UE exporta 504 mil milhões em bens para os EUA. Os números de uma relação ameaçada pelas tarifas

Presidente norte-americano garantiu que irá aplicar taxas alfandegárias aos produtos provenientes da União Europeia. Terras de 'Uncle Sam' representam 16,7% das exportações europeias.

O Presidente norte-americano ameaçou que os produtos da União Europeia (UE) vão ser sujeitos a taxas alfandegárias “muito em breve” e os líderes da Alemanha e França já garantiram que se Donald Trump o fizer sofrerá retaliações económicas. O impacto económico seria acentuado, uma vez que mantêm a maior relação bilateral de comércio e, juntos, representam quase 30% do comércio de mercadorias e serviços a nível global e 43% do PIB mundial.

Olhando para as balanças comerciais bilaterais dos EUA, o país regista o terceiro maior défice comercial bilateral com a Alemanha, depois da China e do México. Dada a rapidez com que a Administração Trump implementa as promessas eleitorais, é difícil ver como a UE poderia escapar à dança tarifária“, assinalam os economistas do ING, numa nota de research.

Mas, afinal, quanto vale a relação comercial entre os EUA e a União Europeia?

De acordo com dados da Comissão Europeia, o comércio de mercadorias ascendeu a 851 mil milhões de euros, em 2023, resultado de exportações da União Europeia para os Estados Unidos no valor de 503,8 mil milhões de euros e de importações no valor de 347,2 mil milhões de euros.

Os principais parceiros comerciais da UE são:

  • EUA: 16,7%
  • China: 14,6%
  • Reino Unido: 10,1%
  • Suíça: 6,4%
  • Outros: 52,2 %

Já os principais parceiros comerciais dos EUA são:

  • UE 27: 18,6%
  • México 15,7%
  • Canadá: 15,2%
  • China 11,3%
  • Outros: 39,2%

Segundo a análise da Comissão Europeia, na última década, o comércio entre a UE e os EUA mais do que duplicou. Nas principais mercadorias que a UE importa dos EUA destacam-se os óleos de petróleo e petróleo bruto, medicamentos e produtos farmacêuticos e gás natural, enquanto nas principais mercadorias que a UE exporta para os EUA realçam-se os medicamentos e produtos farmacêuticos e os automóveis e veículos a motor.

Os economistas do ING explicam que a Administração norte-americana iniciou uma investigação abrangente sobre as relações comerciais dos EUA, cujo relatório deverá ser apresentado em 1 de abril. “Um momento crucial para a UE. No entanto, só em abril é que a UE sentirá os efeitos económicos das tarifas dos EUA”, consideram.

Mesmo excluindo o impacto de eventuais taxas sobre os produtores europeus, a UE também deverá sofrer consequências indiretamente devidos às aplicadas sobre os produtos provenientes do Canadá, México e China. “Uma vez que muitos fabricantes europeus (de automóveis) têm instalações de produção para o mercado dos EUA no México, como parte da estratégia de near-shoring e de redução de riscos dos últimos quatro anos, as tarifas dos EUA sobre o México também prejudicarão a Europa“, referem os analistas do banco.

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