentuada queda de popularidade e um recuo do seu partido.

“Vou apresentar-me na qualidade de chanceler, para me tornar de novo chanceler”, assegurou no decurso da tradicional conferência de imprensa de verão, ao ser questionado se não admitida seguir o exemplo do Presidente dos EUA Joe Biden e renunciar a nova candidatura.

O Governo fixou para 28 de setembro de 2025 a data do escrutínio legislativo, uma decisão adotada esta quarta no conselho de ministro. O partido social-democrata (SPD) é “um partido muito unido” em torno do seu líder e vai lançar-se na campanha eleitoral para ganhar, acrescentou o chanceler.

Uma recente sondagem entre membros do partido demonstrou que apenas um terço consideram que Scholz é o candidato adequado, surgindo em igualdade de preferências com o ministro da Defesa, Boris Pistorius, atualmente a personalidade política preferida dos alemães.

Um ano antes das últimas eleições de 2021, o SPD estava creditado com cerca de 15% dos votos, antes de recuperar nas sondagens ao beneficiar de uma guerra pela liderança entre os conservadores e diversos erros políticos dos Verdes durante a sua campanha. O seu partido conseguiu vencer o escrutínio com 25,7% dos votos, à frente dos conversadores.

Uma façanha difícil de repetir, pelo pacto de o Governo tripartido de Scholz com os Verdes e os Liberais registar de momento a sua maior taxa de impopularidade. O descontentamento dos eleitores abrange diversas questões: imigração, política económica e ambiental. E as contínuas divergências entre os aliados apenas têm reforçado este generalizado sentimento negativo.

O Governo foi confrontado com crises sem precedentes após o início da invasão militar russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, que implicou uma crise energética e elevada inflação. Os três partidos (SPD, Verdes e Liberais) foram os principais derrotados das eleições europeias de 09 de junho passado, assinaladas por uma vitória da direita conservadora e um novo impulso da extrema-direita.

Ao registar 13,9% dos votos, o SPD obteve o seu pior resultado de sempre num escrutínio nacional desde 1949. Segundo as sondagens, as eleições regionais em três regiões da antiga RDA em setembro, onde a extrema-direita não cessar de progredir, anunciam-se desastrosas para os três partidos da coligação.

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Associação Nacional dos Laboratórios Clínicos, Joaquim Chaves e Beatriz Godinho vão recorrer da multa da Concorrência

A ANL, Joaquim Chaves e Beatriz Godinho estão entre os visados na condenação da AdC pelo envolvimento num cartel para análises clínicas e testes de Covid. Dizem discordar da decisão e vão recorrer.

A Associação Nacional dos Laboratórios Clínicos (ANL) e os grupos Joaquim Chaves e Beatriz Godinho dizem estar em “total desacordo” com a multas, — de 10 mil euros, 11,5 milhões de euros e 1,4 milhões de euros, respetivamente –, que lhes foi aplicada pela Autoridade da Concorrência (AdC) por participação em cartel na prestação de análises clínicas e testes à Covid. Por isso, vão recorrer em tribunal.

A entidade liderada por Carlos Cunha condenou o grupo Affidea (Hormofuncional e Alves & Duarte), Joaquim Chaves, o Germano de Sousa, Redelab, Beatriz Godinho e a ANL ao pagamento de multas no valor total de 48,6 milhões de euros, pela participação num cartel que operou no mercado português de prestação de análises clínicas e de testes Covid-19 entre, pelo menos, 2016 e 2022.

De acordo com a decisão consultada pelo ECO, o grupo Affidea foi multado em 26,1 milhões de euros, o Joaquim Chaves em 11,5 milhões de euros, o Germano de Sousa em 9,3 milhões de euros, a Redelab em 200 mil euros, a Beatriz Godinho em 1,4 milhões e a ANL em 10 mil euros.

A associação que representa os laboratórios foi a primeira a reagir, manifestando “o seu total desacordo e indignação” à decisão da AdC, defendendo que esta é “caracterizada por erros factuais e de direito” e “representa um grave atentado à justiça e à integridade do setor convencionado da saúde em Portugal”.

