Marcelo afasta sugestão de Cavaco para eleições antecipadas. “Há caminhos práticos que são mais urgentes”

Presidente da República adverte que soluções que "funcionam em determinado momento não funcionam noutro", depois de Cavaco Silva defender eleições antecipadas para desbloquear atual impasse político.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu esta sexta-feira que eleições antecipadas não são a solução para resolver o impasse político em Portugal, apelando mais uma vez à aprovação do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

O chefe de Estado responde assim ao artigo de opinião do seu antecessor Aníbal Cavaco Silva, publicado no Expresso, que considera que a atual situação política torna inviável a aplicação de políticas públicas orientadas para o crescimento económico.

Em declarações aos jornalistas, à margem da entrega da Bolsa José Manuel de Mello 2024, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, Marcelo, ainda que se escusando a comentar a opinião do seu antecessor, defendeu que “em termos realistas e práticos” existe “uma situação económica que tem de se manter equilibrada, em situação positiva” e “um Orçamento que era bom que passasse”.

O Presidente da República voltou, assim, a deixar avisos à navegação sobre a necessidade de uma viabilização, em outubro, do Orçamento do Estado para o próximo ano, aumentando a pressão política sobre o PS de Pedro Nuno Santos.

“No meio de uma Europa que está com problemas de crescimento, Portugal [está] a aguentar-se bem. Apesar da substituição do Governo, das crises politicas que houve – no sentido de necessidade de eleições -, não se alterou aquilo que é a atuação para os resultados da economia portuguesa”, argumentou.

Neste sentido, defendeu ser “importante garantir um fator desta estabilidade que é que o Orçamento possa passar daqui a quatro meses”. Marcelo afasta desta forma o argumento usado por Cavaco Silva, para quem a probabilidade de sucesso é “muito alta” apenas se houver um governo com “apoio maioritário” no Parlamento, na sequência de “eleições legislativas, antecipadas ou não”. O Chefe de Estado recordou que o país já irá ter eleições autárquicas em 2025 e presidenciais em 2026.

“Sejamos realistas. Há situações teóricas que são muito interessantes, mas no imediato há caminhos práticos que são mais urgentes”, afirmou. Marcelo Rebelo de Sousa recordou ainda que o contexto atual é distinto do de 1985, considerando que “a história não se repete”. Pelo que, concluiu, soluções que “funcionam em determinado momento não funcionam noutro momento”.

Marcelo espera propostas concretas para uma reforma da justiça “sem vinganças”

O Presidente da República considerou essencial que uma reforma da justiça tenha como base propostas concretas em áreas definidas e advertiu que não poderá constituir uma “vingança” num processo determinado por factos específicos.

Depois de questionado quer sobre recentes posições da ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, que defendeu serem necessárias mudanças na Procuradoria-Geral da República (PGR), quer sobre a disponibilidade de o Governo PSD/CDS-PP e PS promoverem uma reforma no setor da justiça, sobretudo no domínio penal, o chefe de Estado não comentou as posições na ministra, mas falou sobre uma eventual reforma da justiça com base num entendimento político maioritário na Assembleia da República.

“Tem de haver duas preocupações muito importantes, a primeira das quais é trabalhar sobre ideias muito concretas. Quem quer a reforma da justiça, deve avançar com propostas muito concretas, caso contrário, se houver um debate genérico sobre a reforma, isso transforma-se numa arma de arremesso político”, avisou.

Em segundo lugar, de acordo com o chefe de Estado, “não pode ficar a sensação de que se faz uma reforma da justiça à medida de conveniências de cada momento”.

“Nos tempos que se seguem, nesse e em outros domínios, é essencial que haja diálogo entre partidos – um diálogo a favor de melhor justiça e não contra ninguém, um diálogo que não seja a vingança de nada determinado por factos específicos. Tem de ser determinado por questões que, verdadeiramente, têm de ser corrigidas ou que não estão a funcionar bem”, salientou.

O Presidente da República começou por lembrar que logo no primeiro ano do seu mandato lançou a ideia de um pacto na justiça, que “foi celebrado pelos protagonistas da justiça, embora pequeno e estrito, tendo sido depois executado numa parte”.

“Hoje é necessário uma coisa diferente, que exige um entendimento entre as forças políticas. Quando se fala em reforma da justiça, isso engloba realidades muito diferentes e não é possível tratar de todos ao mesmo tempo”, disse.

(Notícia atualizada às 13h38)

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Depois do ataque da ministra da Justiça, deve a PGR demitir-se?

