Carolina Deslandes protagoniza campanha do Montepio Associação Mutualista

  • + M
  • 5 Julho 2024

A campanha do Montepio Associação Mutualista foca-se na importância da poupança e da proteção e futuro dos jovens, abordando a experiência pessoal de Carolina Deslandes.

A nova campanha do Montepio Associação Mutualista, que se centra na poupança e na proteção e no futuro de crianças e jovens, conta com Carolina Deslandes como protagonista.

“Carolina Deslandes é uma artista influente, é mãe e uma mulher com voz ativa. Considerámos que seria a representante perfeita para o que pretendemos comunicar: que é possível preparar bem e de forma segura o futuro dos mais jovens”, diz Rita Pinho Branco, diretora de comunicação, marketing e digital do Montepio Associação Mutualista, citada em comunicado.

A campanha, que tem “Faça como a Carolina. Não poupe nos afetos, poupe nas economias” como uma das mensagens em destaque, foi desenvolvida pela VML, com planeamento da Wavemaker. A mesma marca presença até 30 de setembro nas plataformas digitais, redes sociais e rádio.

Ao longo dos próximos meses, a cantora “partilhará a sua experiência de relação com a instituição, a vivência associativa, a importância das soluções de poupança e proteção que subscreveu para os filhos, orientadas para a construção de um futuro mais seguro e protegido”, refere-se em nota de imprensa, onde se adianta que no futuro vão também ser divulgados outros projetos a desenvolver entre a artista e a mutualidade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Homem mais rico do mundo está em Portugal

  • ECO
  • 5 Julho 2024

Jato particular de Elon Musk aterrou esta sexta-feira no aeródromo de Tires, avançou o Observador. Os motivos da viagem não são conhecidos.

O patrão da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, viajou para Portugal esta sexta-feira, tendo aterrado num jato privado no Aeródromo de Tires, pouco antes da uma da tarde, alegadamente acompanhado pelo seu filho de três anos, de acordo com o jornal Observador.

O voo teve origem em Austin (Texas) e desconhecem-se os motivos desta deslocação. O Observador captou fotografias da aeronave na pista e de uma carrinha Mercedes negra onde diz que o empresário seguiu após sair do jato privado, “sem se deixar fotografar”.

Elon Musk controla a fabricante de automóveis Tesla, a empresa espacial privada SpaceX e a rede social X, antigamente conhecida por Twitter, além de várias outras empresas. É atualmente o homem mais rico do mundo, de acordo com a lista atualizada da Bloomberg, com uma fortuna estimada em 252 mil milhões de dólares.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tribunal de Contas transfere arquivo histórico de 635 anos para a Torre do Tombo

  • Lusa
  • 5 Julho 2024

Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou para acentuar "a diferença que há entre instituições e aqueles que as servem" e defendeu que "a força das nações reside na vitalidade das instituições".

O Tribunal de Contas (TdC) oficializou esta a transferência do arquivo histórico para a Torre do Tombo, em Lisboa, com o presidente do TdC, José Tavares, a assegurar que o tribunal vai continuar a gerir o acervo.

Numa cerimónia na Torre do Tombo, que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e dos presidentes do Tribunal Constitucional e Supremo Tribunal de Justiça, José João Abrantes e João Cura Mariano, respetivamente, José Tavares enalteceu a “muito longa” história da instituição, passando em revista os 635 anos de atividade, desde a instalação em 1389 da Casa dos Contos, instituição antecessora do TdC, no reinado de D. João I.

O Presidente da República assinalou, também, que a transição do arquivo é “um momento histórico”, e realçou o papel atual deste tribunal em relação aos fundos europeus. No discurso de encerramento destas sessão, na Torre do Tombo, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou para acentuar “a diferença que há entre instituições e aqueles que as servem” e defendeu que “a força das nações reside na vitalidade das instituições”.

Carta de quitação passada a Ildefonso da Costa Ribeiro, Almoxarife da Fortaleza de São Lourenço, 1692. A carta está escrita num pergaminho assinada pelo rei atestando a boa gestão dos dinheiros públicos, Portanto, estava “quite”.Hugo Amaral/ECO

 

O chefe de Estado referiu-se ao Tribunal de Contas como “uma instituição muito antiga, muito rica e muito forte”, em que se recorda “o tempo do nascimento de Portugal, que é dos países mais antigos do mundo com a configuração que o caracteriza neste momento”.

Marcelo Rebelo de Sousa realçou que este tribunal “hoje tem um papel relevantíssimo no domínio do acompanhamento da gestão dos fundos europeus, num momento em que esses fundos europeus ganham uma importância peculiar no quadro posterior à pandemia e de tentativa de recuperação das economias afetadas pelas crises subsequentes”.

Ao longo do seu discurso, o Presidente da República falou do enquadramento histórico em que surgiu a Casa dos Contos, em 1389, e dos séculos que se seguiram. “Esta é uma história que é contada pelo arquivo que já cá estava na Torre do Tombo e pelo arquivo que chega à Torre do Tombo. E por isso o momento é histórico, nós estamos a viver História”, reforçou.