Em comunicado, a ANL adianta que “vai recorrer desta decisão junto do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão“, dado que “foi tomada com base em premissas incorretas, demonstrando uma interpretação distorcida dos factos e das normas legais aplicáveis ao setor, o que resultou numa condenação que não reflete as práticas da associação”.

Num reação bastante forte, a associação garante ainda que “pauta a sua atuação pelo rigor, transparência e cumprimento das leis” e acusa o regulador de “falta de compreensão crítica sobre a resposta do setor convencionado aos apelos do Estado português”.

“Esta decisão representa, ainda, um atropelo à maneira como o Ministério da Saúde interage com as associações do setor e estabelece, de forma unilateral, as condições relacionadas com os serviços prestados pelo setor convencionado ao SNS”, aponta ainda a associação, considerando também que a decisão “prejudica gravemente o papel da ANL, e das associações em geral, enquanto representantes do setor convencionado da saúde”.

A decisão da AdC resulta de um processo que, no início, envolvia sete laboratórios e a Associação Nacional de Laboratórios Clínicos (ANL), cuja acusação remonta a dezembro de 2022. O total de coimas aplicadas ascendeu a 57,51 milhões de euros, dos quais 8,9 milhões já foram voluntariamente pagos por dois grupos laboratoriais multinacionais. Na altura, a ANL já rejeitava “firmemente” as acusações.

Entretanto, fonte oficial do grupo Joaquim Chaves indicou, ao ECO, “discorda da decisão e pretende reagir pelos meios legalmente disponíveis”.

Já José Germano de Sousa remete a reação para a ANL, mas assegura, ao ECO, estar “de consciência muito tranquila respeitando a justiça, que apesar de lenta , será justa”.

Também fonte oficial da Beatriz Godinho aponta que “foi com total consternação” que tomou conhecimento da decisão da AdC. Em linha com o que foi transmitido pela ANL, considera a decisão “injusta, baseada em pressupostos errados e conclusões precipitadas e que demonstra um total desconhecimento da interação do Estado com o setor das análises clínicas e a resposta e esforço pedidos aos laboratórios durante a pandemia”. Por isso, vai “obviamente recorrer duma decisão em que em absolutamente nada” se revê, adianta, em resposta ao ECO.

(Notícia atualizada às 12h35 de dia 25 de julho de 2022 com a reação do grupo Beatriz Godinho)

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Cristiano Ronaldo já é sócio da Vista Alegre em Espanha

Capitão da seleção nacional concretizou a compra de 30% da subsidiária espanhola do grupo, que conta com um “impacto evidente” na promoção das marcas Vista Alegre e Bordallo Pinheiro no país vizinho.

Cristiano Ronaldo já é sócio da Vista Alegre em Espanha. Foi a 12 de julho, através da sociedade CR7 SA, que o futebolista concretizou a aquisição de 30% do capital da subsidiária do grupo português no país vizinho, alargando desta forma o seu património empresarial, com negócios no turismo, imobiliário, moda, estética, águas, no setor financeiro, nos media e agora na indústria.

A operação, que já tinha sido anunciada quando Cristiano Ronaldo comprou 10% da Vista Alegre Atlantis SGPS, num investimento avaliado em 17,3 milhões de euros, “terá um impacto evidente na promoção das marcas Vista Alegre e Bordallo Pinheiro em Espanha”, onde tem lojas próprias em Madrid e Barcelona e presença nos espaços do El Corte Inglés em todo o território espanhol.

“A associação da personalidade mediática com maior número de seguidores nas redes sociais a nível mundial à bicentenária e reconhecida marca Vista Alegre terá, certamente, em Espanha, um efeito multiplicador no valor da marca”, refere a empresa sediada em Ílhavo (distrito de Aveiro), num comunicado de imprensa enviado esta quarta-feira às redações.

Cristiano Ronaldo salienta que “o investimento na Vista Alegre em Espanha é um regresso a um país onde [foi] muito acarinhado, e onde, ainda hoje, [mantém] relações pessoais e algumas profissionais com grande prazer e sucesso”. “Ter a possibilidade de contribuir para potenciar a Vista Alegre e a Bordallo Pinheiro em Espanha é mais um passo para a afirmação da globalização das marcas”, acrescenta.