O advogado penalista Paulo Saragoça da Matta considera "óbvio que a senhora PGR e sua equipa são uma 'liability' para a instituição Ministério Público e que não deixarão saudades".

A ministra da Justiça Rita Júdice falou e reiterou. Em entrevista ao Observador, a titular da pasta da Justiça admitiu que quer que o próximo procurador-geral da República tenha um perfil de liderança, que seja comunicativo e que “ponha ordem na casa”. Disse ainda que deve ajudar a pôr fim a uma “certa descredibilização” do Ministério Público (MP), sublinhando que o Governo quer iniciar “uma nova era”. Horas depois, na rede social X, insistiu: “o novo PGR terá de ser alguém que reúna as condições técnicas necessárias, mas sobretudo com boa capacidade de liderança, de organização, de gestão de equipas e de comunicação. Deve ser alguém que tenha a capacidade de inaugurar uma nova era na relação com os cidadãos”.

O ECO/Advocatus tentou obter uma reação do gabinete de Lucília Gago até ao final do dia de quinta-feira, mas sem sucesso.

Lucília Gago, que em seis anos nunca concedeu uma única entrevista a um órgão de comunicação social, tem-se escudado em comunicados pontuais através do seu gabinete de imprensa, mesmo estando no olho do furacão por ter escrito o famoso parágrafo que levou à demissão do ex-PM António Costa. na sequência da Operação Influencer.

Mais ainda quando, quase oito meses depois, o ex-líder socialista não foi constituído arguido, o juiz de instrução já veio dizer que não vê relevância criminal nesta investigação e o país tem vindo a assistir à divulgação constantes de escutas telefónicas com conversas de Costa, numa clara violação do segredo de Justiça. Essas mesmas escutas – que chegaram a gravar uma conversa com António Costa a falar sobre a demissão da presidente da TAP passaram por pelo menos 16 juízes – não foram sequer destruídas, segundo explicou a revista Visão. Além disso, durante mais de três anos, o telemóvel do ex-ministro João Galamba esteve a ser escutado e foram ouvidas conversas com Presidentes da Assembleia da República, ministros e autarcas.

Não veio ajudar o Manifesto dos 50, divulgado em abril. O Manifesto dos 50 foi conhecido em finais de abril, com um grupo de 50 personalidades a assinarem o documento em defesa de um “sobressalto cívico” que acabe com a “preocupante inércia” dos agentes políticos relativamente à reforma da Justiça, num apelo ao Presidente da República, Governo e parlamento.

Uma “verdadeira reforma da Justiça”, com a recondução do Ministério Público (MP) a uma estrutura hierárquica para evitar o que chamam de atual “poder sem controlo” do mesmo, um escrutínio externo e avaliação independente aos tribunais e magistrados. Estas são algumas das ideias e conclusões do manifesto assinado por 50 nomes sonantes da sociedade civil.

Lucília GagoLusa

Desde então, quer partidos quer a sociedade civil tem alertado para a necessidade da PGR ir dar explicações aos deputados, não só pela violação do segredo de Justiça com a divulgação das escutas como para explicar a falta de resultados, até agora, na investigação que teve consequências políticas relevantes para o país.

E agora? Deve Lucília Gago pedir a demissão?

O advogado penalista Paulo Saragoça da Matta considera “óbvio que a senhora PGR e sua equipa são uma liability para a instituição Ministério Público e que não deixarão saudades”. Acrescentando que o óbvio “seria que já há muito se tivesse demitido – em rigor o lugar esta vacante há demasiado tempo”. Esperando que “o novo PGR seja uma personalidade carismática, com pulso firme, sem medos dos corporativismos e sindicalismos internos – não é possível que a mais importante instituição de law enforcement acabe por ser governada não por quem deve mandar, mas por grupos de interesses internos. Essa personalidade, se dentro da corporação não se encontrar ninguém independente e firme, imporá que se repense o sistema de governo, para garantir que quem tem o poder e dever de mandar, efetivamente mande”.

Para o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, Paulo Lona, “não cabe ao SMMP dizer se a PGR se deve demitir ou não, até porque quem tem poder de exonerar e nomear a PGR não são os magistrados e sim o poder político, cabendo a estes fazer a respetiva avaliação. O que o SMMP tem entendido é que é necessário melhorar a comunicação interna e externa com os cidadãos e com a sociedade, até para evitar mal entendidos e teorias da conspiração sobre a atuação do Ministério Público.”, explicou Paulo Lona, em declarações ao ECO.

