Mais de um terço dos portugueses acredita que nível de vida vai piorar em cinco anos

Conclusão é do Eurobarómetro divulgado esta terça-feira. Europeus afirmam que a UE deveria ter mais meios e ser mais unida para responder a desafios de competitividade e defesa e segurança.

Mais de um terço dos portugueses antecipa que, nos próximos cinco anos, o seu nível de vida vai piorar, uma percentagem ligeiramente acima da média da União Europeia (UE), concluiu o Eurobarómetro divulgado esta terça-feira.

A percentagem mais alta dos portugueses inquiridos pelo Parlamento Europeu (PE), embora menos de metade (42%), acredita que o seu modo de vida não se irá alterar, enquanto a menor fatia da população (14%) antevê melhorias. No conjunto europeu, as melhorias são percecionadas pela mesma proporção dos entrevistados, mas a maioria (51%) considera que não haverá mudanças até 2030.

Tanto os portugueses como os europeus em geral afirmam que a UE deveria ter mais meios e ser mais unida para responder aos desafios globais. No que diz respeito ao futuro, apelam a maior concentração em temas de competitividade, economia e indústria (41% em Portugal e 32% na UE) e defesa e segurança (39% e 26%, pela mesma ordem) para a UE reforce a sua posição no mundo.

Ainda assim, quase todos os portugueses que participaram neste inquérito (91%) dizem que o país beneficiou de ser um Estado-membro da UE desde 1985 (então CEE – Comunidade Económica Europeia), sobretudo pela contribuição para o crescimento económico (46%) e por, através da UE, ganhar mais voz no mundo (37%) e ter mais oportunidades de trabalho (33%).

Quando questionados sobre a imagem que têm do PE (muito positiva, bastante positiva, neutra, bastante negativa ou muito negativa), a maior parte dos portugueses (67%) respondeu “muito positiva”, o que significa mais 26 pontos percentuais do que os europeus como um todo.

À pergunta sobre se, pessoalmente, gostariam de ver o PE a desempenhar um papel mais ou menos importante, seis em cada dez disseram que sim (67% em Portugal e 62% na UE).

Estas questões foram colocadas mais de um mês antes de vir a público que Portugal esteve entre os países envolvidos numa investigação da Justiça belga, no âmbito de alegada corrupção ativa no PE, relacionada com lobby com a empresa chinesa Huawei, inclusive com transferências de dinheiro feitas através de uma empresa portuguesa.

Quanto à estratégia dos legisladores do PE, os portugueses mostram-se relativamente alinhados com os restantes europeus em termos daquelas que deveriam ser as prioridades de atuação deste órgão legislativo. No entanto, há dois aspetos em que a maioria dos portugueses pede maior atenção: mais apoio à saúde pública (58%) e inflação, aumento dos preços e do custo de vida (57%). Dois tópicos que, para o conjunto dos europeus, representam apenas 25% e 43% das respostas, respetivamente.

E acreditam que, nos próximos anos, o papel da UE no mundo tornar-se-á mais importante? Nomeadamente, para proteger os cidadãos europeus contra crises globais e riscos de segurança no futuro? Sim, na maioria das opiniões ouvidas pela instituição liderada por Roberta Metsola (65% e 76%, respetivamente).

O Eurobarómetro foi elaborado através de 26.354 entrevistas presenciais ou por videochamada, entre 9 de janeiro e 4 de fevereiro de 2025, das quais 1.040 entrevistas a portugueses.

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