Sobre o papel atual do Tribunal de Contas, Marcelo Rebelo de Sousa disse que “tem uma componente de intervenção concreta” que não se encontra noutros pares europeus e “um grau de iniciativa no concreto muito ampla”. “Não só através de um controlo de outras instituições em momentos sucessivos de tempo, como até na formulação de recomendações, inclusive em decisões administrativas, sugerindo aditamentos a processos administrativos, contratuais ou não contratuais”, acrescentou.

Segundo José Tavares, “este momento estão a ser expurgados e transferidos cerca de 1.000 metros” do arquivo do TdC: “Aqui nunca se perderá, continuando, porém, a ser gerido pelo tribunal. É o local certo”.

“A celebração deste aniversário na Torre do Tombo tem um duplo significado: por um lado, a primeira sede da instituição foi na Torre do Tombo, no Castelo de São Jorge; por outro lado, celebramos com a Torre do Tombo um protocolo para depósito do rico arquivo histórico do Tribunal de Contas, com cerca de três quilómetros lineares”, disse.

No evento foi ainda apresentado o livro “A História que as Contas nos contam”, editado em versão bilingue pelo TdC, cuja apresentação esteve a cargo do antigo presidente do tribunal Guilherme d’Oliveira Martins (2005-2015) e que foi dedicado à memória de António Sousa Franco, que morreu há 20 anos e também presidiu a esta instituição entre 1986 e 1995.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ribeira de Pena acusa APA de inviabilizar investimentos na albufeira de Daivões

  • Lusa
  • 5 Julho 2024

O autarca de Ribeira de Pena fala num "potencial adiado" porque ainda não há um plano de ordenamento. E culpa a APA por isso.

O presidente da Câmara Municipal de Ribeira de Pena acusou, esta sexta-feira, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de um atraso incompreensível na elaboração do Plano de Ordenamento da albufeira da Barragem de Daivões, inviabilizando a concretização de investimentos. “Começa a ser um prejuízo incalculável”, afirmou João Noronha.

O autarca do distrito de Vila Real salientou os vários projetos e intenções de investimento que têm chegado à autarquia desde a construção da barragem de Daivões, e consequente criação de uma nova albufeira no rio Tâmega, e fala num “potencial adiado” porque ainda não há um plano de ordenamento.

João Noronha exemplificou com um projeto para a construção de um hotel de charme, na margem da albufeira, na zona de Santo Aleixo, que iria criar emprego, atrair turistas e que foi classificado como de interesse público municipal, elencando também a criação de um parque aquático.

Começa a ser um prejuízo incalculável.

João Noronha

Presidente da Câmara Municipal de Ribeira de Pena

Investimentos que estão, frisou, em suspenso, correndo-se o risco dos investidores desistirem. “E não nos dão qualquer tipo de satisfação, o que começa a ser deselegante para quem esteve sempre na procura de soluções em todo o processo de construção desta barragem”, sublinhou.

A elaboração do plano que define regras e usos para os terrenos envolventes à albufeira e para a massa de água é da responsabilidade da APA. A Lusa tentou obter um esclarecimento por parte desta agência, mas não obteve resposta até ao momento.

A barragem de Daivões está inserida no Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET), concessionado à espanhola Iberdrola, e iniciou a exploração comercial no verão de 2022.

“Aliás, o plano já devia estar pensado antes de a barragem estar em funcionamento, porque já sabíamos, desde o início, quando é que ela iria estar concluída”, frisou João Noronha. O autarca salientou ainda que a Iberdrola disponibilizou, inclusive, estudos e o levantamento pormenorizado de que dispõe sobre este território.

O presidente disse que o sentimento é que o concelho “está a ser roubado” e que, neste momento, “não há perspetivas de futuro”.

“Não é só Ribeira de Pena que está a perder, é o país. Estamos a falar de recursos importantíssimos, cada vez mais procurados, e que nós não estamos a pôr ao serviço das nossas populações”, frisou.

Com o IMI, com o IVA, com todo este potencial nós podíamos ser um dos concelhos mais ricos do país. É algo a que nós temos direito e que não podemos abrir mão.

João Noronha

Presidente da Câmara Municipal de Ribeira da Pena

O autarca lembrou que a construção do empreendimento hidroelétrico obrigou à demolição de 48 habitações, num “processo doloroso” para as famílias expropriadas. E frisou que, até ao momento, a barragem apenas “trouxe expectativas” para o concelho.

O SET, que inclui as barragens de Daivões, Gouvães e Alto Tâmega, é considerado um dos maiores projetos hidroelétricos na Europa nos últimos 25 anos, e, segundo foi divulgado pela Iberdrola, representa um investimento total de 1.500 milhões de euros.

Com uma capacidade de 1.158 megawatts (MW), o sistema de eletroprodutor do Tâmega é capaz de armazenar 40 milhões de quilowatts-hora (kWh), o equivalente à energia consumida por 11 milhões de pessoas durante 24 horas nas suas casas, tornando-se um dos maiores sistemas de armazenamento de energia da Europa.

Também em Ribeira de Pena se reclama o pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) pela barragem de Daivões, um processo que, segundo João Noronha, “está em avaliação”, não sabendo quanto tempo vai demorar.

