Hollard Moçambique com lucros de 5 milhões de euros em 2024

  • Lusa
  • 18:53

O resultados líquidos provenientes da Hollard Seguros e Hollard Vida reforçam a "posição robusta no mercado e a contínua expansão do negócio, apesar dos desafios no ambiente económico"

A Hollard Moçambique, umas das três principais seguradoras do país, anunciou esta terça-feira lucros totais de 337,4 milhões de meticais (cinco milhões de euros) em 2024 nos dois ramos de atuação.

Em comunicado, o grupo segurador afirma que estes resultados líquidos, de 284,7 milhões de meticais (4,2 milhões de euros) através da Hollard Seguros e 52,7 milhões de meticais (800 mil euros) da Hollard Vida, reforçam a “posição robusta no mercado e a contínua expansão do negócio, apesar dos desafios no ambiente económico”, apesar de caírem face a 2023.

“Este desempenho foi impulsionado por uma gestão eficiente e operações bem estruturadas”, reconhece o grupo segurador, acrescentando que em 2024 “as restrições macroeconómicas afetaram os rendimentos de investimento devido à redução das taxas de juro e ao aumento das reservas obrigatórias impostas” pelo Banco de Moçambique.

“Esta situação foi particularmente evidente na Hollard Vida, onde a baixa capacidade de concessão de crédito influenciou o desempenho dos produtos ligados a empréstimos bancários”, lê-se.

A Hollard Seguros alcançou em 2024 prémios brutos emitidos de 4,17 mil milhões de meticais (62,4 milhões de euros), enquanto a Hollard Vida totalizou 599,2 milhões de meticais (8,9 milhões de euros), um aumento de 17% face ao ano anterior para ambos os setores (não vida e vida), além de apresentar rácios de solvência de 309% (Hollard Seguros) e 356% (Hollard Vida), “ambos acima dos requisitos regulamentares”.

A Autoridade Reguladora da Concorrência (ARC) moçambicana autorizou em outubro passado a compra da Global Alliance Seguros, uma das principais seguradoras do país, pela Hollard Moçambique, passando a dominar o mercado (31,7%).

Na decisão da ARC, é referido que o conselho de administração do órgão regulador deliberou por unanimidade “adotar a decisão de não oposição à presente operação de concentração”.

No documento, a ARC refere que ouviu o Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique (ISSM) para a tomada desta decisão, e também se admite que o “cenário pós-transação” analisado é “indicativo de um setor moderadamente concentrado”, mas que “não se vislumbra” que a mesma “restrinja a concorrência no mercado de seguros de Moçambique”.

Citando os relatórios estatísticos do ISSM relativos aos principais indicadores de atividade, no documento recorda-se que, no final de 2023, o setor de seguros em Moçambique era composto por 18 operadores, dos quais 12 atuavam no ramo não vida, dois no ramo vida e quatro no ramo vida e não vida.

Ao analisar as quotas de mercado acumuladas nos ramos vida e não vida do setor de seguros em Moçambique, a ARC concluiu que o grupo Hollard detém a maior quota de mercado, com 19,1%, seguido da Fidelidade, com 14,80%, da estatal Emose, com 14,5%, e da Global Alliance, com 12,6%.

“Apesar de a quota de mercado da adquirente, no cenário pós-transação, se situar abaixo dos 50%, uma operação de concentração do tipo horizontal pode, a longo prazo, conduzir a uma posição dominante no mercado pelos principais operadores do setor de seguros”, aponta-se ainda no documento do regulador, que por isso realizou uma análise do índice de concentração, que suportou a decisão de não oposição.

O contrato para aquisição da Global Alliance pela Hollard foi assinado em 28 de junho, não sendo conhecidos valores do negócio, tendo a ARC aberto uma investigação à “operação de concentração de empresas” no mês seguinte.

A seguradora estatal Empresa Moçambicana de Seguros (Emose) liderava o mercado nacional há mais de 40 anos, mas em 2023, segundo dados do seu relatório e contas, perdeu quota de mercado (ficou com 14,4%) para a Hollard, que ascendeu à liderança, e para a portuguesa Fidelidade (14,8%).

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