António Marçal, presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais, fala num “ataque” a “uma instituição fundamental na consolidação da democracia em Portugal” que é “muito grave”. O sindicalista teme que se esteja a contribuir para a descredibilização das instituições democráticas. “Sem um Ministério Público forte, que seja respeitado e mereça a confiança dos cidadãos, nós não temos um verdadeiro Estado de Direito Democrático”, afirmou António Marçal.

“Há aqui uma tentativa de controle do MP por parte do poder político. Podemos estar a dar ideia que vai ser escolhida uma personalidade que procure exercer o controle político do MP. Esta avaliação feita pelo Governo, do PGR não estar a dar entrevistas, não vejo sequer como essencial”, criticou também o ex-bastonário da Ordem dos Advogados, Luís Menezes Leitão.

“Os tempos modernos já não se compatibilizam com a ideia de que podemos estar fechados nos nossos gabinetes e não comunicarmos com os cidadãos nas sedes próprias”, defendeu ainda Rita Júdice, reconhecendo a necessidade do sucessor de Lucília Gago — cujo processo de escolha será liderado pelo primeiro-ministro — “restituir” a confiança no Ministério Público, que tem tido “períodos muitos duros” e que “criaram algum descontentamento” na opinião pública.

Rita Alarcão Júdice mostra-se disponível, por outro lado, para uma alteração legislativa que torne clara a “magistratura hierarquizada” do Ministério Público: “Tem de existir hierarquia no Ministério Público. Não é um corpo que anda à solta”. Já o Conselho Superior da instituição deve cumprir as suas competências de escrutínio, atuando “se existir alguma suspeita de que determinada investigação, determinado procurador, foi para além do exercício dos seus direitos”.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, acompanhado pela a ministra da Justiça, Rita Júdice, à chegada para participarem na conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, na residência oficial, no Palácio de São Bento, Lisboa, 20 de junho de 2024. ANTÓNIO COTRIM/LUSAANTÓNIO COTRIM/LUSA

Também o secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos insistiu que reformar Ministério Público é uma matéria de regime que tem de ser acordada com o PSD. “Não vi a entrevista da senhora ministra em particular, não a queria comentar, mas há uma coisa que para mim é óbvia. O ambiente de suspeita, o clima de desconfiança face ao Ministério Público, só favorece quem é verdadeiramente corrupto“, disse Pedro Nuno Santos, à entrada para uma reunião do Partido Socialista Europeu (PES), em Bruxelas. “Isso pode implicar mudanças, desde logo mudanças legislativas e o PS está disponível, sempre no respeito pela independência do poder judicial. Não é isso que está em causa”, completou, pedindo um “debate sério e adulto sobre o Ministério Público”.

O novo PGR terá de ser alguém que reúna as condições técnicas necessárias, mas sobretudo com boa capacidade de liderança, de organização, de gestão de equipas e de comunicação. Deve ser alguém que tenha a capacidade de inaugurar uma nova era na relação com os cidadãos”.

Rita Alarcão Júdice, ministra da Justiça

O Chega e a reação do gabinete da ministra

“Não existe, na afirmação em causa, como aliás se depreende do contexto geral da entrevista, qualquer referência ou até intenção de interferir com a autonomia do Ministério Público ou com a independência do poder judicial. A afirmação tem um sentido prospetivo, visando apenas o futuro”, lê-se num esclarecimento do gabinete da ministra Rita Alarcão Júdice enviado à Lusa.

Em causa o facto do Chega já ter avisado que quer ouvir a ministra da Justiça no parlamento depois de esta ter dito que o “novo procurador-geral tem que pôr ordem na casa”.

“É uma expressão que não se coaduna com o sistema democrático em que vivemos, é uma expressão que não se coaduna com o sistema de separação de poderes em que vivemos, mas que tem um efeito ainda pior e mais nocivo, é uma expressão que talvez denote de forma involuntária as verdadeiras intenções do Governo e, infelizmente, do Partido Socialista em matéria de justiça”, afirmou o líder do Chega, André Ventura, em declarações aos jornalistas no parlamento.

A nota do gabinete da ministra argumenta que “quando se diz ‘arrumar a casa’ sinaliza-se que em breve se vai iniciar um novo ciclo que contribua para a dignificação da Justiça, eliminando o ambiente de crispação e de tensão causado pelas polémicas e controvérsias em torno das instituições judiciárias, mesmo que, por vezes, sem fundamento. Qualquer outra interpretação é uma deturpação do sentido da entrevista, cuja versão integral está publicamente disponível”.

O gabinete de Rita Alarcão Júdice refere ainda que, independentemente de o pedido de audição ser ou não formalizado pelo Chega, já está prevista uma audição regimental na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias em 17 de julho, o que impede qualquer outro agendamento nos 15 dias anteriores.