“Com o IMI, com o IVA, com todo este potencial nós podíamos ser um dos concelhos mais ricos do país. É algo a que nós temos direito e que não podemos abrir mão. A riqueza está aqui e onde são pagos os impostos? Em Ribeira de Pena não são”, frisou.

O Governo anunciou na semana passada que vai criar um grupo de trabalho para chegar a uma “solução técnica e estrutural” para alterar o código de IMI relativo à avaliação das barragens. O objetivo é que este grupo de trabalho apresente uma solução para alterar o código de IMI por forma a estabelecer regras claras para a avaliação de aproveitamentos hídricos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tribunal de Contas autoriza município de Santarém a pedir 12 milhões de euros à banca

Tribunal de Contas (TdC) deu visto para o município de Santarém contrair empréstimo à banca de 12 milhões de euros para avançar com investimentos estratégicos no concelho.

A Câmara Municipal de Santarém obteve o visto do Tribunal de Contas (TdC) para pedir dois empréstimos à banca, no valor de 12 milhões de euros, para financiar a construção de infraestruturas “estratégicas” que contribuirão para a dinamização da economia local e uma melhor qualidade de vida da população, avançou a autarquia liderada por Ricardo Gonçalves.

A autorização destes dois empréstimos, um de 7,4 milhões de euros e outro de 4,56 milhões de euros, vem responder aos anseios do município no sentido do desenvolvimento económico e social do território.

“Estamos neste momento em condições de dar continuidade aos processos que permitirão a concretização destas importantes empreitadas; investimentos que irão introduzir melhorias significativas na qualidade das infraestruturas desportivas e no desenvolvimento e crescimento económico do concelho”, frisou João Teixeira Leite, vice-presidente da Câmara Municipal de Santarém.

O empréstimo mais alto, de 7,4 milhões de euros, será pago durante 20 anos à banca e destina-se a financiar a construção de três “infraestruturas estratégicas para as freguesias e para a cidade”. Em causa estão o Pavilhão Empresarial de Alcanede (3,1 milhões de euros) a requalificação do Pavilhão Multiúsos de Amiais de Baixo (2,7 milhões de euros) e a remodelação do Pavilhão Desportivo na antiga Escola Prática de Cavalaria de Santarém (quase 1,6 milhões de euros).

Em causa está igualmente um contrato de empréstimo no valor de 4,56 milhões de euros com um prazo de dez anos, destinado à construção do Campo Municipal de Rugby (2,6 milhões euros), além do Campo de Jogos da Ribeira de Santarém (mais de 1,2 milhões de euros). Este bolo financeiro destina-se ainda a custear os 639 mil euros da empreitada do relvado natural da Escola Superior Agrária de Santarém.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Diogo Freitas fora da empresa que vai comprar JN e TSF

A participação de Diogo Freitas vai ser comprada pela Ilíria, que se torna a maior acionista da Verbos Imaculados, empresa que junta os empresários que assumiram a compra dos títulos da Global Media.

Diogo Freitas, que começou por dar a cara pelo grupo de empresários que vai comprar o Jornal de Notícias e a TSF, está fora do negócio. A decisão foi avançada pelo próprio ao +M e acontece cerca de três meses após ter deixado a administração da Notícias Ilimitadas, empresa que vai ficar com os títulos.

“A OTI investimentos tomou a decisão de desinvestir nos media, vendendo a sua participação de 25% na empresa Verbos Imaculados. O comprador é um sócio, a Iliria, que assim passará a deter 35% do capital”, explica ao +M.

Esta decisão de desinvestir neste negócio pretende libertar meios para investimentos em áreas onde seremos capazes de fazer a diferença e acrescentar valor, algo que não vislumbrávamos ser capazes neste negócio“, justifica Diogo Freitas. “Temos a agradecer aos sócios da Verbos Imaculados, nomeadamente ao Jorge Ribeiro, ao Alexandre Bobone, ao Samuel Farinha e ao José Rogeira, por todo o apoio”, conclui. A OTI investimento teria investido, até ao momento, menos de um milhão de euros na operação, adianta o responsável, sendo esse o montante que vai reaver.

A sua participação de 25% na Verbos Imaculados — empresa que vai cerca de 60% da Noticias Ilimitadas — será então comprada pela Ilíria, que passa dos 10% para os 35%. Parsoc (30%), Domingos de Andrade (20%) e Mesosytem (15%) são os restantes acionistas da empresa que vai ficar com o Jornal de Notícias, O Jogo, Revistas JN História, Notícias Magazine, Evasões, Volta ao Mundo e TSF. A Notícias Ilimitadas terá também uma participação dos atuais donos da Global Media, que ficam com 30%, sendo os restantes 9% de uma cooperativa de jornalistas.

Como o +M avançou no final da semana passada, a assinatura do contrato definitivo de venda do Jornal de Notícias, Jornal de Notícias História, sites NTV e Delas, da Notícias Magazine, d’O Jogo, da Volta ao Mundo, da Evasões e também da empresa dona da TSF foi adiada para a segunda quinzena de julho.

Entretanto, o consórcio fez nova transferência para a Global Media, para assegurar o pagamento dos salários de junho. Este montante, recorde-se, junta-se aos cerca de 4,3 milhões adiantados até junho.

