António Costa espera que acordo entre UE e Mercosul seja concluído até dezembro

  • Lusa
  • 29 Maio 2025

"É um prazo muito curto. Mas vamos tentar fazer acontecer", disse ainda o presidente do Conselho Europeu.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, disse esta quinta-feira que espera que a assinatura do acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul ocorra até dezembro.

Costa, que participou da abertura da primeira edição do Fórum de Investimentos Brasil e União Europeia, disse numa conferência de imprensa em São Paulo que o acordo comercial entre os dois blocos poderá ser assinado numa cimeira do Mercosul, que acontecerá em dezembro na cidade de Brasília. “É um prazo muito curto. Mas vamos tentar fazer acontecer”, acrescentou.

Na abertura do fórum de investimentos, Costa disse que há um sinal claro de que europeus e brasileiros não se resignam “à incerteza da geopolítica que há no mundo de hoje” e considerou que o evento realizado no Brasil “espelha um bom momento de confiança bilateral porque procura consolidar as (…) relações económicas como uma base sólida”.

“O acordo com o Mercosul, que tem o Brasil em destaque, representa economias vibrantes, com recursos humanos modificados e infraestruturas e setores estratégicos para as transições energéticas e digitais”, explicou Costa. “É este potencial agregado que o acordo UE-Mercosul representa, uma integração de grandes economias geradoras de novas oportunidades de investimento, fluxos comerciais, crescimento partilhado e prosperidades para os nossos cidadãos europeus”, defendeu.

Se aprovado pelos Estados-membros dos dois blocos, o acordo comercial entre europeus e sul-americanos consolidará a maior zona de comércio livre à escala global, representando mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e beneficiando 720 milhões de cidadãos.

Costa afirmou que ao eliminar 90% das tarifas aduaneiras, o acordo pode reformar as duas regiões como epicentro geoeconómico do comércio e dos investimentos globais. E salientou que o Governo do Brasil estima que as exportações do país para a Europa possam crescer 10% no espaço de quatro anos, fruto do desagravamento aduaneiro de mais de 240 produtos.

De forma mais abrangente, o impacto do crescimento das trocas comerciais está estimado acima de 30% até 2035, com efeito estabilizador das regras da economia global em tempos de disputa das suas virtudes e de tentativas unilaterais e protecionistas”, afirmou o Presidente do Conselho Europeu.

Costa também considerou que a confirmação do acordo será, por isso, um fator de mudança para as economias europeias e sul-americanas, mas “também uma mensagem muito importante (…) para o mundo”. A União Europeia é o segundo maior parceiro comercial do Brasil, as empresas europeias são as maiores investidoras estrangeiras no país e a Europa é o primeiro destino do investimento brasileiro no exterior.

A realidade tão próxima, de acordo com o presidente do Conselho Europeu, traduziu-se num crescimento de 65% no comércio bilateral dos europeus com o Brasil nos últimos cinco anos. “A União Europeia é o principal destino de investimentos brasileiros no estrangeiro e representa 35% do total de investimento direto estrangeiro do Brasil. A União Europeia é ainda o segundo maior destino de produtos manufaturados brasileiros”, acrescentou.

“A nossa agenda comum inspira qual deve ser a nossa prioridade. Aquilo que é a transição energética, a transição digital, o combate às alterações climáticas devem ser motores da nossa competitividade, do nosso investimento, da nossa cooperação tecnológica e do nosso desenvolvimento”, concluiu.

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