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Dazn assegura transmissão mundial e gratuita da primeira edição da Esports World Cup

  • + M
  • 28 Junho 2024

No total serão transmitidos mais de 20 torneios, de forma gratuita. Para assistir à competição, os utilizadores necessitam de criar conta, não sendo necessária qualquer tipo de subscrição.

A Dazn vai assegurar a transmissão da primeira edição da Esports World Cup (EWC), a nível mundial e de forma gratuita. A competição de videojogos acontece em Riade (Arábia Saudita), entre 3 de julho e 25 de agosto.

A plataforma de streaming vai transmitir em direto a totalidade da competição, que vai contar com a presença dos melhores clubes e atletas de esports a nível mundial.

Ao todo serão realizados 22 torneios – de jogos como Call of Duty, Counter Strike 2, League of Legends, Overwatch 2, Honor of Kings, Free Fire ou Fortnite – por mais de 60 milhões de dólares, “o maior prémio da história dos esports”, segundo se refere em nota de imprensa.

Para assistir à competição, os utilizadores necessitam de criar uma conta no site ou app da DAZN, não estando em causa qualquer tipo de subscrição.

“A Dazn distingue-se pelas suas capacidades tecnológicas, de distribuição, de produção e comerciais. Assim, somos o parceiro ideal para a Esports World Cup Foundation e vamos trabalhar em conjunto para continuar a transmissão deste evento inovador, de uma forma que entusiasme e crie novas formas de interação entre fãs e potenciais novos adeptos”, diz Shay Segev, CEO do grupo Dazn, citado em comunicado.

“À medida que trabalhamos para impulsionar os esports a nível global, as parcerias com líderes de mercado como a Dazn são passos essenciais a longo prazo para estimular o interesse e envolver as comunidades de fãs espalhadas por todo o mundo. Estou ansioso pela transmissão de classe mundial da Dazn e por celebrarmos juntos a excelência a nível competitivo e a cultura dos videojogos”, acrescenta Ralf Reichert, CEO da Esports World Cup Foundation.

Durante as suas oito semanas de duração a Esports World Cup vai também contar com outras atividades como ativações de videojogos, torneios comunitários ou eventos de cultura pop.

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“Há muito mais dinheiro do que bons projetos” para a transição energética, alerta CEO da Galp

Financiamento não é um obstáculo para a implementação de projetos de transição energética, desde que haja qualidade, defende Filipe Silva. Negociação de incentivos para refinaria de lítio prosseguem.

O CEO da Galp, Filipe Silva, afirma que “há muito mais dinheiro do que bons projetos” para a transição energética. No que diz respeito aos projetos mais verdes da empresa em Portugal, desde o combustível sustentável até às baterias de lítio, há “centenas de milhões de euros” disponíveis, indica. Apesar de a empresa se ter retirado da corrida nas agendas mobilizadoras para a criação de uma cadeia de valor de baterias de lítio, prosseguem as negociações para obter incentivos para a construção da refinaria.

“Há muito mais dinheiro do que bons projetos” no que diz respeito à transição energética em Portugal, afirmou o CEO da Galp. Os projetos de baterias de lítio, de produção de combustível sustentável e também de hidrogénio verde, que a empresa tem na calha, têm ao seu alcance “centenas de milhões de euros”, indicou o responsável.

Filipe Silva fez estas declarações no âmbito da Conferência Portugal Capital Markets, organizada pela Euronext e que decorreu esta sexta-feira no Centro de Congressos de Lisboa.

Depois de ter abandonado a liderança do consórcio que, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), procurava criar uma cadeia de valor de baterias de lítio em Portugal, o CEO garantiu que o financiamento da refinaria de lítio não é um problema nesta fase.

Além dos fundos da própria Galp, “há imenso dinheiro de entidades multilaterais — e depois há os incentivos que estão a ser negociados com o Governo e com Europa”, indicou, sem adiantar valores. “Como é muito mais caro um projeto destes na Europa do que na China, a Europa tem de dar incentivos para competitividade ser parecida”, entende.

Não parecendo ser o financiamento um entrave ao avanço do projeto, o gestor põe o ónus noutro fator decisivo. “Este projeto depende de haver mina [de lítio] em Portugal“, disse ainda. A Galp tem o final do ano como data indicativa para tomar uma decisão final relativamente ao investimento neste projeto.

Já o chairman da EDP, António Lobo Xavier, afirmou na mesma conferência que “não podemos dizer que temos um ambiente favorável para investimentos”, com “impostos especiais a todo o momento” e taxas de imposto efetivas elevadas para as grandes empresas, numa referência ao panorama português.