A administração da nova estrutura terá um representante da Global Media e três indicados pelo consórcio fundador do novo grupo. A liderança será de Domingos de Andrade que, na prática, desempenhará as funções de administrador executivo da empresa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comércio desiludido com falta de medidas. AEP elogia mas pede mais ambição

  • Joana Abrantes Gomes
  • 5 Julho 2024

Confederação patronal destaca ausência de plano de abate de automóveis ligeiros de passageiros em fim de vida. AEP elogia programa do Governo, mas pede “redução muito significativa” do IRS.

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) vê na redução gradual do IRC até 15%, uma das 60 medidas do programa do Governo “Acelerar a Economia”, um “incentivo importante” para as empresas e o investimento, mas critica a “quase total omissão” de propostas para o setor que representa, em particular nas áreas dos transportes e do automóvel.

São globalmente positivas, embora algumas medidas careçam de ser calendarizadas para se verificar o seu efetivo impacto“, descreve a confederação patronal liderada por João Vieira Lopes acerca do pacote aprovado ontem em Conselho de Ministros, num comunicado enviado esta sexta-feira.

Segundo a CCP, para a diminuição da taxa de IRC ter um “efeito transversal a todo o tecido empresarial”, seria necessário baixar, de forma faseada, as tributações autónomas em 10% ao ano, tal como a própria chegou a propor ao Executivo.

Quanto ao plano “Estado a pagar em 30 dias”, a confederação patronal considera que pode ajudar a tesouraria das empresas e fomentar a participação de sociedades mais pequenas como fornecedoras do Estado, “se for efetivamente implementado”. Ressalva, porém, que o Governo “poderia ir mais longe neste domínio, mediante a consagração de um regime de compensação de créditos não fiscais com dívidas fiscais”.

Ainda assim, o “mais negativo” é o programa praticamente não incluir medidas para o comércio e os serviços, nomeadamente nos setores dos transportes e do automóvel. “Destaca-se em particular, neste último, a ausência da implementação de um plano de abate de automóveis ligeiros de passageiros em fim de vida, tal como previsto no acordo de Concertação Social e no próprio Orçamento do Estado”, sublinha a CCP, para a qual é “uma grande desilusão” a desvalorização de setores que têm peso no emprego e no valor acrescentado.

AEP elogia “mérito” das medidas, mas apela à redução “muito significativa” do IRS

Menos crítica, a AEP – Associação Empresarial de Portugal reconhece “mérito” ao programa apresentado pelo ministro Pedro Reis, não só pelo “propósito de acelerar o crescimento económico”, como também por terem sido auscultados os “stakeholders da economia real”.

Numa nota desta sexta-feira, a associação escreve que as medidas estão alinhadas com as prioridades que defende, designadamente “o financiamento e capitalização das empresas, a inovação, a atração de talento, a sustentabilidade e a reindustrialização”.

Elogia, nesse sentido, a inclusão no programa de medidas propostas por si, como a “redução da fiscalidade sobre as empresas”, “os incentivos ao aumento de escala e à inovação”, o “IVA de caixa”, o “pagamento do Estado, no prazo de 30 dias, aos fornecedores” e ainda, no que se refere ao planeamento dos investimentos das empresas quando cofinanciados por fundos europeus, “privilegiar os avisos em contínuo e a agilização do processo de análise de candidaturas aos sistemas de incentivos”.

“Não obstante o mérito do programa, é necessário ir ainda mais longe, para uma estratégia de crescimento económico mais forte e duradouro“, aponta a associação liderada por Luís Miguel Ribeiro, considerando que, embora as medidas sejam “reformistas”, precisam “de alcançar resultados no curto prazo e de serem ajustadas, em alguns casos, à realidade empresarial de Portugal”.

A AEP destaca exemplos como a necessidade de não só atrair talento do exterior, como também “reter quem cá está”, nomeadamente “através de uma redução muito significativa do IRS”. “Portugal é dos países da OCDE com maior progressividade fiscal sobre o trabalho, com implicações no salário líquido disponível, sobretudo da mão-de-obra mais qualificadas”, sustenta.

Ainda no que toca ao mercado de trabalho, a associação empresarial sediada no Porto apela à flexibilização da legislação laboral e à “total desburocratização no relacionamento entre o Estado e as empresas”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

⛽ Combustíveis voltam a subir. Gasolina fica 1,5 cêntimos mais cara e gasóleo um

A partir de segunda-feira, quando for abastecer, deverá pagar 1,604 euros por litro de gasóleo simples e 1,752 euros por litro de gasolina simples 95.

Os preços dos combustíveis vão voltar a subir na próxima semana. O gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, deverá subir um cêntimo, enquanto a gasolina deverá aumentar 1,5 cêntimos, avançou ao ECO fonte do mercado.

Quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,604 euros por litro de gasóleo simples e 1,752 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). Desde o final de abril que os preços do diesel não estavam tão elevados.

Estes valores já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras e a revisão das medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento dos preços dos combustíveis. A redução de impostos determinada pelas medidas atualmente em vigor é de 25 cêntimos por litro de gasóleo e de 26 cêntimos por litro de gasolina.