“A entrada no capital da Vista Alegre Espanha SA por parte de Cristiano Ronaldo tem um impacto fantástico na sociedade espanhola e irá tonificar a operação da marca no país, que já representa o terceiro mercado mais relevante em termos de mercado externo”, destaca Fernando Campos Nunes, fundador e acionista do Grupo Visabeira, que detém o grupo Vista Alegre.

A entrada no capital da Vista Alegre Espanha SA por parte de Cristiano Ronaldo (…) irá tonificar a operação da marca no país, que já representa o terceiro mercado mais relevante em termos de mercado externo.

Fernando Campos Nunes

Fundador e acionista do Grupo Visabeira

No ano passado, o grupo que detém as marcas Vista Alegre e Bordallo Pinheiro viu as vendas baixarem 9,6% para 129,6 milhões de euros, pressionadas por uma redução superior a 20% na comercialização de produtos de private label ao nível do grés de forno, que é o segmento que mais pesa no negócio, e também pela diminuição de 5,5% na componente de porcelanas.

Num exercício em que os lucros ascenderam a 6,8 milhões de euros, uma subida de 22,3% face a 2022, as exportações pesaram quase 70% no volume de negócios – França, Espanha, Alemanha, Itália, Brasil e EUA são os principais destinos. Os produtos de marca própria (Vista Alegre e Bordallo Pinheiro) reforçaram em 7,5% o peso nas receitas do grupo liderado por Nuno Terras Marques.

Além da entrada no capital da holding e da subsidiária em Espanha, as duas partes acordaram já a “criação conjunta em partes iguais de uma nova empresa no MiddleEast & Asia, cujo objetivo é fazer crescer as marcas Vista Alegre e Bordallo Pinheiro naquelas geografias”. Uma colaboração que “permitirá acelerar o processo de expansão global das marcas no segmento de prestígio / luxo em vários mercados internacionais, tanto no retalho como na hotelaria premium”, salientou na altura.

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“Não vamos comprar tantos comboios como a CP queria” para a Alta Velocidade, diz ministro

CP tinha prevista a aquisição de 16 novos comboios para a Alta Velocidade. Miguel Pinto Luz garante que serão menos, para impedir que exista um quase monopólio da empresa.

“A CP não terá o monopólio e nem sequer será maioritária” na operação das linhas de Alta Velocidade em Portugal, afirmou o ministro das Infraestruturas no Parlamento. Empresa tinha a ambição de comprar 16 comboios, Miguel Pinto Luz garante que serão menos.

Não vamos comprar tantos comboios como a CP queria. A CP tinha uma ambição de comprar comboios e ficar com uma quota de 80%. Acreditamos que isso não é saudável para o mercado”, afirmou esta quarta-feira o ministro das Infraestruturas na audição na Comissão de Orçamento e Finanças do Parlamento.

A empresa tinha planos para adquirir 16 comboios para a sua operação de Alta Velocidade, com um custo global de 520 milhões de euros, segundo noticiou o Jornal de Negócios.

Miguel Pinto Luz garantiu que a CP não terá “o monopólio” e não será “sequer maioritária”. “Com a nossa visão de economia não é saudável”, disse o ministro, acrescentando que “outros virão em concorrência. Vamos oferecer transportes mais baratos aos que querem viajar em alta velocidade”.

O governante disse, no entanto, que “a CP estará no mercado, agressiva e com boa qualidade de serviço“.

A operadora ferroviária pretende lançar este ano o concurso para a aquisição dos comboios. Uma encomenda que se somaria aos 117 comboios adjudicados em novembro à Alstom, dos quais 62 unidades automotoras para o serviço urbano e 55 para o serviço regional.

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Bruxelas diz que Portugal precisa de mais funcionários nos tribunais

De acordo com o relatório sobre o Estado de Direito nos países da UE, Portugal “fez alguns progressos” na adequação dos recursos humanos ao sistema judicial, mas ainda não é suficiente.