Pedro Norton, CEO da Finerge também contribuiu para a discussão e sublinhou que, no mercado de eletricidade, os preços próximos de zero estão a tornar-se um problema. Embora estes preços possam parecer “boas notícias para os consumidores, e são, no curto-prazo, representam também um problema estrutural”, alertou. Isto porque, com os custos de capital a aumentarem, torna-se mais desafiante continuar a financiar nova capacidade renovável. “Temos de criar os incentivos certos para continuar a instalar capacidade”, rematou.

Além destas questões, também sobraram críticas no que diz respeito à regulação europeia. Lobo Xavier assinalou que, na Europa, a regulação pesa sobre as empresas muito antes de serem disponibilizados os incentivos. Como bom exemplo, fala dos Estados Unidos, e afere que “a Europa poderia olhar para esses instrumentos sofisticados” de apoio e acelerar.

A Europa está a diminuir a sua competitividade, está a tornar-se pior e pior”, concordou Filipe Silva. Deu o exemplo de um projeto solar da Galp no Alentejo, que demorou oito anos “desde o primeiro papel até ao primeiro eletrão”, isto é, até estar a produzir energia. Pedro Norton acusa que, “num contexto de transição energética, não faz sentido nenhum” os tempos prolongados exigidos pelo licenciamento.

(Artigo atualizado com mais informação às 12h57)

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Britânicos compram 70% do Idealista por 2,9 mil milhões. É o maior negócio tecnológico de sempre em Espanha

  • ECO
  • 28 Junho 2024

Portal imobiliário vai mudar de mãos: fundo britânico vai comprar 70% do Idealista por 2,9 mil milhões de euros, no maior negócio tecnológico de sempre em Espanha.

Os britânicos do Civen Fund chegaram a um acordo com os acionistas do Idealista para a compra de 70% da companhia por um valor de 2,9 mil milhões de euros, avança o jornal espanhol El Economista (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Será a maior aquisição de uma empresa tecnológica alguma vez realizada em Espanha até à data, refere o mesmo jornal.

O fundo sueco EQT, até agora acionista de referência desde que adquiriu a maioria do capital da empresa em 2020 por 1,325 milhões de euros, passará a deter uma participação mais reduzida, de 18%.

Já os fundos geridos pela Apax e Oakley, que detinham 17% e 11%, respetivamente, venderam as respetivas posições neste negócio e abandonam a estrutura acionista do portal de imobiliário.

O fundador e presidente do Idealista, Jesús Encinar, continuar a liderar a empresa, tal como já tinha acontecido em 2015, aquando da venda aos fundos da Apax, e em 2020, depois da venda ao EQT. Encinar considera que a venda ao Civen Fund é uma “excelente notícia para o Idealista e a sua equipa”.

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Eupago patrocina e passa a dar nome ao Porto Open

  • + M
  • 28 Junho 2024

O patrocínio terá a duração mínima de dois anos e é o primeiro deste género na história do torneio, que decorre entre 15 de julho e 4 de agosto no Complexo Desportivo do Monte Aventino.

A fintech Eupago é patrocinadora do Porto Open, passando a dar nome ao evento. A 26ª edição da competição, que decorre entre 15 de julho e 4 de agosto, no Complexo Desportivo do Monte Aventino, passa a assim a denominar-se Eupago Porto Open.

Este patrocínio reflete a crença da Eupago na importância do desporto para o bem-estar físico e mental. A prática desportiva é um aliado essencial na promoção da saúde mental, ajuda a reduzir o stress, a melhorar a autoestima e proporciona uma sensação geral de bem-estar”, diz José Veiga, CEO da Eupago.

Identificamo-nos com os valores que o ténis tem no dia-a-dia das pessoas e vemos que ao longo das edições do torneio vamos caminhando no sentido da democratização do ténis em si, como um desporto de qualidade. Entendemos que o Porto Open tem trazido muita qualidade ao ténis, captando cada vez mais e melhores jogadores. É um evento que pela sua natureza também vai massificando o ténis junto da população geral, e ao identificar-se com essa democratização do ténis, ao ser um evento cada vez mais para o mundo, identifica-se com os valores da Eupago”, acrescenta citado em comunicado.

O patrocínio terá a duração mínima de dois anos e é o primeiro deste género na história do torneio, sublinhando o compromisso da Eupago em apoiar o desporto e promover a saúde física e mental, refere-se em nota de imprensa. Entre os principais patrocinadores da competição encontram-se as marcas McDonald’s, Banco Carregosa, Una Seguros e Renault.