Os preços podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent à sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. É ainda de recordar que os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta semana, os preços do gasóleo subiram 0,9 cêntimos e os da gasolina 1,1 cêntimos, muito próximos das estimativas do mercado.

O preço do brent, que serve de referência para o mercado europeu, está a cair 0,26% esta sexta-feira, para os 87,20 dólares por barril mas tudo aponta para que esta seja a quarta semana consecutiva de ganhos. A semana deverá terminar com um ganho de 3%, tendo o barril superado os 87 dólares, o valor mais elevado desde abril.

A subida é explicada pelos analistas com a queda dos stocks de crude nos EUA. Os dados da Agência Internacional de Energia mostraram que os stocks de petróleo bruto dos EUA registaram a maior queda num ano — menos 12,2 milhões de barris, na última semana de junho — excedendo largamente as previsões do mercado. As tensões geopolíticas no Médio Oriente também aumentaram as preocupações sobre o fornecimento de petróleo, depois de Israel ter morto um comandante do Hezbollah e da esperada retaliação do movimento perto da fronteira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Orbán visita Putin. Bruxelas diz que Hungria “não tem mandato” para negociar com Rússia em nome da UE

Depois do encontro com Zelensky, Orbán visita Putin dizendo que "não se pode fazer a paz a partir de uma poltrona em Bruxelas". Líderes europeus rejeitam encontro e condenam Putin.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, chegou esta sexta-feira a Moscovo para uma viagem oficial à Rússia. Durante a visita, o chefe de Governo húngaro encontrou-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, no âmbito de uma “missão de paz” levada a cabo por Orbán por causa da guerra na Ucrânia.

“O primeiro-ministro Viktor Orbán chegou a Moscovo no âmbito da sua missão de paz. O primeiro-ministro vai encontrar-se com o Presidente russo, Vladimir Putin”, informaram o porta-voz do chefe de governo húngaro, Bertalan Havasi, à agência de notícias estatal húngara MTI. A deslocação ocorre três dias depois de Viktor Órban ter viajado até Kiev para se encontrar com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Embora o encontro com o homólogo ucraniano tenha sido visto com bons olhos em Bruxelas – isto numa altura em que a Hungria assume a presidência rotativa do Conselho da União Europeia – a visita a Moscovo fez soar os alarmes entre os líderes europeus.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi a primeira a reagir ao encontro, através da rede social X, garantindo que “apaziguar Putin não vai fazê-lo parar”.

Já o ainda presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, também reagiu naquela rede social, sublinhando que o mandato de Orbán não prevê um envolvimento “com a Rússia em nome da União Europeia”.

“O Conselho Europeu é claro: a Rússia é o agressor, a Ucrânia é a vítima. Nenhum debate sobre a Ucrânia pode ter lugar sem a Ucrânia”, diz o presidente belga.

O alto representante da União Europeia para a política externa também não evitou comentar o sucedido. Joseph Borrel frisa que a visita a Moscovo “insere-se exclusivamente no âmbito das relações bilaterais entre a Hungria e a Rússia”, garantindo que o Conselho Europeu não prevê “contactos oficiais entre a UE e o Presidente Putin”.

O primeiro-ministro húngaro não está, portanto, a representar a UE sob qualquer forma“, frisa o comunicado do chefe da diplomacia europeia. Em resposta direta, já depois da reunião com Putin e também na rede X, Orbán classificou a reação de Borrell como um “disparate burocrático” que não teve resultados em procurar paz.

Já a sua futura sucessora, Kaja Kallas, declarou também no X que “Viktor Orbán não representa, de forma alguma, a UE ou as posições da UE“, acusando o líder húngaro de “explorar a posição da presidência da UE para semear a confusão”.

Em resposta, o primeiro-ministro húngaro diz que “não se pode fazer a paz a partir de uma poltrona confortável em Bruxelas”. “Mesmo que a presidência rotativa da UE não tenha mandato para negociar em nome da UE, não podemos sentar-nos e esperar que a guerra acabe miraculosamente”, argumenta.

Recorde-se no passado dia 1 de julho, o governo da Hungria assumiu a presidência rotativa do Conselho da União Europeia, conhecido informalmente como Conselho. Viktor Orbán, que é várias vezes acusado de euroceticismo, ficará encarregue de discutir, alterar e aprovar pacotes legislativos, juntamente com o Parlamento Europeu, com os ministros dos 27 Estados-membros até dezembro.

O Conselho (não confundir com o Conselho Europeu) funciona na mesma ótica do Conselho de Ministros a nível nacional. Não tem membros fixos e reúnem-se mensalmente apenas os ministros em função da área política agendada. Por exemplo, quando o Conselho se reúne para debater assuntos económicos e financeiros (o Conselho ECOFIN), são os ministros das Finanças de cada país que marcam presença (no caso de Portugal, Joaquim Miranda Sarmento). Esses Conselhos de Ministros serão presididos pelos ministros húngaros das respetivas pastas.

Durante os seis meses da presidência húngara, Orbán ficará encarregue de executar o programa comum para os 18 meses de presidência rotativa que foi desenhado em conjunto com os primeiros-ministros espanhol e belga, Pedro Sánchez e Alexandre de Croo, que presidiram ao Conselho nos últimos 12 meses.