A Comissão Europeia (CE) recomenda que Portugal tenha mais funcionários judiciais a trabalhar nos tribunais, garanta mais eficiência nos Tribunais Administrativos e Fiscais e melhore as leis penais para os megaprocessos serem mais eficientes.

De acordo com o quinto relatório sobre o Estado de Direito nos países da União Europeia (UE), divulgado esta quarta-feira — que analisa o ano de 2023, quando o Governo de António Costa ainda exercia funções –, Portugal “fez alguns progressos” na adequação dos recursos humanos ao sistema judicial, mas ainda não é suficiente. O executivo de Ursula von der Leyen também quer que Portugal assegure a “monitorização e verificação” dos mecanismos para a Entidade da Transparência.

O país também tem de avançar com “medidas para assegurar a adequação dos procedimentos legislativos criminais para lidar com eficácia com os processos criminais complexos”, e também “prosseguir os esforços envidados para garantir recursos suficientes para prevenir, investigar e reprimir a corrupção, nomeadamente para o novo Mecanismo Anticorrupção”. Mecanismo esse que já foi substituído pela Agenda Anticorrupção do atual Governo, apresentada pela ministra Rita Júdice em junho.

Globalmente, no que diz respeito às recomendações do Relatório sobre o Estado de Direito de 2023, Portugal tem feito alguns progressos “nos esforços contínuos para garantir recursos humanos adequados da justiça sistema, em especial no que diz respeito ao pessoal não judiciário, alguns progressos adicionais na melhoria a sua eficiência, nomeadamente dos Tribunais Administrativos e Fiscais”, e na garantia de recursos suficientes para “prevenir, investigar e processar a corrupção”.

O mesmo relatório recomenda que Portugal:

  • Intensifique esforços para garantir recursos humanos adequados do sistema de justiça, em particular no que diz respeito aos funcionários judiciais, e prosseguir os esforços para melhorar a sua eficiência, em particular nos Tribunais Administrativos e Fiscais;
  • Tome medidas para garantir a adequação da legislação geral de processo penal para lidar eficientemente com processos criminais complexos;
  • Continue os esforços feitos para garantir recursos suficientes para prevenir, investigar e punir a corrupção, inclusive para o novo Mecanismo Anticorrupção;
  • Garanta a monitorização e verificação eficazes das declarações de património pela Entidade da Transparência;
  • Finalize as reformas para melhorar a transparência do processo legislativo, especialmente no implementação de ferramentas de avaliação de impacto.

“Em comparação com a primeira publicação do relatório sobre o Estado de Direito, adotado em 2020, os Estados-membros e a UE no seu conjunto estão muito mais bem preparados para detetar, prevenir e enfrentar os desafios emergentes, o que contribui para a resiliência das democracias europeias e para a confiança mútua no interior da UE. Contribui igualmente para o bom funcionamento do mercado único e favorece um ambiente empresarial que fomenta a competitividade e o crescimento sustentável”, segundo comunicado da instituição europeia.

Desde a primeira publicação, em 2020, “o relatório tornou-se um motor de reformas positivas: dois terços (68%) das recomendações emitidas em 2023 foram, total ou parcialmente, aplicadas. No entanto, em alguns Estados-membros continuam a existir preocupações sistemáticas e a situação agravou-se ainda mais”, diz o mesmo comunicado. O relatório deste ano inclui, pela primeira vez, quatro capítulos por país sobre a evolução da situação na Albânia, no Montenegro, na Macedónia do Norte e na Sérvia, os mais avançados no processo de adesão.

O Ministério da Justiça (MJ) considerou que o diagnóstico feito pela Comissão Europeia (CE) sobre o sistema de justiça português “coincide com o diagnóstico feito pelo Governo nestes primeiros três meses em funções”.

Fonte oficial do MJ referiu à agência Lusa que o programa do Governo apresenta respostas que são entendidas como “eficazes para os problemas identificados” e que o ministério dirigido por Rita Alarcão Júdice “está, desde o primeiro dia, a trabalhar na sua resolução”.

