Colômbia aprova negócio que permite à Jerónimo Martins chegar às 1.500 lojas na América Latina
No pódio dos supermercados colombianos com a Ara, grupo português foi autorizado pelo supervisor da concorrência a ficar com 75 espaços da Colsubsidio, que somam às 150 aberturas previstas para 2025.
É mais um passo rumo à ambicionada liderança do mercado de retalho alimentar na Colômbia, onde está apenas atrás das rivais Almacenes Éxito e D1. A Jerónimo Martins já recebeu a aprovação da autoridade da concorrência do país da América Latina (Superintendencia de Industria y Comercio) para ficar com 75 lojas que pertenciam à Colsubsidio, operadora local que no final de 2024 decidiu encerrar os supermercados ao fim de seis décadas a atuar neste segmento.
Com este negócio, que envolveu a aquisição de alguns ativos e o arrendamento dos imóveis comerciais onde funcionavam estas operações, a cadeia de lojas alimentares de proximidade Ara – inaugurada em 2013, já valeu no ano passado mais de metade das vendas do Pingo Doce – prevê a criação de 900 empregos diretos e supera, assim, os 1.500 estabelecimentos. Junta-se às 1.438 unidades que tinha a 31 de dezembro e asseguravam 16 mil postos de trabalho no país.
Os espaços agora incorporados irão reabrir faseadamente com a nova insígnia até ao verão. Estão localizados nas regiões de Bogotá, Cundinamarca, Tolima, Risaralda, Quindío, Boyacá e Meta, reforçando a presença da Ara no centro do país, onde vai também abrir um novo centro de distribuição.
Já presente em mais de 350 municípios, tem outras 150 aberturas previstas para este ano no plano de expansão divulgado pelo grupo português, que no último exercício viu os lucros caírem 20,8% para 599 milhões de euros, com vendas globais de 33,46 mil milhões – Portugal já vale menos de 20% do total.
A Ara contribuiu com 2,8 mil milhões de euros (17% acima do ano anterior), equivalendo a 8,4% do volume de negócios consolidado em 2024. “A Colômbia é uma prioridade para a Jerónimo Martins. Com esta operação e com os nossos investimentos na expansão, na infraestrutura e no talento humano, reafirmamos a nossa aposta de longo prazo no país”, referiu à imprensa local o CEO da Tiendas Ara, Nuno Sereno, notando que este acordo com a Colsubsidio “mostra o compromisso com o consumidor colombiano e é o resultado do trabalho realizado há mais de uma década no país”.
O ECO questionou a Jerónimo Martins sobre esta operação e o valor do negócio, mas não obteve resposta por parte da retalhista liderada por Pedro Soares dos Santos, que vai propor na próxima assembleia geral a entrada do ex-CEO da Caixa, António Domingues, no conselho de administração.
Alegando “razões contratuais”, também Nuno Sereno recusou divulgar o montante em causa, referindo apenas que “o investimento é comparável ao que teria realizado se tivesse aberto estas lojas diretamente”. “Finalizada com êxito esta transação, prosseguimos com o objetivo de nos consolidarmos como número 1 na Colômbia”, remata o gestor.
Além da Ara na Colômbia e do Pingo Doce e do Recheio em Portugal, a Jerónimo Martins é dona da rede de supermercados Biedronka e da cadeia especializada em higiene e cosmética Hebe, ambas na Polónia. É neste país do leste europeu, onde está presente há quase três décadas, que lidera o mercado do retalho alimentar com a ‘joaninha’ – uma marca que acaba de iniciar a internacionalização para a vizinha Eslováquia – e que no ano passado assegurou 72% das vendas consolidadas do grupo.
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