Europa tem que estar preparada para tarifas de Trump, avisa Lagarde
A presidente do BCE disse que a decisão de Donald Trump de adiar a imposição de novas tarifas no primeiro dia na Casa Brande foi "muito inteligente". Christine Lagarde espera tarifas "direcionadas".
A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, considera que a Europa deve estar preparada para a imposição de tarifas por parte do novo presidente norte-americano e antecipar o seu impacto na região. A responsável disse ainda que o facto de Donald Trump não ter avançado com a implementação de novas tarifas no primeiro dia foi uma jogada “muito inteligente”.
Em entrevista à CNBC em Davos, a presidente do banco central adiantou que prevê tarifas “mais seletivas, focadas”. “O que precisamos de fazer aqui na Europa é estar preparados e antecipar o que irá acontecer para responder” a estas medidas, argumentou.
Donald Trump ameaçou com a imposição de tarifas sobre bens importados da Europa pelos Estados Unidos e tem defendido desde que tomou posse, esta segunda-feira, dia 20 de janeiro, que a União Europeia tem sido “muito, muito má para nós”, por isso os EUA vão impor tarifas às importações europeias.
Valdis Dombrovskis, comissário da União Europeia para a economia, disse à CNBC que se os interesses económicos do bloco precisassem de ser defendidos, a UE responderia “de forma proporcional”.
Ao contrário do que era esperado, Donald Trump não avançou com a imposição de novas tarifas no dia da sua tomada de posse. O republicano, que aprovou cerca de uma centena de novas ordens presidenciais no primeiro dia na Casa Branca, decidiu esperar antes de avançar com as mexidas nas tarifas. No entanto, tem deixado bem claro que estas medidas vão mesmo avançar, ameaçando com novas tarifas sobre o Canadá, México e a China já no início de fevereiro.
Trump tem defendido que com novas tarifas vai conseguir proteger os negócios no país e apoiar a economia. No entanto, esta é uma teoria que tem sido rebatida.
A presidente do BCE defende que a teoria da substituição – reduzindo as importações da Europa num esforço para “reforçar” a produção nos EUA – é “questionável porque a economia dos EUA […] está quase a aquecer neste momento”.
É provável que os importadores também não consigam gerir negócios com margens baixas durante um longo período de tempo, o que significa que eventualmente “a responsabilidade passa para o consumidor”, acrescentou Lagarde.
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