O MJ aponta, a título de exemplo, “os acordos já materializados para a valorização das carreiras dos oficiais de justiça e dos guardas prisionais”, a aprovação da Agenda Anticorrupção, atualmente em consulta pública” e “a simplificação de procedimentos com o desenvolvimento de novas ferramentas de tecnologias de comunicação e de informação na Justiça e a definição do respetivo enquadramento legal”, designadamente “o processo legislativo em curso para que as citações e as notificações de pessoas coletivas e a tramitação da fase de inquérito passem, por regra, a ser feitas por via eletrónica”.

Em matéria de condições de trabalho, o MJ assinala o concurso publico para a obra do novo Palácio de Justiça de Portalegre (lançado em maio) ou o concurso já aberto para o novo Estabelecimento Prisional de S. Miguel, nos Açores, com propostas já recebidas em junho.

“Além disso estão a ser feitos diversos levantamentos das necessidades de edificado para que se possa, com eficiência e racionalidade, lançar uma série de investimentos na Justiça”, concluiu o MJ.

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Companhia aérea Egyptair inicia voo direto entre Lisboa e o Cairo

  • Lusa
  • 24 Julho 2024

A Egyptair iniciou um voo direto entre Lisboa e o Cairo, com uma frequência de dois voos por semana. Duração do voo é de quase cinco horas e meia.

A companhia aérea Egyptair iniciou um voo direto entre Lisboa e o Cairo, com uma frequência de dois voos por semana, anunciou a ANA – Aeroportos de Portugal esta quarta-feira.

“Desde 23 de julho, Dia Nacional do Egipto, que a companhia aérea Egyptair opera dois voos semanais entre Lisboa e o Cairo”, refere a empresa responsável pela gestão de dez aeroportos em Portugal num comunicado.

Trata-se de uma rota importante tanto para Portugal como para o Egipto, uma vez que proporciona uma “ligação direta entre duas capitais históricas” e cria uma “porta de entrada” para os viajantes “explorarem as ricas paisagens culturais, históricas e económicas de ambos os países”, salienta.

A nova rota será realizada num avião Airbus A321neo e a duração do voo é de aproximadamente 5 horas e 20 minutos.

“Estamos muito satisfeitos por receber de novo a Egyptair no Aeroporto de Lisboa com a nova rota do Cairo” e esta ligação “irá promover laços mais fortes entre as nossas cidades, encorajando tanto o turismo como as viagens de negócios”, refere o diretor comercial da ANA|Vinci Airports, na nota divulgada.

Já Amr Adawy, vice-presidente comercial da Egyptair, aponta que “a nova operação para Lisboa faz parte do plano de expansão adotado pela Egyptair”.

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Cartel nos testes Covid e análises clínicas vale multa de 48,6 milhões da Concorrência

Cinco laboratórios e uma associação empresarial foram condenados ao pagamento de multas no valor global de 48,6 milhões de euros por participação em cartel de análises clínicas e testes Covid.

A Autoridade da Concorrência (AdC) condenou cinco dos principais grupos laboratoriais a operar em Portugal e uma associação empresarial ao pagamento de multas no valor total de 48,6 milhões de euros, pela participação num cartel que operou no mercado português de prestação de análises clínicas e de testes Covid-19 entre, pelo menos, 2016 e 2022.

De acordo com a decisão consultada pelo ECO, o grupo Affidea foi multado em 26,1 milhões de euros, o Joaquim Chaves em 11,5 milhões de euros, o Germano de Sousa em 9,3 milhões de euros, a Redelab em 200 mil euros, a Labeto em 1,4 milhões e a ANL em 10 mil euros.

“O cartel em causa, estabelecido entre os laboratórios e com a participação da associação do setor, teve por objetivo a fixação dos preços aplicáveis e a repartição geográfica do mercado de prestação de análises clínicas e de fornecimento de testes Covid-19“, refere a AdC num comunicado.

