Empresas antecipam aumento de 4,6% das exportações em 2025

Inquérito do INE prevê a maior subida no material de transporte. Empresas adultas e seniores, com trabalhadores qualificados e em setores de alta e média alta tecnologia são as mais otimistas.

As empresas portuguesas preveem um aumento nominal de 4,6% das exportações de bens em 2025, “seguindo a trajetória de acréscimo” registada entre janeiro e novembro do ano passado, em que as vendas ao exterior cresceram 3%.

Os resultados do inquérito sobre perspetivas de exportação de bens para este ano, divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mostram que o maior acréscimo é esperado nas exportações de material de transporte e acessórios (7,2%) e na categoria de fornecimentos industriais (+6,9%).

Realizado em novembro junto de 3.068 empresas (taxa de resposta de 96%), correspondendo a cerca de 85% das exportações de bens em 2023, é uma primeira previsão para a evolução esperada das vendas no estrangeiro em 2025. Conduzido precisamente no mês em que Donald Trump venceu as eleições nos EUA com ameaças de aumentar as tarifas, adverte o INE, pode “refletir, em elevado grau, a incerteza quanto aos desenvolvimentos do enquadramento internacional”.

“O cenário descrito sobre as expectativas das empresas para as suas exportações de bens em 2025 reflete uma dinâmica complexa, com fatores económicos globais (ajustamentos na estrutura do mercado e nos preços, entre outros) e decisões internas (investimentos em capacidade de produção, alteração de estratégia ou de modelos de negócio) a influenciarem as perspetivas da atividade em 2025, observando-se alguma heterogeneidade em função do setor de atividade. O grau de otimismo ou pessimismo das empresas depende muito das suas estratégias internas e da sua capacidade de se adaptarem às condições do mercado global”, descreve a publicação.

Se no que toca à dimensão “não se verificam diferenças significativas” nas previsões — +3,9% nas de média dimensão (27% do valor previsto para 2025); +3,4% nas de maior dimensão (67% do valor previsto para 2025) e +3,3% nas micro e pequenas (apenas 7% do valor previsto para 2025) –, tendo em conta a idade, a análise mostra que as empresas jovens antecipam uma ligeira diminuição (-0,4%), enquanto as empresas adultas e seniores apontam para aumentos de 2,6% e 4%, respetivamente.

Por outro lado, o crescimento esperado é mais modesto no caso das empresas integradas em grupos económicos do que nas restantes (+3,4% vs. +4,2%). No entanto, o inquérito evidencia que as empresas de grande dimensão que pertencem a grupos de empresas multinacionais correspondem a mais de 60% do valor de exportações perspetivado para 2025.

As empresas em setores de alta e média alta tecnologia antecipam um crescimento de 3,8%, ligeiramente acima do perspetivado pelas de baixa e média baixa tecnologia (+3,4%). Já aquelas em que, pelo menos, metade dos trabalhadores têm habilitações superiores preveem um acréscimo de 6,8% das exportações em 2025, isto é, mais do dobro do que é esperado pelas que têm, pelo menos, metade dos funcionários com habilitações inferiores (3,1%).

Sem surpresa, com o INE a sublinhar o impacto que isso tem na diferenciação nos mercados internacionais, as empresas que desenvolvem atividades de inovação perspetivam aumentos mais significativos das exportações de bens em 2025 (11,2% vs. 3,2%). Além disso, as classificadas como tendo um índice de intensidade digital muito alto são também as mais otimistas neste indicador (5,3%).

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