Antes do Eupago Porto Open, decorre a Eupago Cup, que terá em disputa um prémio de seis mil euros, numa competição composta por três provas entre os dias 11 e 14 de julho.

É a partir de 14 de julho que arranca então o torneio internacional de três semanas, composto por um torneio ITF W75 feminino, que distribui 60 mil euros em prémios, e decorre entre os dias 14 e 21 de julho. Já entre 21 e 28 de julho acontece o torneio Next Generation ITF Men 25, com um prémio total de 25 mil euros.

Esta série de torneios chega ao fim com o ATP Challenger 125, que decorre entre 28 de julho e 4 de agosto e que vai oferecer um prémio final de 148 mil euros.

A Eupago patrocina também a Chelsea Beach Handball, uma equipa de andebol de praia de Vila Nova de Gaia e está ainda associada ao projeto “Futebol Doce”, que promove um envelhecimento ativo e saudável entre utentes portadores de diabetes tipo 2.

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Americanos ultrapassam franceses no pódio das dormidas turísticas em Portugal

Mercado britânico manteve a liderança das dormidas de não residentes em Portugal, com uma quota de 19,1%. Alojamento turístico recebeu um total de 3,1 milhões de hóspedes em maio.

Os Estados Unidos já estão no top três dos principais mercados turísticos para Portugal, à frente de França e Espanha. Em maio, o mercado britânico manteve a liderança (19,1%) das dormidas de não residentes, seguido do alemão (11,8%) e do norte-americano (10,1%), de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira.

“As dormidas do mercado alemão cresceram 10%. Seguiu-se o mercado norte-americano, na terceira posição, com um aumento 17,3%, ultrapassando o mercado francês (peso de 9,2%), um dos poucos, entre os principais, que decresceram (-1,8%). No conjunto dos cinco primeiros meses do ano, é de realçar a evolução do mercado norte-americano (+16,2%), que assumiu a terceira posição, ultrapassando os mercados espanhol e francês”, lê-se na estimativa rápida publicada pelo INE.

No grupo dos dez principais mercados emissores destacam-se ainda o mercado espanhol e canadiano (quotas de 7% e 3,2%, respetivamente).

 

O setor do alojamento turístico recebeu um total de 3,1 milhões de hóspedes e 7,7 milhões de dormidas em maio de 2024. Representa subidas de 9,4% e 7,5%, respetivamente, quando comparado com o mês anterior. As dormidas de residentes aumentaram 7,6%, correspondendo a 1,9 milhões, enquanto as de não residentes cresceram 7,5%, totalizando 5,8 milhões.

No mês passado, todas as regiões registaram crescimentos nas dormidas. Os aumentos mais expressivos observaram-se no Alentejo (+18,0%) e na Região Autónoma dos Açores (+17,6%), enquanto os crescimentos mais modestos se registaram no Algarve (+5,2%), na Região Autónoma da Madeira (+5,6%) e na Grande Lisboa (+5,7%).

Já no que toca em específico às dormidas de residentes, todas as regiões apresentaram crescimentos, à exceção da Madeira que registou um decréscimo de 2,7%. Neste particular, destacou-se o Alentejo (+18,7%), seguindo-se a região Oeste e Vale do Tejo (+12,6%) e o Centro (+11,4%). Por outro lado, as dormidas de não residentes cresceram em todas as regiões, de forma mais expressiva nos Açores (+21,7%), na Península de Setúbal (+19,0%) e no Alentejo (+16,9%)

Apesar de as dormidas de residentes e de não residentes terem aumentado no quinto mês do ano, a estadia média nos estabelecimentos de alojamento turístico diminuiu 1,7%, para 2,47 noites. O gabinete de estatística dá nota de que a “estada média dos residentes (1,81 noites) diminuiu 1,4% e a dos não residentes (2,81 noites) decresceu 1,8%”.

Neste indicador, os maiores crescimentos foram nas ilhas (+3,5% nos Açores e +1,3% na Madeira), enquanto os decréscimos mais expressivos aconteceram no Oeste e Vale do Tejo (-3,6%) e no Centro (-2,7%). Os valores mais elevados continuaram a observar-se na Madeira (4,37 noites) e no Algarve (3,8 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,60 noites) e no Oeste e Vale do Tejo (1,68 noites).

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Banco de Portugal autoriza Abanca a comprar Eurobic

  • ECO
  • 28 Junho 2024

Mais de quatro anos depois do Luanda Leaks, o Eurobic vai finalmente mudar de mãos. Os galegos do Abanca preparam-se para pagar 300 milhões por 100% do banco português.