A decisão resulta de um processo que, no início, envolvia sete laboratórios e a Associação Nacional de Laboratórios Clínicos (ANL), cuja acusação remonta a dezembro de 2022. O total de coimas aplicadas ascendeu a 57,51 milhões de euros, dos quais 8,9 milhões já foram voluntariamente pagos por dois grupos laboratoriais multinacionais. Na altura, a associação empresarial rejeitou “firmemente” a acusação e lamentou que o regulador não tenha tentado obter “esclarecimentos sobre os factos em questão” antes da acusação.

A entidade liderada por Nuno Cunha Rodrigues vem esta quarta-feira dar conta de que condenou, a 17 de julho, “uma associação empresarial e cinco dos principais grupos laboratoriais a operar em Portugal ao pagamento de coimas no valor global de 48.610.000 euros pelo seu envolvimento num cartel que operou no mercado português para a prestação de análises clínicas e testes Covid-19 entre, pelo menos, 2016 e 2022″. As entidades condenadas ainda podem recorrer da decisão.

A A AdC sublinha ainda que esta concertação permitiu aos cinco laboratórios aumentar o seu poder negocial face às entidades públicas e privadas com as quais negociaram o fornecimento de análises clínicas e de testes Covid-19, levando à fixação de preços e de condições comerciais potencialmente mais favoráveis do que as que resultariam de negociações individuais.

Por outro lado, o regulador conclui também que a ANL e os laboratórios “acordaram a estratégia a adotar em negociações com entidades públicas, como SNS e a ADSE e privados, como as seguradoras, que a eles recorreram para a prestação de análises clínicas e para o fornecimento de testes Covid-19″, segundo a AdC.

(Notícia atualizada às 15h51 com mais informação)

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Grupo de saúde espanhol compra cinco clínicas e sete unidades móveis em Portugal

Com a aquisição da Kmed Europa, com sede em Lisboa e 90 trabalhadores, a Quirónprevención alarga a presença em Portugal, passando a contar com uma rede de 15 clínicas e 24 unidades móveis no país.

A espanhola Quirónprevención, que atua no setor da prevenção de riscos laborais e cuidados de saúde, presente no país há três anos, comprou a portuguesa Kmed Europa, especializada em serviços externos de segurança, higiene e saúde no trabalho. Com esta aquisição, passa a contar deste lado da fronteira com 15 clínicas, 24 unidades móveis e um total de 340 trabalhadores. O valor da aquisição não foi revelado.

Antes desta aquisição, a Quirónprevención operava em Portugal com uma rede de dez clínicas e 17 unidades móveis. “Com a aquisição da Kmed Europa vamos ficar com mais cinco clínicas e mais sete unidades móveis”, explica ao ECO/Local Online, Mariana Goulão, diretora de desenvolvimento e comunicação em Portugal.

Com a aquisição da Kmed Europa vamos ficar com mais cinco clínicas e mais sete unidades móveis em Portugal.

Mariana Goulão

Diretora de desenvolvimento e comunicação Quirónprevención Portugal

Com mais de 25 anos de experiência, a Kmed Europa, com sede em Lisboa, é uma entidade autorizada pela Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), Direção Geral de Saúde (DGS) e Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) para prestar serviços técnicos em segurança e saúde no trabalho, formação profissional, consultoria e segurança alimentar.

“Esta aquisição está em linha com a estratégia de crescimento a longo prazo e estamos certos de que a experiência que a Kmed Europa traz vai ajudar-nos a continuar a oferecer um serviço da mais alta qualidade e a continuar a construir e melhorar a nossa relação com as empresas e as pessoas”, afirma o diretor geral da Quirónprevención, Fernando Camino, em comunicado.

A Quirónprevención empregava entre 230 a 250 pessoas em Portugal, antes da aquisição. Já a Kmed Europa tinha 90 funcionários. A empresa pertence ao Grupo Quironsalud, que se assume como o “maior grupo hospitalar da Europa e o principal prestador de cuidados de saúde em Espanha”, contando com cerca de 70 hospitais e mais de 45.000 empregados.

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Novo matadouro na ilha de São Jorge vai custar 12,3 milhões de euros

Novo matadouro na ilha de São Jorge inclui nave de abate com capacidade para 15 a 20 bovinos por hora e vai contribuir para aumentar a "autonomia alimentar" dos Açores, destaca José Manuel Bolieiro.

