Consórcio que quer comprar Azores Airlines está “totalmente empenhado no sucesso da operação”
A Newtour/MS Aviation sublinha que a entrada de dois "reputados e experientes gestores" surge num "momento determinante, em que a capacidade de sobrevivência da Azores Airlines tem sido questionada".
A Newtour/MS Aviation, consórcio que quer comprar a Azores Airlines, está “totalmente empenhado no sucesso da operação” na nova etapa, a que se juntam dois gestores: Carlos Tavares, ex-CEO da Stellantis e ex-Airbus, e Paulo Pereira da Silva, empresário ligado ao turismo e ao agroalimentar.
Em nota, enviada às redações esta sexta-feira, o agrupamento saúda a decisão do SATA de dar início às negociações com vista à privatização da companhia. E sublinha que a entrada dos dois “reputados e experientes gestores” surge num “momento determinante, em que a capacidade de sobrevivência da Azores Airlines tem sido questionada”.
O objetivo do consórcio passa por “garantir um futuro sustentável” que valorize a companhia e que preserve a “identidade e os interesses de Portugal”.
A entrada de Carlos Tavares em cena desbloqueou um processo que tem sido bastante atribulado. Depois de duas tentativas falhadas em 2018 e 2020, o Governo Regional liderado por José Bolieiro avançou com novo processo em 2023, cumprindo uma das exigências do plano de reestruturação acordado com a Comissão Europeia em junho de 2022, no âmbito da ajuda estatal de 453,25 milhões de euros concedida durante a pandemia.
Ao concurso público internacional concorreram dois agrupamentos. Um deles, o Atlantic Consortium, foi desqualificado. Foi selecionado o outro, que junta a Newtour, um grupo 100% português dono das agências de viagens Bestravel ou do operador Soltrópico, e a MS Aviation, detida pela Bestfly, uma companhia aérea angolana. O presidente do júri, Augusto Mateus, manifestou, no entanto, reservas sobre a capacidade financeira do consórcio e os sindicatos foram também muito críticos.
Perante o resvalar do processo, a CEO da SATA, Teresa Gonçalves (que sucedeu ao atual CEO da TAP), apresenta a demissão, tal como o administrador financeiro.
A 2 de maio de 2024, o Governo Regional delibera o cancelamento do concurso, com o argumento de que uma nova avaliação da Azores Airlines (cujos resultados financeiros estavam a melhorar), feita pela Caixa BI, avaliava a companhia em 20 milhões de euros, em vez dos seis milhões iniciais. Em reação, o agrupamento opta pela contestação judicial.
Perante a necessidade de avançar com a privatização, o diálogo com o agrupamento Newtour/MS Aviation é reatado ainda em 2024 e o processo ganha nova vida com a chegada de Carlos Tavares, que poderá meter um pé na aviação, talvez de olho num ‘prémio’ maior, a privatização da TAP, em que já disse estar interessado.
Decisivo foi também o aumento do preço que o agrupamento oferece por 76% da Azores Airlines, que inicialmente era de cinco milhões de euros, depois passou para seis milhões e agora está em 15,2 milhões.
O Governo regional também não espera uma nova subida do preço: “Nesta fase não é razoável. O Governo já conseguiu quase triplicar o valor e que a credibilidade fosse afirmada”.
O processo é também facilitado pelo facto de a Azores Airlines ser vendida sem dívida, de cerca de 400 milhões de euros, que fica na SATA Holding. “Para salvar a companhia é preciso vender a Azores Airlines e assumir o buraco. É uma herança de todos os açorianos que os governos socialistas nos deixaram”, disse o secretário regional das Finanças ao ECO.
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