Benfica quer aumentar receitas para 500 milhões de euros em cinco anos
O Benfica apresentou um ambicioso plano estratégico para crescer até 500 milhões de receita consolidada no próximo quinquénio, reforçando receitas comerciais e controlando os custos operacionais.
Pela primeira vez na sua história, o Benfica apresentou esta terça-feira as contas intercalares relativas ao primeiro semestre, que mostraram um crescimento de 128% do resultado líquido para 34,6 milhões de euros.
Mas a grande novidade veio da voz de Nuno Catarino, CFO da Benfica SAD, que em entrevista ao ECO (que vai ser publicada na íntegra amanhã) anunciou um ambicioso plano estratégico para os próximos cinco anos: aumentar as receitas consolidadas do universo Benfica dos cerca de 300 milhões de euros anuais para 500 milhões nos próximos cinco anos.
“A nossa ambição é chegarmos aos 500 milhões de euros de receita consolidada entre clube e SAD nos próximos cinco anos”, afirmou o responsável financeiro da SAD benfiquista. Sublinhando tratar-se de um “desafio muito ambicioso”, Nuno Catarino explicou que o crescimento previsto será transversal às várias linhas de negócio do grupo, com aumentos médios na ordem dos 30%, dependendo das áreas específicas.
Este objetivo representa um crescimento superior a 60% face aos valores atuais e surge numa altura em que o clube e a SAD apresentam resultados financeiros mais sólidos do que até há muito pouco tempo. Recorde-se que, recentemente, a Benfica SAD divulgou um lucro semestral de 40 milhões de euros, o dobro do registado no período homólogo anterior, impulsionado sobretudo pelas receitas da participação na Liga dos Campeões e pelas vendas de jogadores.
Crescer em todas as linhas de negócio
Um dos objetivos centrais deste plano de crescimento, que Nuno Catarino explica em mais detalhe numa entrevista ao ECO que será publicada esta quarta-feira, passa por reduzir significativamente a dependência das mais-valias obtidas com transferências de jogadores.
“Queremos ficar menos dependentes das vendas dos jogadores como linha principal de receita”, frisou Nuno Catarino. Em alternativa, o Benfica pretende apostar numa estratégia clara de diversificação das fontes de receita correntes, nomeadamente através do reforço das receitas comerciais, merchandising, bilhética e patrocínios.
Uma das componentes essenciais deste crescimento prende-se com a renegociação dos direitos televisivos para os próximos dois anos até à centralização dos direitos televisivos, atualmente um tema quente na agenda do clube da Luz. Em declarações ao ECO, Nuno Catarino foi direto: “Não vamos vender nada barato, não precisamos disso. Queremos o melhor parceiro possível e um contrato justo que valorize devidamente a marca Benfica”.
Esta posição foi ainda reforçada, com Nuno Catarino a revelar que as negociações ainda estão em curso e acrescentou que o Benfica tem uma posição negocial forte devido à sua dimensão nacional e internacional. O responsável garantiu ainda que qualquer acordo futuro terá necessariamente de refletir o valor real da marca Benfica no mercado global dos direitos desportivos.
Outro ponto destacado por Nuno Catarino prende-se com a gestão rigorosa dos custos operacionais. Na entrevista ao ECO, o administrador financeiro da SAD encarnada reconhece que os custos com Fornecimentos e Serviços Externos (FSE) cresceram nos últimos anos, mas sublinha que “o montante de FSE está bastante estável. Não temos dúvidas sobre isso.”
Quanto à evolução da dívida líquida, Nuno Catarino esclarece que se encontra controlada e em trajetória descendente no universo da SAD. “Não vejo a dívida como uma ameaça”, afirmou o CFO, sublinhando ainda que o clube — ao contrário da SAD — não tem dívida financeira líquida relevante, reforçando assim uma posição financeira sólida para suportar investimentos futuros.
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