O programa está assente em seis pilares: defender o estado de direito, democracia e unidade; reforçar a competitividade; dar continuação à transição ecológica e justa; reforçar a agenda social e sanitária; proteger as pessoas e fronteiras; e promover uma Europa global.

(atualizada às 20h03 pela última vez)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mais Investimento, Mais Agricultura

  • Conteúdo Patrocinado
  • 5 Julho 2024

Idalino Leão, Presidente da CONFAGRI, partilha a sua visão sobre o impacto dos investimentos no setor agrícola.

Portugal é um país muito diferente, de região para região. E, em questões agrícolas, essas diferenças e necessidades são mais vincadas e visíveis aos olhos de todos os que se interessam pelo mundo rural.

Esta é a primeira razão pela qual é indispensável um Ministério da Agricultura que mantenha as suas estruturas territoriais, sempre na sua dependência. Só assim poderemos ter mais gestão ativa de todo o território, fazendo do setor agroalimentar o grande fomentador da coesão territorial.

Esta gestão ativa do território e do mundo rural tem de ter como ponto catalisador políticas púbicas que combatam os desequilíbrios entre regiões, que apoiem a produção e, acima de tudo, que garantam uma menor diferença para a nossa concorrência global.

Sem estes estímulos públicos, em que o aumento do investimento tem um papel fundamental, vamos abdicar de um futuro que assegure a renovação geracional, com mais jovens e inovação no setor, e de uma agricultura mais moderna, tecnológica e competitiva, que nos coloque de igual para igual com os nossos competidores, em especial os do país vizinho.

Idalino Leão, Presidente da CONFAGRI.

Também ao nível fiscal, do preço dos combustíveis e energia, exige-se uma maior atenção por parte de quem nos governa. Para sermos realmente competitivos, não é suficiente ter uma agricultura altamente produtiva e com excecionais profissionais, como existem em Portugal. É preciso medidas públicas que nos permitam ter custos nos fatores de produção e um regime fiscal pelo menos idêntico ao do nosso principal concorrente, que está já ali do outro lado da fronteira.

Por outro lado, o investimento não pode esquecer a organização da produção. Nesse particular aspeto, são imperativas e urgentes medidas concretas para a capacitação institucional das cooperativas. Estas organizações, que criam escala, ocupam todo o território nacional (mesmo em locais onde já não existe um organismo do Estado) e absorvem as produções, gerando uma oferta ao mercado mais competitiva, e são, na maior parte das vezes, o esteio da coesão territorial e o principal obstáculo à desertificação rural. Por isso, tem de ter uma atenção especial por parte do governo, conforme acontece nos países mais competitivos no setor agroalimentar da União Europeia.

A ONU reconhece a importância das cooperativas, declarando 2025 como o ano internacional das cooperativas. É importante que Portugal perceba esta mensagem e assuma também a relevância e importância das cooperativas agrícolas no território.

Idalino Leão, Presidente da CONFAGRI

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pedro Nuno avisa que rumo fiscal e económico do Governo afasta cada vez mais o PS

  • Lusa
  • 5 Julho 2024

Secretário-geral do PS considerou que o pacote de medidas do Governo para estimular a economia afasta cada vez mais os socialistas em matéria orçamental. Recado surge a poucos meses do OE2025.

O secretário-geral do PS considerou, esta sexta-feira, errada a política económica do Governo e avisou que a estratégia fiscal proposta, designadamente com a projetada descida do IRC, afasta cada vez mais os socialistas em matéria orçamental.

Estas posições foram transmitidas por Pedro Nuno Santos em declarações aos jornalistas, depois de ter visitado a Almadesign, em Paço de Arcos, no concelho de Oeiras, empresa com soluções nas áreas da mobilidade, saúde e equipamentos industriais, entre outras.

Questionado sobre o programa económico apresentado na quinta-feira em Conselho de Ministros, o líder socialista criticou o caminho seguido pelo executivo PSD/CDS-PP. “Aquilo que o Governo tem feito nestes últimos meses afasta muito o PS. Os anúncios são de medidas erradas, que não só custam muito ao erário público, como não vão resolver os problemas dos portugueses”, declarou, numa alusão à projetada redução progressiva do IRC para 15% até 2027.

Para Pedro Nuno Santos, entre as medidas que têm sido aprovadas pelo executivo, “não se vislumbra qualquer transformação da economia portuguesa”.

“E a estratégia fiscal do Governo afasta-nos, porque é errada dos pontos de vista orçamental, da justiça social e do estímulo à transformação da economia, o que, obviamente, gera dificuldades de entendimento” ao nível político, advertiu, antes de se referir ao debate que se fará a partir de outubro em torno na proposta de Orçamento do Estado para 2025.

“A responsabilidade é do Governo, que não tem maioria absoluta no parlamento, porque os portugueses não lhe quiseram dar. Por isso, o Governo tem de fazer um esforço muito grande para garantir a sustentabilidade da sua governação. O PS não se põe de fora da resolução dos problemas do país, mas isso passa por denunciar o que está errado e não por viabilizar o que é errado. O que tem acontecido nos últimos meses não ajuda nada”, acentuou.

