China avisa que resistirá até ao fim se EUA continuarem com guerra comercial

  • Lusa
  • 9:44

Pequim reafirmou que se “opõe firmemente" à decisão dos Estados Unidos de utilizar o fentanil como desculpa para aplicar mais taxas sobre as exportações chinesas.

A China avisou esta quarta-feira que vai “resistir até ao fim” se os Estados Unidos “insistirem em prejudicar os interesses chineses”, em resposta às novas taxas alfandegárias impostas por Washington sobre produtos oriundos do país asiático.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, reiterou, em conferência de imprensa, que Pequim “se opõe firmemente” à decisão dos Estados Unidos de utilizar o fentanil como desculpa para aplicar mais taxas sobre as exportações chinesas.

Se os EUA querem realmente resolver o problema do fentanil, devem negociar com a China com base na igualdade, no respeito e no benefício mútuo“, afirmou o porta-voz.

Lin Jian disse que não tinha visto as declarações da embaixada chinesa nos Estados Unidos, segundo as quais a China está “pronta para qualquer tipo de guerra”, mas insistiu que Pequim deixou clara a sua posição.

Exortamos os EUA a abandonar as suas táticas de intimidação e a regressar ao caminho certo do diálogo e da cooperação o mais rapidamente possível“, concluiu.

O Executivo chinês defendeu, num livro branco sobre o fentanil divulgado na véspera, que tomou medidas rigorosas contra a produção e o tráfico de fentanil e dos seus precursores químicos.

O Governo chinês afirmou ainda que tem promovido ativamente a construção de um sistema de rastreabilidade com recurso às novas tecnologias para monitorizar quaisquer ligações à produção, transporte, importação e exportação destas drogas.

Trump disse que 90% das mortes por consumo de opiáceos nos EUA se devem ao fentanil. Washington defende que os opiáceos chegam através do México e do Canadá, mas cujos precursores vêm da China.

Na sua primeira presidência (2017-2021), Trump teve já uma relação tensa com Pequim, ao impor várias rondas de taxas, no valor de cerca de 370 mil milhões de dólares (346 mil milhões de euros) anuais, a que a China respondeu com taxas sobre as exportações norte-americanas.

Washington anunciou esta semana a duplicação para 20% das taxas sobre produtos chineses, o que levou Pequim a responder com taxas de 10% e 15% sobre as importações agrícolas dos EUA.

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