O Governo Regional dos Açores vai construir um novo matadouro em São Jorge, num investimento na ordem dos 12,3 milhões de euros, dando um novo impulso à economia da região. O presidente José Manuel Bolieiro considera tratar-se de uma “obra de excelência [e um] elemento essencial de desenvolvimento, progresso e prestígio da ilha“.

Durante o lançamento da primeira pedra desta obra, José Manuel Bolieiro referiu que “é bom conjuntar a estratégia do desenvolvimento agrícola com a qualidade e segurança alimentar da veterinária e esta vantagem de termos cada vez mais autonomia alimentar nos Açores“.

É uma obra de excelência [e um] elemento essencial de desenvolvimento, progresso e prestígio da ilha.

José Manuel Bolieiro

Presidente do Governo Regional dos Açores

O projeto do novo matadouro contempla uma nave de abate com capacidade para 15 a 20 bovinos por hora, três câmaras de blocos de frio com capacidade de refrigeração e uma sala de desmancha com capacidade para 12 carcaças de bovinos.

Financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e integrada na Rede Regional de Abate, esta infraestrutura vai custar 12,3 milhões de euros, “entre adjudicações nas áreas da construção civil, instalação frigorifica e rede de fluidos”, detalha o Governo Regional dos Açores.

O atual matadouro foi inaugurado a 11 de julho de 2002, tendo atingido o pico de abates em 2023, com 4.566 animais.

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Nacional faz rebranding e apresenta imagem renovada “a pensar num novo futuro”

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  • 24 Julho 2024

Com a assinatura “Nacional é a companhia original dos Cereais”, a marca apresenta um novo logótipo trabalhado por Pedro Pires. O rebranding da marca incluiu também o lançamento de novos produtos.

A marca Nacional apresenta agora uma imagem renovada, estendida a todo o seu portefólio de produtos. O rebranding foi “inspirado no seu passado, mas reinventado a pensar num novo futuro“, com a marca a procurar “dar resposta ao que o consumidor de hoje procura, esperando assim encontrar o seu propósito e o seu lugar no mundo atual e de amanhã“.

“Somos uma marca considerada de confiança, tradicional, histórica e que goza de uma elevada notoriedade. No entanto, temos a ambição que a marca se torne intemporal, mais contemporânea, autêntica e sofisticada. Queremos, com esta nova imagem e posicionamento, surpreender os nossos consumidores e tornar-nos ainda mais próximos deles”, diz Leonor Assunção, brand manager da Nacional, citada em comunicado.

Com a assinatura “Nacional é a companhia original dos Cereais”, a marca apresenta um novo logótipo que foi trabalhado por Pedro Pires – ainda na Solid Dogma – de forma a “criar o equilíbrio perfeito entre o clássico e o contemporâneo, com uma mudança clara sem desconsiderar o legado da marca“, refere-se em nota de imprensa.

Em termos de packaging, a nova imagem já está implementada nas massas, farinhas, parte dos cereais e nas bolachas. Os próximos passos passam pela atualização das embalagens dos restantes cereais e barras, visando “garantir uma coerência visual em toda a linha de produtos”.

No digital, a nova imagem da marca já está presente online com um “tom de comunicação renovado e uma identidade visual modernizada”.

O rebranding da marca incluiu também o lançamento de novos produtos, estando previstas mais novidades até ao final deste ano.

A marca tem ativa uma campanha com a gama de corn flakes, que já esteve presente em outdoor e ponto de venda e que ainda está ativa em digital e influencer marketing. A campanha foi concebida por Pedro Pires – já na Poets&Painters – tendo a Havas sido a responsável pelo planeamento de meios. A campanha digital ficou a cargo da Live Content e a comunicação e influencer marketing da Luvin.

Está programado o lançamento de outras três campanhas até ao final do ano, focadas nas gamas de bolachas e farinhas.