Perante os jornalistas, o secretário-geral do PS referiu-se também à “importância de haver contas públicas equilibradas” e defendeu que “foi essa a situação deixada ao atual Governo” pelo anterior executivo socialista.

“Temos assistido a medidas, parte das quais sem qualquer estimativa de impacto orçamental. E as que têm estimativa orçamental possuem um peso significativo e são injustas, porque promovem a desigualdade e retiram a capacidade ao Estado Português para fazer face aos compromissos. Custa muito dinheiro e só beneficia alguns, uma minoria”, sustentou.

Neste ponto, Pedro Nuno Santos advogou que “apenas algumas muito grandes empresas vão beneficiar da redução do IRC” de 21% para 15% em 2027, o que poderá ser “prejudicial” no plano macroeconómico, já que o país “abdicará de um volume significativo de receita”.

“Tal como acontece com o IRC, também no caso das reduções propostas de IRS pelo Governo são igualmente os que ganham mais que vão beneficiar. Temos um Governo a caminhar no sentido errado do ponto de vista orçamental, na distribuição do esforço [fiscal] e no objetivo de Portugal ter uma economia avançada. Das medidas aprovadas na quinta-feira pelo Governo, não conseguimos vislumbrar qualquer estratégia para que Portugal tenha uma economia mais sofisticada e diversificada”, acrescentou.

Como exemplo, o secretário-geral do PS referiu que “no powerpoint” do executivo PSD/CDS-PP se prevê que o peso do setor do turismo atinja os 20% do Produto Interno Bruto (PIB). “Não tenho nada contra o setor do turismo, que é importante para a economia portuguesa, mas isso é o que não precisamos para concretizar o objetivo de Portugal ter uma economia mais diversificada. As medidas apresentadas na quinta-feira foram uma profunda desilusão, porque não têm qualquer potencial transformador”, concluiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pires de Lima: “Temos apenas seis anos para fazer a transformação acontecer”

  • Conteúdo Patrocinado
  • 5 Julho 2024

Presidente do BCSD Portugal assinalou a urgência de acelerar a neutralidade carbónica, lembrando que as empresas devem ter em conta os riscos e oportunidades da sustentabilidade no seu negócio.

O relógio não para e a cada volta que o ponteiro dá, há mais emissões de gases com efeito de estufa que viajam até à atmosfera. E o calendário definido pela Comissão Europeia para a neutralidade carbónica é claro: reduzir 55% das emissões até ao final desta década, antes de atingir a neutralidade em 2050 (2045 no caso português). “Na Europa, estamos a fazer um trajeto que gostávamos que fosse um exemplo para o mundo, porque as nossas emissões, entre 1990 e 2021, reduziram-se 30% e, entre 2005 e 2021, 14%”, começou por enquadrar António Pires de Lima na abertura da Conferência BCSD Portugal 2024, que decorreu dia 3 na Cordoaria Nacional, em Lisboa.

O presidente do BCSD lamenta “o ritmo ainda insuficiente de redução”, em particular fora da Europa, mas destaca a evolução positiva de Portugal nesta matéria. “Depois de ter atingido um pico em 2005, tem vindo a reduzir de forma significativa e constante as emissões de gases com efeito de estufa. Conhecemos uma redução de um terço desde 2005”, apontou. Porém, faltam “ainda dois terços de caminho” que é preciso percorrer com cada vez mais celeridade.

Empresas onde a diversidade é uma regra, há maior competitividade e melhores resultados

António Pires de Lima

Presidente do BCSD Portugal

Na Europa, que “anda com o mundo às costas” em matéria de sustentabilidade, a transição energética está a dar frutos num esforço em que Portugal se tem afirmado. Vale a pena lembrar que, em 2023, 61% da energia teve origem em produção renovável, tendo sido possível, durante seis dias seguidos, assegurar todo o consumo nacional. O desafio, porém, está no setor dos transportes.
“Hoje, [os transportes] valem 30% [das emissões], em 2023, e há uns anos o peso dos transportes nas emissões era inferior a 20%. É o único setor que tem vindo a aumentar em número absoluto de emissões. Todos têm diminuído as suas emissões, até a indústria e a agricultura”, afirma Pires de Lima.

A este nível, o também líder do grupo Brisa identifica duas prioridades: a transição para a mobilidade elétrica, com o aumento de carregadores disponíveis em todo o país, e um compromisso sério com a ferrovia. “Há um mix de políticas públicas que, do nosso ponto de vista, não tem sido suficientemente ambicioso, tanto na execução da ferrovia como na transição para a mobilidade elétrica do automóvel, para assegurar que o setor dos transportes diminui substancialmente a sua pegada carbónica”, reitera.

Empresas como game changers

Além das questões ambientais em que a atividade do BCSD Portugal – que conta já com 191 associados – se centra, os outros domínios da sigla ESG têm ganho cada vez mais preponderância. Num estudo levado a cabo com a EY, o BCSD Portugal concluiu que, entre os seus associados, o acesso “é razoavelmente paritário”, mas Pires de Lima sublinha que “as mulheres continuam a ser tratadas, em alguns caos, de forma diferente”.