O Abanca já tem autorização do Banco de Portugal para a aquisição do Eurobic, segundo avançou Fernando Teles, que detém 37,5% do banco português, ao Jornal Económico.

O banco galego anunciou a 15 de novembro que tinha chegado a um acordo para a compra de 100% do capital do Eurobic, incluindo a participação de 42,5% de Isabel dos Santos.

Segundo Fernando Teles, a concretização do negócio avaliado em cerca de 300 milhões de euros encontra-se agora à espera da “comunicação do Banco Central Europeu”, prevendo-se o closing da operação no dia 11 de julho.

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Sindicatos defendem que privatização da TAP deve manter Estado no capital

Plataforma de seis sindicatos da companhia aérea defendeu, em reunião no Ministério das Infraestruturas, que o Estado mantenha uma posição forte no capital no âmbito da privatização.

Uma plataforma de seis sindicatos do pessoal e terra da TAP defendeu, em reunião no Ministério das Infraestruturas e Habitação, que “o Estado português deve assegurar uma posição equilibrada na companhia aérea”, para preservar “a estratégia da própria companhia, o hub de Lisboa, a área da manutenção e os interesses do país”.

O encontro com membros do gabinete do ministério liderado por Miguel Pinto Luz decorreu na quinta-feira, tendo os sindicatos manifestado “preocupações relativamente a diversas questões laborais que preocupam esta plataforma e à privatização da TAP”, segundo o comunicado divulgado.

Sublinhando os “fundamentos estratégicos muito importantes para o país” da companhia área e os “milhares de postos de trabalho que gera”, a plataforma entende que “deve o Estado português assegurar uma posição equilibrada na companhia aérea, de modo a que possa assegurar a estratégia da própria companhia; o hub de Lisboa, a área da manutenção e consequentemente os interesses do país”. “Se dependêssemos dos privados, a TAP já não existiria“, acrescenta.

A plataforma integra o Sindicato da Industria Aeronáutica, o Sindicato dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação, o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal, o Sindicato dos Quadros da Aviação Comercial, o Sindicato das Industrias Metalúrgicas e Afins e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civis.

O Governo pretende relançar ainda este ano o processo de reprivatização da TAP, segundo noticia esta sexta-feira o Jornal Económico.

O CEO do transportadora aérea também já se manifestou a favor da manutenção do Estado no capital e que a privatização se faça de forma faseada. “A minha recomendação seria que o governo português mantivesse uma posição, para ser parte de todo o processo de desenvolvimento”, afirmou Luís Rodrigues numa entrevista ao Financial Times, em maio.

A reprivatização de entre 51% e 100% da TAP foi aprovada no final de setembro do ano passado pelo anterior Governo, mas foi vetada pelo Presidente da República, que exigiu garantias adicionais sobre a defesa dos interesses do Estado. A queda do Executivo acabou por deixar o processo em suspenso.

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Inflação em Portugal desacelera para 2,8% com descida do preço dos hotéis após concertos de Taylor Swift

Desaceleração deve-se, em grande medida, à redução dos preços dos hotéis. Aceleração em maio foi justificada pelos concertos de Taylor Swift em Lisboa, explica o INE.

A taxa de inflação homóloga em Portugal terá desacelerado em junho para 2,8%, de acordo com a estimativa rápida avançada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), sobretudo devido à “redução dos preços dos hotéis, cuja aceleração registada em maio se deveu essencialmente a um evento cultural de dimensão relevante ocorrido em Lisboa” que mais do que compensou a subida dos combustíveis. Em maio, a inflação foi de 3,1%.

O instituto calcula que o Índice de Preços no Consumidor (IPC) desceu para 2,8% em junho face ao mesmo mês do ano passado, menos 0,3 pontos percentuais face à variação homóloga observada em maio. Os dados definitivos serão divulgados a 10 de julho.

“Tendo por base a informação já apurada, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá diminuído para 2,8% em junho de 2024, taxa inferior em 0,3 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior”, lê-se no comunicado do INE. No entanto, comparativamente com o mês anterior, a variação do IPC terá sido nula (0,2% em maio e 0,3% em junho de 2023).

Já a inflação subjacente, que exclui produtos alimentares não transformados e energéticos, terá registado uma variação de 2,3%, uma desaceleração de 0,4 pontos percentuais face aos 2,7% do mês anterior.

O INE revela ainda que variação do índice relativo aos produtos energéticos aumentou para 9,4%, uma forte aceleração face aos 7,8% de maio. Já os produtos alimentares não transformados registaram uma variação de 2% uma desaceleração face aos 2,5% em maio, acrescenta o comunicado do INE.