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Pinto Luz garante que Estado não abdicará de receitas futuras para pagar novo aeroporto de Lisboa

Ministro das Infraestruturas voltou a garantir que construção do novo aeroporto será feita sem dinheiro dos contribuintes e anunciou criação de unidade de missão no IMT para acompanhar concessão.

O ministro das Infraestruturas e Habitação garantiu esta quarta-feira, no Parlamento, que o Estado não irá prescindir da partilha de receita a que a ANA está obrigada para ajudar a financiar a construção do aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete.

Logo nos primeiros minutos da audição na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação, Miguel Pinto Luz voltou a garantir que o futuro aeroporto Luís de Camões “será construído sem verbas do Orçamento do Estado” e poupando “os contribuintes a esforços suplementares”.

Vários deputados quiseram, no entanto, saber se nessa garantia estava ou não incluída a possibilidade de prescindir da partilha de receita da ANA com o Estado, conforme prevê o contrato de concessão, para ajudar a financiar a nova infraestrutura. Uma hipótese referida desde o início do processo. “O que pergunto é se está em condições de garantir que o Estado não vai direta ou indiretamente financiar o novo aeroporto de Lisboa”, questionou Filipe Melo, do Chega.

Depois de não responder taxativamente à questão, o ministro acabou por afastar por completo aquela possibilidade. “As receitas futuras fazem parte dos bolsos dos contribuintes”, assegurou Miguel Pinto Luz.

O ministro revelou ainda que “será criada uma unidade de missão dentro do Instituto da Mobilidade e Transportes (IMT) para acompanhar uma concessão que é das maiores do país”. “O terreno de jogo não é equilibrado”, argumentou, dizendo que enquanto do lado da ANA há uma estrutura altamente profissional, “o Estado que não sabe bem o que anda a fazer”. A título ilustrativo dos problemas que existem afirmou que “o terminal 2 do aeroporto de Lisboa não tem ar condicionado a funcionar há um mês“.

Miguel Pinto Luz afirmou na intervenção inicial que o Governo já reuniu com as autarquias e está “em contacto com a Força Aérea, por forma a articular quer o tema Alcochete quer o dossiê do AT1 [Figo Maduro]”. O ministro salientou que para “a Força Aérea e o Exército se manterem na NATO têm de cumprir critérios de tiro real” e adiantou que já foram identificados “vários terrenos” para que exista uma alternativa ao Campo de Tiro de Alcochete “o quanto antes”, para libertar o terreno para os trabalhos da Luís de Camões. O governante referiu também que o Executivo está em diálogo com as autarquias e a Força Aérea para definir as acessibilidades e acesso a combustíveis de nova geração.

Sobre o Humberto Delgado, o ministro das Infraestruturas e Habitação manteve que elas avançam em outubro, acrescentando que “quem visita percebe que são precisas” e que o Goveno mantém pressão constante sobre a ANA.

Pinto Luz reuniu com CEO da Ryanair sobre aumento da operação em Portugal

O ministro das Infraestruturas revelou no Parlamento que reuniu na terça-feira com o presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, sobre os planos de expansão da companhia em Portugal.

Recebi o senhor O’Leary. Após uma conferência de imprensa [terça-feira em Lisboa], ao seu estilo”, relatou aos deputados. “Queria muito aumentar a operação em Portugal. Recebemos o papel e analisaremos“, acrescentou o ministro.

A Ryanair enviou ao Governo, há cerca de um mês, um plano para duplicar os passageiros transportados em Portugal para 27 milhões, mas exige um aumento do número de faixas horárias em Lisboa e incentivos do Estado para a redução das taxas aeroportuárias, revelou o CEO do grupo durante um encontro com jornalistas, na terça-feira.

O plano prevê a duplicação do número de rotas para mais de 320, juntar mais 16 novos aviões (um investimento de 1,6 mil milhões de dólares) à operação, reabrir a base de Ponta Delgada, reduzir a sazonalidade em Faro, Ponta Delgada e Funchal e criar 500 postos de trabalho. Segundo as contas da transportadora, o número de passageiros passaria de 13,5 milhões para 27 milhões.

(notícia atualizada às 15h20)

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