Quando o tema são promoções, apenas um terço diz respeito às trabalhadoras – ainda que representem 50% da força laboral – e continua a existir maior número de “homens em funções de liderança do que mulheres”. “A distribuição de funções de topo é cerca de três quartos de homens e um quarto de mulheres”, exemplifica o presidente. As disparidades salariais, mesmo entre as empresas que compõem a associação, “podem ir entre 0% e 20% e não estão justificadas por competências diferentes e experiências diferentes”. O caminho, lembra Pires de Lima, deve ser feito em direção à paridade e diversidade porque “empresas onde a diversidade é uma regra, há maior competitividade e melhores resultados”. “Temos apenas seis anos para fazer a transformação acontecer. Sabemos o que fazer e temos de o fazer já”, rematou.

Reconhecer o privilégio é o primeiro passo

João Günther Amaral, Chief Development Officer da Sonae, assume que despertou para o tema da diversidade e inclusão nos locais de trabalho em 2019, quando percebeu que “tinha dois blindspots enormes” e um deles era “o privilégio”. “Apercebi-me que tendo 50 anos, sendo branco, sendo homem heterossexual, vindo de uma família de classe média alta, que me tinha sido entregue, desde muito cedo, uma oportunidade diferente da que é entregue a todas as outras pessoas. Se não fosse branco, se não fosse homem, se não tivesse tido a oportunidade que tive, tinha sido muito mais difícil”, acredita.

Alinhado com as políticas do grupo, liderado por Cláudia Azevedo, Günther Amaral tem procurado implementar medidas que promovam a diversidade entre os colaboradores. “Estamos a trabalhar claramente o eixo do género. Queremos chegar a 2026 com 45% de mulheres nos cargos de liderança da empresa toda. Partimos de 32% em 2019, estamos hoje nos 40%”, destaca. Em simultâneo, a organização está a trabalhar as dimensões das culturas, deficiências, gerações e da comunidade LGBTQIA+, mas o trabalho nem sempre é fácil. “É preciso criar exemplos positivos, é preciso passar pelas dores de cometer erros e comunicá-los. Isto leva-nos a um caminho de aprendizagem”, assegura.

No Grupo Nabeiro, existe também um esforço para criar ambientes de trabalho mais diversos. “Temos uma força de vendas muito masculina, mas temos outras áreas em que é o oposto. As áreas de marketing são mais femininas. Temos vindo a fazer um percurso que é hoje mais equilibrado”, garante Rita Nabeiro, CEO da Adega Mayor.

Carlos Mota Santos, CEO do Grupo Mota-Engil, atua num setor tradicionalmente dominado por homens, mas lembra que se trata de “uma empresa familiar” e de “uma família matriarcal”. O objetivo, diz, é atingir 30% de mulheres em cargos de gestão até 2026 e sublinha que os programas para a promoção de igualdade dentro de portas são comuns a todas as 30 geografias em que a organização está presente.

Financiar a economia sustentável

A nível comunitário, o Banco Europeu de Investimento (EIB na sigla em inglês) tem “metade” dos 88 mil milhões de que dispõe para “encaminhar para a transição energética e redução de emissões”, assegura João Fonseca Santos, responsável da instituição em Portugal. A entidade, detida pelos 27 Estados-membros, trabalha em parceria com bancos e outras organizações para financiar projetos inovadores e, muitas vezes, ideias disruptivas com maior risco. “Conseguimos financiar projetos com maior risco que normalmente os bancos tradicionais não conseguem, pelo menos com as mesmas condições”, aponta, reiterando o compromisso de apoiar as empresas nacionais rumo à sustentabilidade.

Pretendemos criar uma comunidade que faça tudo aquilo que o BCSD Portugal já faz: que colabore, que partilhe boas práticas, que se junte, que desenhe soluções de forma colaborativa

Filipa Pantaleão

Secretária-geral do BCSD Portugal

“Temos um desafio enorme pela frente. Acho mesmo que as parcerias são a única forma de conseguirmos avançar nestes temas”, perspetiva Ursula Woodburn, diretora do CISL Europe. Embora consciente da complexidade do caminho, Woodburn defende que é preciso que todos contribuam mesmo que os objetivos do Acordo de Paris comecem a parecer difíceis de atingir. “Temos de reconhecer que fomos muito longe. Isso deve continuar a motivar-nos para avançarmos nesta frente”, diz.

Programa de aceleração da sustentabilidade

Filipa Pantaleão, secretária-geral do BCSD Portugal desde o início do ano, apresentou a iniciativa CSOCircle, uma comunidade que reúne profissionais que atualmente ocupam o cargo de Chief Sustainability Officer (CSO) ou similares, para ajudar as empresas a impulsionar a sua estratégia de ESG.

“Sabemos que é importante. Existe uma nova função, os CSO, muito recentemente criada e é importante porque vai permitir não só desenhar a governança de forma mais ativa, mas trabalhar em espírito de comunidade”, explicou a responsável. “Pretendemos criar uma comunidade que faça tudo aquilo que o BCSD Portugal já faz: que colabore, que partilhe boas práticas, que se junte, que desenhe soluções de forma colaborativa”, detalhou Filipa Pantaleão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.