Já o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, o indicador que será utilizado para fazer a comparação com os restantes países europeus, terá registado uma variação homóloga de 3,1%, uma desaceleração face aos 3,8% do mês anterior.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Apenas 5% das pessoas utilizam IA para aceder a notícias

  • + M
  • 28 Junho 2024

Segundo o estudo do Reuters Institute for the Study of Journalism, a maioria das pessoas espera que as notícias produzidas maioritariamente através de IA sejam menos confiáveis e transparentes.

Apenas 5% das pessoas usam ferramentas de inteligência artificial (IA) para ter acesso às últimas notícias. No entanto, 24% utilizam estas ferramentas para ter acesso a informação e 28% já as utilizou para criar algum tipo de conteúdo, seja texto, áudio, código, imagem ou vídeo.

As conclusões são do relatório “What does the public in six countries think of generative AI in news?“, do Reuters Institute for the Study of Journalism (RISJ), que inquiriu cerca de 12 mil pessoas na Argentina, Dinamarca, EUA, França, Japão e Reino Unido.

Segundo este relatório, a maioria das pessoas espera que as notícias produzidas maioritariamente através de IA sejam menos confiáveis e transparentes, mas mais atualizadas e “baratas” para quem as produz.

A maioria das pessoas mostra-se também “mais confortável” com notícias produzidas por jornalistas humanos do que por IA. Os inquiridos mostram-se mais confortáveis com notícias produzidas por IA com alguma supervisão humana caso se tratem de “soft news“, relacionadas com assuntos como moda ou desporto.

Por outro lado, as pessoas sentem-se menos confortáveis pela utilização de inteligência artificial em temas mais “difíceis” como assuntos internacionais, criminais e, principalmente, políticos.

A grande maioria dos inquiridos considera que as notícias produzidas com recurso a inteligência artificial, ainda que parcial, devem ser rotuladas como tal, sendo que apenas 5% não concordam.

Entre os inquiridos, 43% consideram que os jornalistas utilizam frequentemente a IA para editar ortografia e gramática, 29% para escreverem títulos ou manchetes e 27% para escrever um artigo.

O estudo concluiu ainda que o ChatGPT, da OpenAI, é o tipo de ferramenta de inteligência artificial mais utilizado em todos os países alvo de estudo, sendo duas ou três vezes mais usado do que o Google Gemini ou o Microsoft Copilot.

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Cavaco Silva defende eleições antecipadas para desbloquear impasse político

  • ECO
  • 28 Junho 2024

Ex-Presidente da República considera inviável para o atual Governo, de apoio minoritário e com dificuldades em entender-se com a oposição, implementar políticas que visem o crescimento económico.

Num artigo de opinião publicado no Expresso, Cavaco Silva identifica as políticas necessárias para a melhoria do bem-estar das famílias portuguesas na próxima década, cruzando-as com cinco cenários políticos que vê como mais prováveis no futuro. Para o ex-Presidente da República, a probabilidade de sucesso é “muito alta” apenas se houver um governo com “apoio maioritário” no Parlamento, na sequência de “eleições legislativas, antecipadas ou não”.

Embora seja apoiante de Luís Montenegro, Cavaco Silva considera que a atual situação política — um Governo com apoio minoritário e com “dificuldade de entendimento” com a oposição — torna inviável a aplicação de políticas públicas orientadas para o crescimento económico.

“Sem a predominância de um governo que atribua prioridade ao crescimento da produção interna, da produtividade e da competitividade externa e goze de apoio maioritário na Assembleia da República ou que, sendo minoritário, beneficie de um compromisso de regime entre os partidos que o apoiem e partidos da oposição, o bem-estar das famílias portuguesas, nas suas diferentes dimensões, continuará, no fim da próxima década, muito afastado dos países mais ricos da União Europeia“, escreveu o antigo Chefe de Estado. Aponta que a questão que “vale um milhão de dólares” é “qual a probabilidade, muito alta, alta, média, baixa ou muito baixa, de serem adotadas as políticas públicas certas”.

Depois de apresentar a sua visão do que devem ser as políticas económicas nos próximos dez anos, Cavaco questiona também “quais os poderes executivo e legislativo do nosso sistema político que estarão em funções nos anos da próxima década detentores das competências para decidir e executar as diferentes políticas”. Entre as várias hipóteses apontadas, vê como principal aquela em que o governo em funções, “independentemente da sua orientação partidária”, considere “determinante” para o bem-estar das famílias portuguesas “o crescimento da produção interna, da produtividade e da competitividade externa”.

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